Capítulo 7 - Amigo, ou Mais Que Isso?

Avada Kedavra foi a primeira coisa que pensei.

–Oi, eu sei que deveria ter... Te apresentado para o Jeremy eu tava tão próxima pelo Math né?

Aquilo foi demais.

–Luísa, você é a mais filha da puta que eu já vi.

–C-candy?

–Só nunca mais fala comigo. Eu realmente achei que éramos amigas.

Passei reto e vi o Jeremy com os amigos. Fui até lá. Assim que ele me viu me cumprimentou.

–Oi Candace, como vai?

–Tudo bem... Ah, Jeremy...

–Sim?

–Precisava conversar...

–Longa conversa? – Acho que ele percebeu pelo meu olhar

–Pois é...

–Quer ir lá em casa no sábado?

–Combinado. – Dei um sorriso.

Logo depois vi a Stacy e as gêmeas chegando, me despedi do Jeremy e fui conversar com elas. A semana passou rápido e eu nem olhava para a cara da Luísa, ela e a Ana não se desgrudavam, então agora sempre ficávamos eu, a Stacy, a Gabi e a Leticia e a Larissa. Finalmente o sábado chegou. Disse para a minha mãe que era um trabalho da escola, então ela me levou bem de boa para a casa dele e combinei com a minha mãe que eu ligaria quando o “trabalho” estivesse pronto. Claro que eu tive que acordar bem cedo para poder me arrumar. Afinal, era a casa do Jeremy que eu estava indo. Conhecer o Sr. e a Sra. Johnson.

Quando cheguei lá, no endereço que ele tinha me mandado por Facebook, vi que era um apartamento, com flores na volta e uma arvorezinha na frente, um lugar muito agradável. Toquei o interfone e logo o porteiro já perguntou:

–Você é Candace?

–Eu mesma.

–Pode entrar – Diz abrindo o portão – Terceiro andar.

–Obrigada.

Entrei no elevador, aproveitei para dar uma olhadinha em como eu estava: Uma blusinha lilás que eu ganhei ano passado e um short jeans. Meu cabelo estava bem escovado e a maquiagem não estava borrada, estava tudo em ordem. A porta do elevador abriu e o Jeremy já estava me esperando na porta.

–Oi Jeremy.

–Oi Candace, pode entrar.

Na sala tinha uma menininha muito fofa, loirinha de cabelos cacheados, grandes olhos azuis e bochechas bem gordinhas, devia ter seis anos.

–Ah, essa é a Suzy, minha irmãzinha. – Diz o Jeremy indicando a menininha

–Quem é essa? – Pergunta me olhando.

–Candace, minha amiga.

–Hm – Foi a única coisa que ela respondeu.

Fomos para o quarto dele. Era incrível, váaarios posters na parede, uma escrivaninha com um computador e mil outras coisas, o quarto era meio bagunçado, mas perfeito. Mas tinha um problema, não era nada infantil. Não que isso seja um problema, mas e se o Jeremy entrasse no meu quarto eu iria morrer. Meu quarto era todo cor de rosa, com bichinhos de pelúcia, coraçõezinhos e florzinhas.

–Então... Tá meio bagunçado. Mas, fique a vontade... – Jeremy me faz acordar do pesadelo do meu quarto rosa.

–S-sim, obrigada.

–Hm, Candace, posso te perguntar uma coisa?

–Claro.

–Por que você tá com a mochila da escola?

Então ele sabe que essa é a minha mochila! Ele reparou!

–Ah, disse para a minha mãe que era trabalho da escola.

–Ah... Mas, então. Sobre o que queria falar.

–Bom... Não era importante, só queria saber... Eu sei que não é da minha conta...

–Pode falar.

–Luísa.

–Sim?

–Minha amiga...

–Ahh, bom. Pode perguntar.

–Queria saber o que aconteceu.

–Bom, ela era legal e tal, mas sabe ela era da Argentina e...

–Jeremy! Não to brincando. Estou falando da Luísa da minha sala. Minha amiga. A loira de olhos verdes.

–Ahh, desculpa... Pois é, aconteceram umas coisas entre nós...

–Desculpe eu fui grossa... Só queria ter certeza que aconteceu. É que é ao difícil de acreditar....

–Por que?

–Sempre fui apaixonada por você, e ela sabia disso. – As palavras simplesmente pularam da minha boca.

Eu não acreditava que eu tinha acabado de falar. Senti minhas bochechas ficando avermelhadas... Ele deu um sorriso, o mais lindo que eu já tinha visto. Sorri de volta... Tudo parecia estar em câmera lenta... O Jeremy ia se aproximando de mim... Eu fechei os olhos e senti os lábios dele nos meus. Tudo estava perfeito. Ele me puxou para mais perto pela minha cintura. Estava me sentindo tão bem, por estar ali, com o Jeremy, tudo perfeito até que...

–Jemmy!!! – Grita Suzy, antes eu tinha a achado fofíssima, e agora? Odiava aquela garotinha.

Nos afastamos e no segundo seguinte ela entra no quarto e começa a pular e fal...Gritar

–Jemmy! Jemmy! Eu queria hoje ir no parque, no shopping, no...

–Suzy – Fala o Jeremy com a voz doce – Hoje não vai dar, eu tenho... Um trabalho em grupo.

–Ahhhh – Reclama

–Suzy, depois do trabalho eu e a Candace vamos brincar com você.

Como é que é?! Só pode tá falando isso para ela ir embora. Depois que a pestinha saiu do quarto o Jeremy fechou e trancou a porta.

–Desculpa Cany.

De onde que ele tirou esse apelido?

–Não tem problema.

–Mas então, onde que a gente tava mesmo?... Deixa ver, eu estava aqui – Disse sentando na cama – E a minha mão aqui... – Coloca a mão na minha cintura.

Continuamos o beijo. Me sentia tão bem ao lado dele, sentia que agora sim, tudo na minha vida estava perfeito. Bom, depois disso passou tudo melhor do que planejado. Ficamos o tempo inteiro juntinhos, conversando e jogando Wii. Até que saímos do quarto dele e fomos ficar longos trinta minutos brincando com a Suzy. Na verdade ela era um doce e Jeremy realmente se dava muito bem com ela, achei isso tão fofo, sorte dele, porque eu com o Phineas e o Ferb era tão diferente, sempre discutíamos ou nem nos falávamos muito... Bom, eu achava ela fofa e doce até ele ir no banheiro e eu ficar com a Suzy, ela me beliscou me xingou e ainda disse que não era para eu roubar o Jeremy dela e que se eu fizesse isso iria me arrepender. Isso vindo de uma garotinha de seis anos é hilário, mas quando o Jeremy voltou, ela voltou a ser o mesmo anjinho de sempre. Depois da brincadeira com a demoninha voltamos para o quarto dele. Ai o tempo voou e logo minha mãe me ligou dizendo que era para eu ir terminando o “trabalho” por que ela estava por perto e iria ter que me buscar. Antes de ir ainda dei um selinho no Jeremy. Minha mãe me esperou em baixo e o Jeremy foi comigo no elevador.

Quando entrei no carro, eu estava meio tonta, tonta de felicidade. Ainda não tinha caído a ficha, foi tudo tão natural, simplesmente acontecia. Minha mãe reparou que eu não parava de sorrir e acabei inventando que tínhamos tido uma super ideia e que provavelmente iriamos ganhar uma nota alta com ela. Depois disso não conversamos e eu tendei disfarçar minha felicidade. Quando cheguei em casa, minha mãe me falou para me aprontar porque iriamos sair para comer. Resolvi tomar um banho antes, mas quando fui entrar no banheiro a porta estava trancada, bati na porta e ouvi uma voz de quem estava chorando:

–Quem é?...

–Ferb?

–Já to saindo.

Logo ele abriu a porta e saiu correndo.

–Ferb? Oque que aconteceu? – Digo seguindo ele.

Não tive resposta. Mas eu era sempre mais rápida que ele, logo o alcancei e o segurei pelo pulso.

–Pode me contar o que aconteceu. – Falo com a voz doce

Ele respira fundo e se vira, colo minhas mãos nos ombros dele e vejo dois grandes olhos castanhos, avermelhados e um rosto molhado.

–O-oque ouve? – É a única coisa que consigo falar

Eu nunca na minha vida tinha visto o Ferb chorar, nunca. Eu, na verdade não sabia muito dele, não éramos muito próximos. Não sei o que aconteceu, mas senti lágrimas nos meus olhos, eu não podia chorar, isso era errado. Eu tinha que ajudar ele, o meu irmãozinho.

Continua...