>Ben

O mundo foi destruído aos poucos, tudo foi tirado de mim sem que eu conseguisse fazer algo para o impedir. Eu estava totalmente perdido, apesar de ter apanhado a doença fui um dos que conseguiu escapar. Ainda assim eu estava perdido, até que o exército apareceu, como uma luz ao fundo do túnel.

Fui levado para a base de Writt Patterson, onde passei por vários testes até finalmente integrar um pelotão e começar a ser preparado para a guerra.

Hoje é mais um duro dia de treinos, estamos na parte exterior da base a fazer uma prova de obstáculos, enquanto me esforço para dar o meu melhor não posso deixar de reparar na rapariga que vai na dianteira da prova. Já não é a primeira vez que reparo nela, para dizer a verdade é um bocado difícil não reparar para além da sua beleza estonteante ela está sempre entre os melhores recrutas.

Qual não é o meu espanto quando o Reznik a apresenta como Ringer e como novo membro do meu pelotão, do pelotão do qual eu sou líder. Ela é dura e nunca sorri, mas em nome dos bons velhos tempos, dos tempos em que eu era o cara mais popular da escola, com todas as garotas que eu queria, eu ainda a vou conseguir fazer sorrir.

Apesar das minhas tentativas e de todo o tempo que nós passamos juntos é difícil fazê-la sorrir ou até mesmo saber mais sobre ela.

Após mais umas semanas de treinamento o Vosch chama-me ao Centro de Comandos e informa-me sobre a primeira missão do meu pelotão fora da base.

Estou nervoso, no fim das contas eu sou responsável pelos restantes membros do meu pelotão e grande parte deles são só crianças. O Sam está decidido que não vai, ele ainda é muito novo, eu até tenho de cantar para ele conseguir adormecer! A Teacup também é bastante nova mas ela é meio estranha, já a apanhei abraçada a uma arma como se fosse um ursinho de peluche! O Dumbo, o Oompa e o Flintstone são mais velhos e são mais são mais fortes, estão bem preparados. E a Ringer… bem a Ringer é o membro mais forte, ainda não consigo entender como é que não a puseram como líder. Também ainda não consegui arrancar-lhe um sorriso se bem que estive quase quando ela nos ajudou com a pontaria. Enfim, está na hora de ir…

Não.

Não era para as coisas estarem a acontecer assim.

A missão não correu propriamente bem, perdemos um membro do nosso pelotão e agora a Ringer está com umas suposições malucas. Nunca pensei que lhe pudesse dar a Dorothy logo a ela que é tão forte e determinada.

Por outro lado aquilo que ela diz faz algum sentido, todos os aparelhos que o exército tinha, toda aquela tecnologia, como é que eles arranjaram tudo aquilo em tão pouco tempo? Dizem até que roubaram algumas coias aos Outros, mas onde é que os Outros estão? Na nave-mãe? Assim sendo quem como é que conseguiram obter a sua tecnologia?

E se a Ringer tiver razão? E nós tivermos acabado de matar pessoas como nós, humanos e não Outros?

Quando ela tira o localizador é a gota de água.

Nós estamos a ser treinados para matar os últimos sobreviventes, para fazermos o trabalho sujo dos Outros, e não para salvar o nosso planeta…

—Estás a dizer-me que todo o teu pelotão foi abatido e que tu saíste totalmente ileso?- pergunta-me Vosch acusadoramente.

—Sim, senhor, quer dizer, eu levei um tiro.

—Um tiro que extraordinariamente não acertou em nenhum órgão importante?

Errr… eu acho que tive sorte…

—E que tal fazermos assim, tu paras de mentir e eu paro também.

Merda, ele sabe tudo. Depois de chegarmos à conclusão de que o exército é na verdade constituído pelos Outros e nos estão a usar para matar os últimos sobreviventes decidimos tirar os nossos rastreadores e fugir, mas depois eu lembrei-me do Nugget, eu não podia deixá-lo à mercê dos Outros. Então decidimos que eu voltava para o salvar mas que eles iam fugir e assim que conseguisse ia ter com eles junto com o Nugget. A Ringer deu-me um tiro algures na barriga de maneira a que não atingisse nenhum órgão importante e eu voltei para a base sozinho. É suicídio eu seu, mas ao tenho que ao menos tentar.

—Nós descobrimos tudo, você é um dos malditos Outros. O exército é uma farsa, vocês estão a usar-nos para matar os últimos humanos.

—Não estava à espera que descobrissem, mas então porque é que tu voltaste?

Assim que o Vosch acaba de falar a luz vai-se a baixo e uma das pessoas que está na sala informa-o de que estão sobre ataque. Ele olha para mim provavelmente para perceber se eu tenho alguma coisa a ver com isto mas eu estou tão chocado quanto ele. Ele ordena para me levarem dali para fora e acabarem comigo, mas eu consigo escapar, afinal aqueles idiotas andaram meses a treinar-me.

Agora é só encontrar o Nugget.

>Sam

A minha mãe partiu. O meu pai e a minha irmã abandonaram-me. Eu fiquei sozinho mas não por muito tempo, agora eu faço parte de um pelotão, sou um homem forte e vou matar os Outros todos.

Agora o meu nome é Nugget, e a minha família são o Zombie, líder do meu pelotão, a Ringer, um reforço, o Pouncake, o Oomp, o Flintstone e a Teacup.

Desde que entrei naquele autocarro muita coisa mudou, fiquei a saber que haviam outras crianças na mesma situação que eu, como a Megan, a menina que veio comigo no autocarro.

Aqui eu fui treinado, agora eu sei lutar, e os que mandam dizem que quando sairmos daqui vamos matar todos os que o aparelho que nos deram marcar como verde. Neste momento o resto do meu pelotão saiu em missão mas o Zombie prendeu-me nos balneários para eu não ir, ele disse que é o melhor para mim e prometeu voltar. Mas eu não acredito, ele está a mentir tal como a minha irmã me mentiu quando me deixou sozinho naquele autocarro e prometeu que me encontraria.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.