Rudolph fitou a outra agente no fundo dos olhos. Não parecia haver mentiras no que ela estava dizendo. Claro, o desempenho de Claire era notório e acima da média, mas saber que isso advinha de um soro, assim como o dele... A mente de Rudolph estava agitada como um turbilhão, tentando processar tudo aquilo. E a mão de Claire continuava a massagear levemente seu rosto.

— Isso... é muito. Mas faz sentido.

— Ou talvez – disse ela, de supetão. – Talvez... A minha confiança em você se dê por outro motivo.

Ela aproximou seu rosto ao dele rapidamente. No instante seguinte, seus lábios estavam se tocando.

Rudolph não reagiu. Era como se seu cérebro tivesse sido desligado. Claro, ele enxergava Claire como uma mulher atraente, ainda que misteriosa..., mas saber que existia um sentimento dentro dela, para com ele, era uma revelação bastante inesperada, mesmo com tudo considerado pelo qual eles haviam passado nas últimas horas.

Ela o soltou pouco tempo depois. Rudolph olhava-a de forma abobalhada.

— Claire, eu... não sei o que dizer.

— Pense nisso, pelo tempo que precisar – respondeu ela. – E não faça com que eu me arrependa da minha avaliação. Não vire um Hulk. Ou terei que dizer ao Fury que falhei na minha avaliação e na missão de te deter. Quando estiver falando de novo com eles, tente se lembrar de que não está sozinho nessa, e de que há pelo menos uma pessoa que sabe exatamente como você se sente, nesta equipe. Se ambos sobrevivermos a essa batalha... Posso te contar mais sobre o meu experimento. E tente não comentar sobre isso que aconteceu para outras garotas... Talvez eu esteja pedindo muito, mas você poderia nem falar com outras garotas depois disso.

Ela riu levemente após dizer isso, e passou a mão graciosamente pelo peito dele. Natasha não iria ficar muito feliz em saber disso, pensou Rudolph consigo mesmo. Em seguida ela se afastou, em direção à casa.

Ainda tentando se lembrar de como um ser humano normal fazia para andar, Rudolph fez menção de segui-la, quando a porta da casa se abriu.

Peter, segurando a máscara de Aranha em uma das mãos, vinha ao encontro deles.

— Ei, capitão! Temos boas notícias.