Caminhantes

Minha pequena árvore


Gajeel POV

Eu mandei Lily na frente, já chegávamos na frente do apartamento da Bunny Girl, o Bunny Boy vinha sem reclamar e a stalker da água vinha junto.

— Hué, não vai ir ver o stripper sem vergonha? -sorri para ela, ela desviou o olhar meio emburrada.

— O coração e olhos de Juvia são de Gray-sama... Mas... -ela fez feição de preocupada- Mas Juvia quer ver Rival do Amor...

— Entendi, entendi. -ri- Você mudou Juvia, até parece que nunca fez parte da Phantom Lord antes, seu coração é uma fada agora.

— Gajeel-san mudou também. -sorriu ela- Nem parece o cruel e frio Gajeel da Phantom, o obsessivo pela destruição.

— Gehee. A Fairy Tail tem um poder muito estranho. -comentei, chegando na sacada do apartamento da loira- Mas não é ruim.

— Sim. -concordou ela.

— Fique aqui embaixo, Juvia. -ela concordou e eu olhei para o exceed verde, ele estava no colo do Bunny Boy, lancei um olhar para o moreno e ele pareceu entender.

— Fique aqui com Juvia, Frosch. -falou ele, entregando para a azulada.

— Mas Fro quer ver Fada-san.

— Eu prometo que deixo você ver ela depois.

— Promete?

— Sim.

— Parece que eu acertei em cheio Gajeel! -escutei a voz de meu exceed lá de cima. Dei um sorriso e puxei o Bunny Boy.

Aos poucos vi a silhueta da baixinha se formar com um olhar surpreso. Ela me olhou e olhou pro Bunny Boy, ela abriu a boca confusa, então disse:

— C... Como souberam?

Eu ergui as sobrancelhas e sorri.

— Parece que Bunny Girl te contou. Bom baixinha, esse é um poder oculto meu de descobrir coisas.

— Na verdade Gajeel -falou Lily- Eu te dei uma dica muito importante. -ele fazia aquela pose de “eu sei, sou incrível”.

— Gehee, é verdade. Como está a Bunny Girl? -fiz a pergunta retórica, ela deu um pequeno sorriso.

— Ela está bem, acho... Chorou muito, provavelmente está cansada. Sem falar pensativa sobre a situação, Lu-chan está meio confusa. -ela respondeu- Fiz o meu melhor, mas não sou eu quem pode mudar os sentimentos dela.

— Hey, agora que eu trouxe o Bunny Boy, vai ficar tudo bem. -sorri, então coloquei a mão na cabeça da baixinha- Não vai me agradecer?

Ela corou, é muito engraçado de como ela cora fácil, ela abriu e fechou a boca como um peixe, me encarando sem acreditar.

— E então? Cadê os meus agradecimentos, baixinha?

Ela desviu o olhar para baixo e ainda corada, falou finalmente:

— Obrigada Gajeel...

— E...?

— E o quê? Não enche! -como adoro irritar ela.

— Ok, ok. -dei uma risada, então desencostei da azulada e puxei o Bunny Boy.

Abri a porta e o empurrei para dentro, vi os olhos dele se arregalarem.

— Agora é com você Bunny Boy!

E fechei a porta, não preciso comentar que nós grudamos o ouvido na madeira, curiosos.

Rogue POV

Me trouxeram até aqui sem mais nem menos e me empurraram porta a dentro.

— Agora é com você Bunny Boy! -escutei entes da porta se fechar.

Sério, sem explicações e nem nada.

Engoli seco e fiquei meio nervoso, sem falar que senti meu rosto arder, então estou... No quarto de Lucy.

Primeiro dei uma olhada em volta, está bem escuro, dei um passo a frente e pisei em algo, quando me abaixei, vi um... Livro? Não demorou para meus olhos se acostumarem com a escuridão, então eu vi um algo sentado na cama. Me aproximei silencioso e agachei em sua frente, era a loira. Ruborizei me lembrando do nosso último encontro, mas... Ela estava estranha, um olhar vago como se a realidade não a alcançasse...

Acabei ficando realmente preocupado. Não é hora de se envergonhar, Rogue Cheney. Fechei os olhos e me concentrei, logo a chamei meio receoso:

— L... Lucy?

Os olhos dela pareciam cansados e bem inchados, ela segurava uma xícara de leite com chocolate, distingui pelo cheiro. O cobertor estava jogado em um canto. Ela me encarou demoradamente, não sorriu nem nada. Apenas me olhou. Será que ela está se perguntando se estou mesmo aqui?

— Lucy, o que houve com você?

— Eu... Eu gritei com Natsu... -ela disse finalmente em tom arrependido.

— Por quê? -bom, isso sabia, tinham me dito, mas não entendia o porquê.

— Eu não sei... -ela desviou o olhar, eu ergui minha mão e gentilmente a fiz encarar meus olhos.

— Não minta para mim. -falei, os olhos de cor chocolate me olharam com tanta dor.

— Fiquei confusa... -declarava ela- Por que sempre amei Natsu.

Eu fiquei surpreso porque tinha descartado essa ideia faz muito tempo, então era isso mesmo?

E com isso, ela começou a derramar lágrimas. Eu me sentei ao lado dela, preocupado, e aos poucos a abracei pelas costas da loira, Lucy não me empurrou ou revidou, apenas aceitou.

— Rogue? -ela falou, parece que tem consciência que estou aqui.

— Sim?

— O... O que eu devo fazer? -a voz dela pareceu melancólica.

— ... -pensei por alguns segundos- Eu não sei Lucy, mas você vai conseguir superar isso.

— Como sabe? -perguntou ela se aconchegando em mim.

— Tem amigos muito bons Lucy, pode contar com eles a toda hora. Eles se preocupam por você, tenho certeza que com eles, você pode superar tudo.

Ela riu, não sei direito, mas gostei muito da risada dela.

— Tem razão. Tenho amigos muito bons... -ela se calou um pouco, então me chamou- Rogue?

— Humm...?

— Por que está aqui? -parece que finalmente ela achou estranho eu estar aqui.

— Gajeel-san me trouxe. -ela pareceu surpresa, então expliquei- Juvia tinha te seguido, depois de seguir Gray naquele dia... -corei ficando meio tenso- Então ela descobriu tudo e contou para Gajeel-san.

— Ah. Então foi isso. -sussurrou ela meio corada, ficou quieta, provavelmente pensativa, logo ela riu, por alguma razão a risada dela é muito gostosa de se escutar, talvez eu me vicie...- Por que chama Gajeel de Gajeel-san, enquanto os outros pelo nome normalmente?

Suspirei e respondi, em tom bem baixo, não tem a necessidade de usar um tom de voz normal já que estávamos tão perto um do outro.

— Eu admiro Gajeel-san desde criança, sempre foi como um tipo de herói para mim, sendo que éramos Dragon Slayers por igual. Alguns costumes não vão embora.

Ela riu mais um pouco e se esticou para frente me fazendo soltá-la. Lucy colocou a xícara de leite em uma mesinha ao lado da cama e se encostou em mim de novo, inconscientemente eu a abracei e desta vez, ela segurou as minhas mãos.

— Espera... -falou ela, sem entender- Gajeel tem mais ou menos a minha idade, você também, então como pode admirar ele quando criança?

— Ahn!? -pensei um pouco, sim isso é estranho, quando criança Gajeel-san tem a mesma aparência de agora. Então nós dois exclamamos:

— Tenroujima! -e começamos a rir.

— Agora me sinto uma velha, é sua culpa Rogue! -não evitei e comecei a rir, mais que o normal, já que normalmente só esboçaria um sorriso.

— Não me culpe Lucy! Mas... Penso que foi bom você ter congelado em Tenroujima, agora te conheci com a idade perfeita, no tempo perfeito.

Espera, que raios estou falando!? Eu nunca falaria isso!

Ah, quer saber? Que se dane! Quando o assunto é Lucy, eu fico... Diferente, percebi isso, acho que preciso me acostumar, já que essa magia que ela tem sobre mim parece que não vai ir embora logo.

Ela virou o rosto para mim, me fazendo encarar aqueles olhos de cor de chocolate.

Estamos... Perto DEMAIS.

Lucy POV

Estou meio tonta, as coisas que estão acontecendo parecem ser reais, mas ao mesmo tempo parecem ser parte de um sonho... No que acreditar? Me sinto tão cansada, não quero mais nada... Apenas... Tacar um dane-se em tudo.

Eu já fechava os olhos, meus lábios se entreabriram involuntariamente. Sentia o calor da respiração dele, estou ficando ansiosa... Ansiosa por um beijo do Cheney.

Mas tudo que senti foi uma pressão em minha testa, abri os meus olhos e encontrei com dois olhos cor de rubi, me fitando tímidos, com um Rogue corado, fiquei confusa, então ele me disse:

— Não quero me aproximar de você assim, Lucy. -congelei, ele não me quer? Por alguma razão senti meu coração apertar, temeroso- Eu não quero usar seu momento de fraqueza por causa do Natsu para me aproximar de você dessa forma.

Fiquei surpresa.

— ... -ele pareceu um pouco mais corado- Feche os olhos.

Não sei se é por que estou meio lenta ou se estava cansada. Fechei os meus olhos obediente. Senti algo cálido e macio pressionar gentilmente em cima da pálpebra esquerda de meu olho, depois a direita, aos poucos abri meus olhos de novo e vi ele sorrindo.

— Mas preciso pedir que não chore, Lucy. Eu não gosto de te ver chorar.

Ele tem um sorriso tão bobinho e corado no rosto! Não pude evitar e sorri junto. Esse cálido sentimento, tão confortável, Levy-chan tem razão. Rogue Cheney me traz paz, assim como a árvore milenar La’Moon Gi. Então sorri com essa comparação, dei um selinho na ponta do nariz dele. Ele corou mais um pouco, surpreso.

— Você parece uma pequena árvore, Rogue. -sussurrei, ele me olhou confuso. Pensei comigo que se os olhos de Rogue fossem azuis como as flores de La’Moon Gi, seria perfeito. Mas a minha versão de pequena árvore são de flores vermelhas, então não importa.

Antes que pudesse explicar, senti meus olhos pesarem e acabei por dormir. Aconchegada nos braços de Rogue Cheney e o leve cheiro de chocolate quente de fundo no quarto.