Caro desconhecido...

Queen B, de Blair a bitch


BLAIR WALDORF

Queen B, era como me chamavam, cria da elite nova-iorquina, rica, uma mulher poderosa e influente, uma vadia e uma rainha. Insana há alguns anos atrás, talvez pelo meu envolvimento com o maior dos calhordas – Chuck Bass – eu era calorosamente conhecida em NY, pelos escândalos e armações. Ah, a Blair de alguns anos atrás...

Apenas uma masoquista poderia amar tamanho narcisista. Essa frase definia minha vida ao lado de Chuck Bass. Meu amor por ele, nosso amor pelo que eu acreditava na época sempre foi complicado, intenso, era algo que me consumia... Nós sempre voltávamos a ficar juntos, nada, além disso, importava.

Tola. O primeiro golpe, ou melhor, o primeiro aviso do destino, foi quando Chuck não me esperou no Empire State. Cheguei até lá exatas duas horas depois, e ele havia partido... Lembro-me de olhar em volta atordoada com lagrimas embaçando meus olhos só de pensar no que ele havia me dito “Nem um minuto a mais, e eu saberei que você não me ama e que desistiu de nós”. Foi o que ele me disse, e mesmo revoltada, eu só conseguia pensar em Chuck, no quanto ele estava sofrendo por achar que eu não o amava mais. TOLA. Quando olhei por acaso uma lata de lixo e vi as petúnias – minhas flores favoritas – eu desabei. Corri até o Empire, o hotel de Chuck, para falar com ele e dizer o quanto o amava, eu estava louca, desesperada. Quando a porta do elevador se abriu sorrateiramente, notei uma loira deitada no sofá de Chuck, copos de vinho e seu terno jogado no chão. Detestei o que vi, e sai correndo, peguei um avião com Serena, minha melhor amiga, e fomos viajar. Estava triste, mas triste em Roma quando cruzei com Chuck no corredor do Coliseu, lá estava ele, com petúnias na mão e um sorriso triste de lado, ele me convenceu que não houve nada com a tal loira, eu falei com ela, Samatha era seu nome, aparentemente eram só amigos. Eu acreditei, perdoei e relevei, por Deus, ele havia ido até Roma por mim. COMPLETAMENTE TOLA.

A gota d´agua, foi quando tentei ajuda-lo e descobri que ele estava apenas me usando. Ah, Chuck... Eu teria feito tudo por você. Pena não saber se ele diria o mesmo. Certamente suas palavras seriam “Eu sou Chuck Bass” E por mais ridículo que pareça, essas palavras ganhavam o mundo. Ele era Chuck Bass, eu era Blair Waldorf e por mais que nos amassemos ardente e intensamente, nunca poderíamos ficar juntos. Então, simplesmente nos ferimos mais uma vez, e nos abandonamos como em tantas outras vezes.

Minha gota de esperança veio meses depois na França...

Eu estava parada no Louvre observando um Monet.

—É lindo. – disse uma voz masculina atrás de mim, e por dois segundos eu trai a mim mesma pedindo que fosse Chuck. Mas não, na verdade era um moreno muito diferente, de olhos castanhos escuros cativantes.

—Sim, um dos meus quadros favoritos.

—Americana?

—Sim. Você também?

—Na verdade, nativo francês.

—Seu sotaque é americano.

—Você nota as coisas rápido.

—Às vezes...

—Eu não quero parecer ousado ou nada do tipo mas, a senhorita chamou minha atenção, é encantadora...

—Obrigada.

—Será que, não podemos tomar um café e conversar e rir ao longo do Sena?

—São muitas promessas, café, conversar e risos... Será que você seria capaz de lidar com isso?

—Eu sou capaz de muitas coisas, acredite.

—Prazer, Blair Waldorf.

—Freddie Grimald Benson.

—Grimald? Por acaso é da realeza?

—É uma longa história...

Rimos e tomamos cafés pelo resto dos dias. Freddie vivia em Seattle, – o que era ótimo para mim, pois eu prometi que nunca iria voltar para Nova York. Sua mãe havia se casado com o duque Grimald, e de algum jeito ele estava na linha sucessória ao trono. Sobre o pai de Freddie pairava um mistério, o Duque o havia reconhecido como filho desde que era apenas um embrião na barriga de Marisa, sua mãe. Obviamente só soube de toda a historia de sua vida meses após nos conhecermos. Do mesmo modo, Freddie soube aos poucos minha tragédia nova-iorquina, eu acidentalmente citei o nome dos Bass uma vez, mas duvido que ele se recorde.

Com Freddie o amor era leve, me fazia bem, me fazia sorrir... Eu não consigo lembrar um único momento e que tive vontade de desistir dele. Apesar de não ser um grande amor, era por fim um amor certo. Após um ano fui conhecer Marisa que categoricamente me odiou pra ela eu buscava o titulo e não amava seu filho. Ok, inicialmente eu me interessei no titulo, afinal meu sonho sempre foi ser um princesa, meu destino era a família real. Mas eu gostava de Freddie e ele de mim, com certeza saberíamos transformar e construir um laço cada vez mais forte.

Era nosso aniversário de namoro quando Freddie me levou ao Louvre novamente, e em frente ao Monet e ao som de violinos ele me pediu em casamento, com o anel dentro de um sapatinho de cristal. Ahh Freddie... Era sem duvidas meu conto de fadas.

Paris, alguns meses depois do pedido de casamento.

—Mon amour, por favor, vamos comigo. – freddie me implorava pela décima vez.

—Eu não quero que você vá, não me deixe aqui.

—Então venha comigo, eu duvido que você encontre alguém em Nova York. Eu vou passar um ano lá...

—Só de por os pés em Nova York isso vira noticia, eu não quero te expor.

—Vamos nos casar, será o maior casamento da Europa em anos, é claro que seremos noticia.

—Sim, mas você evita que saibam que é da realeza, e eu te entendo e respeito isso, ir até lá, comigo criara um escândalo ao seu redor.

—O que ainda te atormenta em Nova York?

—Nada, eu amo NY. Nasci e cresci no Upper East Side.

—Então...

—Acontece que lá não é mais o meu lugar. Aquela cidade muda as pessoas, as corrompe de forma sórdida. Eu não gosto de quem eu sou em Nova York, eu me tornei uma pessoa nova aqui, alguém melhor... Você me renovou, esse país me renovou e eu gosto de mim assim. Existe uma parte de mim que você não conhece, e é uma parte que eu não quero lembrar, porque ela não existe mais. Eu te amo Freddie, e amo quem eu me tornei ao seu lado, eu odiaria te decepcionar.

—Blair, eu também te amo. Vamos nos casar e nada do que você foi, -muda a mulher que eu amo e conheço.

—Me promete uma coisa?

—O que você quiser.

—Prometa que nunca vai me olhar diferente, que esse brilho nos seus olhos será sempre meu?

—Só isso? Eu prometo mais, eu vou te amar pelo tempo em que eu o brilho permanecer nos meus olhos, e sabe por que eles estão aqui? Por que eu estou olhando pra você.

Ai, Freddie, de certo um príncipe. Ele iria passar um ano e Nova York, cuidando de assuntos da família e da empresa a ordens de sua mãe. Já havia passado um ano e meio e nada tinha se revolvido, não o via há exatos 7 meses. Temia que a selva nova-iorquina o tivesse engolido, e mesmo que tivesse e ele se envolvesse com alguma rata de Upper East Side...

Ah, babys, eu sou Blair Waldorf, a única e maior vadia de Nova York, o príncipe era meu e eu nunca abriria mão do meu felizes para sempre!