Caro desconhecido...

Bang, bang é assim que se pega um amigo.


Freddie.

—Então quer dizer que você precisa de uma fileira de mulheres, especificamente nenhuma loira, pra me esquecer? Não sabia que tinha te tocado tanto.

—Mais do que você pensa... – Não sei se foram os drinks ou a verdade falando. Joguei a ruiva para o lado e voltei minha atenção para Samantha.

—Opa,opa, opa, gatinho. Acho que hoje a vadia aqui prefere um canalha diferente.

—Como? – Sam deu meia volta e sumiu na multidão.

—Eita!

—Sai Nate.

—Calma, Freddie. Ela foi embora, volte a curtir, pegue uma garota.

—Você não entende...

—Não entendo o que? Que você gosta dela? Porque eu entendi isso muito bem. Você gosta dela. Beleza. Você tem uma noiva, e uma família real, disso você lembra?

—Lembro, e é por isso que eu já vou.

—Freddie!

Ouvi Nate chamando, mas ignorei, a única coisa que eu queria era chegar em casa e ligar pra Blair, ela me faria esquecer Samantha, tudo que eu precisava era da doce voz da minha noiva.

Sam

Ok. Vamos respirar fundo e fingir que eu não tive vontade de beija-lo. Pronto! Liguei pra Carly pra ela me mandar boas energias para fazer o que deveria na frente de Freddie, e ela me respondeu com um: Sam! Você tá louca? Anda logo! Amanhã você acorda cedo! E desligou.

Umas cinco mulheres entraram no banheiro, entre elas a ruiva que foi jogada de lado, ela olhou pra mim e sorriu.

—Aquele cara é seu ex? – disse a ruiva me olhando através do espelho.

—Oi? Não.

—Hmm, você ficou com ele uma vez e daí em diante vocês se encontram por ai pra transar furtivamente?

Fiquei sem resposta, primeiro pela ousadia dela, “mana, nem te conheço”, segundo porque era exatamente isso.

—Desculpa, se eu fui muito... enfim. É que me pareceu que existia algo entre vocês.

—Não se sinta culpada por ir dormir com ele.

—Ah, não, ele foi embora e nem disse tchau.

—Serio?

—É, ou sua presença foi muito forte pra ele, ou o problema era comigo.

—Se eu fosse você não ligava muito pra isso, esse é o pior dos tipos.

—Mas o loirinho ainda ta lá, distribuindo simpatia...

—Obrigado.

—Por nada, é a regra do convívio feminino.

Sai do banheiro, quando o DJ tocava “make me” de Britney. Olhei para o bar e pra minha sorte lá estava Nate, bonitinho, sem mulheres em volta e debruçado no balcão. Sentei ao seu lado e pedi duas tequilas.

—Eu te devo uma depois de ter feito seu companheiro ir embora.

—Você não o fez só ir embora, você acabou com ele.

—Oh, não me diga? É o que as vadias fazem não é?

Ele riu e me olhou.

—Você não é uma vadia. Eu posso afirmar isso, conheço muitas.

—Uau.

—Quer saber de uma coisa engraçada? – ele virou uma tequila

—Não sei.

—Vou falar mesmo assim. Eu apostei com o Freddie, que ficaria com você, e você esta aqui agora, na minha frente, mas além dele ser meu primo ele é meu melhor amigo, e eu acho isso tudo uma loucura, mas eu não deveria ficar com você.

—E quando foi que eu disse que ficaria com você?

—Au. Desculpa, depois dessa eu preciso de mais uma.

—Ele tem uma noiva não é? Duvido que se importe.Você esta aqui tão sozinho, e eu amo essa música, vamos dançar e beber, só isso, como duas pessoas que acabaram de se conhecer. Prazer, meu nome é Sam.

—E o meu é Nate.

—Viu? Vamos!

Começamos a dançar, e o ritmo lento/dançante/sensual daquela musica era uma loucura. Em alguns momentos o perfume de Nate me lembrou claramente o de F mas, nele o aroma era outro. Em uma virada Nate me segurou contra o seu corpo e me beijou. “Bye, bye, papinho de irmandade”. Naquele momento, algo me pegou forte, e não eram as mãos dele, aquele beijo, o jeito, tudo parecia tão familiar... Me afastei para respirar e olhei profundamente naqueles olhos dilatados de tequila. Meu Deus. Não tive muito tempo pra pensar porque ele já foi me beijando novamente, e no meio daquele beijo afoito eu lembrei da angustia de ser abandonada e traída. “Não pode ser...”

—Nate... – chamei ofegante, qual o sobrenome?

—O que? Archibald, porque?

—Nada, agora eu vou te chamar de Archibald.

—Tudo bem.

—Então Archibald, na minha casa ou na sua?

—Freddie pode nos ver...

— São 3 da manhã, ele deve estar dormindo, vamos... Ou vou ter que implorar pra ficar com você?

—Achei que você não queria ficar comigo.

—Mudei de ideia, seus olhos azuis são muito convincentes.

Ai ele sorriu, há anos atrás esse sorriso me matava, hoje me enojava um pouco. Tinha “superado” o Nate? Não sei, mas talvez a melhor vingança fosse aquela do tempo mesmo... Tinha decidido, que por um propósito maior,não me permitiria dar uns chiliques de adolescente, mas ele também não ficaria comigo... Ah Nate, algo doce te espera.

—Eu vou buscar o carro.

—Tudo bem, eu vou buscar a tequila.

Fui até o bar, peguei a tequila e um pozinho mágico, que faria o gigante do João e o pé de feijão, dormir por um bom tempo.

Pegamos o carro e nós direcionamos a um dos bairros residenciais mais caros de NY. “ Não foi aqui que eu vim com F.” O elevador parou na frente da porta e só não me choquei com o nível daquele lugar graças ao Chuck.

—Uau, que lindo, por acaso a realeza mora aqui?

—Parte dela sim. E agora com você aqui, estamos a 75%.

—Ah, não... Vai dizer que eu sou uma princesinha?

—Não, mas a rainha de todas as noites.

—Uau, me sinto honrada.

O joguei no sofá e abri a tequila.

—Ei, acho melhor irmos para o meu quarto.

—Porque? Aqui parece tão divertido.

—Acho que Freddie esta em casa, e o quarto dele é por ali, então...

—Tudo bem, em respeito ao moreno, vamos ao quarto do loiro.

Nate me beijou, e me carregou, e entre beijos até chegar ao seu quarto houveram algumas batidas nas paredes e uma que quase a tequila cai e eu me vi obrigada a gritar: “Caralho! Essa tequila é original!” E rimos, e Nate fez sinal de silêncio, ao que eu respondi com um desculpa, silencioso.

Assim que entramos no quarto, ele foi me jogando na cama e subindo meu vestido.

—Opa! Ainda não! Vamos deixar isso mais interessante.

—Como assim?

—Vamos jogar!

—Eu tenho uma garrafa de tequila que não pode ser desperdiçada...

—Ah, gata a gente joga depois...

—Ei,calma, você é muito ansioso, eu juro, que vai ser inesquecível. Eu te proponho um verdade ou mentira stripper. Cada resposta que eu julgue verdadeira, você tira uma peça de roupa, e bebe a tequila. Você só tem a ganhar, no final vamos transar de qualquer jeito.

—Ok. Eu começo!

—Percebemos que você é bem ansioso, psicóloga resolve sabia? Eu começo, seja cavaleiro.

—Eu já fui traída. Verdade ou mentira?

—Mentira, nenhum homem seria louco de trair!

—Ah, não? Pois diga isso pra minha melhor amiga que se deitou com meu namorado. Agora beba.

Primeiro gole de tequila.

—Vamos lá, vou seguir essa linha. Eu já trai uma namorada.

—Verdade!

—O que? Cadê a credibilidade.

—Prefiro a honestidade.

—Ok, você esta certa. Foi uma única vez, e infelizmente foi com a amiga da minha namorada, um contexto tão louco... Eu gostava dela... da namorada, mas... eu nem sei como eu fiquei com a outra menina... Acredita que eu tinha comprado um anel de noivado e tudo?

—E o que houve?

—Uma longa história. Mas eu não passei nem uma semana com a amiga dela e ela sumiu.

—Ok, agora beba traidor!

—Ei, não fala assim, eu me arrependo...

—Que seja!

Segundo gole, e ele já aparenta estar tonto.

—Eu já fiquei com uma mulher.

—Verdade!

—Verdade! Numa festa louca da faculdade, estávamos eu e uma amiga e os caras nos cercaram e a gente deu um selinho e eles praticamente gozaram.

—Homens!

—Homens...

—Eu sou mais rico que o meu primo.

—Mentira!

—Ei, eu não tenho cara de rico?

—Quem é tão rico assim não diz...

—Verdade, Freddie faz o desfavorecido né? Sendo um Grimald, eu também faria, é dinheiro que não acaba mais.

—Ei, beba!

—Você não tomou a sua!

—Vamos, eu primeiro!

Virei um golinho, e derramei metade.

—Ah não, desperdicei tequila! – Fique em pé na cama e tirei o vestido.

—Vira aqui!

Há coisas na vida que não se deve desperdiçar, uma boa oportunidade e tequila! Derramei o resto da tequila na boca de Nate e abaixei para beija-lo.Oh Nate, tão lindo, estava curiosa para saber sobre o seu arrependimento, mas tinha outros objetivos. Tirei sua roupa, e fomos trocando caricias, até que puft, ele disse:

—Sam...

E eu respondi:

—Narchi...

—Sami?!

Ele ofegou sonolento, provavelmente me reconhecendo e adormeceu. Grata por não ter que fazer nada com ele, vesti a camiseta xadrez de Nate, e liguei pra Carly.

—Amiga?

—Oi! E ai? Deu tudo certo? - Carly disse afoita.

—Mais ou menos...

—O que houve? – Carly usou seu tom apreensivo.

—Nada, só uns detalhes que depois eu te conto.

— Uhmm, ok.

—Eu descobri uma coisa, o sobrenome dele é Benson Grimald, ou Grimald Benson, não sei... Ah, e ele parece ser bem mais abastado do que eu pensei.

—Grimald?

—Sim, é familiar pra você?

—Na França, talvez. Onde você está?

—No quarto do Nate.

—Ok, eu vou procurar alguma coisa, mas eu sugiro que você continue por ai, talvez o blond boy seja mais útil do que a gente imagina.

—O que?!

—Só faça o seu melhor, e pense no seu cargo, ta bem? Te amo, beijo.

—Beijo, te amo.

Sai do quarto de Nate e fiquei tentada a ver Freddie dormindo. Fui até a cozinha tomar água pra aliviar um pouco da tequila que eu tinha bebido, quando vi uma luz se apagar no corredor. Corri e fiquei atrás da porta. Ele falava com alguém ao telefone.

“Amor... também estou morrendo de saudades, acho que agora preciso de você aqui mais do que nunca, estou a ponto de enlouquecer B.”

“Sim... Não eu entendo...”

Houve um momento que ele gargalhou estridentemente.

‘” Você sabe que quando eu voltar tenho que falar algo com você e espero que me perdoe...Não B, espere meu retorno..”

“Blair! Eu não vou fazer isso... Não amor, Nate trouxe alguém pra casa não quero incomodar. Eu sei... Tá, tá...”

“Mon amour...” O que? Ele falava francês, claro.

“Mon amour , je te jure mon amour le plus doux et fidèle , sans aucun doute et aucun retour avec la certitude du Bonheur.”

Maldita hora que eu fui aprender francês na faculdade…Traduzindo ele disse poética e musicalmente “meu amor, te juro meu amor mais doce e fiel, sem duvida e sem regresso com a certeza da felicidade.”

Não nego que fiquei emocionada, e por alguns segundos quis me sentir amada por ele, tanto quanto ele parecia amá-la, mas logo em seguida fui tomada por algo que não pude controlar, uma raiva intensa e uma vontade louca beija-lo...

“Samantha, Samantha... Implorava minha consciência, deixe o menino dormir em paz e feliz com a noiva dele, você não tem nada a fazer aqui. Agora volte para o quarto de Nate e durma com o loirinho!”

Mas quem houve a consciência ás quase 5 da manhã? Alguém muito iluminado, mas não eu! Entrei sorrateiramente no quarto de Freddie, empurrando sua porta. Ele estava virado terminando de se despedir da noiva.

—Tchau amor! - Hm, B, se você soubesse como ta difícil manter esse amor eterno...

—É um belo juramento de noivado sabia?

Ele virou. E estava lá, só de cueca deitado numa cama perfeitamente arrumada.

—O que você ta fazendo aqui?

—Aqui onde? Porque existem varias respostas pra essa sua pergunta.

—Só existe uma, eu tenho certeza.

—Não. Pode ser, aqui no seu quarto, aqui na sua casa, aqui agora, ou aqui do passado de como e porque estou aqui.

—Sim, existem vários aquis, mas você poderia me responder algum?

—Hum, estava passando pelo corredor, fui tomar uma água.

—Você esta com a blusa do Nate?

—Talvez.

—Caralho, eu não acredito nisso! – ele praticamente rugiu.

—Ei, calma, você vai acordar o Nate, e não queremos isso.

—Não, não queremos. O que houve entre vocês?

—Não, eu primeiro. Porque você me levou naquele apartamentozinho se morava nesse? Ah espera! Ali era seu ponto de abate?

—Eu não tenho um ponto de abate... Não sei estava mais perto e...

—Te incomoda eu estar com a blusa dele? Porque, você não para de olhar pra ela.

—Incomoda, muito.

—Ok, então eu tiro.

Joguei a camiseta de Archibald no chão, e fique de lingerie na frente dele.

—Algo mais te incomoda?

—Talvez você esteja cheirando a Archibald.

—Talvez? Sabe o que eu notei, você usam o mesmo perfume. -Posso te pedir uma coisa?

—Duas até.

Andei até sua cama e me debrucei sobre ele, primeiro seu abdômen rígido, depois uma leve passada por sua boca até chegar ao seu pescoço, onde inalei o seu perfume.

—Sem duvida é o mesmo perfume, mas em você, ele fica surpreendentemente melhor, engraçado né?

—Não. Isso é porque eu sou surpreendentemente melhor que ele.

—Hmmm. Então, você vai contar a sua noiva?

—Provavelmente.

—Te perturba mentir pra ela?

—No momento a única coisa que me perturba é você.

—Nunca foi minha intenção, se eu puder te ajudar de alguma maneira...

—A única maneira de me ajudar, não é a melhor desse mundo. – ele disse tenso, enquanto respirava em seu pescoço.

—Hmm, e qual seria?

—Fazer você cheirar a mim originalmente, e finalmente te fazer gozar até chamar meu nome.

—Freddie... Ah, Freddie... É tentador. Mas me deixe fazer algo por você, e por mim.

Virei o rosto dele para mim, e passei a mão em seus cabelos antes de abaixar para beija-lo.

Ofegante após mais alguns beijos, disse:

—Acho que...Eu deveria ir...

—Se você for agora, eu vou ser obrigado a te trancar aqui.