Um dia, na segunda semana de namoro, Félix acordou na casa de Niko, como já era seu hábito.

Durante o café da manhã, ele viu que tinha uma marca de chupão enorme no pescoço do Carneirinho. Lembrou dos momentos mais quentes da noite anterior, uma noite bem selvagem que passaram, sorriu e não comentou nada. Até porque era sábado, não tinha escola, e Jayminho estava tomando café com eles.

Minutos após a refeição, Félix despediu-se e foi para a mansão de Pilar, cuidar de assuntos do pai, ver como ele estava. Niko foi trabalhar e o dia seguiu normal.

No início da noite, Félix foi até o restaurante do namorado pois haviam combinado de jantarem juntos ali. Quando Niko sentou à mesa com ele, Félix olhou e percebeu que a marca no pescoço do Carneirnho ainda não havia desaparecido. Ao contrário. Estava ainda maior e bem visível, grande e roxa. Ele riu pensando: - Não acredito que ainda esta ai.

Niko percebeu.

— O que foi Félix?

— Estava olhando o seu pescoço, tem praticamente uma tatuagem escrita “propriedade de Félix Khoury”.

— Oi?

— Tem uma marca, Carneirinho. Minha marca. Digo, eu te marquei... carimbei... enfim...

— Como assim?

— Tem um chupão no seu pescoço. Pronto, falei.

Niko ficou preocupado, disse que ia até o banheiro para olhar. – Está aparecendo? Dá pra notar? Está grande?

Félix explicou que ele não conseguiria ver nada. A marca estava localizada em um local onde a própria pessoa, olhando-se no espelho, não consegue perceber.

E ele aproveitou para confessar que já tinha notado pela manhã.

— Por que não me falou, Félix?

— Achei que ia sumir... mas só ficou maior e mais roxo. – Riu.

— Minha Santa Virgem! Então todo mundo está vendo isso desde cedo... você devia ter avisado.

— Pra que? Sinceramente... quase nem se nota... E também qual o problema?

— Você falou que está maior, deve dar pra ver sim.

— Somente se alguém ficar te olhando muito... prestar atenção no seu pescoço... aí sim, vai perceber que a noite foi puro fogo! – Riu de novo.

— Agora está explicado.

— O que está explicado?

— Nada... deixa...

Niko tentou esconder mas Félix quis saber. Depois de tentar mudar de assunto sem sucesso, ele acabou contando que Eron havia estado lá mais cedo para almoçar e ele sentou-se um pouco, com o ex companheiro, para conversarem. Em um determinado momento, Eron, que parecia animado, mudou, ficou quieto e parecia até mesmo triste.

Félix ouvia a história calado. Niko prosseguiu:

— Eu me virei pra falar com o Edgar, que veio dizer que tinha um problema na cozinha, e fiquei assim por um tempo, nessa posição, com esse lado do pescoço virado pro Eron...

Félix Bateu com os hashis na mesa.

— E aquela lacraia, que certamente estava te olhando mais do que devia, acabou percebendo o chupão!

— Ai, Félix... não devia ter contado. Sabia que você ia brigar porque ele veio aqui, sentei com ele...

— Eu? Brigar? Eu sei que não preciso ter ciúmes de você com aquela criatura! Adorei saber, isso sim. Aquela lacraia teve o que mereceu. Quem olha o que quer, vê o que não quer.

Niko contou que estava intrigado até aquele momento com o comportamento do ex companheiro. Eron nem chegou na metade da refeição e disse que ia embora, deixando o barco de combinados quase cheio. Alegou que estava indisposto e afirmou que outro dia voltaria para almoçar melhor.

— Ele saiu daqui realmente estranho, abalado... e eu não conseguia entender a razão. Pensei que não tinha gostado do sushi, do sashimi... sei lá! Eu cheguei mesmo a achar que havia sido por causa da comida...

— Niko.

— Hã?

— Vamos combinar que foi mesmo. Foi mesmo por causa da comida. Mas não pelo seu sushi, nem sashimi... foi outro tipo de comida, Carneirinho! - Gargalhou com vontade.

Niko olhou para os lados, varrendo o ambiente com os olhos buscando ver se algum cliente ou funcionário havia escutado alguma coisa. Sem graça, ele colocou a mão no pescoço, cobrindo o hematoma.

Félix retirou a mão dele dali. – Deixa de ser bobo. Quem nunca viu não sabe o que é, e quem já viu não se assusta. - Beijou aquele lugar e, em seguida, balançou os braços no ar, como quem comemora:

— Eeeeeeehhhh! – Simulando um grito, gritou sem som: - Perdeu, lacraia!

— Seu bobo. – O Carneirinho riu.

— Agora ele sabe que você tem alguém. E saiba você que esse alguém também quer um chupão hoje a noite!

— Félix...

Voltaram a jantar, trocando olhares e já imaginando que aquela noite seria novamente quente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.