A história de Lizzie prometia ser bem longa, então os dois decidiram descansar mais um pouco. Permaneceram no mesmo recinto, porém, o que constituiu grande vitória.

Elizabeth pôs-se a ler Fernando Pessoa, conhecido autor português que também escrevia em inglês, e Darcy tratou de organizar os negócios em seu notebook. Estavam de frente para o outro.

– Lizzie - chamou, maldizendo-se mentalmente. - Digo, Elizabeth.

– Sim?

– Vejo que lê poesia. Ainda possui a mesma opinião de antes sobre ela e o amor?

"Casa de Isadora, dia seguinte.

A mãe de Elizabeth e Jane vai visitá-las, levando consigo as Bennet mais novas: Kitty, Mary e Lydia.

Todos conversam trivialidades e, obviamente, a mãe de Jane decide que a filha ainda não pode ir para casa, o que causa tremendo desgosto em Elizabeth.

– Ah, Charles - diz a senhora Bennet sem se importar com a intimidade forçada. - Minha Jane é magnífica! Sempre havia rapazes muito gentis e bonitos a seus pés. Um deles, inclusive, escreveu-lhe um par de sonetos e eu até acreditei que fossem namorar, mas só tinham 15 anos na época, a imaturidade deve tê-los assustado. Eram versos muito bonitos!

– E assim se encerra o amor. Tenho grande curiosidade em conhecer o gênio que descobriu a eficácia do poema e das rimas para acabar-lhe com as forças! - Lizzie se apressou a emendar.

– Acredito que a poesia seja alimento do amor - Darcy a confrontou.

– Talvez de um amor forte e saudável. Se for uma leve inclinação, um bom soneto a liquidará.

Fitzwilliam limitou-se a sorrir e não pôde deixar de reconhecer, internamente, o quanto aquela jovem o surpreendia."

– Não pensei sobre isso nos últimos anos, Darcy, mas acredito que sim.

O homem anuiu e voltou sua atenção ao computador. Mal sabia ela que o "negócio" em que trabalhava era um soneto antigo sobre os lindos olhos de uma certa dama.