Pouco antes de atravessar as nuvens em direção ao solo, o Helicarrier ficou invisível. A aeronave já se aproximava do solo quando Rudolph lançou um último olhar para trás à procura de Aneva, mas a agente já havia voltado para o interior da nave. O Helicarrier descia lentamente, para que o exército que se deslocava abaixo não percebesse a sua aproximação antes da hora, mesmo com a nave estando invisível.

A tropa de Sheik era realmente grande, como Rudolph tinha podido enxergar por uma das janelas antes de posicionar junto com os Vingadores. A tropa rumava a passos firmes pelo deserto que cercava a cidade mexicana de Tijuana, avançando firmemente em direção à fronteira com os Estados Unidos. Era possível distinguir dois tanques de guerra e o caminhão sequestrado da SHIELD entre os soldados.

A agente Finn e os demais agentes estavam no Quinjet, no lado externo da nave, ainda na pista de decolagem, aguardando as ordens para ingressar no combate. No hangar principal, um cronômetro sinalizava os segundos que faltavam para a comporta do chão se abrir. Quando estivessem a duzentos metros do solo, ela se abriria. Rudolph observou mais uma vez todos os Vingadores, e fixou o olhar em Banner.

— É melhor vestir seu traje logo, doutor.

O cientista o fitou.

— Não era para eu esperar por um Código Verde antes da ação precisar do “outro cara”, agente Fuentes? – indagou Banner, um tanto nervoso.

— Dr. Banner, essa missão inteira é um código verde. Espero o senhor lá embaixo.

Banner engoliu em seco e segurou-se em uma das barras de proteção do hangar. Stark e Rhodes estavam com suas armaduras, prontos para voar. Steve iria descer somente com o traje; dispensara o paraquedas e aconselhou Rudolph a fazer o mesmo. Peter, com o rosto escondido sobre o manto de Aranha, também dispensara o equipamento. Thor voaria perto de Stark e de Rhodes com o poder do Mjöllnir. Somente Barton e Romanoff estavam usando paraquedas, mas a queda não seria tão alta, e logo eles poderiam se juntar aos outros no combate iminente que os aguardava na terra. Além disso, Rudolph conhecia bem as habilidades de ambos para imaginar que eles já haviam discutido como se livrar o mais rapidamente possível dos paraquedas assim que chegassem ao solo, ou mesmo antes, de forma segura para que não dessem tempo aos inimigos de tentarem acertá-los em pleno ar. Banner não tinha um paraquedas à disposição, mas, segundo os arquivos da SHIELD sobre o físico, seu “outro cara” não precisaria do equipamento para aterrissar.

Enquanto observava o cronômetro avançar e esperava pela abertura da comporta, quanto mais se aproximavam do solo, Rudolph rezou silenciosamente, como não fazia a muito tempo. Rezou como sua mãe lhe ensinara há tanto tempo atrás, em Porto Rico. A oração não era por medo, e sim por confiança. Além disso, sua adrenalina estava a mil. Entraria em combate dentro de alguns instantes, com sua nova equipe. Precisava mostrar para eles que era digno de ser companheiro de batalha para eles. Mesmo tendo que enfrentar seus antigos companheiros, Rudolph agora estava no lado certo da lei. E há muito ansiava por um combate decente, onde suas habilidades pudessem, enfim, ser experimentadas.

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