Carta para você

Nada está tão ruim que não possa piorar


Não tivemos tempo nem de nos abaixar, quando vimos a arma, logo Anatholy já estava disparando. Somente na direção de Jethro. O que confirmava as minhas suspeitas.

Uma bala passou tão perto da minha cabeça que pude ouvi-la, e, por puro instinto, me escondi atrás da poltrona, nada que fosse muito seguro, é verdade, mas era a nossa única opção para nos mantermos vivos.

— Você realmente acha que eu ficaria muito tempo sem saber, Romain? Ou seria melhor dizer Gibbs? – Zukhov disse de maneira zombeteira.

Olhei para Jethro que parecia ainda tentar entender como somente o disfarce dele havia sido descoberto. E eu queria saber quem fora o desgraçado que vazou a informação!

Com um sinal ele me mandou seguir com o meu papel. Eu na mesma hora discordei. Afinal, éramos parceiros, e um tomaria conta do outro, não importa o que acontecesse. Como um casamento, não é?

— Nem pensar! – Sibilei na sua direção.

— Faça isso! – Ele me ordenou com o olhar.

— É melhor ter um plano ou nós dois vamos virar comida de peixe, Marine! – Eu xinguei ao concordar de má vontade.

Os tiros pararam por um tempo, não sabia se era um bom ou um péssimo sinal.

— Vai contar para a adorada Isabelle a verdade? Ou você quer que eu conte? – Mais uma vez Zukhov tinha o controle da situação.

— Que verdade, Romain? Do que ele está falando? – Me fiz de burra, já que essa era a única maneira de ficarmos vivos.

A risada do russo era de quem havia vencido a guerra.

— Responda à moça, Gibbs! Ela quer saber! – Ele instou Jethro a confessar a verdade.

— Eu não sei do que ele está falando, Isabelle! – Jethro preferiu continuar com a mentira, mas não funcionou pois recebemos mais um pente de balas em nossa direção.

— Como não! Então por que ele está atirando em nossa direção! E quem é Gibbs? – Continuei com o teatro, mas era tarde demais, Zukhov apareceu por trás e me arrastou com ele.

— É tão feio mentir para uma dama tão linda, Gibbs. Vamos lá, conte a verdade, assim ela não se machuca. – Suas mãos eram como cordas em minha cintura, eu não conseguia escapar. – Ou ela é só mais um brinquedinho que agentes federais como vocês usam em suas missões? Não me leve a mal, minha cara, mas essa é a verdade. – Ele disse em tom de consolo para mim.

Eu estava farta de ser a refém, tínhamos que fazer algo, pois agora mais dois seguranças entraram na cabine para servirem de reforços.

— Você mentiu para mim? – Eu soei mais ofendida do que pretendia. – Você realmente fez isso? Achei que você me amava de verdade! – Se era para tentar uma saída, que fosse essa.

Jethro pareceu entender a minha ideia.

— Isabelle, vamos lá, vai acreditar nele? Depois de tudo o que eu fiz?

Zukhov pareceu cair na nossa DR fingida e, em um excesso de confiança, dispensou seus capangas.

Eu fingi ponderar a questão olhando de um para o outro.

— Você está falando a verdade, Romain? Sério? – E assim eu consegui afrouxar o aperto, podendo agora mexer os meus braços com liberdade.

— Você sabe que sim, Isabelle. Alguma vez menti para você? – Jethro deu um passo à frente e Anatholy se divertia com a clara mentira estampada na cara dele.

— Por favor, ma cherie... você não pode acreditar nele. – E dizendo isso, Zukhov me virou na sua direção. Era tudo o que eu precisava.

Ainda fazendo a cara de burra e, sem que ele percebesse, eu saquei a beretta. Sim, Jethro estava certo, essa coisinha era o que salvaria as nossas vidas, e mirei, iria mata-lo ali, mas ele tinha informações valiosas demais para a agência, então apenas o apaguei, dando uma coronhada na sua cabeça.

Na mesma hora, Gibbs chegou para impedir um possível assassinato, mas não precisou. Acontece que tem sempre aquele imediato puxa-saco que aparece do nada, e bem na hora em que tentávamos escapar por uma outra porta, a passagem principal para a cabine foi aberta. E quem apareceu? O segurança seis por seis que nos confrontou no café.

— Como está a sua mira, Isabelle? – Jethro fez questão de tentar manter o meu disfarce.

— Queria ter uma arma maior do que isso aqui, mas já que você pegou a dele, é o que sobrou, não é?

Nosso amiguinho puxa-saco de chefe, fez a conexão e nem perguntou primeiro, foi atirando de cara.

Dessa vez conseguimos um bom esconderijo, era uma questão de distração, um aparecia e o outro atirava.

— Você distrai, Jen!

— Nem pensar, já fui a refém hoje, faça o serviço perigoso que eu atiro.

— Essa 9mm tem mais precisão que a arma que você está carregando!

— Quem me deu a arma, hein Jethro? Agora vá!

Gibbs ainda pensou por dois segundos, mas fez o que tinha que fazer. Eu tinha cinco segundos, entre ele recarregar a automática e voltar a atirar.

Último tiro. Pente vazio no chão. Jethro aparece. Minha chance. Um tiro certeiro na cabeça. E ele já era.

— Quantos ainda tem lá fora? – Perguntei mais por distração do que por necessidade, as chances ainda estavam muito contra nós.

— Se eu contei certo, eram Zukhov mais oito quanto entramos.

— Faltam sete. Vamos lá? – Chamei.

— Você cobre a esquerda e eu a direita.

— Como você quiser. – Eu disse feliz quando pus minhas mãos na automática do segurança.

Não tínhamos a vantagem numérica, mas, talvez, tínhamos algo que os seguranças provaram não ter, sincronia. E um por um eles caíram, ou pelos menos conseguíamos passar sem maiores danos. Até que Jethro ficou sem munição e ainda tinham uns dois para abatermos, isso sem contar com o líder destemido deles que estava apagado na cabine.

— Me dá a automática, Jen!

— Nem pensar, fica com a beretta.

— Jen, sério! Ainda temos...

Ele não terminou a frase pois saíram mais quatro capangas de sei lá de onde.

— Você não disse que eram oito? Esqueceu como se conta? – Uma bala passou de raspão pelo meu braço direito e eu sibilei de raiva. – Vou colocar isso na sua conta! – Apontei para o ferimento no meu braço.

— A automática, Jen, agora você não vai conseguir erguê-la.

— Seu chauvinista! Homem das Cavernas! – Eu comecei a xingar quando ele tomou a arma da minha mão.

— Eu os distraio e você pensa em um jeito de sairmos daqui! – Jethro me disse.

Olhei em volta, nós estávamos bem longe da costa, graças ao potente motor do iate. Para voltarmos só se fosse no próprio barco. Teríamos que roubar o Estrela da Manhã!

— Já que você parece gostar tanto de barcos, Jethro, acho que hoje vamos ter que nos transformar em piratas e tomar esse iate. Parece ser a nossa única saída.

Ele pareceu gostar da ideia, mas não me surpreendi. Um barco como esse, realmente deve ser a Mercedes Benz dos iates!

Só que nosso plano foi para água abaixo quando ouvimos a voz de Zukhov ordenando que atirassem para matar, os dois.

— Seu disfarce foi para água abaixo, Jen.

— E nosso plano de levantar um motim também, Jethro. O que vamos fazer?

— Salva-vidas.

— Você quer boiar até a costa, Jethro? Por acaso levou um tiro na cabeça?

— O bote salva-vidas, Jen!

— Em minha defesa, eu não entendo nada de barcos... mas, como você planeja chegar até lá? Ou melhor, acha que teremos tempo de conseguir lança-lo ao mar?

— Essa é a parte mais fácil, Jen. Você vai distraí-los e eu vou lá, quando o bote estiver no mar, você pula e eu te pego.

Eu o olhei incrédula. Eu teria que pular na água?!

— Pular?!

Mas não pude xingá-lo mais, pois nos atacavam de novo e dessa fez estavam mais perto.

— Sim, Jen. Te vejo quando te tirar de dentro d’água.

Lancei a ele o meu pior olhar, mas ele nem se importou.

— No três?

— No três, Jethro.

Um...dois...três. Ele correu e eu comecei a atirar. Acho muito bom ele não demorar pois as balas dessa arma de brinquedo não durarão para sempre.

Foram os piores trinta minutos da minha vida. Eu só podia atirar quando tinha certeza que acertaria, pois não poderia desperdiçar a chance. Jethro demorou o que pareceu a eternidade, até que escutei o barulho de um motor não muito potente. Ótimo! Hora do banho!

Dei uma olhada para trás e vi que ele realmente estava a uma distância segura do iate. Desgraçado! Um último tiro. Mais um no chão e pulei. Esperava sinceramente que ele me pegasse, pois não tinha muita confiança de que conseguiria nadar aquela distância sem que me acertassem.

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E não é que ela pulou? Achei que ela faria tudo e qualquer coisa para sair daquele iate completamente seca, mas ao ouvir o barulho do motor, Jen somente garantiu que não tivesse nenhum atirador muito perto e pulou no mar.

Manobrei o bote para ficar mais perto e assim que consegui avistar a sua peruca loira flutuando no mar a alcancei.

— Era uma vez o seu disfarce, pois a cabeleira loira da Isabelle ficou ali. – Tentei brincar com ela.

— Por que você demorou tanto?! – Ela cuspiu as palavras em minha direção.

— Não demorei nem dez minutos!

— DEZ MINUTOS? Tem certeza que não foi meia hora? Pelo amor de Deus, Jethro, era em mim que eles estavam atirando! – Ela xingou ainda mais.

Não pude respondê-la, pois assim que abri a boca, alguém atirou na nossa direção. E muito menos tive a oportunidade de revidar, pois jen, em um estado de fúria que eu ainda não tinha presenciado, pegou a Beretta e mirou no atirador.

— Já chega de ser o alvo desse bando de desgraçados! – Ela xingou ao atirar, e também mais algumas palavras que eu posso jurar que eram palavrões em francês.

O cara apenas caiu dentro d’água. Um tiro perfeito, mesmo com aquela arma.

Quando ela finalmente se acomodou dentro do bote, não pude deixar de rir da situação. Ela parecia uma criança que foi pega brincando com a mangueira no meio do verão, toda encharcada, mas mesmo assim tentava se manter o mais composta possível. Uma visão cômica, que eu poderia ter gargalhado, mas ela estava armada e furiosa...

— Posso saber o motivo desse seu sorrisinho, Jethro? – Ela perguntou mal-humorada.

— Nada, Shepard. Só me lembrei de uma coisa.

— Que é? – Ela ainda não abriu a cara.

— Não te falei que essa beretta ia salvar as nossas vidas? – Brinquei com a parte que seria a menos provável de ela se enfurecer ainda mais.

— Fica calado ou eu te dou um tiro, Gibbs. E vê se nos leva pra costa rápido, eu tô congelando. – Eu poderia ter levado a ameaça dela a sério, se ela não estivesse com tanto frio, já que ela batia tanto o queixo que demorou quase um minuto para dizer tudo. O que, logicamente, a deixou com mais raiva ainda.

Ela, orgulhosa e teimosa que só, poderia pedir o meu casaco emprestado, mas não vez. Por minha vez, eu poderia ter deixado quieto, mas vê-la ali com frio não era uma cena engraçada, então tirei o meu blazer a coloquei ao redor de seus ombros.

— Obrigada. – Ela disse entre as batidas de seu queixo.

— Não há de que. – Respondi. Queria irritá-la ainda mais, mas já tivemos demais nesse dia. – Não vamos demorar para chegar na costa.

— Jethro... – ela começou – Como vamos pegá-lo agora? Digo, ele sabe quem somos, ou pelo menos quem você é... sem contar que está fugindo...

— Acho bom o Decker dar um jeito nisso, afinal, a informação vazou, e isso não é nossa culpa. Mas, muito provavelmente, teremos que seguir a informação que ele havia te passado antes.

— Sérvia?

— Acho que sim.

— No outono? Vamos pro leste europeu no início do outono? – ela parecia incrédula.

— É uma boa ideia, já que você vive reclamando do calor que faz no sótão...

— Sinceramente, será que é muito difícil de nos hospedarem em um lugar melhorzinho dessa vez? – Ela começou a reclamar.

— Quer dar a ideia? – Eu brinquei com a cara dela.

— Deixa pra lá... — ela se encolheu dentro do blazer e começou a olhar em direção à costa que ficava mais perto a cada segundo.

Conseguimos atracar em uma parte deserta do píer. Limpamos o bote e corremos em uma direção totalmente oposta ao sótão para despistarmos qualquer pessoa que pudesse estar nos vigiando.

Depois de andarmos mais ou menos por quarenta minutos e termos certeza de que ninguém nos seguia, rumamos para a nossa “casa”.

Subimos pé ante pé, evitando ao máximo fazer algum barulho, afinal, se tinham descoberto meu nome, poderiam ter descoberto onde estávamos.

Chegamos à porta, ainda estava trancada e não parecia ter sido forçada.

Jen a destrancou e abriu e eu dei o passo para entrar e vasculhar o local primeiro. Com ela sempre protegendo as minhas costas.

— Tudo limpo. – Afirmei.

— Parece que ninguém veio aqui. – Ela continuou. – Tudo está como deixamos.

Ela tinha razão, o sótão estava do mesmo jeito. O que me fez pensar em outro lugar.

— Decker! – Jen expressou os meus pensamentos em voz alta. – Será que ele está bem?

— Não sei, mas não podemos sair daqui, pelo menos não nas próximas vinte e quatro horas.

— Acha que eles não nos emboscarão aqui? – Ela perguntou chegando perto da janela com todo cuidado e verificando o cais.

— Não sei. Pode ser que eles não saibam daqui. Teremos que sermos cuidadosos, até as próximas ordens. Mas agora temos outra coisa com o que nos preocuparmos.

— Que é?

— Seu braço!

— Meu braço? – Jen olhou para o braço direito e suspirou. – Tinha até esquecido...

— Normal. Sua adrenalina está alta. Por enquanto não está sentindo a dor, mas quando você relaxar, você vai sentir. Agora venha aqui, deixe-me olhar isso.

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– É sério, Jethro, não precisa... eu faço isso. – Ele ainda insistia que queria tratar do meu braço. Mas não precisava. – Eu sei tratar disso aqui.

— Jen, sem discussão. Você tem que limpar isso aí, e como sei que você é destra, não vai ficar bem limpo. – Ele me olhava como se estivesse mandando em uma criança pequena.

— Não sei por que de tanta preocupação. Nem sangrando mais está! Você está.... – Eu tentei respondê-lo em um tom que o manteria afastado, mas não consegui, pois antes que eu pudesse fazer isso, ele me segurou pela cintura e me levou para o sofá, sentando-me entre suas pernas para que assim ele me mantivesse ali.

— Jethro!? O que você pensa que está fazendo?

— Cuidando de você! – Foi a resposta simples que ele me deu quando começou a limpar o machucado e isso me pegou de guarda baixa.

Não consegui segurar a careta quando ele começou a limpar a ferida. Ele viu minha cara e diminuiu a pressão. Dando um tempo para que eu meu acostumasse com a queimação.

— Não é sua culpa se isso arde pra caramba. – Eu falei.

Ele nada respondeu, apenas encarou o ferimento com cara feia.

— O que foi? – Me alarmei.

— Acho que vai precisar de ponto. – Jethro disse com cuidado.

— Tudo bem... eu acho. – Fingi não me importar, mas a verdade é que eu nunca fui fã de agulhas e como Ducky não estava por perto para nos ajudar...

— Só tem um detalhe. – Ele ainda tinha a fala bem mansinha.

— Que é?

— Não tenho anestésico.

— Merda! – Eu xinguei. – Vá em frente, não tenho outra opção, tenho?

— Não. Não tem, Jen. Mas vai doer.

— Eu já levei pontos antes, Jethro, não se preocupe. Se preocupe em não deixa uma cicatriz muito grande.

E ele se concentrou em costurar o meu braço o mais rápido e indolor possível, mas isso não deu muito certo, pois cada vez que era preciso iniciar o outro ponto, eu sentia toda a dor. Para me distrair me concentrei nele e na sua expressão focada e sua testa franzida, seus olhos azuis como o mar do lado de fora e me lembrei de como eles ficarão quando nós dois...

— Jen?! Está tudo bem? Você está com dor? – Ele me chacoalhava devagar para que não piorasse o meu estado.

— Eu... eu tô bem, Jethro. De verdade. – Assegurei e só então olhei para o meu braço, já tinha um curativo muito bem feito ali. – Por acaso você também é médico? – Tentei distraí-lo para que ele não me perguntasse onde eu estava com a cabeça.

— Não. Não sou. Espero que não fique com uma marca muito feia. - Ele disse sincero, finalmente me libertando do meu “cativeiro”.

— Eu estava brincando. Não tem problema. São ossos do ofício. – Disse sem graça.

— Mas eu me importo, Jen. – Ele falou convicto. – Você não tinha que se machucar.

— Jethro, diante do que a gente passou dentro daquele iate, isso aqui – eu apontei o meu queixo para o curativo – é o menor dos problemas. Nós dois poderíamos ter morrido lá dentro. Você poderia ter morrido. Graças a Deus que Zukhov tem uma péssima mira, pois aquela primeira bala era para ter acertado a sua cabeça! - Acabei me exaltando no final ao lembrar do primeiro tiroteio.

Jethro já estava de pé e guardando o kit de primeiros socorros, então, aproveitei sua distração e esfreguei os pontos, estava começando a incomodar.

— Por que você se preocupa tanto, Jen? Por que se preocupa tanto comigo ao invés de você?

— Porque somos parceiros e parceiros sempre cuidam um do outro! Ora, Jehtro!

— Não, Jen, tem mais coisa aí. Vigiar as minhas costas é muito diferente do que você faz!

— E você, por que está todo preocupado com o meu braço? Não foi nada! – Fui obrigada a retrucar com a mesma pergunta porque não sabia o que responder.

— Porque somos parceiros. – Ele copiou a minha resposta, mas tinha um meio sorriso sarcástico no rosto.

Fiquei encarando-o. Não tinha resposta para o que ele queria. Aliás, eu poderia dizer que era porque ele tinha uma filha que o estava esperando. Dizer que ele tinha uma família para quem voltar. Mas isso entraria em uma conversa que eu não queria ter.

— Por que? – Ele insistiu.

Respirei fundo. Olhei bem para ele, e apenas disse:

— Porque não suportaria ver você morrer. – Fui sincera até demais, e eu sabia disso. Então, antes que minhas bochechas me entregassem ainda mais, eu me levantei e rumei para o minúsculo quarto. Mesmo sabendo que logo, logo ele me seguiria, pois não tem outro lugar para ele dormir aqui dentro.

Eu precisava de um banho, um remédio para dor que me nocauteasse e precisava de dormir. E, de preferência, que eu não acordasse usando Jethro de travesseiro.

Mas o que eu preciso e quero, está muito longe do que realmente acontece