Capítulos que as Laureds gostariam de ter visto

Aqueles dias que passei sem você (parte 4)


5ª SEMANA – Quarta Feira

Por Laura

Que dia!! Ao falar com o Albertinho deu pra perceber que a mudança de comportamento da minha mãe com relação à Isabel no momento da gravidez, há 6 anos atrás, não podiam ser tão nobres quanto aparentavam. Daí aquele caderninho com as despesas mensais com o tal “Elias”, o mesmo nome do meu irmão caçula que morreu. Mais uma pista. E sempre a Baronesa com seu discurso de ‘preservar a imagem da família’... A desconfiança de que Isabel estava certa apenas crescia: minha mãe tinha roubado aquela criança e forjado sua morte por todos esses anos!

A chegada de Isabel pôs fim às minhas especulações, afinal... Ela tinha descoberto a verdadeira história de seu filho e era, de fato, o mesmo Elias! Pra piorar, o menino havia sumido e foi aí que Dona Constancia se entregou: sua preocupação em demasia pela família tornou-se seu ponto fraco... Que ironia, mamãe! Hum...

Ai, apesar dessa revelação monstruosa sobre o caráter da Baronesa, vê-la recebendo os tapas de Isabel não foi fácil. Eu sei: foram merecidos! Na verdade, ela merecia ainda mais, mas eu sou filha! Não posso desejar o mal de minha própria mãe! Temos o mesmo sangue!

E eu ainda não sei o que sinto pela minha mãe... Ódio? Pavor? Pena? Acho que nenhuma dessas palavras consegue definir... Eu estou mesmo preocupada com ela! Eu não aguento ver minha mãe nesse estado! Ela não entende a gravidade do que ela fez! Minha mãe é um monstro? Eu nasci de um monstro, é isso?

...

E essa agora... Dançar no Theatro Municipal depois de tudo que aconteceu? A Isabel está muito nervosa... Eu entendo. Quer dizer, que não entendo, mas posso imaginar o que ela está sentido... E falar sobre tudo isso comigo vai ser impossível... pelo menos por enquanto... Foi minha mãe a responsável por tantos anos de sofrimento, afinal... Ai meu Deus!! Que inferno!!


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Por Edgar

Essa conversa com o Guerra... Lembrar sobre a vida de casado nunca vai ser fácil, acho! Se ele soubesse o quanto é bom, pediria a Celinha em casamento correndo! Ah, como era bom! Ter a Laura ao meu lado todos os dias... acordar, dormir, fazer as refeições juntos, conversar e , claro, amá-la. Amá-la todas as noites.

Ainda bem que não contei sobre meu sonho... Cheio de dúvidas do jeito que ele está, além de rir de mim, é capaz de ficar mais assustado ainda com os efeitos psicológicos do amor sobre as pessoas. HAHAHA. Ai, Guerra... Se você soubesse...


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Por Laura

Que menino lindo! A Isabel insistiu tanto em ir se apresentar no Theatro que perdeu a chegada de Elias! Esperto que só! Achei que ela ia ficar com raiva de mim (se é que isso é possível) por eu ter contado ao Zé sobre o menino ser mesmo filho dela e do meu irmão, mas saber que Elias estava bem e tão próximo dela a fez esquecer tudo naquele momento... Isabel ficou feliz e eu também!

Só está difícil esquecer tudo que eu ouvi do Zé Maria depois que ele ficou sabendo sobre o crime cometido pela minha mãe. Crime. Que palavra terrível e infelizmente verdade. Ah!! Que droga!

De qualquer forma, foi bom eu ter ligado avisando que o menino estava bem... Apesar de tudo isso, o instinto materno da Dona Constância existe, não se pode negar. Ela devia estar realmente preocupada com o ‘neto bastardo’.

Agora precisamos convencer Elias a dormir na casa da Isabel... O que será que inventaram de tão ruim sobre ela?

Só quero que esse dia acabe! Só isso! Talvez eu sonhe com o Edgar... Precisava disso hoje... Precisava dele pra me apoiar nessa tempestade...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.