Callie acordou assustada, com um peso esmagador em cima de si. Arregalou os olhos, surpresa e só relaxou ao entender que era Derek que tinha se jogado por cima dela durante o sono.

A caçadora riu, sufocada pelo peso do homem e o empurrou com delicadeza, fazendo com que caísse ao seu lado na cama. Ela observou Derek por alguns minutos, o lobimem tinha um corpo imponente, rosto forte e aparência ameaçadora, mas dormindo tranquilamente, não parecia tão feroz, ele parecia quase angelical.

Callie suspirou, completamente desperta, chegando a conclusão de que não conseguiria voltar a dormir. Com relutância, parou de admirar o homem ao seu lado e levantou preguiçosamente, colocando uma blusa e um short qualquer para não andar nua pelo loft, caso Isaac voltasse da casa do amigo.

Ainda estava escuro quando Callie cambaleou até a sala, ela passou a mão pela parede até achar o interrompetor. A luz forte acendeu e seus olhos ficaram cegos por um instante, até se acostumar com a claridade.

Por um momento a garota ficou confusa ao ver algo que aparentemente, algo flutuava no meio da sala. Com o rosto franzido, Callie levantou o olhar até o teto, se deparando com uma cena macabra.

O que aparentemente flutuava, eram pés. Eram os pés de Peter. Seu corpo estava pendurado no teto do loft, com uma corda em volta do pescoço.

—Derek!

A garota gritou o nome do lobisomem, desviando o olhar do buraco enorme na barriga de Peter, algo caía de lá, algum órgão que a garota não queria identificar. Ela fechou os olhos, tentando esquecer a imagem a sua frente, mas um barulho grotesco de algo úmido e pesado desabando no chão fez com que seu horror aumentasse.

Quando abriu os olhos novamente,viu que alguma tripa estava pendurada da barriga, enquanto a outra parte estava no chão da sala, junto com uma enorme poça de sangue. O cheiro que invadia o lugar, fazia o estômago de Callie se recontorcer.

O lobo chegou pouco após o chamado e correu na direção da menina, a abraçando de forma protetora antes de finalmente ver o motivo dela ter gritado.

—Tem alguém aqui.— O homem falou, surpreendendo a garota que estava atordoada demais para perceber algo a sua volta.—Quem fez isso ainda não saiu.

Callie respirou fundo e ficou em estado de alerta, ao notar o tom sussurrado de Derek. Deixou seu pavor de lado, apurando os sentidos e ficando imparcial como treinou a vida toda para ser.

O homem se transformou em lobisomem ao seu lado, os olhos azuis atentos, enquanto farejava a sua volta, ele apontou em uma direção e Callie imediatamente pegou uma faca na mesa perto de si e andou ao lado de Derek, com cautela e descrição.

A garota demorou para enxergar o que os sentindos do lobisomem já tinham dectado, mas finalmente ela enxergou uma sombra humana, parcialmente escondida atrás de uma pilastra. Assim que seus olhos focaram no inimigo, a sombra se moveu com rapidez, passando como um vulto em direção a grande janela do loft.

Derek correu na direção do vulto e Callie jogou a faca com uma habilidade admirável. O rosnado furioso foi a comprovação de que a faca tinha atingido seu alvo, mas pouco depois a pessoa conseguiu saltar para a janela, quebrando o vidro que se estilhaçou, assim escapando das garras de Derek que não alcançou o inimigo por poucos centímetros.

Callie proferiu um palavrão em voz alta e irritada, por não ter conseguido parar o perseguidor e quando ia falar com Derek, viu que o lobisomem já colocava um calça com uma rapidez absurda, para não correr pela rua apenas de boxer e logo pulou a janela pelo buraco que o monstro tinha passado, rosnando, no auge de sua transformação.

A caçadora se assustou com a determinação do homem e correu na direção da janela, refletindo por segundos se ela se juntaria a caçada. A porta do loft foi aberta, fazendo com que Callie ficasse em posição de ataque, alerta.

—O que aconteu?— Era Isaac na porta, com uma expressão enjoada ao ver o corpo enforcado com as tripas caindo.

Uma série de palavrões escaparam de sua boca e ele encarou Callie em busca de respostas.

—Achamos que foi o perseguidor, Derek está correndo atrás dele.

Isaac racioncinou e arregalou os olhos, ao perceber que o assassino era a pessoa que o perseguia, logo em seguida viu a janela quebrada e entendeu imediatamente, correndo até lá, desviando com cuidado do sangue do chão.

—Fica aqui, avisa para o Scott o que aconteceu e proteja a casa. Pode vir outra pessoa para atacar!

Callie não questionou ao ver a segurança de Isaac, que pulou a janela como Derek tinha feito, se transformando em pleno ar.

A garota se sentiu inútil e perdida como não se sentia desde pequena, mas concluiu que de fato era preciso que alguém permanecesse na casa e avisasse ao Alfa genuíno que tinha um corpo estraçalhado a sua frente.

#Abertura#

A loira não conseguia encontrar o celular. Ela revistava o loft, sempre desviando o olhar do corpo, tateando o sofá, a cama e procurando nas gavetas da cômoda.

Callie estava perto da janela, procurando com cuidado para não pisar nos cacos de vidros quando percebeu que tinha poucas gotas de sangue ao lado da pilastra que o perseguidor se encontrava. No mínimo ela tinha conseguido ferir o monstro com sua faca.

Tinha algo além no chão, por debaixo dos vidros acumulados e o filete de sangue. Callie se abaixou e pegou desconfiada a pulseira de couro que estava jogada. Aquilo não pertencia a caçadora, nem a Derek, disso ela tinha certeza, mas por algum motivo foi preenchida pela sensação de reconhecimento, ela conhecia aquela pulseira.

Era do perseguidor.

Callie chegou a essa conclusão antes de finalmente reconhecer o dono da pulseira. Ela conhecia a pessoa.

—Impossível.—Murmurou sozinha, negando com a cabeça para tentar afastar o pensamento.—Deve ser apenas uma coincidência, ou essa pessoa pegou a pulseira de...

Não concluiu o que ia falar, não se permitiu sequer expor seus pensamentos em voz alta.

A garota achou o celular pouco depois e contou a Scott tudo o que tinha acontecido, omitindo o fato da pulseira que segurava, não queria que ninguém soubesse de sua suspeita até que tivesse alguma pista de que realmente podia ser verdade.

***

Scott entrou no loft com os olhos vermelhos expostos, se deparando com o corpo de Peter, ainda pendurado e com Callie encostada em uma parece, encarando o morto.

—Pode entrar mãe. —O alfa sussurrou nauseado e Melissa entrou insugura.

—O que você quer que eu faça com isso?

A mãe tentou manter a voz imparcial, apesar do bolo que formou em sua garganta. Ela queria ajudar o filho de qualquer forma e estava feliz por ele ter pedido a sua ajuda, mesmo sem poder realmente o proteger, ela sentia mais segura perto dele, onde podia vigia-lo.

—Você tem conhecimentos médicos para saber como foi a morte dele.

—Scott, eu não sou médica legista.

—Mas você consegue fazer isso?

A mulher concordou com o rosto, relutante e se obrigou a olhar para o homem que tanto tempo antes tinha se interessado e chegou a ter um encontro, antes de saber todas as loucuras sobrenaturais. Daquela maneira ele não parecia tão galanteador.

"É só mais um corpo, você vê isso todos os dias", Melissa pensou consigo mesma, tentando se manter corajosa.

—Você está bem?

Callie demorou diversos segundos para perceber que Melissa falava com ela, até encarar a moça que pouco conhecia. Seus olhos eram tão gentis que a caçadora não pode evitar de retribuir com um olhar doce.

—Só estou um pouco nauseada.

Melissa concordou com o rosto, analisando clinicamente a postura da caçadora, buscando sinais que demonstrassem que a garota fosse desmaiar.

—Derek e Isaac deram alguma notícia?—Scott perguntou preocupado, surpreso com a calma que Callie demonstrava em relação a Derek.

—Não, mas não se preocupe. Eles sabem se virar.

A garota não conhecia Isaac o suficiente, mas conhecia Derek e por já o ter visto lutando, sabia que não tinha motivos para se preocupar com o rapaz.

Tirar o corpo, foi um grande desafio. Scott quase vomitou quando precisou puxar os pés de Peter, arrebentando a corda presa ao teto. O defunto desabou no chão, perto de Callie que pulou de susto com medo de ser atingida.

Melissa colocou luvas cirúrgicas, grata por ter lembrado de as trazer e respirou fundo antes de tocar no corpo. Ela se sentia extremamente errada por estar fazendo aquilo daquela forma, no chão do loft, sem nenhum médico saber, mas entendia que por causa do sobrenatural envolvido naquela morte, além do fato de que Peter, para a cidade, estava morto há anos, ninguém entenderia como aquela poderia ser sua segunda morte.

—Ele não morreu enforcado.—Foi a primeira vez que Melissa se pronunciou depois de longos minutos analisando o corpo.—Quando ele foi pendurado já estava morto.

—Eu vou pegar um ar.—Callie falou quando a enfermeira segurou o intestino de Peter.

Scott assentiu, entendendo a reação de Callie, ele mesmo queria sair do loft, mas se obrigou a permanecer ali, observando atentamente o que a mãe fazia. Ele não deixaria Melissa ficar sozinha com o corpo.

A caçadora saiu do loft e ficou no corredor conhecido, encostada na parede. Sozinha, finalmente pode tirar a pulseira de couro do bolso, a encarando atentamente.

Tinha um filete de sangue na ponta da pulseria, ela devia ter se soltado com a facada que o perseguidor recebeu. Só por olhar, qualquer pessoa diria que o pequeno objeto poderia pertencer tanto a um homem como a uma mulher e Callie sabia da possibilidade de o perseguidor ter uma pulseira igual a da outra pessoa, mas quanto mais analisava o couro, mais ela tinha certeza que era exatamente a mesma que tinha visto meses antes.

—Impossível, não tem como...— A garota respirou fundo, querendo recompor a sanidade.—Lobisomens existem, Callie, o que pode ser impossível?

Pela primeira vez, Callie sentiu compaixão por Peter. Ela não conheceu o lobisomem o

suficiente,mas só de ouvir as histórias que Derek contou a ela, já tinha aprendido a o odiar, então nunca imaginou que sentiria aquele remorso.

Se suas teorias estivessem certas, por mais que Peter fosse uma pessoa ruim, ele não merecia um fim trágico como aquele, ninguém merecia morrer daquela forma.

***

—Não precisa sair, se não quiser.

—Está tudo bem.—Lydia respondeu, falhando em um sorriso forçado e Stiles a encarou sério, mostrando que sabia que ela não estava bem.—Eu vou ficar bem.—Se corrigiu, tomando a iniciativa de abrir a porta da casa de praia, entrelaçando a mão com a de Stiles.

Os dois atrevassaram a pequena rua em frente a casa e já se desfizeram dos chinelos, pois seus pés alcançaram a areia da praia assustadoramente deserta.

—É como se fosse uma cidade perdida.—Lydia sussurou admirada, se esquecendo por uns instantes das preocupaçães que a pertubavam.

Stiles concordou, surpreso, vendo que não somente a praia, como também as pequenas ruas que seguiam além da casa estavam completamente vazias. Era como se somente os dois exestissem no mundo.

Depois de andaram até perto d'agua, sentaram na areia macia e Lydia tirou a blusa leve que usava, expondo o biquine vermelho e apreciando a brisa gélida do final da tarde. Stiles encarou a imensidão do oceano, ele amava aquela visão rara, já que não tinha praias em Beacon Hills.

—Você está triste por Peter?

—Estou confusa.

Stiles esperou que Lydia concluísse a resposta, mas houve somente o silêncio. O garoto finalmente encarou a menina que amava e viu seu rosto transtornado, ela olhava para as próprias mãos.

—Talvez eu tenha sido a última que viu Peter.—Confessou baixo, sem coragem de encarar o humano.—Eu fui ao apartamento dele, três meses atrás e contei sobre Malia.

Stiles nem sequer precisou perguntar, a garota descreveu de uma vez como visitou Peter e a reação do homem ao saber da morte da filha. Também falou que as vozes falavam de Peter e por isso ela teve aquela iniciativa.

—Eu não sei como não previ a morte dele.—Foi a última lamentação de Lydia, suspirando derrotada enquanto Stiles permanecia em silêncio, abalado ao se lembrar da morte de Malia.

—Você previu, Lydia.—Stiles surpreendeu a Banshee ao dizer isso, fazendo com que o olhar da menina finalmente se voltasse a ele.—Você mesma disse que escutou vozes falando sobre Peter. As vozes tentaram te alertar, mas você não percebeu.

—Eu podia ter evitado...

—Não pensa nisso, por favor.

Os olhos castanhos pareciam exaustos e a de olhos verdes sabia que o garoto não tinha estrutura emocional para suportar a culpa dela, pois já estava repleto de sua própria culpa.

—Eu vou ajudar a você controlar seus dons.

—Como? Deaton está tentando me ajudar e eu não consigo...

— Deaton não tem uma conexão física e emocional com você, nem consegue escutar suas vozes como eu escuto.

A forma segura e quase...possessiva que Stiles falou, fez Lydia estremecer. Por trás de cada palavra confiante, a Banshee pode perceber o grito mudo do humano, berrando que ela era dele e que por isso, ele seria capaz de ensina-la e a ajudar em algo que a atormentava tanto.

— Assim que a gente voltar, eu começo a treinar com você. —A garota falou, finalmente convencida que apesar de Stiles ser humano, ele seria capaz de ajuda-la.—Mas não quero pensar nisso agora, não quero me preocupar com nada. Só preciso aproveitar cada momento de paz com você.

Stiles segurou o queixo de Lydia com delicadeza e iniciou um beijo calmo, lento. Sua língua começou a se movimentar com preguiça nos lábios da garota, os lambendo antes de degustar a boca quente e aconchegante da menina.

As mãos compridas do garoto pousaram sobre a coluna exposta de Lydia, os dedos brincando de fazer a garota se arrepiar. A menina ruiva se deliciava com o contato físico, expremendo os seios contra o peito magro e firme do namorado, segurando em seus ombros sofridos.

—Você está se transformando em um maníaco sexual!—Lydia reclamou em voz baixa quando uma das mãos do garoto segurou no laço do biquine.

—Mas eu não fiz nada!

—Está tentando tirar meu biquine e eu tenho certeza que não é para irmos nadar.

—Não é uma ideia ruim a gente ir para água.

— Sem roupa?

Stiles deu de ombros e Lydia revirou os olhos, cruzando os braços. O garoto bufou, irritado pela reação súbita da garota e fechou a expressão, decidido que não ia ceder a pirraça da menina.

Depois de alguns minutos em silêncio, ambos concluiram para si mesmos que nem sequer tinham motivo para ficaram daquela maneira, porém, eles não queriam ceder, então continuaram a travar aquela batalha silenciosa, para ver quem seria o primeiro a falar. Lydia foi a derrotada na batalha.

—Você não vai falar nada?—Lydia falou, sem descruzar os braços, com a expressão incrédula.

—Não tenho nada para falar.

Stiles lançou um olhar sínico e um sorriso debochado, sabendo que isso deixaria Lydia irritada. "Previsível", foi o pensamento soberbo do garoto quando a expressão da menina explodiu de ódio.

—Você...—Lydia tentou pensar em algo para falar, mas ela não conseguia o motivo de estar irritada. O rosto de Stiles a deixava desconcentrada, não conseguia raciocinar, era irritante e tentador,ela sentia vontade de o espancar e beijar ao mesmo tempo.

—Você não lembra porquê se irritou.—Ele concluiu convencido.— É que você não está mais aguentando fazer sexo, lembra? Acho que te deixei muito esgotada na última vez, pode deixar que na próxima eu pego mais leve.

O ar escapou pela boca carnuda de Lydia, ela respirou fundo, explodindo por dentro, mas sem querer demonstrar, pois sabia que o garoto se divertiria com aquilo. "Ele sabe provocar, mas eu também sei".

A garota tirou a saia leve e curta que usava, ficando somente com as peças de banho e andou confiante, o quadril requebrando nas laterais e sem hesitar, mergulhou na água gélida do oceano, com uma destreza impressionante.

Enquanto observava, com olhos esbugalhados, Lydia nadar no azul infinito, Stiles percebeu que era a primeira vez que via a garota na água. Os movimentos suaves da menina eram precisos, rasgando o oceano com braços e pernas habilidosos, ela era ágil e formosa, os cabelos ruivos, molhados, flutuavam como chamas sobre as águas.

Lydia era como uma sereia enquanto nadava e Stiles, não tentou resistir aos seus encantos, apenas permaneceu na areia, boquiaberto, piscando os olhos várias vezes, como um verdadeiro adolescente apaixonado, sem conseguir evitar que os olhos castanhos, antes provocadores, brilhassem com a mais pura admiração.

Quando a garota ergueu a cabeça, olhando para Stiles, ela pretendia dizer ou fazer algo provocador, para atiçar o garoto que amava irrita-la, mas ela foi surpreendida pela estranha conexão que ambos possuíam. Assim que os olhos brilhantes se encontraram, as mentes de ambos se encaixaram com harmonia e Lydia foi invadida pelos pensamentos admirados e apaixonados por ela. O peso dos sentimentos do humano era tão fortes, que a garota pensou que fosse perder o controle do corpo e se afogar nas águas tranquilas, os pensantos dele gritavam de amor e ao observa-la, o carinho e o afeto que transmitia era tão grande que fez o pequeno corpo de Lydia, estremecer.

Stiles não tinha nenhuma maldade em seus pensamentos, naquele momento, ao ver a namorada, estava repleto de sentimentos puros, porém foi a vez do corpo de Lydia queimar, mesmo com os metros que separavam seus corpos e o humano se assustou quando a ligação entre eles permetiu que ele sentisse o desejo da menina.

Por reflexo, Stiles correu em direção a água, completamente vestido e pulou como se fosse em uma piscina, espirrando propositalmente a água salgada no rosto da garota. Ele nem de longe era tão formoso como Lydia ao nadar, apesar de não ter grandes dificuldades, seus movimentos eram estranhamente engraçados, o que fez com que a Banshee gargalhasse sozinha, esperando o garoto alcança-la.

Quando o humano se pôs em frente a Lydia, conseguindo alcançar o chão devido a sua altura, enquanto a garota batia as pernas para se manter acima d'agua, ele agarrou a garota de maneira desajeitada, devido a sua ansiedade e iniciou um beijo igualmente desesastrado, esbarrando a língua na de Lydia, o que fez com que ela continuasse a rir, o som abafado pelos lábios rápidos do garoto.

Os risos da menina foram suncubidos quando o beijo foi se tornando cada vez menos desastroso e mais prazeroso, o garoto conseguiu conter a ansiedade furiosa dentro dele para ser capaz de beija-la de maneira deliciosa. Stiles, já consciente do que fazer para deixar Lydia enlouquecida de desejo, fez todos os movimentos com a sua língua que sabia o quanto a garota aprovava e esmagou seus corpos submersos pela água, deixando suas mãos descerem as pernas da menina e subirem até a nuca.

Quando Stiles sentiu o desejo claro da menina, tanto pela conexão de suas mentes, tanto pelo desespero que ela se agarrava a ele, o humano afastou as suas bocas com brutalidade, com um sorriso imenso nos lábios inchados de tanto beijar.

—O que você pensa que está fazendo?

—Respeitando a sua vontade, eu sei que já te esgotei muito hoje, não entendo nem como ainda está conseguindo andar depois da nossa transa.

Stiles riu, completamente satisfeito com a expressão de Lydia e nadou em direção a areia antes que ela conseguisse raciocinar. Ainda gargalhando, o garoto começou a correr pela areia, largando uma Banshee inconformada que assim que percebeu que tudo fazia parte da provocação do garoto, nadou com voracidade e correu pela areia em sua direção.

—Stiles! Não ouse fazer isso!— A menina gritou com raiva, não acreditava que o humano tinha a provocado até ela estar desesperada por ele para depois fugir.

O garoto continou gargalhando como uma criança e apesar da sua corrida desengonçada, conseguiu chegar a casa de praia após alguns tropeços. Assim que ele entrou na sala, dois pares de chinelos voaram em suas costas, o que o divertiu ainda mais. Lydia finalmente tinha entrado na brincadeira, percebeu ao ver por trás da expressão irritada, uma tentativa falha de esconder o riso.

—Você além de ser criança é pirracento!

— Mas não fui eu que taquei chinelos em cima de você.

Ao ouvir a resposta de Stiles, Lydia correu até o sofá e agarrou as amofadas, as atacando simultaneamente na direção do garoto que soltou um grito engraçado de surpresa, para longo em seguida ter um ataque de riso, segurando uma das almofadas que ficou caída.

—Agora é guerra!— Após essa declaração, o menino jogou a almofada sem piedade.

Se houvesse alguém naquela cidade perdida, que pudesse ver os jovens correndo pela pequena casa, derrubando os objetos pelo caminho e fazendo uma guerra infantil, atacando almofadas, travesseiros e lençóis em cima do outro, certamente essa pessoa pensaria que aqueles dois não tinham problemas, que tinham uma vida perfeita, sem grandes preocupações.

A guerra durou um tempo interminável, eles riam e gargalhavam, como não faziam há muito tempo, esquecendo qualquer perturbação. Naquela pequena cidade, na casa charmosa, só existia os dois e só isso que importava.

Depois dos dois ficarem molhados de suor, Lydia foi a primeira a tomar um longo banho, seguida por Stiles que desabou na cama, ao lado da menina cheirosa que suspirava de alegria.

— Eu te amo, Stiles.

O menino sorriu com a declaração, mas o cansaço impediu que seus lábios se movessem para responder. A noite já tinha caido e o quarto só estava iluminado por um abajur, quando o menino adormeceu bem antes de Lydia, que permaneceu longos minutos acordada, somente para observar a expressão tranquila do humano.

Os dois se renderam ao cansaço.

**

Ar, era tudo o que Lydia desejava.

Repentinamente, o oxigênio tinha fugido de seus pulmões e ela não conseguia entender o que estava acontecendo, só sentia uma dor insuportável em seu peito e uma pressão no pescoço.

Em um "clique", Lydia finalmente entendeu que o que a impedia de respirar era a pressão em seu pescoço. Automaticamente, seus olhos se abriram e suas mãos foram ao pescoço, se deparando com dedos magros que a envolvia.

Os olhos verdes demoraram uma eternidade para se acostumarem com a escuridão do quarto, até que ela pode enxergar com clareza.

O rosto de Stiles estava perto do de Lydia, sua expressão era completamente vazia, as palbebras fechadas e trêmulas como se estivesse tendo um pesadelo. Eram as mãos do garoto que agarravam o pescoço da menina e a impedia de respirar.

Stiles estrangulava Lydia no meio da noite.

"Nogtsune!", foi o grito na mente da menina.