Cat Boy

O Quase Beijo do Óliver


— Dois... — E então eu furei o chão, um buraco em forma de losango, enfiei mais fundo e...


— Um! — E um jato refrescante subiu, a uma velocidade muito alta, secando a maioria dos vamfajros, Okpulpo controlou alguns jatos, desintegrando os que ainda jaziam caídos, todos se tranquilizaram, menos eu:


— O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTAVAM FAZENDO!!?


— Treinando você. — Sobre o que a princ&ss@ estava falando?


— COMO ASSIM?


— Testando a sua intuição, e nós sabíamos quando ela havia chegado.


— Como você sabe?


— A sua intuição está dizendo o quê?


E eu me imaginava entregando o alumínio transparente para um príncipe vestindo verde-e-amarelo.


— Entregar alumínio transparente para o Príncipe do Brasil.


— Nigra, providencie uma caixa com o selo da Ordem.


— Por quê?


— Intuição.


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Acordei sobressaltada às 8:00 AM, dormi por 3h, a missão na lua não foi a única coisa que me fez acordar de noite, pensei, um pouco, que aquilo era só mais um sonho, mas aí minha intuição me disse o contrário, e eu acreditei, continuei o ritmo lento da manhã, e ela passou em um piscar de olhos.


Minha escola é composta por duas “áreas especiais”, separadas por uma cerca, uma, a inferior e a superior (a cidade foi construída em cima de uma colina, coisa de gênio), a parte inferior tinha o “Bloco 1”, aonde ficava secretaria, a sala da diretora, a quadra coberta e as séries iniciais, a parte superior tinha a biblioteca, a informática, a administração financeira da escola, 8º e 9º anos, sala de recursos multimídia, e mini-quadra descoberta, ambas com pátios diferentes, o que os pirralhos e a cantina ficavam (Bloco 1), e o qual tinha duas árvores enormes (aonde meu irmão teve duas de suas “lutinhas”), é, era um dia normal, eu e meu irmão estávamos andando juntos pelo pátio, ele foi conversar com o Ólie, e eu com as meninas, a gente estava na maior fofoca, então, repentinamente, eu tive um devaneio:


Eu me imaginei saltitando de alegria, gritando:

— Essa é a maior novidade do mundo!

E então eu voltei à realidade, dizendo:


— Alguma novidade já por hoje?


— Não, nenhuma. — Disseram TODAS ao mesmo tempo. Então, a minha melhor amiga, Luíza, chegou correndo, e disse, ofegante:


— Tem alguém da realeza na escola...


— Essa é a maior novidade do mundo! — Que déjà vu. — Quem?


— Óliver. — Desmaiei.


Quando eu voltei a mim, Óliver, estava me envolvendo em seus braços...


[— FILHA DA...

— E ENTÃO ELE ME LEVANTOU, PERGUNTANDO...]


— Quer um pouco d’água?


— Obrigada. — Foi meio tenso o que se passou, todas as meninas estavam se esfregando no Ólie, e ele estava quase me beijando, até que o clima foi cortado pelos passos do Boris, e então ele falou:


— Você também? Fala sério, nem dava atenção a ele, sua dissimulada! — Ele viu até onde? Minha resposta foi instintiva:


— Olha do jeito que você fala comigo, tá? — Ele nem ligou.


­ — Você vem Olie, talvez ouvir o que a “Dupla Dinâmica” diz nas suas costas o ensine a guardar os seus segredos. Você ainda é judeu, a poligamia não lhe pertence. — A partir deste momento eu narro pelo que aconteceu depois da luta, depois do recreio.


Na aula, longe do Ólie, que estava com a psicóloga da escola, fazia um clima agradável, mesmo naquela tarde de inverno, Luíza não parava de me olhar, eu estava tipo numa consulta psiquiátrica, eu: “Queria que ele estivesse aqui”, e ela: “entendo” o dia “perfeito”... Até que um idiota estragou tudo.


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Um ser humano com partes de gato, de pelo preto com bolinhas amarelas, saltou o vidro do fundo da sala, correu, e abduziu a mim e à Annie, voltou a sair pelo buraco do vidro, ele escalou a parede da escola, e correu pelo telhado, outro “homem-gato” veio correndo atrás, ele era branco com manchas pretas e tinha olhos azuis.


Eu imaginei meu irmão correndo no lugar do gato siamês.


Saltávamos prédios e prédios, até que chegamos na casa do Ryan, que tinha uma área em construção, nos amarrou em cadeiras e nos prendeu lá em cima, então meu “irmão” caiu no chão, fazendo uma rachadura no chão, o outro gato foi na direção dele, e começou uma chuva de golpes, eles foram se movimentando, aí começou a luta de verdade, lutavam, golpeando e barrando os golpes um do outro, então um deles fez um movimento impossível, e o outro jogou ele no chão, com um enorme estrondo, eu, nem sei como, me soltei das amarras, e, antes que acontecesse uma tragédia, eu gritei:


Transformo! — E apareceu minha armadura, eu empurrei o amarelo para uma parede, com toda a força que consegui encontrar, um deles agora era o meu irmão, e o outro, o Roy, eu cheguei perto do Boris, puxei-o para cima e eu tive uma lembrança:



Eu estava na sala na casa da nossa avó, e Boris na garagem, que são cômodos vizinhos lá, eu cai do degrau que os separava, o degrau tinha quase 90cm, e eu batei de cabeça no chão, em cima de um prego, a área em volta estava rubra, e eu, semimorta, ele se ajoelhou perto de mim, e chorou, uma lágrima escorreu até a área da perfuração, o sangue e o prego sumiram, e nós fomos brincar como se nada tivesse acontecido...


Ele teve a mesma lembrança, e eu concluí que algo como aquilo acabara de acontecer. Tive outro pensamento:


Óliver estava usando uma malha sexy de super-herói, dentro de um helicóptero, e um gato siamês e uma jaguatirica entraram, e eu vi um letreiro escrito: Praça Santos Dumont.


Voltei à realidade e Roy se recompôs, então eu falei:

— Vocês brigando são uma piada, Olie também é super, e está esperando vocês para uma missão, o trabalho em equipe de vocês, é divino, eu levo Annie de volta, pulem o muro e vão para a praça Santos Dumont, ele tem um helicóptero lá.


[ — Tudo bem, agora só falta dizerem o que aconteceu no domingo para conectar as realidades.



— Boris, você ou eu?


— Pode ir Joline, finaliza aquela ceninha mágica.]