Cartas Anônimas

Capítulo 8 - Essa é sua casa?


~Leiam as notas iniciais e finais, elas são muito importantes~

Domingo chegou e eu resolvi fazer algo que eu não fazia faz tempo… Correr. Por incrível que pareça eu acordei cedo, minha mãe ainda dormia, pois havia chegado tarde. Eu tomei um rápido suco de laranja, liguei meu ipod na música que eu mais gostava e sai. O dia estava perfeito, o céu estava límpido e o sol estava de rachar, mas havia muitas sombras o que deixava tudo muito incrível. Não havia muitas pessoas pelas ruas, poucos carros passavam e poucas pessoas por ali andavam. O lugar que eu corria era tranquilo e ali era cheio de mansão, só casão mesmo. O volume do meu ipod estava no último e eu me distrai com um esquilo que tentava comer uma nós, de repente sinto meu corpo se chocar no de alguém, tirei meus fones e olhei para á pessoa em questão.

– Ahh me desculpe Pedro.

– Olha, você lembra do meu nome.

– E como eu poderia esquecer? Eu não conheço muitos Pedro’s, muito menos é… Assim – Eu o olhei melhor. Ele usava uma calça moletom cinza, uma blusa de frio preta bem maior que seu número e sandálias da mesma cor que a blusa, fora o fato daqueles óculos horrendos, e ele estava com uma carinha de sono tão fofa.

– Ahh entendi.

–Desculpe, não quero ofendê-lo.

– Que isso, você é Karina Duarte.

– E o que isso tem haver?

– Ahh jura? – Eu dei de ombros.

– Você mora por aqui?

– Sim.

– Uol, é bem de vida hein.

– Digamos que meu pai conseguiu realizar seu sonho.

– Ahhh.

– E você? Mora por aqui?

– Na verdade mais pra baixo.

– Entendo – ficamos um pouco em silêncio – Por que você… É… Legal comigo?

– Como?

– Você e sua turma costumam zoar os nerd’s e tal, mas vocês nunca fizeram isso comigo, quer dizer, só algumas coisas, mas nada muito serio.

– Ahhh eu não sei, você é legal é diferente e a Vicky, a Bi, a Sol e a Nat te acham um gato.

– Hahahaha - Ele riu irônico - pelo visto elas precisam de óculos também.

– Eu acho que elas estão certas, você se veste diferente, usa óculos e tal, mas não deixa de ser bonito.

– Ahh. Hum, obrigado pelo elogio – Ele disse timidamente e naquele dia eu descobri que amava esse seu jeitinho.

– Não a de que.

– É… Você ainda quer que eu te ajuda em biologia? – Ele colocou as mãos no bolso e chutou um pedrinha, eu me perdi naquele seu gesto. Pedro sempre falava pausadamente, como se estivesse medo das minhas respostas, ou medo de falar comigo.

– Claro que eu quero, você será minha salvação.

– E quando começamos?

– Não sei, eu queria dar uma breve olhadinha pra ter uma ideia de como vai ser isso.

– E… Você está ocupada agora?

– Não.

– Você quer ir lá à minha casa? Assim você já fica um pouco informada sobre o assunto.

– Claro – Eu sorri. Pedro começou á andar e eu fui do seu lado. Nós ficamos em silêncio. Eu não sabia o que conversar com ele, pela primeira vez eu não sabia o que conversar com alguém.

– Chegamos – ele parou de frente para um imenso portão, eu tentei olhar para dentro dele e o que eu vi me deixou boquiaberta.

– Caracas, essa é a maior casa que eu já vi em toda á minha vida.

– É… Meus pais são bem exagerados - Ele riu e nós entramos, logo estávamos na sala que era maior que toda á minha casa - Karina não fique com essa cara para tudo que olhares aqui, senão sua feição á partir de agora vai ser essa.

Meu nome soou tão doce saindo de sua boca e eu sorri com esse fato. A casa realmente era imensa e isso para mim era surpreendente. Nós subimos para o quarto dele e assim que ele abriu á porta eu fique surpresa. Seu quarto era imenso, tinha seu grande closet, uma mesa com um computador, uma prateleira com livros, um grande aquário com alguns peixes, fotos espalhadas pelas paredes e alguns pôsteres, outra prateleira com cd’s e dvd’s, alguns enfeites, uma grande TV de plasma e de frente para a TV bem no centro do quarto havia uma grande cama, ela era muito fofa, como eu descobri isso? Ué, eu pulei em cima dela.

– Desculpe por isso, mas eu precisava mesmo ver como ela era – Pedro gargalhou e sua risada era perfeita, eu estirei meus braços e fitei o teto.

– Imagina – Eu me sentei na cama e observei Pedro, ele estava do meu lado direito, perto de uma parede que era encoberta por uma cortina preta, ele á puxou e dali apareceu uma grande porta, na verdade á parede era inteira de vidro e bem no meio havia uma porta também de vidro que dava para á varanda.

– Uol! – Meus olhos quase saltaram de minha face, eu me levantei e fui até Pedro.

– Hahaha sabia que sua reação seria essa – Nós fomos para á varada e eu olhei á linda paisagem que estava em minha frente. Ali havia um imenso lago com patos se banhando, fora que ali também tinha um lindo jardim.

– Cara olha essa vista, se eu acordasse olhando pra isso todas as manhãs eu seria á pessoa mais feliz do mundo!

– É, é muito bom acordar e olhar pra isso tudo.

– Sua vida é perfeita Pedro!

– Não… Não é – Ele olhou para meus olhos e eu senti meu corpo estremecer.

– Por que diz isso? – ele deu de ombros.

– Vamos ao que interessa?

– OK então. Vamos estudar aqui fora? Por favor, por favor, por favor? – Eu juntei as mãos e fiz bico o olhando com uma cara suplicante.

– Claro – ele sorriu bobo.