Cenas Inéditas Feliko

Banho quente, bem quente!


Félix dormia na casa do Carneirinho pela segunda ou terceira vez, era bem no inicio do namoro. De manhã eles acordaram, ficaram se pegando na cama e quase transaram de novo, mas Niko decidiu levantar. Disse que já era a hora, estava ficando tarde e foi para o banheiro, não sem antes chamar Félix, que fez manha, se espreguiçou igual um gato, pediu mais tempo, tentou agarrar Niko de novo... enfim, O Carneirinho desgarrou-se e fugiu, ou se atrasaria de verdade.

— Não quer levantar? Fica aí então. Eu preciso correr porque tenho filhos, sabe? Tenho família, um restaurante, responsabilidades. – Niko foi direto para o banheiro.

Quando Félix resolveu deixar a cama, depois de protestar um pouco, ele foi até lá e encontrou Niko de pé, lendo uma revista. Foi uma visão e tanto, ver seu Carneirinho ali, daquele jeito. Uma coisa chamou sua atenção imediatamente: uma excitação que se podia ver através da calça de pijama.

— Carneirinho, o que é isso?

— Isso o que?

— Saiu lá da cama, quando eu estava pegando fogo, e veio pro banheiro... finalizar sozinho? Sinceramente... larga essa revista, Niko! Veio pro banheiro ver foto de homem pelado, é o apocalipse!

— Oi? Que foto de homem pelado?

— Aí na sua mão, criatura! Nessa revista erótica, pornô... Qual é essa aí? A G Magazine, ou a H? GT? Não vai me dizer que é a DNA, saiu a nova ediçao? Ou você gosta de bofes latinos, é a revista Hombre? Aquela americana, a Attitude, não é pornô mas é boa também, tem fotos lindas mas é mais soft. Se quiser bem pesada mesmo, fotos explícitas tem a...

— Félix, isso aqui não é o que você está pensando!

— Não? Ah...

— Não! É uma revista de culinária.

— Jura?

Niko mostrou a revista para o namorado, Félix viu a fotografia de um prato que parecia saborosíssimo. Era de lamber os beiços e de comer de joelhos, mas não tinha nada a ver com sexo. Félix espantou-se.

— Mas... pelas contas do Rosário! Carneirnho, se você fica assim lendo receita de risotto, ou o passo a passo de como confeitar um bolo... não quero nem imaginar como você ficaria vendo um filme pornô... ai, me deu até calor!

— Se eu fico assim... Assim como?

Félix passou por ele e tocou sua mão lá, na parte excitada do loirinho cacheado. - Assim, desse jeito...

Niko riu.

— Félix... eu não leio essas coisas. Nem conheço, nunca vi revista pornô gay... nem hetero, obvio! Estou assim desde que saí lá da cama... mas já vou entrar no banho, tá? Um banho frio e isso passa.

Félix se animou.

— Passa? Ah, não, não dispensa isso aí... Niko... deixa eu ir junto pro banho? Hein? Mas um banho quente, banho frio é uó!

— Não senhor, olha a hora...

— Carneirnho... só um pouqinho.... – Félix foi beijando e empurrado ele até o chuveiro, retirando aquela calça de pijama. Quando Niko deu por si, estavam já debaixo d'água

— Ai... Félix... ta bom... vem... mas é rapido... é ráp...

Niko não falou mais nada. A coisa esquentou, esquentou mais ainda... mas quando estava pegando fogo, prestes a incendiar, os cachos ativaram. Um pensamento veio martelar sua cabeça, de cima.

— Felix ... Félix... espera... para... – Niko foi afastando-se

— Niko...- A água escorria neles dois, Félix estava concentrado, dedicado ao que estava fazendo, quase pronto para partir para outro planeta... – Impossivel parar, Carneirinho...

— Espera, Félix...

— Esperar o que? Meu Carneirinho gostoso...

— Félix... é sério!

Então Félix percebeu que o Carneirinho estava estranho e parou. Muito à contra gosto. – Que foi Niko? Como você me pede para parar e esperar numa hora dessas...

Niko foi direto:

— Você conhece tantas revistas assim? Você lê revistas com homens nus e até pornô?

Félix nem acreditou no que ouviu.

— Oi? Sério? Sério que você parou pra perguntar isso? Criatura... Sinceramente...

— Ai, Félix.... fiquei com isso na cabeça, não consigo me concentrar.

— Mas eu devo ter tocado...

— Corneta no Sermão da Montanha... já sei. Fala, anda, voce compra muitas revistas eróticas... pornô?

— Eu? Eu não compro... nem conheço... estava brincando, Carneirinho ... vem! Anda... olha a hora...

Félix puxava o Carneiro pra ele.

— Vai ficar tarde, Niko... vem cá...

Mas o Carneiro se afastava.

— Ah é? Nem conhece, mas falou o nome de varias delas. - Disse cruzando os braços, batendo o pezinho no chão, fazendo bico e olhando para o lado.

— Niko... eu inventei aqueles nomes... É, eu inventei! Olha, eu vou já perder a paciencia, porque a vontade não perdi... ainda! Vem cá!

Félix o puxou de novo, mas Niko estava arredio.

— Félix, não pensa que me engana não. Porque eu bem sei que aqueles são sim, nomes de revistas que são cheias de fotos de homens pelados, ta? Fica com essa!

Niko sorriu, pegou o gel de banho e começou a passar nele, se ensaboando, se fingindo indignado e se achando o esperto porque pegou Félix na mentira. Até começar a ensaboar Félix também e se chegava, querendo recomeçar.

Félix pensou, parou e fechou a água.

— Espera ai, senhor Nicolas! Então aqueles são mesmo nomes de revistas?

— São! Eu sei que são, tá?

— Ah, é? Falou aquele que disse que não lê essas coisas, nem conhece, nunca viu revista erótica ou pornô... nem gay, nem hetero!

Niko ficou sem graça, vermelho como um tomate e acabou dando uma risadinha.

— Carneirinho voce não engana ninguém, ninguém! – Félix se fingiu de brabo. Mas logo derreteu-se. – Você merece um corretivo, meu Carneirinho safadinho.

A água morna voltou a escorrer sobre eles e a coisa esquentou de novo. Pegou fogo, incendiou!