Caçadora De Vingança

Capítulo 7 - Continuação


Quando ele se encolheu de dor seu braço me puxou e Ford pressionou o rosto contra minha barriga. Para não cair por cima dele eu apoiei a mão esquerda na mesa. Não tive outra escolha além de deixar a mão direita no outro ombro dele.

POV Ford: on

--No 3 – Julia me disse.

Eu só conseguia concordar com a cabeça porque estava com aquela porcaria de cinto na boca. Norton fez um de seus comentários inúteis e ela e Eli o mandaram calar a boca, o que foi muito engraçado. Quando ela falou comigo de novo eu só concordei.

--Um – eu a ouvi dizer e pensei: no três vou estar pronto – Dois...

E eu senti a dor. Nunca tinha sentido tanta dor em toda a minha vida. Minha vontade era gritar onde ela tinha deixado a merda do 3, mas eu nem conseguia me mexer. Todos os meus músculos se contraíram e eu perdi a noção do que acontecia a minha volta. Isso até eu sentir uma mão deslizar elo meu ombro esquerdo até a base do meu pescoço fazendo uma pressão leve.

--Calma – ouvi uma voz bem perto de mim dizendo baixinho para me acalmar – Já vai passar. Vai ficar tudo bem, já vai passar.

Depois disso foi como se tudo voltasse de uma só vez. Senti minhas unhas da mão esquerda arranhando a madeira do banco; meu rosto contra a camisa dela; um cheiro muito bom de menta e eucalipto e meu braço envolvendo a cintura de Julia e puxando-a contra mim. Ao me dar conta disso eu a soltei rápido me inclinando para trás assustado.

--E...eu...eu..n...não...eu não ia, quero dizer, não era minha intenção....err...eu, eu não – fiquei vermelho enquanto gaguejava tentando explicar que eu não tinha a intenção de segurá-la daquele jeito.

Ela não pareceu incomodada; tanto que só recuou um passo sem pressa nenhuma. Vi seu sorriso divertido e gaguejei tanto que não consegui dizer mais nada. Há anos ninguém me fazia gaguejar tanto.

--Está tudo bem – ela falou tranquilamente e eu comecei a me acalmar – Eu já sabia que você estava com vontade de me abraçar.

Ela riu divertida com a piada, mas depois de ver minha cara ela gargalhou. Pela primeira vez em anos eu tive vontade de procurar um buraco onde pudesse me enterrar. Acho que só não fiquei mais vermelho porque era impossível. Desde a época do colégio eu não me sentia tão envergonhado.

--Estou brincando, Cowboy – ela me disse quando conseguiu parar de rir.

--Não sou Cowboy – eu resmunguei olhando para o chão, ela não me levaria a serio mesmo.

A vi se afastar em direção a menina que ainda não tinha terminado de comer. Provavelmente porque ficou me vendo sofrer (N/A: Olaaaa Sra Ironia kkkkkkkkk).

--E aí? – ouvi Norton chamando minha atenção – Gostou do cheiro dela? – ele perguntou num sussurro e com um sorriso sacana quando o olhei.

--Dá um tempo, Norton – eu falei ignorando a pergunta dele que fez uma cara falsa de ofendido e saiu para pegar nossas coisas que estavam na outra mesa. Éli me estendeu minhas camisas com uma sobrancelha erguida e o inicio de um sorriso. E eu a conhecia a tempo demais para não saber o que aquele olhar significava. Ela estava me perguntando: “e então, gostou ou não?”. Eu tentei ignora-la e comecei a vestir a camisa, mas quem disse que alguém consegue ignorar Eliza Monteal. A mesma pergunta silenciosa continuava no rosto dela enquanto eu passava os braços pelas mangas da camisa branca. Ela não iria desistir e a minha única alternativa era dizer algo. Suspirei e comentei baixinho enquanto passava a cabeça pela gola da camisa:

--Menta e eucalipto é uma combinação muito boa, não acha?

Assim que terminei de falar a expressão dela mudou para um sorriso sacana e eu corei outra vez. Acho que isso já me aconteceu demais essa noite.

PESSOAS LEIAM AS NOTAS FINAIS