Cartas Anônimas

Capítulo 15 - O Beijo


Ao escurecer Pedro me levou até em casa, sua mãe quase não me deixava ir embora e eu só consegui ir com á promessa de que retornaria e eu queria mesmo retornar, eu adorei ter conhecido á família de Pedro e estava adorando o fato de conhecê-lo melhor. Onde ele esteve o tempo todo? Pelo pouco tempo que passei com ele eu já sabia que ele era diferente dos demais garotos, ele não era do tipo do Wallace, Mateus, ou até mesmo Duca, André e vários outros, ele era o tipo de garoto que se denominaria raridade. E eu estava amando conhecer aquele tipo de garoto. Eu nunca pensei que passaria horas conversando com alguém do sexo oposto sem haver uma tensão sexual entre nós, eu acho que isso até que tinha, principalmente da minha parte, mas pela primeira vez eu conversava com alguém de verdade, sem beijos, sem amassos, apenas palavras. Ele estacionou a BMW em frente á minha casa e saímos do carro, fui até ele e ele se encostou-se à porta do carro e colocou ás mãos no bolso.

– Foi divertido – parei em sua frente.

– Também gostei – sorriu. A fraca luz que vinha do poste caia sobre ele e dava-lhe um ar arrebatador, meu coração disparou e eu fiquei seria, nunca havia sentindo isso antes.

– Seus pais são ótimos.

– São mesmo, ótimos pagadores de mico né, você deve está de saco cheio da dona Delma.

– Claro que não Pedro eu adorei sua mãe ela é tão educada, elegante, carinhosa, gentil e outras coisas mais.

– Cara nunca vou falar isso pra ela, é bem capaz dela fazer uma troca, ela manda eu vim morar aqui e você vai ir morar lá – eu gargalhei.

– Não é pra tanto né.

– É sim – ele de repente cravou seu olhar em mim e eu fiz o mesmo com ele, uma tensão se estalou em nossa volta, já era para eu ter me apoderado da boca dele, já era para tê-lo em meus braços, mas eu simplesmente não fazia nada á não ser ficar imóvel, eu não sabia o que estava acontecendo, ele não sabia o que estava acontecendo e ninguém tomava nenhuma atitude, ou melhor, demorou um pouco para alguém tomar uma atitude. Pedro retirou suas mãos do bolso e me pegou pela cintura colando nossos corpos, eu apoie minhas mãos em seu peitoral quente, ele tinha uma mão em minha cintura e a outra fôra para as minhas costas fazendo com que ele apertasse mais nossos corpos. Eu nunca havia notado nenhum interesse de Pedro com á minha pessoa, eu nunca tinha o visto nem ao menos olhar para mim, então não imaginava que ele me quisesse o tanto que eu o queria, o tanto que eu descobri o querer. O garoto aproximou seu rosto do meu e logo se apoderou dos meus lábios, meu corpo inteiro estremeceu e essa sensação também fôra nova para mim. Logo já estávamos em um beijo profundo… Prazeroso. Ele tirou uma das mãos de minhas costas e colocou em minha nunca, o mesmo eu fiz com ele, nós prensávamos os rostos um do outro como se quiséssemos que eles se juntassem em um só, com certeza aquele foi o melhor beijo de toda á minha vida, minha boca nunca tinha encostado em outra boca tão gostosa e nunca um beijo me fez estremecer como eu estremeci, nem meu primeiro beijo tinha sido daquela forma. O ar começou á nos faltar, mas mesmo assim permanecemos com nossas bocas coladas. Pedro parou o beijo bruscamente fazendo com que o som da “partida” fosse um pouco alto. Ele me deu dois selinhos demorados e colou nossas testas.

– Tenho que ir – sussurrou.

– Tudo bem – Me deu mais um selinho e nos separou sem ao menos me olhar, entrou no carro e sumiu pela rua escura e deserta, ainda fiquei um tempo no mesmo lugar apenas digerido todo o ocorrido, era para quilo ter sido somente um beijo, mas por que não fôra? Ahhh claro eu era uma tola e não sabia que aos poucos estava me apaixonando.