Cartas Anônimas

Capítulo 70 - Epílogo


Aquele era um dia especial para Karina Duarte, era o seu dia, seu grande dia, o dia tão esperado por ela e talvez por 99,99% da população feminina, era o seu casamento. Mas ela não estava nervosa, ó não, pelo menos era o que ela dizia, ou… Suar em bicas, comer feito uma condenada, gritar com Deus e o mundo e ter quase um infarto em plena casa dos vinte é sinal de nervosismo? Hum, talvez seja, então no caso dela ela estava nervosa… Bem nervosa pra falar a verdade, mas ela não tinha motivos para isso, a igreja já estava completamente decorada com lírios rosa e branco, o tapete vermelho já estendia-se da entrada da igreja até o altar, tudo lá estava na devida ordem assim como tudo na festa que também estava com uma decoração impecável.

Ela praticamente não havia dormindo e quando seu maquiador á visse, com certeza entraria em surto, a final, aquelas olheiras eram bem perceptíveis.

– Nota mental, ser menos ansiosa – Disse á si mesma enquanto encaminhava-se em direção a grande janela que havia em seu quarto e via o movimento do jardim. Tudo estava incrível e ela via pessoas andando de um lado para ao outro arrumando os últimos preparativos.

Naquela manhã seu massagista pessoal já havia a visitado e havia tirado toneladas de suas costas, ela tinha conseguido até tirar um cochilo. Suas unhas dos pés e mãos já estavam perfeitamente pintadas de branco, ela já havia tomado banho e vestia apenas sua lingerie branca rendada e estava á espera de seu maquiador, cabeleireiro e claro, de suas madrinhas, Vicky, Bianca, Katarynne, Nat e Sol, essas duas ultimas ela encontrou pouco meses antes de seu grande dia.

Karina andava de um lado para o outro tentando se acalmar, nem ela sabia por que estava tão nervosa, ela tinha a certeza de que queria se casar, amava incondicionalmente Pedro e tinha a total certeza que seria imensamente feliz ao seu lado, então qual o problema?

– O problema é que eu nunca me casei antes droga! Tenho o direito de me sentir nervosa – Bufou e sentou-se em sua cama pegando uma maçã sobre a bandeja que haviam deixado para ela mais cedo.

Bom, pelo menos ela não estava atrasada pra nada, seu incrível vestido estava estendido sobre a cama, seus sapatos estavam ali perto e Pedro estava se arrumando no apartamento de João juntamente com seus padrinhos, que não poderia ser diferente… Pedro também havia encontrado Wallace e Duca, Nat e Duca não estavam juntos, mas Sol e Wallace só não estavam juntos, como também iriam ser papais, a mulher estava grávida de três meses. Então além de Duca e Wallace seus padrinhos também eram João, Mateus e Henrique, um primo de Pedro que faria par com Katy.

– Okay Karina, você já checou sua mente várias vezes está tudo nos conformes, agora tranquilize-se, aproveite seu dia e pare de falar com sigo mesma porque isso é muito estranho.

– Bom dia raio de sol e… Ahhh! O que são essas coisas horrorosas debaixo de seus olhos mulher?! – Fred, seu cabeleireiro nada afeminado, a olhava de forma incrédula.

– Hummm, digamos que senti muita falta do meu maridinho e estava nervosa e isso ocasionou em uma má noite de sono.

– Eu sabia que isso aconteceria, por isso já vim todo equipado. Me ame! – Karinagargalhou – Jhenny, vem cá querida – Disse olhando para trás e logo uma mulher morena de estatura mediana entrou sendo acompanhada por outra mulher – Pronto Ka, somos as meninas super poderosas e iremos te salvar.

– Okay docinho…

– É florzinha…

– Florzinha – Karina revirou os olhos – Podemos começar?

– Claro…

– Que não! – Vicky entrou no quarto sendo seguidas por Bianca, Nat, Katarynne e Sol – Faltam as madrinhas.

– É, as madrinhas são essenciais – Katy deu um beijo estalado na bochecha de Karina e sentou-se ao seu lado.

– E como boas madrinhas, já viemos com nossos cabelos devidamente arrumados para não dar trabalho. Da um ligue de como estou diva.

– Menos Bianca, bem menos.

– Aff Sol, não acabe com a minha alegria.

– É Sol, deixa ela se iludir um pouco – Bianca mostrou a língua para Nat e a mulher imitou Bianca.

– Okay super madrinhas, obrigada, sem vocês eu não seria nada.

– A gente sabe – Todas disseram.

– Vamos ao trabalho né mulherada… Jhenny e Claire, vocês podem ir cuidado da maquiagem das madrinhas enquanto eu dou um jeito na juba da noiva gostosa.

– Sim senhor.

– Então vamos ao trabalho.

– Uhum! – Bianca fez um movimento engraçado com os braços levando todos ao riso.

Karina sentou-se em uma cadeira bem confortável que estava ali e confiou seus lindos cabelos á Fred.

Ficaram ali intermináveis horas, Karina tinha a certeza que sua bunda já estava da forma exata da cadeira e ela sentia uma dor tão grande que não sabia como sentaria no banco da limousine que a levaria até a igreja.

Seu cabelo já estava perfeitamente arrumado assim como sua maquiagem estava feita. Suas madrinhas já estavam todas perfeitamente alinhadas e vestidas em seus vestidos cor de vinho tomara que caia, que tinha marcação na cintura e descia em camadas até dois dedos á cima dos joelhos. Agora para Karina só faltava colocar o vestido e era exatamente essa tarefa árdua que ela teria agora.

– Gente pelo amor de Deus, cuidado para não estragarem meu vestido.

– Ai diva relaxa, somos muito cuidadosas.

– É Karina, a bicha louca tem razão – Fred jogou uma almofada em Nat.

– Tudo bem, mas eu preciso apenas de duas ajudantes.

– Eu ajudo! – Bianca foi a primeira a falar.

– E eu também – Disse Fred e as outras garotas não pareceram se importar.

– Okay, vamos lá – Karina tirou seu roupão e o deixou cair aos seus pés.

– Fiu, fiu – Todos disseram.

– Agradeça pelo Ramos ser novo, se ele fosse velho teria um enfarte – Disse Vicky.

– Mona, se eu fosse macho eu te raptaria nesse exato momento.

– Eu sei que sou gostosa gente, agora por favor, se concentrem.

– Nossa é impressionante como os anos passam, mas essa coisa de ser superior e se achar o ultimo kit kat em um roda de gordinhos permanece – Disse Sol fazendo Karina gargalhar.

Bianca e Fred pegaram o vestido com cuidado e ajudou Karina a vesti-lo, depois de vestida calçou os sapatos, jorrou perfume em seu pescoço e logo em seguida parou de frente para o espelho sorrindo com a imaginem que nele era refletida.

– Você está espetacular! – Disse Vicky ficando ao lado de Karina. Logo todas as madrinhas estavam ao seu lado e todas sorriam para seus reflexos. A cor vinho do vestido delas causava um belo contraste contra o vestido de Lua.

– Eu não estou conseguindo explicar a alegria que estou sentindo.

– É como se você fosse explodir a qualquer momento.

– Exatamente Sol! – Karina olhou para a mulher.

– Já passei por isso amiga, sei como é.

– Ai Ka, estou tão feliz por você, é tão bom saber que você finalmente está feliz e que está cercada por pessoas que te amam.

– Own Katy, você sabe que eu te amo né? Você esteve comigo durante todo esse tempo e foi à única que me aturou – Karina abraçou a amiga e sentiu os olhos arderem.

– AHHHHH! Tá bom gente, a noiva e vocês têm que ir, nada de lágrimas antes do casamento, ai, ai, ai.

– Ahh Fred, eu queria tanto que você estivesse lá.

– Você sabe que eu daria tudo para ir minha diva, mas Paris me aguarda.

– Okay, okay, sentirei sua falta.

– E eu vou sentir a falta da minha cliente preferida, agora vamos né garotas.

Todas saíram do quarto e desceram as escadas ajudando Karina com seu vestido e chegando sãs e salvas na sala de estar onde seu pai e sua mãe a aguardava.

– Meu Deus, como você está linda minha filha.

– Você que está linda mãe, esse moço ai é um homem de sorte – Karina apontou para o pai que havia acabado de se levantar e aproximou-se dela sorrindo.

– O Pedro que é um rapaz de sorte por ter uma mulher tão bela, tanto interiormente quanto exteriormente, ao lado. Ele não poderia ter feito escolha melhor. Me orgulho tanto de ser seu pai – Os olhos do homem lacrimejaram-se.

– Para pai, assim eu vou chorar.

– Hey nada de choro – A mãe de Karina aproximou-se – Eu e seu pai vamos na limousine com você e as madrinhas vão em um outro carro, certo?

– Certo – Todos disseram.

– Bem Ka, agora eu me vou. Tenha um bom casamento e seja feliz.

– Obrigado Fred – Se abraçaram rapidamente – Tchau meninas – Sorriu para as outras duas que estavam ali e viram-nas partir.

– Agora vamos lá, a final, tem um noivo esperando uma noiva – O pai de Karina a guiou até fora de casa e a ajudou a entrar na limousine ajudando também sua mulher. As madrinhas já estavam em outro carro e o mesmo logo partiu sendo seguido pela limousine rumo à igreja.

Não tardou para que o carro preto parasse em frente à grande igreja. Algumas pessoas estavam ali inclusive fotógrafos, eles não perderiam por nada o casamento da grande publicitária Karina Duarte com um dos herdeiros mais rico do país, mesmo eles não tendo sido convidados.

– Vou checar se está tudo certo querida, mando avisar para alguns dos seguranças e eles falam pra você já que eu tenho que ficar no altar.

– Tudo bem mãe – A mulher inclinou-se sobre Karina e depositou um beijo em sua testa.

– Vai dar tudo certo meu bem – A mulher saiu do carro e fechou a porta.

Karina olhava nervosa para o lado de fora, as madrinhas e os padrinhos já estavam parados em frente à igreja, alguns namorando – como Bianca e João, Vicky e Mateus, Sol e Wallace – alguns se evitando – como Duca e Nat – e alguns apenas conversando ou iniciando uma paquera – como Katarynne e Henrique - Karina suspirou e olhou para o pai que a fitava com um sorriso paterno.

– Como se sente meu bem?

– Nervosa.

– É, hoje é um dia muito especial e eu estou feliz por estar participando dele com você.

– Eu também estou feliz que o senhor esteja aqui – Segurou na mão do pai e a acariciou. Olhou para o lado no momento que viu um dos seguranças batendo no vidro do carro e fazendo sinal positivo.

– Pronta querida?

– É, acho que sim – Fez careta.

O pai de Karina fora o primeiro a sair, deu a volta na limousine e abriu a porta do carro ajudando a filha a sair juntamente com o segurança. Os homens agradeceram mentalmente por Karina não ter escolhido um vestido tão grande, assim pouparia trabalho. Subiram a escadaria enquanto Karina protegia os olhos de flashs e mais flashs e posicionaram-se atrás dos padrinhos e de duas crianças que eram damas de honra, na verdade era uma menina e um menino de no máximo seis anos, primos de Pedro.

A porta da igreja que até então estava fechada fora aberta e Karina ouviu as primeiras notas da marcha nupcial tocar enquanto os padrinhos começavam a andar, dois de cada vez e bem de vagar. Karina apertou o braço do pai e suspirou começando a andar assim que as crianças deram os primeiros passos. Então a mente de Karina esvaziou-se de todo o barulho e nervosismo para dar espaço a apenas um pensamento. O do dia que Pedro a pediu em casamento.

Flashback Modo ON:

Karina ainda segurava o pequeno papel nas mãos enquanto lágrimas desciam por suas bochechas. Aquilo não poderia ser verdade… Ou realmente era? E como assim sua agência estava vazia daquela forma? Pedro planejou tudo á quilo? Todos sabiam? E onde estava Pedro afinal? Karina colocou o papel creme sobre sua mesa e assim que foi colocar o pequeno envelope vermelho ao lado do papel, algo caiu de dentro dele chocando-se contra a mesa. Karina franziu o cenho e pegou a “coisa” que caiu perto de alguns papeis que haviam por ali e quando Karina viu que coisa era aquela sua boca abriu-se em um grande O e ela levou a mão até a boca. Era um anel de noivado, então tudo aquilo era verdade mesmo! Céus, era a mais pura verdade.

– Sabe, eu estou esperando a resposta – Karina sobressaltou-se com a voz que cortou o silêncio e virou-se rapidamente. Pedro estava com suas mãos nos bolsos da calça social que usava e parecia um pouco encabulado. A mulher abriu um sorriso de orelha a orelha e correu na direção do moreno pulado em seu colo de supetão.

– E você ainda pergunta?! Isso é mesmo serio?

– Claro que é serio meu amor, eu quero ter a garantia que você nunca mais sairá do meu lado – Karina ampliou ainda mais o sorriso.

– É claro que eu aceito meu amor, meu Deus! Claro que aceito – Ela gargalhou e beijou Pedro sentindo-o sorrir durante o beijo e o acompanhando.

Pedro andou com a agora noiva até a mesa da mesma e a colocou sentada ali, tirou o anel que estava na mão da mulher, segurou sua mão direita e deslizou vagamente a aliança pelo seu dedo anelar finalizando com um beijo no mesmo.

– Que tal agora comemoramos no melhor estilo Karina e Pedro? – Disse Pedro fazendo com que Karina gargalhasse enquanto jogava a cabeça pra trás e aquela foi à deixa perfeita para que Pedro “atacasse” o pescoço de sua amada.

– Como quiser meu noivo.

E assim foi feito, amaram-se naquela sala e em cima daquela mesa no melhor estilo Karina e Pedro.

Flashback Modo OFF

Assim que Karina pisou na igreja e viu seu futuro marido no altar, seu coração acelerou de uma forma monstruosa, mas aos poucos fora voltando ao ritmo normal até bater de forma monotoa. Ele estava ali, estava ali com o seu lindo sorriso, o sorriso que Karina veria todas as manhãs até o fim de sua vida. Aquele homem era tudo o que ela sempre sonhou, ela nunca imaginou que teria uma história tão clichê, a fodona e o nerdzinho tiveram seus destinos traçados e seguiram o mesmo caminho e que caminho foi esse? Ó sim, o caminho da felicidade. Quer saber? O clichê nem sempre é tão ruim como dizem…

A cerimônia se sucedeu sem grandes acontecimentos, lágrimas rolaram soltas, assim como sorrisos e não, ninguém se manifestou quando o padre perguntou se alguém era contra aquele casamento, graças á Deus né. E ali, naquele dia Karina e Pedro tornaram-se um só, quando Karina deslizou a aliança dourada pelo dedo anelar esquerdo de Pedro, ela sabia mesmo que ele habitava em seu coração, assim como ela também habitava no coração dele e assim seria até quando eles se suportassem o que levaria ainda bastante tempo.

– Eu os declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva.

E ao som de aplausos Pedro encostou seus lábios nos lábios de sua digníssima esposa em um beijo profundo onde suas línguas acariciavam-se como velhas conhecidas. Separaram-se e com as testas coladas olharam-se profundamente enquanto também sorriam.

– Eu te amo Ka e o para sempre será nossa concretização.

– Sempre me deixando sem palavras, acho que posso aturar isso para a vida inteira – Riu – Também te amo.

E mais uma vez beijaram-se felizes da vida por finalmente terem se unido.

(…)

Ahhhh a vida á dois, tá ai, quem inventou o casamento realmente foi um gênio. A final, quem foi o ser? Sei que o matrimônio, o pensamento de encontrar a sua metade vem lá dos tempos que ninguém hoje, do famoso mundo moderno, era nascido. Cada um de nós nasce com vários caminhos, os caminhos são diversos, em cada caminho conhecemos alguém que achamos que é o amor da nossa vida, mas que no fim nos mostra o contrário. Caminhamos… Caminhamos, chutamos pedras, tropeçamos em buracos, pegamos fortes tempestades e sol escaldantes, atravessamos riachos, pontes, caminhos nebulosos e lindos, e lá na frente, quando nos sentimos totalmente esgotados alguém resolve nos compensar pela longa jornada e coloca na nossa frente, quem? Isso mesmo, o amor da nossa vida. Não, o amor da nossa vida não, porque para mim nós mesmos somos o amor da nossa vida e esse lance de minha metade também é papo de gente depressiva ou com um tanto de grande babaquice no coração.

Arrumando.

É colocado na nossa frente uma pessoa companheira, aquela que irá nos amar não mais que nossos pais, mas que terá igualmente um amor imenso sobre nós, aquela pessoa que vai nos ajudar a trilhar novos caminhos, a passar por dificuldades e á encontrar a cidade da felicidade onde se construirá a família e abrigará o amor infinito em cada canto do lar. Ainda há gente que acredita no amor para sempre? Acho difícil, muitos usam o termo, até que dure. Até que dure o que meu bem? É você que constrói a própria felicidade e determina o tempo que ela irá durar.

Sabe quando você acha que nasceu na década errada? No século errado? Então, as vezes você pode estar certo, ou as vezes não, muitas vezes você só precisa encontrar uma pessoa que te entenda da forma que você é e nem adianta vim com o papo que essa pessoa não existe, se você existe por que ela não há de existir também?

Amor… Eita palavrinha para conter confusão, as crianças o acha lindo, os jovens o acha meloso, os adultos o acha sofrido e os sábios, isso mesmo sábios e não velhos, acham o amor o sentimento mais puro e doce que pode habitar no coração de um ser humano. Não tenha medo, não pensem em não amar, porque sabe o abismo? Então, quem te garante que lá embaixo não tenha um límpido riacho para tornar sua queda menos dolorosa? Você nunca irá saber se dará certo se não tentar e se não der, bom, é mais uma lição que você ganhará e mais sabedoria para da próxima vez você acertar.

Erros e acertos andam lado a lado, lágrimas e sorrisos também assim como a alegria e tristeza, o que seria de um sem o outro? Absolutamente nada, ou vem me dizer que você daria valor a felicidade se a tristeza não existisse? Aposto que não. Não faça da tua tristeza uma condenação, faça dela o seu dever de casa, apague, rabisque e no fim tenha a certeza da resposta, quem sabe você possa tirar um dez quando pensava que tiraria um zero…

(..)

– CAFAJESTE! – Karina jogou um vaso contra Pedro e o homem abaixou-se fazendo o objeto espatifar-se contra a parede.

– Tá doida mulher?!

– Ainda acha que tá na moral de me xingar depois de tudo que fez!

– Karina, eu já disse que eu não fiz absolutamente nada! Você que vê coisa onde não tem!

– Aham… Aham, isso tudo é desculpinha.

– Karina eu não aguento mais isso, você só faz desconfiar de mim – Pedro sentou-se na cama frustrado.

– Você não me dá motivo para confiar.

– Como é que é?! PORRA EU NUNCA FIZ NADA PARA MERECER A SUA DESCONFIANÇA, EU DEIXO DE SAIR COM OS CARAS DA EMPRESA PARA QUE VOCÊ NÃO DÊ PITI, NEM CHEGO PERTO DE UMA MULHER PARA VOCÊ NÃO BANCAR A LOUCA, MAS ISSO NÃO ADIANTA DE MERDA NENHUMA!

– VOCÊ NÃO GRITA COMIGO!

– Karina, só me diz uma coisa, o que foi que eu já fiz para você não confiar em mim? É isso que eu quero saber – Karina ficou um tempo pensando e ela não encontrou nenhum motivo. Claro que não encontraria.

– Nada – Suspirou.

– E por que você não confia em mim?

– Não é que eu não confie em você, é só que… Eu me sinto possessiva quando se trata de você, ninguém pode se aproximar, ninguém pode te sentir, você não pode sorrir para ninguém só pra mim. Aght! Eu odeio isso! – Karina levantou-se e se aproximou da janela de seu quarto.

– Karina, isso pode se transformar em doença, você sabe não é?

– Eu sei – Ela virou-se e Pedro viu que os olhos de sua esposa estavam marejados – Mas você já me deixou uma vez e eu tenho medo de que a história se repita.

– Meu amor, nunca mais eu sairei do seu lado – Pedro se aproximou de Karina e a acolheu em seus braços – Mas por favor, pare com isso, você está jogando fora anos de matrimônio, anos de muito amor.

– Eu prometo que tentarei mudar, mas eu preciso da sua ajuda.

– Sempre meu amor, eu sempre irei estar com você, eu jurei isso no dia do nosso casamento quando te tornei propriedade minha.

– Eu te amo tanto – Sorriu enquanto acariciava o rosto de seu marido.

– Ó, eu amo mais, tenho certeza.

Sorriram e colaram seus lábios. Era sempre assim, sempre, esses eram Karina e Pedro e o que seriam deles se eles não fossem como eles mesmos?

Separaram-se e olharam-se…

– Mamãe… Papai… – Desviram o olhar para o pequeno serzinho que adentrava o quarto.

– Oi meu bem – Karina foi até a filha e a pegou no colo.

– Por que vocês estavam brigando de novo?

– Desculpe por isso querida – Pedro aproximou-se de suas mulheres e acariciou o rosto de sua pequena Hannah, seu tesourinho como ele costumava chamá-la – Não queríamos que você tivesse nos ouvido.

– Eu não gosto quando vocês brigam.

– Somos casados meu bem e pessoas casadas tem suas desavenças, mas se amam mais que tudo.

– Então vocês ainda vão dar beijinhos mamãe? – Karina gargalhou.

– Claro que vamos minha pequena…

– E você ainda vai dizer vários eca! – Hannah gargalhou da péssima tentativa de seu pai de imitar sua voz.

– E vocês ainda vão se amar para sempre?

– Para todo o sempre – Pedro abraçou Karina por trás abraçando consequentemente também sua filha – Você e sua mãe são tudo pra mim e tenho certeza que o amor que sinto por vocês duas jamais se esgotará, ele passará por algumas dificuldades, mas nunca enfraquecerá.

– Olha seu pai filha, sempre nos humilhando com suas lindas palavras – Karina riu e virou-se de frente para o marido. Ele a apertou pela cintura deixando Hannah no meio de ambos e fazendo a pequena gargalhar. A criança aproximou seu rosto do de Pedro e lhe deu um beijo no queixo.

– Eu te amo papai.

– Eu também te amo meu tesourinho.

– Hey! E eu? Que história é essa de eu não ganhar amor?

– Sua mãe, sempre tão dramática – Disse Pedro fazendo a filha gargalhar. Ela era assim, sempre com o riso fácil. Hannah aproximou-se da mãe e depositou um beijo na face da mulher.

– Eu te amo mamãe.

– Eu também te amo minha pequena – A criança descansou a cabeça no ombro da mãe e Karina olhou para Pedro sorrindo.

– Eu te amo meu amor e não importam nossas brigas, nossas desavenças, eu sempre te amarei – Karina sorriu. Ela poderia ter um marido mais perfeito do que aquele?

– Eu também te amo meu anonymous.

Piscou e o seu anonymous, ops, e o seu marido sorriu.

Não importa o que acontecesse, eles sempre seriam Karina e Pedro e juntos seriam um só.

Fim!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.