POV: Dougie

Quando a Frankie me contou que tinha uma irmã que não conhecia eu imaginei que ela fosse tudo menos o que acabou sendo. Alice era linda, divertida e tinha os olhos mais verdes que eu já tinha visto.

Era adoravél.

Talvez por isso eu não a quisesse soltar quando ela me abraçou depois que fizemos uma surpresa com a decoração do quarto dela; ela cheira bem e eu gosto de abraços. E eu gosto de Alice. Não é uma combinação que você larga depois de dois segundos! É como abraçar pandas cheirosos usando camisetas do Blink-182.

Frankie dizia-se frustrada por não ter mais que três palavras da irmã caçula quando tentava puxar assunto e eu estranhava, já que nós quase pediamos pelo amor de Deus para que Alice parasse de falar. Nos primeiros dias era ela um poço de timidez e meio monossilabaca também, mas as semanas passaram e o monstrinho se soltou.

Só me restava assumir, para mim mesmo, é claro, que Frankie era chata com todas suas histórias sobre caras, bolsas e como ela ficava bem em determinada estampa. Não que ela falasse de ex-namorados para mim, mas eu sabia que ela era assim com a Rochelle, Una, Mollie e Vanessa. E a outra irmã, Victoria.

E a parte de comentar o quanto ela ficava bem em determinada estampa; essa era Frankie. Sempre contando vantagens sobre sua aparência, talento e dinheiro. Confesso que fiquei decepcionado quando a menina fofa do poster do S Club Juniors virou um robô. É, um robô. Ela estava ali mas parecia programada para agir, falar e ser daquele jeito. E de vez em quando eu sentia que era sobre isso que era nossa relação, mais uma manipulaçãozinha.

- Oi, broto, vem sempre aqui? - Aquele cheirinho bom invadiu o ambiente e a voz, que já havia se tornado conhecida, me fez sorrir antes mesmo de olhar para o lado e confirmar que era ela. - Só quando você vem. - Pisquei e ela deu uma gargalhada. Estava linda usando um short de cintura alta vermelho e camiseta caída no ombro do Pantera. De novo, cabelos presos em um coque. Alice tinha uma franjinha e longos cabelos castanhos, com algumas ondulações nas pontas e era baixinha. - O que você separou ai? - Apontou para a minha pilha de vinis. - Pink Floyd, Bryan Adams, Bon Jovi e Stones. - Seus olhinhos brilharam. - E você? - Perguntei, olhando para a pilha que alternava antre vinis e CDs. - CDs do Arctic, do MGMT, The Kooks, One Direction e Bare Bones do Bryan Adams. Vinis, eu também tô levando o Reckless do Bryan, dois do Bon Jovi, o The Wall, Lynyrd Skynyrd e essa belezinha de Nevermind. - Ela estava tão animada que chegava a ser engraçado. - Você quer ir no Red Hot Chili Peppers comigo essa noite? - Perguntei. Tinha ingressos, nós dois adoravamos Red Hot e todo mundo tinha compromissos. E mesmo que não tivessem, é meu panda cheiroso que usa camisetas de bandas que eu aprovo.

- Isso é o que eu chamo de proposta irresistivel. - Murmurou e eu ri. Pagamos nossas novas aquisições, e depois de quase arrastar Alice para fora da loja de discos, fomos comer no McDonalds.

- Cara, se isso é feito de minhoca, minhocas são deliciosas! - Ri denovo. - Eu super concordo. Aqueles passáros, eu entendo eles.

- E os peixinhos. - Fez um biquinho fofo enquanto tomava um gole dos seus 500ml de Coca-Cola.

- É, e os peixinhos!

Passei na casa dos Sandfords sete horas, para pegar Alice. Frankie estava em Paris, mas tomei o cuidado de ligar e avisar que ia com Alice para o Red Hot Chili Peppers para o caso de ela presumir ser um encontro e brigar com o panda. Não quero causar problemas para o panda.

Se não fosse isso, screw Francesca.

Depois de alguns minutos esperando-a na sala com Kevin e Viv, Alice desceu as escadas. Estava usando uma calça skinny preta, camiseta do Red Hot também preta - e decotada, e um casaco azul.

- Hoje que o Anthony fica feliz! - Elogiei e ela gargalhou. - Mas eu gosto mais de baixistas. - Falou sem pensar e corou absurdamente depois. - Na-não que eu goste assim tanto de baixistas é só que o Flea, o Flea é... - Tentou se explicar. - você entendeu. - Eu ri do tom avermelhado em suas bochechas.

- Vamos?