Caçadora de Demônios

As Perguntas Começam.


Estava me acostumando com a rotina de ir para o colégio com o Kentin.

Iniciamos com a matéria escolar. Senti falta do Dajan. Nathaniel disse que ele estava treinando com o time de basquete e tinha passe livre pra chegar mais tarde na aula. Percebi que nem o Lysandre nem o Castiel estavam presentes. No intervalo outras duas garotas vieram falar com a gente. Uma alta, cabelo curto, morena e com tom esmeralda lindo nos olhos. A outra diferenciada pelo cabelo roxo, parecia uma boneca. Kim e Violette.

Conversamos e a maioria das piadas era Kim quem contava ou fazia serem mais engraçadas.

No final dos tempos fui para o meu armário guardar alguns livros, mas notei que faltava um e pensei que poderia estar na sala de aula, então disse para o pessoal que poderiam ir sem mim. Ken já havia me dito que precisaria passar no mercado, de todo modo ele não precisaria me esperar.

Voltei pra sala de aula e fui procurar meu livro. A sorte é que eu o deixei embaixo da mesa e ninguém tinha notado. Saí da sala e percebi que não sobrara mais uma alma viva nos corredores... gente apressada... Me apressei pra ir embora também sendo interrompida por um barulho de porta batendo no ginásio. Como o Dajan não apareceu na aula pensei que era ele e fui ver. Cheguei no ginásio e estava vazio. Talvez ele tenha ido embora e fui fazer o mesmo, mas ouvi o barulho de novo e quando me virei algo pulou em cima de mim, me derrubando com tudo no chão. Comecei a gritar e a me debater, mas aquela coisa era forte demais, com algumas olhadas rápidas distingui o que era aquilo... era... não, sem chances... um lobo...enorme!

A fera não me arranhou ou alguma coisa assim, estava com as patas no meu rosto como se quisesse me silenciar, mas não conseguiu. Continuei gritando por ajuda com todas as forças que eu tinha e então ouvi um barulho muito alto de tiro. Alguém correu em minha direção. O bicho caiu pro lado e eu me levantei o mais rápido que pude e recuperei o fôlego. Foi quando vi quem estava correndo e eram Lysandre e Castiel. Eu não podia acreditar! Lysandre estava com uma pistola e Castiel com uma coisa de prata, parecia uma adaga. Quando me viu ele pôs a mão no rosto e começou a resmungar alguma coisa. Não entendi direito, estava muito assustada com aquilo tudo. Lysandre guardou a arma e chegou perto do Castiel, disse algo em seu ouvido e o mesmo se aproximou de mim, guardando a adaga. Meu instinto só gritava "corre", e eu o faria se não tivesse sido impedida pelo ruivo que me segurou e me puxou contra ele me dando um abraço. Fiquei alguns segundos sem reação, imaginei que ele fosse me atacar ou sei lá , mas o cara me deu um abraço. Tentei me distanciar, mas senti uma pressão no meu pescoço e uma leve dor que foi me deixando fraca. Sem perceber me deixei cair e apaguei.

***

Tive um sonho com meus pais verdadeiros. Eles apenas me olhavam e sorriam.

Acordei, já era de noite. Eu estava na minha cama com uma compressa de água morna sobre a testa. Me sentei pensando o que tinha acontecido quando minha mãe entrou no quarto com uma bandeja contendo um copo de água, alguns comprimidos e uma tigela com sopa. Assim que me viu deixou a bandeja sobre a cômoda e me abraçou.

—Oh, filha! Que bom que você acordou, fiquei tão preocupada. —Disse terminando de me abraçar.

—Mãe... o que aconteceu? —Eu não tinha lembranças do que aconteceu depois que fui pegar meu livro na sala de aula. Havia um borrão em minha mente e tive o péssimo pressentimento de esquecer algo importante.

—Querida, você desmaiou no colégio e um de seus colegas te trouxe pra casa depois de passar na enfermaria. Pelo visto, você perdeu a consciência por queda de pressão. Já disse pra você se alimentar direito! Trate de ficar em casa amanhã, repousando. Já liguei pro colégio e os informei, liguei também pra casa do Ken e contei o que aconteceu, ele até veio aqui e te trouxe alguns biscoitos. —Disse minha mãe enquanto me dava colheradas de sopa na boca.

—Nossa, bem.. ok.. ficarei em casa amanhã... —Minha cabeça latejava a cada palavra. Me deitei depois da última colherada. Minha mãe se levantou para sair. —Espera, que colega me trouxe até em casa ?

—Ah, o nome dele era Lysandre, ou algo assim. Era bem educado, por sinal, e tinha um estilo... diferente. Boa noite, querida. —Respondeu fechando a porta do quarto.

Que? Por que Lysandre me traria pra casa e como ele sabia onde eu morava ?