Cartas Anônimas

Capítulo 66 - Hoje promete


~Notas iniciais super importantes~

Fui despertando aos poucos, girei na cama e fitei o relógio que marcava exatamente duas e quarenta e oito da tarde. A madrugada fora muito divertida e eu até esqueci o assunto Pedro Ramos.

Deixei a preguiça me consumir mais um pouco e levantei. Fui até o banheiro e fiz a higiene necessária, logo depois sai do quarto e desci.

– Rita – A encontrei na cozinha possivelmente preparando o almoço – Meus amigos ainda estão ai?

– Não Ka, eles já foram e disseram para você nove horas está na boate já que você não vai para o coquetel.

– Tudo bem – Peguei uma maçã.

– O almoço está quase pronto.

– Vou ler um pouco, quando você terminar, você pode me chamar?

– Claro, vá lá criança.

Aproximei-me da mulher e depositei um beijo em sua testa. Segui para a sala e peguei um livro que estava na mesinha de centro o abrindo bem onde eu havia parado. Comecei a ler um pouco, mas logo parei deixando meus pensamentos vagar por uma única pessoa. Pedro Ramos. Peguei meu celular e nele não havia nenhuma ligação, mensagem ou sinal de vida dele. Frustrante. Resolvi ligar para ele pensando em uma desculpa qualquer, mas caiu direto na caixa postal. Liguei uma, duas, três vezes e nada.

– Ótimo, deve estar dormindo depois de ter transado loucamente.

Eu tinha um jeito mais desleixado, um jeito de foda-se o mundo, um jeito de não me importo com nada, mas a verdade é que eu me importava. Só de pensar que ele poderia estar com outra meu coração apertava, só de imaginar ele tocando em outra como toca em mim eu já sinto meus olhos arderem. Mais uma vez eu me mostrei fraca, mais uma vez eu chorei como um bebê. Na madrugada meu travesseiro foi meu confidente, mas eu sabia que eu poderia estar chorando por nada, a final, eu não sabia se ele realmente estava com outra ou não. Ouvi Rita me chamar e fui para a cozinha, saboreei a deliciosa refeição que ela fez e subi para meu quarto. Eu ainda não havia dormido o suficiente, por isso resolvi deixar o cansaço me vencer. Deitei era quatro e cinco e fui acordar sete e meia, muito mais revigorada, com muito mais disposição. Levantei e desci, fui até a cozinha e despejei sobre uma tigela iogurte natural, granola e algumas frutas cortadas. É, eu só faço comer além de rir muito, dormir e ahhh falar de mais. Após ter comido tudo resolvi subir e me preparar para sair. Fiz todo àquele ritual de banho de sais, creme pelo corpo e o escambau. Quando o relógio marcou oito e cinquenta eu já estava saindo de casa toda produzida. O trânsito estava mais calmo do que o esperado para uma noite de sábado e quando o relógio marcou nove horas, eu já estava estacionando perto da balada. O estacionamento estava lotado e foi quase impossível achar uma vaga. Encaminhei-me até a entrada e entreguei meu convite especial, agradeci por ter aquilo ou eu teria que enfrentar aquela fila enorme. Aquela balada não era diferente das demais, o único diferencial era que aquela balada era a balada mais chique que eu já havia visto na vida, acho que tudo ali fora feito com ouro e diamante. Caminhei dentre a pessoa a procura dos meus amigos, eu sei que seria difícil encontra-los… Ou nem tanto assim. Logo avistei todos sentados em uma mesa.

– Ola.

– Oi – Todos me olharam e disseram ao mesmo tempo.

– Caraca Ka, você está linda – Vitor depositou um beijo nas costas de minha mão.

– Obrigada.

– Pontual como sempre dona Duarte.

– Conte sempre com isso Vicky – Me sentei em uma cadeira que havia ali e comecei a olhar em volta fingindo desinteresse. Pedro não estava ali com eles e não parecia estar em lugar nenhum – Cadê o dono dessa festa toda minha gente?

– Está por ai com a priminha bitch dele – Gargalhei, mas a vontade que eu senti foi de derrubar tudo nessa boate e bater tanto em Pedro até ele sair dali em coma.

– Bianca, você não tem jeito.

– Eu apenas falo a verdade OK… AHHHHHHH eu amo essa música, amor vamos dançar vamos?

– Vamos morena – Levantaram-se e foram em direção à pista de dança que parecia mais cheia.

– Também quero Mateus.

– Vamos lá – Também se levantaram. E a forever alone aqui ficou ali apenas olhando, se bem que eu não estava tão mal assim.

– Então quer dizer que você é a toda poderosa Karina Duarte? – Olhei para Vitor. Gente, deveria existir alguma lei para prender pessoas bonitas, Vitor com certeza mofaria na prisão.

– Ahh que nada – Dei de ombros – E você senhor Vitor? É todo poderoso de alguma coisa?

– Que nada também, sou um desconhecido – Sorrimos – Você é linda Ka – Me olhava atentamente.

– Para com isso, assim eu fico encabulada – Coloquei o cabelo para trás da orelha e senti minhas bochechas queimarem.

– Ué, estou falando apenas a verdade.

– Ahh então eu também tenho que dizer que você é lindo.

– Você não precisa dizer só porque eu disse.

– Não é por isso, é a verdade também. Você é realmente muito lindo.

– Muito obrigada. Depois desses elogios todos o que você acha de uma dança?

– Acho ótimo.

Ele pegou em minha mão e fomos para a pista de dança, uma música agitada tocava fazendo com que meu corpo logo fosse tomado por ela. Alguns minutos se passaram e Vitor estava perto de mim, bem perto, muito perto, mais perto que o recomendando e eu posso jurar que estou sentindo uma certa parte de seu corpo dar sinais de vida. Senti Vitor beijar meu pescoço e eu automaticamente arrepiei, aquilo estava ótimo, mas e se Pedro me visse ali? Continuamos a dançar até que eu pedi um tempo a Vitor para ir ao banheiro, eu precisava jogar uma água urgente em meu rosto, de preferência bem fria. Caminhei dentre as pessoas e procurei o banheiro que ficava perto do bar, mas eu parei, parei por ter visto alguém, ou melhor, ter visto uma cena desagradável. Pedro estava praticamente colado com uma loira, ele falava em seu ouvido e ela ria, ria muito. Deduzi ser a prima dele e ela realmente parecia ter mais plásticas que todas as mulheres frutas. Ele levou a mão até a cintura dela e beijou seu rosto enquanto ela se aproximava do ouvido dele par dizer algo. Senti meu sangue ferver, meus olhos arderem e uma raiva jamais sentida tomar conta do meu corpo. Pedro Ramos estava completamente ferrado. Aproximei-me do bar e caminhei até o outro lado, o lado que Pedro não me veria. Pedi a bebida mais forte que havia ali e a virei de uma vez só sentindo-a destruir minha garganta.

– Hoje promete.