– Brandon, quais são as notícias?

Darcy voltara a seu apartamento em Londres, amuado e mal humorado.

– Onde você está? - Esbravejava o outro pelo telefone. - Deixar uma dama sozinha em um chalé? Onde já se viu? E as cartas, as lembranças?

– Não importa! Quero saber o que descobriu na Itália!

– Seu... seu... covarde! - Gigi tomara o telefone do marido. - Como pôde? Achei que seria a última pessoa na Terra a fugir dos problemas, Fitzwilliam Darcy!

– Não diga o que não sabe, Georgiana - um tom sombrio tomou-lhe a voz. - Estou respeitando a vontade de Elizabeth.

A moça arfou.

– Como?

– Deixe-me repetir as palavras: "Não quero ter de rejeitá-lo de novo. É a terceira vez!" E algo sobre sentir pena. - Dissera tudo de forma vazia. - Não vou implorar mais para que Elizabeth me corresponda. Chega de me arrastar, de me humilhar. Não quero mais vê-la em minha frente.

– Ora, irmão, é óbvio que há algum motivo para que Lizzie tenha dito isso - prosseguiu Georgiana, embora houvesse incerteza em sua voz. - Talvez ela queira protegê-lo!

– Não. Não me importo mais, não quero saber quais foram os motivos de Elizabeth. Só quero, por favor, saber o que descobriram!

Gigi não conseguiu segurou as lágrimas, a dor que o irmão sentia (de novo!) era demais para ela. Passou o telefone para Brandon.

– Desculpe-me, amigo - suspirou o rapaz. - O casamento deles é legítimo. Há um contrato que, segundo minha fonte, estipula a quantia que Wickham ganhará em troca da posição de marido perante a sociedade. Ah, e uma cláusula referente ao cancelamento de qualquer contrato assinado por um Bennet com Wickham até aquele momento e depois dele.

Fitzwilliam passou as mãos pela cabeça. Estava desolado: Elizabeth dissera a verdade.

– Obrigado, Brandon. - E desligou.

Queria ter raiva, ódio, queria esquecê-la. Mas não podia.

Algo naquela história não fazia sentido, ponderava o rapaz. Em questão de prestígio na Europa, ele, Darcy, era muito mais recomendado que Wickham. Se Elizabeth era tão fria e manipuladora como quisera parecer, poderia tê-lo conquistado mais quando soube de seu amor. Ela o rejeitara por escrúpulos em todas as vezes e, ainda assim, dizia ter se casado com Wickham por aparência!

Uma rápida busca na internet lhe mostrou o telefone que procurava. Discou no celular:

– Charlotte Lucas, em que posso ajudá-lo?

Faria um último sacrifício por Elizabeth, pois sentia que Wickham também era sua responsabilidade.

Todavia, seu coração estava despedaçado. Lizzie poderia se apaixonar perdidamente por ele e implorar para que ele sentisse o mesmo: nada o recuperaria do choque de suas palavras.

Seu coração e seus sentimentos estavam mortos e muito bem enterrados.