Caminhantes

Sonhos cada vez mais confusos


Lucy POV

Eu ando tendo uns sonhos estranhos com Zeref. Alguns são bizarros outros assustadores. De vez em quando somos apenas eu e ele, outras vezes tem mais pessoas, como Lisanna, Natsu e... Mira.

— Argh, eu dormi no trem... Espero que este sonho não seja com...

— Com quem? -falou uma voz atras de mim, saltei em um susto e encarei aquelas orbes negras. Zeref falou comigo! Ele nunca tinha falado comigo!

Fiquei receosa, o que eu deveria falar? Tenho medo dele poder fazer algo.

— Mas espera! LUCY! ISSO É SÓ UM SONHO! NÃO PRECISO TER MEDO! -dei uma risada. Que cabeça a minha! Isso é só um sonho!

— Na verdade não, Lucy. -ele disse- Eu te trouxe aqui, é um campo de outro plano. Um lugar que podemos conversar.

Frisei as sobrancelhas.

— C... Como eu sei que não está mentindo?

— Bom, eu te farei acordar agora e você voltará a dormir no segundo seguinte, pode ser? -ele sugeriu calmamente.

E sem avisos prévios, me senti sendo sugada por algo, abri os olhos rapidamente. Estava confusa, ainda estou no trem, Laxus dorme na minha frente, para confirmar me dei um beliscão, doeu, e doeu muito. Não é um sonho, então daqui a pouco...

Minha mente pesou e fiquei tonta, meus olhos fecharam mesmo eu mandando eles se abrirem, dormi. Quando me dei conta estava naquele lugar negro de novo, sem nada, com um feixe de luz que saia de algum lugar que não sei identificar.

— Acredita em mim agora? -dessa vez não me assustei, se assustar duas vezes com a mesma coisa seguidamente é ser estúpido demais, então apenas olhei para trás e montei minha guarda- Não precisa ficar tão tensa. Eu não farei nada com você, o que aconteceu agora é o máximo da minha liberdade.

— O que quer Zeref? Por que o mago negro está me requerendo em uma convocação para conversar? Por que nunca falou comigo antes? Os outros sonhos...

— Sim, os outros sonhos são feitio meu. Não conseguia falar com você antes porque não tinha encontrado a magia adequada, nem forças para isso. Estou invadindo a sua privacidade, e a mente de outra pessoa é o último túmulo em que podemos invadir, não é tão simples assim.

— Por que eu? -perguntei, de certa forma entendi o porquê de só agora ele falar comigo.

— Você não tem ódio da albina? De Lisanna Strauss? -ele perguntou sério, não parecia brincar.

— Não entendi sua pergunta, por que tenho que ter ódio de uma companheira minha?

Ele ergueu as sobrancelhas, com feição surpresa. Mas logo voltou com sua expressão normal.

— Como eu disse, não precisa ficar tanta da defensiva, Lucy.

— Você é meu inimigo. -respondi sem pensar duas vezes.

— De certa forma sim, e de certa forma não.

— Como assim?

— Eu sou inimigo de vocês, mas não dessa vez... Lucy Heartphilia, dessa vez eu almejo algo em que você concordaria comigo.

— Eu nunca concordaria com você! -exclamei- Por sua culpa, Mira...

— Como vai Natsu Dragneel? -ele pergunta repentinamente.

— Vai bem... Bem casado. -falei entre os dentes- Que tal você começar a me responder minhas perguntas de forma que eu entenda? Se não é meu inimigo, então prove! Sendo você o Zeref, o imortal mago negro, salve Mira, por favor! -implorei em tom quase desesperado.

Zeref me encarou, pareceu... Triste?

— Não tenho poder em Mirajeene Strauss. Não posso fazer nada Lucy, o que aconteceu com ela nem mesmo é minha culpa. Sou o mago negro, não o santo mago milagroso.

— Mas... Não é possível! Está mentindo! Você tem que saber de algo para salvá-la!

— Não, não estou mentindo. -ele respondeu sério, senti um calafrio assustador. Ele estava falando a verdade então?

— P... Por que pergunta sobre Natsu do nada? -resolvi mudar de assunto.

Ele sorriu.

— Você ama ele, não odeia Lisanna por isso?

Essa pergunta de novo? Como ele sabe sobre o que sinto por Natsu? Será que é tão óbvio assim!? Ou isso foi noticiado para o mundo todo e só eu não fiquei sabendo?

— Não, não odeio. Ela é minha companheira, e eu ajudei ela a ficar com o Natsu. Feliz?

Zeref me encarou sério, então fechou os olhos, ele está pensando?

— O que você pretende fazer, mago negro? Eu sei de uma visão do futuro, aonde em uma terra vermelha que estende até o horizonte, está cheio de ossos gigantes, ali estamos apenas eu e você, enquanto eu chorava... Você estava prestes a me matar. O que vai fazer, Zeref?

Ele me olha surpreso, então suspira.

— Então esse é o papel que tenho que fazer...

— O que isso significa? Zeref, me responda!

Ele me encarou sério. Vi seus lábios se moverem, eu arregalei meus olhos com suas palavras, e quando o vi se distanciando, berrei:

— Zeref! O que isso significa!? Zeref!!

Mas quando dei por mim, estava abrindo os olhos, trem parou e todos estavam saindo. Laxus dormia confortavelmente. Eu me levantei e me aproximei dele, o balançando.

— Laxus! Acorda, Laxus!

Ele se remexeu na poltrona e abriu os olhos.

— Já podemos sair, Lucy?

— Sim. -dei uma risada- Eu tenho um irmão muito dorminhoco.

— Ah! Cale a boca! -resmungou ele- Ei, espera Lucy, você está bem?

— Amm? Por quê? -tentei disfarçar com um sorriso. Laxus não precisa saber do meu sonho.

— Está pálida...

— Não é nada, vamos, ou você vai dar mais uma volta de trem. -falei provocando ele.

Ele se levantou e me encarou chateado.

— Nossa, ganhei uma irmãzinha muito chata.

Dei uma risada, é gostamos da brincadeira de sermos irmãos, acho que isso vai continuar por um tempo. Mas mesmo que eu fingisse, estava realmente preocupada, relembrando da feição séria e das últimas palavras do imortal mago negro:

— Preste muita atenção. Eu não sou seu inimigo. Eu sou o vilão quando a história é de Fairy Tail, mas quando a história é você Lucy Heartphilia, Lisanna Straus sempre será uma vilã.