"Roma, 5 de Novembro de 2012.

Querida Charlotte,


Há quanto tempo não recebo notícias suas! Como vão Nicolas e as crianças? Soube que você é mãe (orgulhosa e muito coruja) de duas meninas.



Se bem te conheço, já sabe quem me contou tudo isso. Não fique brava com mamãe, ela está louca para ter netos. Jane é a modelo mais bem paga da Europa e minha “pequena” Lydia está cada vez melhor na carreira de atriz! Some isso ao fato de que não terei nenhum filho com o idiota do meu marido e perceberá a intensidade do desespero.


Mande lembranças a Maria e a seus pais.

Com carinho,


Lizzie.”



Assim que depositou a caneta na mesa, Elizabeth soltou um suspiro resignado.



– Lizzie, minha amada esposa!


Evitando uma face completamente enojada, mirou o marido.

– Aposto que estourou seu limite do cartão.

– Querida, você não se perde em rodeios! Sabe como é, um homem precisa de dinheiro para se divertir enquanto a esposa o mantém em completo celibato.

– Ouça, Wickham. Eu e você sabemos o motivo deste casamento existir por mais de 10 longos e intermináveis anos. Abri mão de várias coisas por este contrato, mas nunca deixarei que me toque. Desprezo a sua presença.

– E eu, a sua. Me dê logo a droga do dinheiro!

Elizabeth estendeu um maço de notas, totalizando 100 euros.

– É somente o que terá por hoje. O mercado artístico não está muito produtivo. Controle-se.

O esposo a olhou com desdém e, sem mais nenhuma palavra, sumiu de vista.