Chamas Voam Quando Estou Perto De Ti

Capitulo 6 – A Profecia Parte 1


Catherine caminha para o quarto de Nostradamus. Ela via a forma preocupada como Mary se preocupava com o seu filho e a forma como o amava. Ela precisava de saber acerca da profecia. Ela precisava de saber que se eles casassem, a sua união mataria o Francis. Era a única maneira de os separar. Ela viu nos olhos da Mary que ela faria qualquer coisa pelo Francis e ela tinha de apelar a esse seu lado.

– Precisas contar à Mary sobre a profecia. – Chaterine exige.

– Pensas mesmo que isso funcionará? – Ele pergunta educadamente. – Viste que a Mary não é fácil de convencer.

– É por isso que não serei eu a contar-lhe. Ela nunca desconfiará de ti. – Catherine observa seriamente. – Fá-lo o mais rápido que possas e assegura-te que apenas ela fica a saber acerca da profecia. – Ela acrescenta antes de deixar as câmaras do Nostradamus.

***

Francis encontra Olivia no quarto dela. Ele sorri-lhe e ela sentido-se encorajada, tenta aproximar-se de Francis mas ele recua e ela pára, não percebendo.

– Eu apenas vim aqui para te informar que finalmente encontrei uma nova casa para ti. – Francis declara olhando-a seriamente e vendo a sua expressão feliz tornar-se numa realmente zangada.

– O quê? – Ela pergunta apanhada completamente de surpresa.

– Foi o que eu acabei de dizer… Encontrei-te um lar em Val-de-Marne.

– Não irei! – Olivia declara determinada e tentando beijar Francis. Francis agarra o seu braço e afasta-a gentilmente.

– Então não há nada que possa fazer por ti. Não podes ficar aqui. – Francis revela seriamente.

– Estás a mandar-me embora? Depois de tudo o que passamos?

– Eu amei-te mas já não te amo mais. E não te quero nem como minha mulher ou amante. Aceita-o e parte.

– És tão demoníaco como a tua mãe. – Olivia ataca-o mesmo não sentido aquilo que diz, com palavras cortantes.

– Estaria a ser demoníaco se não tivesse a ser honesto contigo. Aceita que eu amo a Mary, aceita que mais nada acontecerá entre nós.

Lágrimas começam a cair dos olhos da Olivia e ela vira-lhe as costas num gesto orgulhoso. Ela sabia que não havia nada que ela pudesse fazer do que aceitar que tinha perdido o Francis para aquela pequena rainha. Não havia qualquer outra opção senão aceitar o que o Francis lhe tinha proposto.

– Irei para Val-de-Marne. É só o tempo de arrumar as minhas coisas. – Ela diz sem vacilar. – Agora, sua alteza, vá-se embora. – Ela pede sem se virar para ele, evitando o olhar daqueles olhos azuis. Ela apenas ouviu a porta a fechar-se e começou a chorar agarrando a colcha tentando contê-las.

***

O Bash notou a reparou na determinação na atitude da Mary. Ela não parecia aquela pequena rapariga que chegara e estivera perdida. Ela tornou-se mais forte e o Bash gostava daquela sua nova atitude.

– Tenho de ir. Obrigada por este momento. – Ele levanta-se e caminha em direcção à floresta sangrenta. Mary suspira e observa-o, ela sentia-se tão culpada por toda aquela situação. Mary levanta-se e sacude o pó do seu vestido e começa a caminhar em direcção ao castelo. Ela entra e repara que Nostradamus se dirige a ela num passo apressado.

– Preciso de falar consigo, sua alteza. – Ele declara fazendo-lhe uma pequena vénia.

– Fala. – Mary pede esperando que ele começe a falar.

– Em privado, por favor. – Ele faz uma pausa. – É extremamente importante e urgente. Ninguém pode ouvir-nos.

– Vêm, falaremos nos meus aposentos.

Nostradamus e Mary caminham juntos embora Mary esteja um pouco nervosa. Depois de tudo, ele admirava-a e sabia que ela era uma boa pessoa e não merecia tão terrível destino. Ela abre a porta da biblioteca silenciosamente e entra. Ela sabia que aquele sitio era extremamente privado e que praticamente ninguém entrava naquela sala.

– Estamos seguros aqui. – Ela garante. – O que é tão importante?

– Eu tive uma premonição. – Mary ergue uma sobrancelha elegantemente tentando perceber aquilo que Nostradamus vira. – Se casares com o Francis ele morrerá. – Nostradamus disse e viu que a expressão de Mary mudou para uma de profunda tristeza.

– Oh… agora compreendo. – Mary afirma montando as peças num puzzle na sua cabeça tentando permanecer forte. – Obrigada por me contares. Podes ir. – Ela ordena para que ele, a deixa-se sozinha. Ele deixa a biblioteca e Mary cai chorando, sentindo aquela dor cortante no seu peito. Ela tinha de fazer o que estava certo. Afasta-lo para o salvar, para salvar a sua vida. Mesmo que ela não estivesse com ele… qualquer coisa era melhor do que vê-lo a morrer ou pior… vê-lo morto! Ela não o suportaria. – Eu não quero… mas tenho que te deixar, Francis. – Ela diz num soluço e seca as suas lágrimas com a manga do seu vestido.

***

Mary parte em direcção aos aposentos da rainha Catherine pedindo uma adição. A rainha já o esperava. Ela sabia que a Mary não desistiria tão facilmente do seu filho porque já reparara na forma como eles se olhavam. Era inevitável. E, é então que Mary entra no quarto da rainha.

– Dizei-me porque é que devo acreditar que aquela profecia é verdadeira. Dizei-me porque devo acreditar nela!

– Porque eu vi acontecer tudo o que ele previu. – A rainha diz olhando-a seriamente na cara. – E eu sei que farás a coisa certa a fazer. – Catherine admite com um olhar sério mas uma expressão triste. – Eu sei que o amas demasiado para o veres morrer, por favor, poupa a vida do meu filho. – Ela pede-lhe tornando a sua expressão ainda mais triste. – E se pensares bem em todas as premonições que ele te contou desde que chegastes… saberás que isso já aconteceu.

– Eu não acredito em nada disto! – Mary afirma de forma cortante.

– Eu também não queria acreditar mas vi-o com os meus olhos. – A rainha admite. – Pensa nisso e tudo ficará claro como água na tua cabeça. – Ela faz uma pausa antes de continuar. – Eu não te daria uma arma tão poderosa contra mim se não acreditasse. Se contares isto ao rei, ele terá motivos mais que suficientes para me decapitar a mim e ao Nostradamus. – Mary assente com a cabeça. Ela sabia que ela estava a ser sincera e verdadeira mas era tão difícil acreditar em tudo aquilo.

***

Mary caminhava silenciosamente por aqueles corredores sem saber o que era a coisa a certa a fazer. Ela não tinha força para deixar o Francis sem uma ameaça real. Ela recorda-se de tudo como se fossem flashs a passar rapidamente na sua mente… recordou-se de tudo o que Nostradamus previu na noite do banquete. “Tenho de falar com as minhas amigas.” Ela pensa para si mesma, apressando o passo e sem querer esbarra-se com Olivia no caminho. Ela não podia demonstrar que estava preocupada porque sabia que ela usaria isso contra si.

– Ganhaste, parabéns. – Olivia diz cortante, com ódio no olhar. – Mas nunca o amarás como eu amo.

– Tens razão, Olivia. – Mary assente e faz uma pausa para que ela retivesse as suas próximas palavras. – Porque eu amo o Francis desde criança e amá-lo-ei até ao dia que morrer. – Mary confessa honestamente. – E nunca o deixarei se isso o fazer feliz. Aceita que significaste muito para ele no passado, aceita que ele se apaixonou por mim. – Mary discursa apaixonadamente, demonstrando suavidade e seriedade. – porque essa é a única forma que tens de ser feliz. Tem uma feliz e boa vida, Olivia. – Mary conclui e tenta passar por ela mas Olivia agarra-lhe o braço não a deixando ir.

– Não sabeis nada, sua alteza. – Ela continua sendo agressiva e Mary apenas a observa olhando para a mão dela agarrada ao seu braço. Naquele momento, Francis aparece colocando a mão no ombro da Mary olhando directamente para Olivia.

– O que é que aconteceu? – Ele pergunta.

– Estava apenas a desejar uma feliz vida à Olivia. – Mary declara protegendo-a de tudo o que se passara, de tudo o que dissera e fizera.

– Obrigada, sua alteza. – Ela diz fazendo uma pequena vénia para disfarçar e começa a afastar-se. Francis espera que ela desapareça do seu raio de visão para agarrar gentilmente os braços de Mary virando-a para ele.

– Procurei-te por todo o lado. – Ele confessa pondo agora aquele sorriso galanteador na cara. – Olivia vai para Val-de Marne.

– A sério? – Mary pergunta começando a florescer um sorriso no seu rosto.

– Sim, é verdade. – Ele concluiu olhando para o sorriso de Mary e por um momento, ela esqueceu tudo que queria esclarecer com as amigas. Mary deixa-se levar pelo beijo que Francis lhe dá, um beijo apaixonado e profundo e de uma forma que ela não desejava que ele não parasse.Mas ela sabia que eles não poderiam ir mais longe mesmo que o desejasse assim tanto. Ela tinha que pensar na sua aliança, no seu país… ela é uma rainha e tinha de agir como uma, ela tinha de ser o exemplo assim como ele. Ele afasta-se um pouco para olhar para a sua expressão. – Amo-te.

– Amo-te e nunca me cansarei de ouvi-lo da tua boca. O que quer que aconteça quero que saibas que sempre te amarei.

– O que é que vai acontecer? – Francis questiona levantando uma sobrancelha confuso. – Nós estamos juntos e ninguém mudara isso.Sou teu, sem nenhuns termos. – Ele garante passando a sua mão na sua cara num gesto de carinho. Mary abre um sorriso mas Francis já a conhecia e sabia que alguma coisa a incomodava. – No que é que estás a pensar? – Ele pergunta.

– Apenas…– Mary começa mas faz uma pausa tentando pensar depressa numa desculpa. Ela não lhe podia contar das suas suspeitas sobre aquele assunto, um assunto em que nem ela própria acreditava. – Que já passamos por tanta coisa que talvez este tipo de felicidade seja apenas permitida a deuses e não a reis e rainhas.

– O futuro é nosso para construi-lo da forma que queremos, Mary. E, apesar de tudo o que passamos nestes meses, nós merecemos ter o nosso tempo, ser felizes. – Ele sorri para ela colocando ambas as suas mãos na sua cara acariciando-a. Mary concorda assentido com a cabeça e força um sorriso. – Tenho de me ir mudar para o jantar. – Mary conclui beijando-o nos lábios, continuando a sorrir. Ele puxa-a para ela dando-lhe outro beijo.

– Esperarei por ti. – Ele diz deixando-a ir.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.