Carrossel - Aventura Jovem

Capítulo 17 : 2º Temp. - Ciumes é uma doença.


Ciumes é uma doença.

Os ponteiros do relógio marcavam exatamente 18:00. Depois que Valéria e Marcelina já haviam acabado de fazer os curativos na amiga, foram procurar seus namorados. Por mais que insistiram em ficar com a Gusman, a garota não queria preocupar ninguém.

Alicia estava com muita dor nos lugares onde haviam ferimentos. Seu rosto não parava de arder com os arranhões que levou. Ela estava com fome, nem almoçou direito devido à cena que viu mais cedo. Se levantou, mesmo gemendo de dor, e foi caminhando escorada na parede, até o reifeitório, porém, algo no caminho a interrompeu: Uma conversa da Mariana e do Caio. A garota se escondeu atrás da parede, e ficou escutando:

Mariana: Pelo visto nosso plano deu certo.

Caio: Claro, com um gênio do seu lado, não tem o que reclamar.

Mariana: Não exagera.

Caio: O que importa, é que e Alicia caiu direitinho Quarta-Feira. Agora, todos acham que ela teve sua primeira vez comigo. – O garoto gargalha alto, fazendo Alicia ficar com um “O” em sua boca.

Mariana: E tem mais.

Caio: O quê ?

Mariana: Está vendo esses arranhões no meu braço ? Então, ela viu o Paulo agarrado comigo, e ficou super nervosa.

Caio: Brigaram feio pelo visto.

Mariana: Sim, levei muitos tapas. Ah, mas ela tadinha... – A mesma ri.

– Não preciso da compaixão de vacas. Ah, vaca não tadinha, ela nem tem haver com isso. Deixa eu ver... Vadia, o que acha ? – Alicia diz com sarcasmo.

– Quer apanhar de novo ? – Ela se levanta ficando frente à frente com a Gusman.

– Mariana, você a machucou muito.

– E daí ? Qual o problema ? Ela merece. – A adolescente começa a fitar a outra.

– Poderíamos até brigar, mas não vou sujar minhas mãos novamente. – Quando Alicia virou-se para trás, Mariana a puxou e lhe deu um tapa no meio da cara. – Ah, você quem pediu!

Nisso, as duas garotas começaram a brigar ali mesmo. Por mais que Alicia sentisse dor na perna, e mal conseguisse ficar de pé, ela não deixou barato. Agora, quem ganhava a briga, era a Gusman.

– Alicia ? Sabia que não poderíamos ter deixado você sozinha. – Valéria que chega junto de Davi.

– Ally, saí daí! – O Rabinovich segurou a amiga pela cintura, e a puxou para trás.

– De novo procurando briga, que coisa feia dona Alicia! – Valéria zomba.

– Eles vão ter que me pagar, caro! – A garota diz enfurecida.

– Espera aí, amiga. Esse não é o tal Caio ?

– Sim, eu mesmo. – Caio responde.

– Então queridinho, acho melhor apagar aquela foto da Alicia do jornal. – Valéria ordena.

– Por que deveria ?

– Você gosta da Alicia ?

– Gosto. – Ele responde, e Mariana revira os olhos.

– Então, trate de apagar logo. Se a diretora ver aquilo no jornal, pode expulsá-la.

– Nem pensei nisso.

– É ? Mas agora já sabe, e você vai apagar! – Davi.

– E se ele não quiser ? – Mariana com sua voz nojenta.

– Querida, licença mas, estamos conversando com o Caio. – Alicia.

– Pode deixar, vou apagar.

– Obrigada. – Valéria responde, e vira as costas com seu namorado e sua amiga.

– Caio! Não pode apagar aquilo! – Mariana cruza os braços, e tenta fazer com que o garoto mude de opinião.

– Eu tenho que apagar, não pensei que ela pudesse ser expulsa.

– Af. – Ela resmunga.

(...)

– Sabia que não conseguiria ficar sozinha sem procurar confusão. – Valéria adverte quando Alicia senta na cama.

– Ah, me deixa!

– Não, não deixo!

– Amor, ela precisa pensar. – Davi fala colocando sua mão pela cintura da namorada.

– Verdade, vamos deixar ela pensando.

– Isso, vamos aproveitar um pouco. – O menino lhe dá um selinho.

– Aham, vamos. Mas a Alicia vai ficar trancada.

– O QUÊ ? Você não pode fazer isso.

– Alicia, menos. Você vai ficar sim. Como posso confiar de que não vai sair novamente ?

– Valéria e se eu precisar sair ?

– Daqui 30 minutos estamos aqui, beijos! – A menina acena saindo do lugar, e trancando a porta.

– Mais essa agora. Bom, agora preciso de um jeito para o Paulo acreditar em mim. Pensa Alicia, pensa!

(...)

– Só acho que pegou pesado. – Davi fala com dó.

– Eu também acho, mas ela precisa aprender que nem tudo é na base de briga.

– Falou a que nunca briga. – O namorado tira sarro.

– Eu sei que gosto de confusão, mas a Alicia gosta bem mais do que eu.

– Mudando de assunto...

– Eu sei que estou linda. – Ela zoa.

– Boba, não quis dizer isso, quis dizer que... – A garota o interrompe.

– Não estou linda ? Sabia que esse moletom não combinaria com o short.

– Valéria. – O menino a encara. – Você está linda, perfeita! Eu só queria dizer que poderíamos namorar um pouquinho.

– Ata. – Ela ri. – Vem cá.

A garota puxou o namorado pela nuca, e assim iniciaram um beijo calmo. No meio do beijo, o garoto passava a mão pelo corpo da menina, a sorte era não ter ninguém no corredor.

(...)

Após conversar com sua amiga, Margarida levantou-se para tomar um banho frio. Clementina ficou sozinha no quarto, lendo um livro. A garota sentia dores na barriga, fraqueza e tontura, porém preferiu não chamar ajuda.

– Clementina precisamos conversar. – Jorge que estava de costas fechando a porta, logo levou um susto. – Amor, acorda! Acorda! – Ele insistia dando leves tapas em seu rosto.

Após perceber que a porta do banheiro estava trancada, deduziu que havia alguém dentro (Avá ?). Pegou a namorada no colo, e a carregou até seu dormitório.

– Daniel, pegue um copo de água por favor! – Ele pede.

– Ta bom, já volto. – O menino saí correndo do quarto.

– Clementina, acorda.

– Jorge ? – Ela acorda tonta.

– Está bem ?

– Mais o menos, eu estou tonta.

– Clementina você não almoçou. Comeu alguma coisa depois ? – O Cavalieri pergunta e a amada nega com a cabeça. – Você está grávida, precisa se alimentar!

– Mas eu não estou sentindo fome.

– Mas mesmo assim, eu quero vocês dois bem.

– Vou fazer meu máximo.

(...)

Quando o amigo pediu para que Daniel pegasse água, o menino saiu correndo. Ele corria feito louco pelos corredores, tentando desviar das coisas e das pessoas. Porém, logo ele trombou com alguém: Carmen. A menina caiu com tudo no chão.

– Aí, seu louco! – Ela reclama de dor.

– Perdão, Carmen. – O menino ajuda a mesma se levantar.

– Por que está correndo feito louco ? Bom, não que meu interesse por você, né, mas só estou perguntando. – A menina tenta disfarçar.

– A Clementina desmaiou, e aí o Jorge pediu para que eu pegasse água.

– Ah, entendi. – Carmen responde, e em seguida uma mensagem chega no celular de Daniel.

– Que bom, ela já acordou.

– Espero que ela não passe mais mal.

– É, bem estranho mesmo ela desmaiar assim do nada.

– Acho melhor eu subir. Tchau! – Carmen começa a andar, mas foi impedida por Daniel, que a puxa pela mão.

– Tentar me evitar, não vai diminuir o que sinto por você.

– Daniel, você sabe que eu te amo, mas você errou contando nossa intimidade.

– Vai demorar para me perdoar, né ? – O garoto pergunta, a “nerd” assente e segue o caminho.

(...)

– Esse filme é muito bom! – Majô diz.

– Um geek encantador ? Fala sério Maria Joaquina. – Kokimoto reclama.

– Olha nem vem, vocês dois concordaram em vir assistir filme conosco. Agora, aceite nossos filmes.

– Mas amor, é que esse filme parece ser muito de patricinha.

– Tá me chamando de patricinha, Cirilo ?

– Não, linda. Mas é que parece meio chatinho.

– É isso aí, Cirilo. Vamos ver um de ação! – Jaime chega no local com Margarida.

– Jogos Vorazes – Em chamas, também é bem legal. – Adriano.

– É, melhor de que “Um geek encantador”. – Mário fala com nojo na voz.

– Não fale assim, alias, o geek é um gato! – Marce.

– Concordo com você, Marcelina. – Laura sorri.

– Vamos fazer o seguinte: Primeiro assistimos “Um geek encantador”, e depois “Jogos Vorazes – Em chamas.”, concordam ? – Bibi sugere.

– Assim fica justo. – Margarida.

– Concordamos. – Todos.

Assim, quase todos os alunos do 1°A estavam na sala de vídeo, assistindo filmes, comendo pipoca e agarradinhos, exceto Paulo e Alicia, Carmen e Daniel, e Jorge e Clementina.

– Davi! Me esqueci da Alicia! – Valéria fala bem alto, assim que o filme começa.

– Como assim esqueceu ? – Marce pergunta.

– A Alicia brigou de novo com a Mariana. – Ela explica, e Mário revira os olhos. – Por isso tranquei a mesma no quarto.

– Vai destrancá-la. – Majô.

– Pausem o filme! – Ela pede, e logo sai correndo.

(...)

– Oi, Ally! – Valéria diz assim que abre a porta.

– Ah, finalmente né! Pensei que havia me esquecido aqui.

– Foi mal. Estamos vendo filmes na sala, quer vir ?

– Casais, certo ?

– Sim.

– Não, valeu.

– Mesmo ?

– Claro, não estou afim de segurar VÁRIAS velas. – Ela dá ênfase em “várias”.

Assim que sua amiga saiu do quarto, e voltou para a sala de vídeo, Alicia não perdeu mais tempo, e foi atrás do Paulo. O garoto podia ter errado ontem com a tal Mariana, mas ele não sabia que ela e o Caio eram aliados.

– O que você quer ? – Ele pergunta quando abre a porta.

– Nossa, assim que recebe uma pessoa ?

– Entra aí. – Paulo dá passagem para a menina passar, e logo fecha a porta. – Agora me diz.

– Descobri uma coisa. – A Gusman diz na maior calma sentando na cama do mesmo.

– Qual coisa ?

– Mariana e Caio são aliados. Eles não querem que nós ficamos juntos.

– O quê ? – Ele começa a gargalhar. – Não me faça rir, Alicia.

– É a verdade.

– Da onde inventou tudo isso ? – O garoto pergunta, ignorando a resposta anterior da “amiga”.

– Eu não inventei! Mais o menos uma hora atrás, eu estava indo no refeitório, e ouvi os dois conversando. Eles diziam que o plano deles deu certo, e que eu caí direitinho, e também que briguei com ela por sua causa.

– Ah, você brigou por minha causa ? – Ele sorri maliciosamente.

– Presta atenção! – Ela pede. – Continuando, briguei de novo, mas ela que saiu machucada dessa vez. Ah, e ele vai excluir aquilo do site, já que NÃO É VERDADE!

– Estou admirado com sua criatividade.

– Criatividade ?

– É, você está inventando tudo isso, só para me ver longe da Mariana.

– Você pensa isso ?

– Mas é isso.

– Paulo larga de ser trouxa!

– Duvido muito que isso seja verdade.

– Acho que a única trouxa aqui, sou eu, que ainda pensava que você acreditava em mim. Devia ter gravado tudo, mas na hora meu sangue ferveu, e eu nem pensei nisso.

– Cala a boca! – Ele pede, ficando em cima da garota que estava sentada em sua cama. Os dois começaram a se beijar feito doidos, mas logo os dois pararam. – Sabe o que é ciúmes ?

– Sim, é uma doença que é causada por bactérias chamada “putas”, e a única cura é uma arma na mão.

– Ciumenta. – Ele ri.

– Paulo, acredita em mim!

– Prova que isso é verdade, e não é por ciúmes que está dizendo isso.

– Beleza, fica aí com a Mariana. Mas depois, não vem dizer que não te avisei.

A morena saiu do quarto batendo a porta. Paulo não parava de pensar no que a mesma falou. Por mais que achasse que era por ciúmes, e se fosse verdade tudo aquilo ? Ele estaria sendo um verdadeiro idiota.

– Será que isso é verdade ? – Ele pergunta para si próprio.

(...)

– Koki, está acordado ? – A menina sussurra.

– Que foi Bibi ? – Ele pergunta sonolento.

– Todos estão dormindo. – Ela aponta para todos que dormiam agarradinhos.

– Vamos fazer o mesmo.

– E se alguém ver ?

– Olha, nessas três semanas aqui, nem vi a diretora andando pela escola.

– Mas ela anda, sim. Já vi várias vezes.

– Esquece, já é de noite.

– Será ?

– Vamos dormir. – Ele fala agarrando a garota, e fechando os olhos.