Casa de Chocolate

Capítulo único - Casa de Chocolate


Casa de Chocolate

De Dani Tsubasa

Peter pulou tranquilo pelos prédios até a casa de Gwen, agradecido que hoje fosse um dia em que os bandidos não estavam muito empolgados e ativos.

Diante de sua janela, bateu no vidro como sempre. Não recebendo resposta alguma, olhou para dentro, vendo a namorada deitada em sua cama, de costas para ele. Não era comum Gwen dormir a essa hora da tarde, tinha certeza que a encontraria lendo ou escrevendo uma de suas pesquisas no computador.

Puxou a janela para cima, grato por Gwen deixá-la aberta para ele, e pulou para dentro do quarto, deixando sua mochila e sua máscara de lado e indo até ela, estranhando a falta de reação até ouvi-la gemendo de dor. Isso o fez correr para o outro lado da cama e se agachar para ficar mais próximo da altura dela, vendo Gwen abrir os olhos e lágrimas escorrerem para o travesseiro. Ela estava apertando os pés juntos e segurando o ventre com as mãos, enquanto respirava de forma ofegante. Peter acariciou o topo da cabeça dela enquanto seu olhar buscava explicações.

- Me desculpa...

- Gwen, o que aconteceu?!

- Isso dói muito às vezes – ela lhe disse enquanto Peter secava suas lágrimas.

- Isso o que?

- Lembra daquela noite? Da história da casa de chocolate? O que eu inventei pra dispensar meu pai e ele não te ver aqui.

- Sim.

- Hoje é de verdade.

Gwen teve vontade de abraçá-lo ao ver o olhar do namorado se encher de compreensão e de afeto. Peter se aproximou para beijar sua testa e afagar seu rosto.

- Me diga como te ajudar, porque eu não faço ideia.

- Eu preciso da bolsa térmica, e remédio pra dor. Tudo fica na cozinha. Não tem ninguém em casa agora, mamãe e os meninos só voltam à noite. Mas por precaução, é melhor você trocar esse uniforme por roupas normais.

Peter levou um instante para absorver as informações, e assentiu, levantando-se e indo até sua mochila. Gwen o ouviu fechar as cortinas e trocar de roupa, depois voltando a deixá-las como estavam e largando a mochila ao lado da cama.

- Me leva com você. Vai ser mais fácil achar as coisas. E eu preciso ir ao banheiro de qualquer forma, você pode me ajudar a chegar lá.

Peter assentiu, se adiantando para pegá-la no colo quando Gwen tentou levantar e seus olhos se apertaram com mais dor. Ela se encolheu nos braços dele, procurando comprimir a região dolorida para reduzir o desconforto, e encaixou o rosto no pescoço dele depois que Peter beijou sua testa e seguiu para a porta do quarto.

- Você pode abrir a porta pra mim?

Gwen assentiu, girando a maçaneta para os dois passarem. Peter foi com ela até a cozinha, não tendo dificuldades para achá-la após tantas vezes que viera ver a amada quando os pais dela não estavam, e os dois tiveram tempo para que Gwen lhe apresentasse o apartamento. Peter fazia o possível para não entrar em conflito com George, por isso as visitas quase sempre secretas. E mesmo agora após sua morte, às vezes os dois preferiam se encontrar assim, sozinhos, e ter seu tempo juntos sem pressões.

Ele ajudou Gwen a se sentar enquanto ela já o instruía em quais armários encontraria o que precisava, e o que fazer. Logo havia água fervendo no fogão, e Peter lhe entregou o comprimido indicado com um copo de água.

- Eu vou te esperar do lado de fora. Não sei se confio nas suas pernas agora – ele lhe disse enquanto andava com ela até um dos banheiros, segurando-a pela cintura.

- Tá bom.

Peter podia sentir a preocupação torcendo seu rosto enquanto observava a namorada caminhar para dentro do cômodo, ligeiramente curvada pela dor, e fechar a porta.

- Você tá bem? – Perguntou diante de sua demora, minutos depois.

- Sim.

- Eu vou desligar o fogo e volto voando, cuidado.

- Certo.

Apagando a chama do fogão, ele colocou a bolsa térmica dentro da água quente como Gwen havia instruído, e voltou imediatamente para ela, encontrando-a já do lado de fora do banheiro. Ela parecia aliviada, mas pálida e exausta.

- Gwen, você tem que se deitar. A cor tá sumindo do seu rosto.

- Eu percebi. Mas dói um pouco menos agora – ela falou lentamente, seus olhos se fechando involuntariamente.

Peter estendeu as mãos para ela, segurando-a pelos ombros para mantê-la firme.

- Que sono...

Gwen não reclamou quando o amado a pegou no colo novamente e a levou de volta para seu quarto.

- Efeito do remédio começando... Ainda quero a bolsa térmica, no entanto – a loura pediu quando ele a acomodou na cama.

- Eu vou buscar.

Peter deu mais um beijo em sua testa, e se apressou para a cozinha, voltando em instantes com a bolsa térmica envolta numa toalha como ela lhe pedira.

- Gwen... – ele chamou baixinho, vendo que a loura parecia dormir, apesar da respiração ainda um pouco ofegante – Aqui está. O que fazer com isso?

Ela abriu lentamente os olhos, e virou a cabeça para olhar para ele, estendendo a mão para pegar a bolsa e a colocando sobre o ventre por cima da roupa, voltando a fechar os olhos e suspirando de alívio.

- Você precisa de mais alguma coisa?

- Por enquanto não. Só fique comigo. E eu não reclamaria se você massageasse meu cabelo enquanto isso.

Peter assentiu, e sentou-se ao lado dela, estendendo uma das mãos para os fios dourados e fazendo o que ela pediu.

- Gwen...

- O que?

Ela o olhou, percebendo que ele não sabia direito como tocar no assunto.

- Peter, se for sobre isso... Isso é algo natural, não há nada de errado em você ficar curioso. E assim você saberá como cuidar de mim. Eu me viro bem sozinha, mas é bom ter companhia.

- Você tem sua mãe. Apesar de ela não estar aqui agora.

Gwen sorriu.

- Mas é bom ter você também.

Peter sorriu, sentindo o coração aquecer com a declaração do quanto ela confiava nele.

- O que você quer saber? – Ela perguntou sonolenta.

- É sempre assim?

- Não, felizmente. Só às vezes.

- Muito sangue?

Se alguém conhecia bem os males e o desconforto causados por perda intensa e repentina de sangue, era Peter Parker, e ele odiava ver Gwen numa situação semelhante.

- Isso é tão relativo... Mas não é nada que eu não suporte. Meu organismo foi feito pra sobreviver a isso. Às vezes mais, às vezes menos. Tanta coisa influencia nisso.

- Como o que?

- Estresse, alimentação, sono, abalos emocionais fortes, mudanças repentinas na rotina, problemas de saúde, e outras coisas.

- Você tá bem?

Gwen o encarou, sabendo que ele não pararia até encontrar o ponto de equilíbrio, até chegarem aonde ele saberia que ela está segura.

- Às vezes sinto falta do meu pai. Mas não dói como antes, só... É um vazio. Nós nos formamos há duas semanas, e ele não estava lá.

Peter intensificou o afago em seus cabelos sem perceber. O fantasma de George parecia persegui-lo, e ele tinha dito isso a Gwen quando os dois quase terminaram outra vez naquela noite, quando ele se sentiu incrivelmente estúpido e indigno de seu amor enquanto chorava nos braços dela, enquanto sua admiração pela força de sua namorada crescia quando ela o ajudou a se recompor para os dois jantarem com sua família, fazendo-o prometer que eles falariam sobre isso mais tarde, antes que chegassem a uma ruptura definitiva que machucaria muito os dois.

- Também senti falta de tio Ben.

Gwen agarrou a mão livre dele, e os dois entrelaçaram os dedos.

- Também sinto falta dos nossos colegas, e me preocupo de como será minha adaptação em Oxford. E sobre nós. Eu... Não tinha percebido até agora quantas coisas eu tenho na cabeça.

- Você é a garota mais incrível e inteligente do colégio, e vai ser a mais inteligente de Oxford também, é impossível que não gostem de você ou que tenha problemas com os estudos.

Gwen sorriu para ele. Ela sabia disso, mas a mudança ainda a deixava ansiosa.

- E sobre nós... Vamos encontrar um jeito. Agora... Você só precisa descansar, e aproveitar que eu tô aqui.

Gwen o puxou pelo braço, e rapidamente Peter entendeu o que ela queria, inclinando-se sobre a amada para alcançar seus lábios. Os dedos dela se enredaram em seu cabelo enquanto se beijavam, e em seus movimentos mais lentos e demorados que o comum, Peter sentiu o quanto ela estava cansada, terminando o beijo suavemente e se afastando.

- Você precisa dormir, ou acho que vai acabar desmaiando.

Ela riu baixinho e concordou enquanto acariciava o rosto do amado.

- Abre um pouco uma das janelas. Ou vou derreter.

Só então o herói notou que a pele clara dela começava a suar, se devido ao calor da bolsa térmica, mais uma reação natural ao que seu corpo estava passando, ou ambos, ele não sabia. Mas assentiu e levantou-se para fazer o que ela lhe pedira, depois voltando a sentar-se ao seu lado.

- Gwen... Sobre o chocolate... Aquilo é sério?

Ela riu baixinho em diversão.

- Sim. Ironicamente o cérebro pede por isso nessas horas, chocolate tem uma substância chamada tirosina, que estimula a liberação de endorfina, serotonina e dopamina. A serotonina aumenta a sensação de prazer e bem estar. Até a dor parece menor. Mas ainda é um laticínio, que pode gerar ou agravar inflamações e infecções em certos casos. Então é melhor evitar, mas sem exageros não faz mal realmente.

- Vê? Você é a garota mais inteligente do planeta.

Ela riu.

- Nos ensinam isso na escola, Peter.

Ele sorriu para ela e lhe deu um beijo suave nos lábios, vendo seus olhos verdes voltarem a se fechar, e Gwen acomodou as mãos sobre o estômago, relaxando completamente e adormecendo em poucos minutos.

Sentando-se no chão ao lado da cama, Peter acabou por pegar no sono também enquanto continuava o carinho em seus cabelos louros. Ele avisou tia May pelo celular sobre o que estava acontecendo antes de adormecer, e que cuidaria da namorada por enquanto, não percebendo as horas passarem até sentir uma mão gentil em seu ombro, e uma voz o chamando baixinho.

- Peter? – Finalmente Helen Stacy conseguiu fazê-lo notá-la.

Peter despertou ainda um pouco atordoado, não tendo percebido o quanto estava cansado também, e percebeu que o quarto estava mais escuro e Gwen ainda dormia diante dele da mesma forma de horas atrás. Ele olhou para cima, se assustando ao ver a mãe de Gwen, e recuando um pouco para trás.

- Senhora Stacy, eu...

- Tudo bem – ela manteve o tom ameno para não acordar a filha – Me desculpe por assustar você. Eu acabei de chegar com os meninos e vi que Gwen tinha pegado a bolsa térmica na cozinha. Não imaginava que você estivesse cuidando dela. Obrigada, Peter. Ganhou pontos comigo por isso.

Ele respirou aliviado.

- Eu vim visita-la essa tarde e ela estava chorando e com muita dor. Então eu fiquei. Que horas são?

- Cinco da tarde.

- Nossa... Nós apagamos por quase três horas – ele disse olhando para Gwen – Me desculpe.

- Tudo bem. Fique pra jantar conosco, chame sua tia se quiser. Gwen vai gostar disso. Ela deve acordar em breve – Helen falou acendendo a lâmpada do quarto e regulando a luz para que ficasse mais suave.

Peter assentiu, pensando se seria uma boa ideia. May e Helen tinham se encontrado algumas vezes desde que ele voltara com Gwen e os dois tinham resolvido as coisas, e para sua surpresa, as duas tinham se dado muito bem, e os irmãos de Gwen gostavam de May.

- Eu vou fazer algumas coisas. Se você precisar de algo, ou Gwen, chame um de nós.

Peter assentiu.

- Obrigado.

Quando Helen saiu, ele sentou-se na cama e deslisou as mãos pelo rosto enquanto despertava definitivamente, olhando para trás ao sentir Gwen se mexer. Ela virou de lado, fazendo a bolsa térmica deslizar para o colchão, e se encolheu, e Peter só desejava que depois de tudo aquilo ela ainda não estivesse sentindo dor. Seus olhos claros se abriram e ela se espreguiçou, encolhendo-se de volta em seguida.

- Gwen...? Tudo bem?

Ela fechou os olhos novamente por alguns instantes e voltou a abri-los, bocejando e usando um braço para se erguer na cama.

- Que horas são? – Ela perguntou, sua voz um pouco falha por o quão profundamente tinha dormido.

- Umas cinco da tarde. Sua família está em casa. Foi sua mãe que me acordou na verdade.

- Você dormiu aqui?!

- Eu só sentei do lado da sua cama e peguei no sono.

- O Homem Aranha também estava exausto – Gwen sorriu – Ela brigou com você?

- Não. Ela agradeceu. Disse que percebeu nossa visita à cozinha, e que eu ganhei pontos com ela.

O sorriso de Gwen aumentou.

- E convidou eu e tia May pro jantar.

- Você aceitou?

- Não sei ainda.

- Ligue pra tia May, eu gostaria que vocês jantassem aqui hoje.

- Sua mãe disse o mesmo.

- Então ligue e a chame.

Peter assentiu com um sorriso.

- Ei... Ainda dói?

- Não. Só me sinto meio tonta e... Parece que levei uma surra.

- Isso eu sei como é.

Os dois riram juntos.

- Você podia ir buscar tia May enquanto eu vou tomar banho e me arrumar pro jantar.

Peter assentiu, estendendo a mão para ela quando Gwen vacilou em seus movimentos e sentou-se ao lado dele. O adolescente envolveu sua namorada pelos ombros e beijou seus cabelos, deixando que ela repousasse a cabeça contra ele depois.

- Espera um pouco, preciso terminar de acordar – ela falou fechando os olhos.

- Assim você vai dormir de novo.

- Reclame com meu corpo, é ele que tá fazendo isso.

Peter acariciou suas costas e a abraçou por alguns minutos, até que finalmente o cérebro de Gwen deu sinais de estar mais desperto, e ela decidiu levantar, cambaleando nos primeiros passos ao ficar de pé, e Peter se recusou a soltá-la até que se firmasse.

- Você não pode fazer nada assim. Vou te deixar com sua mãe, fica sentada um pouco enquanto seu corpo acorda.

Gwen concordou, deixando-o erguê-la em seu colo mais uma vez depois de colocar a mochila nas costas, e seguir com ela pelo corredor à procura de Helen.

- Oi, Peter – Howard o cumprimentou quando passaram pela porta de seu quarto – Mana, você tá bem?

- Ficando, How. Só que minhas pernas ainda não entenderam que eu já acordei.

O louro riu.

- Senta um pouco até o jantar.

- Peter tá aqui? – Simon apareceu de seu próprio quarto.

A essa altura Gwen já sabia o quanto seu irmão mais novo gostava de passar tempo com Peter e compartilhar seu gosto por super heróis com ele, sem sequer desconfiar que estava falando sobre isso com um deles.

- Oi, Simon. Eu vim visitar sua irmã e ela não tava bem, fiquei cuidando dela pra vocês.

- Cala a boca, Philip! – Gwen disse ao irmão do meio quando esse fez menção de abrir a boca para brincar com a situação.

- Eu só ia dizer oi – ele riu – Como vai, Peter?

- Eu tô bem. Cuidem de sua irmã enquanto eu volto. Não é fácil passar por isso.

- Vai jantar com a gente?

- Sim, sua mãe convidou, e Gwen vai ficar zangada comigo se eu recusar.

A loura riu.

- Vou buscar minha tia e volto.

- Tchau, Peter – os três disseram juntos quando ele continuou caminhando com Gwen, até encontrar Helen na cozinha.

- Gwen, você está melhor? – Ela questionou ao ver a filha nos braços do namorado.

- Sim, mãe, só meio zonza ainda.

- Não senti segurança quando ela tentou andar. E eu fiquei sinceramente assustado hoje à tarde – Peter disse – Então vou deixa-la com a senhora enquanto busco minha tia.

Helen sorriu.

- Então aceitou o convite? Eu ajudarei Gwen, ela estará bem em breve. Vá buscar May.

Peter assentiu, colocando a amada no chão e ajudando-a a se acomodar na cadeira que a mãe puxou para ela.

- Ele se saiu bem, Gwen? Cuidando de você?

- Me senti uma rainha, mãe.

Peter riu com alegria ao ver o sorriso de aprovação de Helen e a felicidade misturada com diversão inundando os olhos de sua amada.

- Eu gosto disso. Obrigada, Peter – a mulher mais velha lhe disse novamente.

- Eu tenho que cuidar do meu coração – ele respondeu, fazendo ambas se surpreenderem com a forma doce como respondeu.

- Obrigada – Gwen lhe disse baixinho quando Peter se aproximou para beijá-la antes de sair.

- Eu te amo – ele sussurrou de volta.

- Também te amo.

As duas o viram sair, e Gwen sabia que apesar de seguir pela porta da frente, ele não se daria ao trabalho de descer pelo elevador ou pela escada, e que provavelmente voltaria mais rápido que o esperado.

- Ele me deixa mais surpresa a cada dia, apesar de parecer um garoto tão confuso às vezes.

- Estamos trabalhando nisso.

- O seu pai também era assim antes de nos casarmos.

Gwen a olhou impressionada.

- Como assim?!

- Você sabe que o emprego dele era algo perigoso, apesar do quanto amava o ofício. Ele relutou em ficar comigo quando éramos jovens. Ele já sabia que era isso que queria, mas temia me colocar em risco, e os filhos que tivéssemos também. Ele ainda cometeu vários erros vindos disso pelos próximos anos – Helen disse, já ciente do que George obrigara Peter a prometer em sua morte, e que machucara tanto ele e Gwen por diversos meses – Hoje eu imagino porquê.

As duas ficaram em silêncio, sem fazerem a menor ideia de tudo que ainda viveriam para sentir isso com ainda mais intensidade nos próximos meses, sem sequer imaginarem como o Duende Verde quase mataria Gwen na ponte no dia em que Peter decidisse ir para a Inglaterra com ela, e que ele a pediria em casamento na mesma noite, que os dois teriam um futuro juntos.

- Você já tinha pensado nisso?

- Não – Gwen respondeu – Não assim pelo menos.

Helen assentiu.

- Nós assumimos o risco juntos, conversamos horas sobre isso muitas vezes até chegarmos num consenso, e como um sempre poderia ajudar o outro com o mínimo de risco em possíveis situações. E mesmo com o que aconteceu, deu certo Gwen. Não desistam por causa disso, seja lá qual fosse o motivo que fazia George achar que um menino tão doce é perigoso. Acho que ele e Peter só não tiveram tempo de se conhecer direito.

Gwen assentiu, sabendo que na verdade eles se conheciam muito melhor do que sua mãe imaginava, e que ela não tinha ideia de quantas vezes sua filha limpara e tratara os ferimentos do Homem Aranha enquanto o escondia em seu quarto.

- Eu não faria nada diferente – Helen falou sorrindo, voltando a cozinhar – Descanse mais um pouco. Quando acabar aqui vou ajudar você a se arrumar se ainda não estiver bem.

Gwen assentiu, decidindo que falaria sobre isso com Peter. Ainda não sabia como ou quando, mas falaria, esperando que isso o ajudasse a fixar que tudo isso não era sobre ele, não tinha começado no Homem Aranha, nenhuma promessa ou fantasmas passados tinham o direito que cortar o futuro dos dois.

- Obrigada, mãe.

- De nada – ela respondeu com um sorriso.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.