POV Narradora

Quando Julia e Ford entraram outra vez as três estão na cozinha com xicaras de chá nas mãos.

– E ai, como vai ser? Já se resolveu com o garoto? – pergunta Lia aparentemente calma e Julia mostra a língua para ela.

– Eu e o Cowboy vamos falar com o Krig, quero saber como ele fez as buscas e vou mostrar o que eu achei também – fala a garota se encostando numa parede – Tenho que confirmar umas coisas que me vieram à cabeça com esse desaparecimento da minha mãe. Xerife Peterson, eu agradeceria se você pudesse recuperar o boné do meu pai – pediu Julia olhando para Katerine que deu um meio sorriso confirmando com a cabeça que o faria – E Lia, tenta ir no lugar onde o carro alugado foi encontrado, a xerife pode te ajudar com isso. Eu sei que você pode acabar achando coisas que a policia não encontraria e não podemos nos arriscar a perder pistas que a Dona Amélia pode ter deixado pra trás.

– Aproveito também e investigo aquela área – falou Lia com uma expressão séria – Algo tem ali pra Am ter descido e largado o carro ali.

– Muito bem – disse Jessica chamando a atenção de todos – Acho que isso significa que as coisas vão se acalmar por aqui não é? É melhor eu preparar as coisas que vocês podem querer levar.

– Não vamos precisar de nada tia Jes – falou Julia sorrindo – Só de nós mesmos.

.......Horas depois.........

– Vamos lá Ford, montar uma pistola não é tão difícil – brincava Julia enquanto dirigia o seu carro pela autoestrada.

No banco do passageiro Ford tentava montar uma pistola .9mm enquanto ela dirigia e ouvia uma rádio local. Estavam indo em direção leste pela rodovia apenas Julia sabia pra onde.

– É fácil, quando você está numa mesa e não com as peças no colo dentro de um carro cujo motorista faz questão de dirigir como doido – resmungou o rapaz fazendo ela rir – Porque é que eu tenho que fazer isso mesmo??? Será que podia me lembrar??

– Porque se vai usar uma arma tem que saber ao menos como montar, desmontar e limpar ela – respondeu Julia sorrindo.

O sol estava se pondo e ele se perguntava se iriam parar para dormir. Aparentemente não já que a garota não parecia estar procurando um lugar para isso. Era quase meia noite quando ela finalmente parou. Ele havia conseguido montar a pistola e depois ela o havia deixado apenas ficar ali sem nada para fazer. Com o carro desligado Julia olha para o companheiro de viagem.

– Vamos dormir por umas 4 horas mais ou menos agora – ela diz se ajeitando no banco do carro.

– Porque não parou no ultimo hotel pelo qual passamos?? – ele pergunta apenas por curiosidade já que também começou a se ajeitar no banco para dormir.

– Porque não gosto de hotéis de beira de estrada – ela responde cruzando os braços e fechando os olhos – E porque é bom quando ninguém vê você quando se esta viajando com os destinos que eu geralmente tenho.

Enquanto isso Katerine e Lia haviam ido para a cidade vizinha. Com a ajuda da xerife Lia conseguiu ir até o lugar onde o carro havia sido abandonado sem levantar suspeitas. Mas não havia nada lá para ser encontrado; o que deixou a loira muito preocupada. Elas também tinha conseguido pegar o boné do pai de Julia também, mas ainda não haviam ligado pra a garota a fim de contar as novidades.

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POV Ford

Estávamos na estrada de novo. Julia sempre na direção, porque ela havia mesmo dito: “eu num vou deixar você dirigir meu bebe”. Ela ama mais esse carro do que a si mesma, é tudo o que eu digo. O sol já tinha nascido completamente quando o celular dela toca a musica Sweet Child O' Mine do Guns N' Roses.

– É a Lia – ela diz segurando o volante com uma das mãos e alcançando o celular no bolso interno da jaqueta e jogando ele pra mim – Atende e coloca no viva voz.

Peguei o telefone e atendi já colocando em viva voz.

– Oi Lia – falei calmamente segurando o celular perto do painel entre eu e Julia.

– Fala Lia, o que tem de novo? – perguntou Julia tentando parecer calma, mas dava pra ver que ela estava tensa.

– Conseguimos o boné do teu pai, garota. Ao menos quanto a isso você pode ficar tranquila – falou a voz da Lia – Mas fora isso não tenho mais nenhuma notícia – ela completou num tom triste – Se a Amélia desceu ali ela o fez para fazer algo e não queria ser encontrada ou alguém não queria que encontrassem o rastro dela. Não achei nada.

– Lia você não tem nem noção do porque minha mãe desceu do carro ali??? – perguntou Julia; vi os dedos dela apertarem o volante com força.

– Não Juli – Lia fez uma pausa – Eu vou tentar o que puder aqui e ver que informações sobre o lugar eu consigo. Faça o Krig procurar sobre isso também, com as coisas que ele tem lá pode acessar informações que eu talvez não ache. Vou mandar tudo o que encontrar pra ele também.

– Valeu Lia – Julia disse com uma expressão cansada sem tirar os olhos da estrada – Vou passar tudo pro Krig quando chegar lá. Té mais.

– Juli, vamos acha-la – Lia falou num tom firme.

– Eu sei que vamos. Beijo Lia.

– Fui – falou a voz de Lia no telefone e ela mesma encerrou a chamada.

– Lia tem razão. Nós vamos achar ela Julia – falei travando a tela do celular e devolvendo para ela que apenas apontou um lugar no painel onde eu deixei o aparelho.

– Eu sei, Ford – ela falou concentrada na estrada – Mas isso não impede que eu me preocupe.

– Eu sei que não – falei e então liguei o rádio – Sei de uma estação que pega por aqui que você vai gostar – falei mudando completamente o assunto o que a fez dar um sorriso em agradecimento.