Cartas

trinta e um.


Quinta-feira,

22/11/2012.

Me fata um pedaço teu. Ou meu. Não, não.

Meu falta um pedaço se estou longe de você. Parece que tudo é incompleto. O café não é quente o suficiente; falta mais brilho no sol; o vento sopra preguiçoso. Os pensamentos vem e vão na minha cabeça de um lado pro outro sem parar e da mesma forma que entram, saem do nada.

Faltam curvas no meu sorriso. Você sabe o que é isso? Ambos sabemos o que significa.

As linhas nas quais escrevo são intermináveis e talvez eu mantenha a esperança de encontrar teu beijo no final de uma delas. Pareço um passarinho que vive procurando lugar pra fazer seu ninho. E eu tenho tantos lugares, eu tenho escrito tantas coisas, algumas ruins, mas eu estou sozinha, porque o lugar do meu ninho é o seu coração.

Minha cabeça é um rádio de uma estação só: teu riso. Já falei do teu sorriso? Do som dele? Da forma como ele me invade? Ele parece o mar, mas não aquele mar furioso que destrói e assusta, que me assusta. Teu riso é o mar calminho, que invade de mansinho e inunda a minha alma.

Isso tudo pode não ter nexo e nenhuma ligação mas meu amor tem. Ou não. Mas eu falo falo e falo e tudo me leva ao mesmo ponto.

O café pode estar quente o suficiente, o sol pode brilhar como nunca, o vento pode soprar com força pra derrubar muralhas. Sempre vai estar faltando alguma coisa. Talvez minha cabeça não seja um rádio, mas o locutor é você. Talvez eu não mereça a felicidade que o teu sorriso me traz. Talvez eu nunca precise fazer um ninho. Mas uma coisa é certa meu mô : se você estivesse aqui, eu não iria querer mais voar.

Da literalmente sua,

Stephany.