Ficaram mais ou menos uma hora nesta melancolia.

– Ainda quer abrir um último envelope, Lizzie?

A moça fungou, os olhos inchados.

– Somente mais um, Darcy. Então poderemos dormir em paz!

Neste envelope, havia um DVD.

– O que será isso? – Questionou Darcy. – As gravações em DVD não eram tão difundidas em 2002.

– Não faço ideia também – Lizzie revirou o disco, mas nada estava escrito. – Teremos de assistir a ele para saber.

Colocou no aparelho e deu play.

"- Olá!"

Lizzie e Darcy ficaram alarmados. Jane e Bingley? Juntos? A filmagem era recente!

“- Viemos para esclarecer algumas coisas que podem comprometer o processo de cicatrização. – disse Bingley.

– Exatamente. – Concordou Jane.

– Lizzie, há algo que você precisa saber. Depois de tudo o que aconteceu entre vocês dois, Darcy percebeu que havia errado conosco e tentou consertar a situação. “

– Oh, céus... – Suspirou o rapaz.

“- Fitzwilliam me procurou logo e confessou que usara sua influência sobre mim para separar-me de Jane. Contou-me da conversa que tivera com você e me permiti esperanças de que sua irmã e eu pudéssemos reatar.

– Lizzie, Charles me procurou logo em seguida, mas minha carreira de modelo estava prestes a deslanchar. Além disso, não consegui perdoá-lo por se afastar tão facilmente de mim. Se via e acreditava que correspondia aos sentimentos dele para comigo, não deveria ter sido ludibriado. Por isso, querida irmã, Charles e eu não estamos juntos. É uma escolha nossa. – A expressão do rapaz, porém, dizia o contrário.

– Exatamente. Darcy errou feio conosco, eu concordo, mas tentou reparar a confusão.

– Não deixe que isso a prenda ao passado. Estamos bem, não precisa mais nos proteger.”

A gravação se encerrou.

Fitzwilliam estava lívido.

– Eu juro que não pedi para eles fazerem isso, Elizabeth.

Ela se sentou mais próxima a ele.

– Eu sei. – Pegou em suas mãos. – Obrigada, Darcy. Apesar de continuar preocupada com Jane, sei que não há nada ao nosso alcance que possa ser feito.

O rapaz empurrou uma mecha de cabelo de Lizzie para trás de sua orelha.

– Sabe que tudo o que fiz é por...

– Shh. – Pediu ela, se contentando em deitar sua cabeça nos ombros de Darcy.

Ficaram um tempo em silêncio até que ele não suportou:

– Eu te amo.

Elizabeth levantou os olhos para ele, temerosa.

– Não repita.

– Eu te amo!

– Por favor, Darcy, pare – a expressão dela era de pura súplica.

– Não posso mais, Lizzie. Este sentimento não é o mesmo de dez anos atrás. – Aproximou seu rosto do dela. – Não me diga que não sente o mesmo, posso vê-lo!

Elizabeth se afastou rapidamente dele.

– Nem eu mesma sei o que sinto, Darcy. Um dos empecilhos que me mantinha afastada de você caiu.

– Pois então! – Beijou as mãos da moça e as colocou em seu peito. – Deixe-se libertar das amarras!

– Sou casada, Darcy. Você aceite ou não, nada mudará este fato. – Tremeu só de pensar no que aquilo poderia significar.

– No papel, Lizzie. Na vida real, é a mim que você ama.

Estavam tão exaustos que Lizzie não ofereceu resistência. Darcy a rodeou com um braço e levantou seu queixo com a outra.

– Não. Darcy, não podemos. Eu não quero!

Desvencilhou-se dos braços dele e, sem mais nenhuma palavra, correu para fora do quarto.