Era véspera de Natal e muita correria e agitação seguia na oficina. Embalar os últimos presentes, revisar se tudo estava no saco e já a caminho do trenó, preparar a roupa de Natal de Norte, manter os duendes fora de problemas... Havia muito a se fazer, antes da noite em que o Papai Noel teria que sair e passar o mundo entregando presentes.

Mas este seria um Natal diferente! Este seria o Natal que os guardiões celebrariam juntos pela primeira vez! Jack não celebrava o Natal desde que era humano, estava na lista ruim de Norte afinal; mas este ano seria diferente e ele não poderia estar mais animado.

Passou seu tempo pensando em como presentear cada guardião e sabia que os outros faziam igual. Todos tinham suas obrigações a cumprir, portanto deixariam a entrega de presentes com Norte e se encontrariam na tarde de Natal para celebrar. Para terminar seus presentes, procurou por embrulhos na oficina, divertindo-se imensamente com o processo – a máquina que fazia os embrulhos tinha inúmeras estampas e formatos e fitas dos mais variados estilos e cores.

Terminou e entregou os quatro embrulhos a um dos yetis que fazia a separação dos presentes. Para aproveitar sua véspera de Natal, até a hora de dormir, Jack decidiu sair e divertir-se com o vento pela encosta das montanhas e levar neve aos locais do mundo que precisavam para ver crianças e adultos aproveitarem. Aproveitou seu dia ansioso para o amanhã e voltou a oficina a tempo de ver Norte decolar com as renas.

Com a chegada oficial do Natal, os guardiões acordaram animados pelas surpresas que aguardavam – cada um fez uma pequena árvore de Natal sob a qual Norte deixou os presentes na noite passada.

Na toca do Coelhão, ele tentava decidir qual embrulho dos três abriria – sabia que Sandy entregaria o seu pessoalmente de noite. Decidiu começar por um bem engraçado, azul com cenouras sorridentes e uma fita verde. Abriu encontrando uma bela escultura de gelo onde, em um suporte com o formato de um bumerangue, um coelho segurava um ovo decorado, haviam delicadas pontas na base representando a grama, flores com ovos e alguns pequenos ovos com finas pernas em meio a grama.

Era muito bonita e ele sabia muito bem que Jack era quem tinha feito – o guardião mais jovem realmente se divertia fazendo coisas a mão, para dar vida a suas ideias e sem dúvida seria engraçado quando descobrisse seu presente.

Passou para um outro embrulho reluzente com uma flor no topo – certeza que era da Fada. Haviam varias flores diferentes e belas, de um rosa delicado, que ele poderia usar para decorar sua toca. Eram muito bonitas e tinham um perfume agradável e suave.

O terceiro embrulho era laranja, com coelhinhos e uma fita azul – só podia ser de Norte. Abriu para encontrar um novo bumerangue, com a gravura de pequenos coelhos intercalados com cenouras nas bordas. Eram lindos presentes e Coelhão tratou de arruma-los em sua toca.

No castelo da Fada dos Dentes, ela via suas fadinhas aproveitarem o vento suave, com o perfume daquelas flores diferentes e o globo de neve musical que preenchia a montanha – estava muito animada por elas! Olhando sob sua árvore de natal, decidiu começar por um embrulho colorido com desenho de penas.

Nele havia uma bela saia colorida e desenhada como a aurora – combinaria muito bem com suas penas e ela foi experimentar. Achou muito linda com aquele brilho padronizado que lembrava suas penas – certeza que deveria ter sido de Norte.

Buscou outro embrulho e viu que era uma cestinha colorida, com uma fita dourada e três ovos especiais, emplumados e coloridos – achou linda a ideia do Coelhão. Pegou primeiro o ovo da direita, que estourou com o outro a esquerda em várias flores perfumadas. Ela então foi ao ovo do meio, que pode abrir para encontrar uma linda escova de madeira com cerdas macias e finas – experimentou em suas penas, sentindo aquela suavidade relaxante e delicada.

Apenas faltava um embrulho, que a fez rir da estampa de fadas com uma fita rosa – este era o de Jack e ela o abriu. Ali estava uma delicada escultura, representando seu lago e a árvore florida ao lado, com ela e suas fadas em meio a pétalas de flores. Era um delicado e lindo trabalho em gelo, que ela cuidadosamente carregou até suas fadas para admirarem.

No coração da oficina, a árvore de natal gigante tinha vários presentes em baixo e Norte procurou os seus – estes os yetis haviam organizado já na véspera. Encontrando o primeiro, viu que era uma embalagem brilhante em vermelho com padrões circulares ao reflexo da luz e uma fita branca – tinha que ser da Fada este.

Abrindo, encontrou um tipo especial e resistente de madeira para criar suas esculturas! Era algo bem raro de se achar e que ele já dava espaço a sua imaginação de quais belezas criaria com ela. As possibilidades eram infinitas e cada uma mais incrível que a outra.

Passando mais uma volta pela árvore, viu um divertido embrulho, vermelho e verde, com os yetis, duendes e biscoitos de estampa e um laço dourado – a piada foi divertida e tinha que ser de Jack. Abriu surpreso com o detalhado trabalho que encontrou! Um monte tinha sua oficina completamente detalhada, com a saída de sua pista de voo, ele no trenó com as renas e até yetis e duendes em algumas janelas. Eram detalhes extraordinários que ele poderia admirar a vida toda sem cansar, naquela escultura de gelo.

Norte saiu para guardar a escultura e a madeira antes que se danificassem na festa dos yetis e duendes, para depois voltar e procurar o último embrulho. Conseguiu achar a cesta decorada em fitas vermelhas com ovos pintados com árvores de natal, duendes e yetis. Pegou o ovo a esquerda da cesta, vendo-o estourar com outro em cristais coloridos que preencheram sua volta.

Vendo os duendes se divertirem nas cores e brilhos, pegou o ovo do meio e abriu para encontrar seus tipos favoritos de biscoito e bengalas doces – seria um prazer saborear cada um!

Jack acordou muito animado e foi diretamente ver sua árvore de natal – admirando cada embrulho diferente que tinha ali. Decidiu começar pela cesta enfeitada com fitas azuis claras e de ovos decorados com cristais de gelo e brisas em diferentes tons de azul e branco.

Pegou o ovo do meio, tendo os outros dois correndo por seu quarto até nas paredes. Jack fez todo esforço possível para pegá-los – foi divertido perseguir os ovos e ao conseguir pegar um, vê-los estourarem em cores diversas formando padrões com o vento. Depois conseguiu abrir o ovo que já tinha pegado, encontrando uma estátua sua de pedra, pintada detalhadamente com o reflexo dos padrões de gelo que ele gostava de criar ao toque da luz.

Jack estava surpreso, pois Coelhão fazia sim vários trabalhos a mão, mas não esculturas como aquela. Deveria ter dado muito trabalho! Apoiou sua escultura ao lado de sua cama e decidiu abrir o embrulho branco com cristais de gelo azuis e uma fita prateada – deveria ser de Norte.

Dentro estava uma boneca como a dele, de várias faces, até chegar a seu cerne – imediatamente Jack começou a abri-la. A face de fora era ele com seu capuz, misterioso; em seguida sem o capuz, sorrindo com olhos para o céu, despreocupado (Jack começou a rir); a outra face tinha ele com uma expressão serena com o vento a sua volta, livre; depois ele encontrou uma sua com a cabeça baixa e as mãos no coração, sentimentos (ele sentiu um misto tocante de profundidade e satisfação com aquela face); por fim, ali estava a que mais o divertiu, uma pequena forma sua, com seus cajado desenhando padrões de gelo e sua expressão de divertimento, seu cerne da Diversão.

Colocou as faces do boneco de volta e posicionou ao lado do presente do Coelhão, direcionando sua atenção para o último embrulho – um com brilho branco e azul e uma fita aparentando um floco de neve no topo. Encontrou um pequeno e lindo vitral em forma de um cristal de gelo! Era muito bonito e Jack sabia exatamente onde o colocaria: a frente de sua janela para que as cores iluminassem seu quarto em certas horas do dia.

No céu, em uma nuvem grande onde um quarto aconchegante estava armado, Sandy aproveitava sua rápida pausa entre os sonos e sonhos das crianças para abrir seus presentes de Natal. Decidindo começar por um embrulho amarelo repleto de desenhos em gliter dourado, que variavam entre animais, fantasias e cenários extraordinários.

Era bonito e engraçado o embrulho, que revelou uma bonita surpresa a Sandy quando abriu. Era um globo de gelo, com cristais cintilando como estrelas, uma escultura de neve dele era rodeada de correntes finas de vento e neve, imitando sua areia. Era um trabalho cuidadoso e lindo.

Vendo outro embrulho muito bonito, de fundo escuro e estrelas como o céu noturno e um laço laranja, abriu para encontrar um novo travesseiro, que poderia levar a qualquer lugar – ele tinha um encaixe para o pescoço e era extremamente macio e confortável! Definitivamente ajudaria Sandy em suas rápidas pausas a descansar – certeza de que Norte o havia feito.

Outro embrulho era dourado com pontinhos pratas por sua extensão – a Fada gostava destes padrões, portando deveria ser dela. Ali havia uma colcha gostosa, quentinha, fofa e colorida – era perfeita para substituir a antiga dele e já estava dando vontade de usar para dormir.

Por fim encontrou uma cesta escura, decorada em padrões pontilhados pratas e dourados, com fitas brancas e amarelas e ovos com desenhos dourados nos mais diversos padrões ondulados – eram lindos e ele escolheu ver o ovo do meio; surpreendendo-se quando os outros estouraram em pequenas e finas pedrinhas brilhantes. Estas faziam um agradável e delicado som ao tocar uma superfície ou uma a outra – ele deixou seu pó dos sonhos brincando com as pedrinhas para apreciar o som.

Sandman abriu o outro ovo e encontrou um pólen perfumado no interior. Ele decidiu aproveitar e ficou movendo o pólen, suas pedrinhas e a areia dourada em diferentes esculturas e designs pelo quarto – era uma maravilha e uma brincadeira da qual ele não se cansaria jamais.

Durante aquela tarde de Natal, houve muita conversa e risadas até o anoitecer; quando decidiram passar a noite de Natal ali na oficina de Norte mesmo. Ao irem dormir, Sandy veio entregar seus presentes.

No quarto de Norte, deu vida a seu sonho – um passeio veloz em seu trenó, no céu desenhado pela aurora boreal e com a Lua cheia alta, que fez o guardião do encanto rir satisfeito. Outro quarto, que era mais aquecido, encontrou o Coelho da Páscoa dormindo e fez o mesmo – mostrando um divertido sonho de ovos cantantes e cenouras dançantes, que o fez grunhir em um sorriso suave.

Em outro quarto estava a Fada dos Dentes e ele mostrou seu sonho – um mar de dentes diversos, com suas fadas e mais dentes vindos do céu, fazendo ela sorrir permanentemente no sono (ele riu muito com aquele sonho). Por fim foi ao quarto de Jack e deu vida a um tocante sonho, do qual não sabia se ele realmente gostaria de acordar – ele, os guardiões, Jamie, Sophie e sua família estavam reunidos e se divertindo. Era o sonho especial de uma criança e que deu ao guardião da diversão uma serena, satisfeita e feliz expressão.

Pela manhã, os guardiões deram pela falta de Jack e foram até seu quarto, sendo impedidos por Sandman fazendo um sinal de silêncio para todos. Cuidadosamente, Coelhão abriu a porta e eles puderam admirar o sonho que Jack tinha! Um lindo sonho, dele unido a seus companheiros, amigos e familiares. Eles o deixaram dormindo, para aproveitar seu sonho, e se despediram para retomarem suas funções.

Aquela celebração tanto ensinou sobre si mesmos, como veem um ao outro e sobre cada um, que jamais seria esquecida, levando aquele encanto no coração para as próximas celebrações que teriam juntos.