Caminhantes

As festas não tem o poder de fazer todos felizes


Lucy POV

Quando acabou o casamento e começou a festa, que era na própria guilda mesmo, vimos o casal ali festejando, abrindo vinhos, sendo zoados pelos seus amigos com muita risada. Cana estava adorando os barris de cerveja que Natsu arranjou. Erza chorava de emoção, mas logo foi atacar os bolos de morango que Lisanna tinha pedido para a entrega. Gray tinha dado uma trégua com Natsu, que durou pouco, pois logo já se encaravam feio e grasnavam um para o outro. Makarov estava conversando com Elfman que chorava. Romeo dançava com Wendy, Gajeel tentava cantar, mas foi arrastado por Levy no momento em que percebeu que ia dar guerra.

Todo o povo se divertia. E eu? Solitária no meu canto depressivo. Fui me esgueirando para fora, mas uma mão quente pegou o meu braço.

— Hey! Luce! Vem dançar comigo!

Natsu sorria para mim, eu sorri de volta, então respondi:

— Não Natsu, estou passando um pouco mal, vou tomar um pouco de ar.

— Ann? -fez ele, ficando preocupado- Se está mal, quer que eu te acompanhe?

— Eu...

— NATSUUU! -Lisanna o chamava- Meu amor! Vem cortar o bolo!

— Vamos Luce! É HORA DO BOLO!

Ele me arrastou para longe da porta, me puxando para dentro do aglomerado de gente que se reunia em volta do bolo de três camadas. Erza estava quase babando, comendo o bolo gigantesco que era de morango com os olhos.

Eles cortaram o bolo, então todos esbravejaram, e Gray berrou:

— Ei fogo idiota! Faz uma declaração aí!

— Como é? Cale a boca tarado amante de raspadinha!

Mas todos começaram a berrar em coro por discurso:

— DISCURSO! DISCURSO! DISCURSO!

O casal começou a ficar vermelho como tomate, eu fiquei com cara de paisagem, então Lisanna pegou nas mãos do Dragon Slayer de fogo:

— Desde que eramos crianças, eu sempre te amei Natsu. Foi uma das promessas mais felizes que eu tinha feito quando criança que sempre quis que se realizasse, foi aquele que me disse que nos casaríamos. Quando dávamos amor e carinho para o pequeno ovo, com as fantasias de criança, são as minhas memórias de ouro. Agora meu sonho se realizou, e sou a pessoa mais feliz por te ter ao meu lado. Eu te amo Natsu.

Ele corou, então sorriu, colocou a mão na cintura dela, e a puxou para perto, olhando para o fundo de seus olhos. A fazendo corar, a voz profunda de Natsu ecoou, fazendo todos prenderem suas respirações, o que será que a cabeça oca de um idiota poderia falar?

— Lisanna, eu tenho que admitir que quando eu era criança, você foi meu primeiro amor. Aquela promessa de criança, pensei que não se realizaria quando te perdi. Te dei um túmulo no por do sol que você tanto amava. Rezando, rezando muito para que do outro lado da vida, pudesse ver aquele lugar mais uma vez. Minha felicidade não tem tamanho quando vi seus olhos azuis mais uma vez enquanto eu estou vivo, agora, com nosso amor jurado, te prometo mais uma vez sua felicidade. Eu te amo Lisanna.

Ela corou e chorou, colocando a mão na boca, então passou os braços atrás do pescoço de Natsu, os dois deram um beijo profundo, calmo e apaixonado. Eu estava surpresa. Natsu era capaz de falar promessas tão belas! E eu sinto uma profunda inveja, como gostaria que ele fizesse aquelas promessas para mim... Não aguento mais assistir esse show!

Saí atropelando as pessoas que estavam atrás de mim, eles nem prestaram atenção, estavam dando vivas e assobios para o casal, alguns chegavam a chorar comovidos. Eu também chorava comovida, mas com sentimentos diferentes dos outros que choravam ali.

Fui para fora da guilda, já era de noite, as estrelas eram lindas.

— Provavelmente meus espíritos estão ali, bem, bem longe de mim.

Suspirei olhando para o céu.

— Blondie? Você está aqui fora por quê?

— AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!

Eu berrei de susto, olhando para trás e me deparando com os dois tigres, o loiro me olhava curioso e o moreno olhava entediado segurando algo.

— A... A... Abelha! Quer que eu morra de ataque cardíaco!? -exclamei segurando o peito, meu coração estava frenético.

— Hué? Está chorando blondie? -ele arqueia uma sobrancelha.

Eu passo a mão no meu rosto rapidamente. Olho zangada pro Eucliffe.

— CLARO QUE NÃO! DEIXA DE ABELHAR ABELHA ABELHUDA! -berrei.

— COMO É QUE É BLONDIE IDIOTA!? EU ESTOU PERGUNTANDO SE ESTÁ BEM E ME DÁ CAVALADA?? MÁ AGRADECIDA! PARA DE ME CHAMAR DE ABELHA!

— CALE A BOCA! MINHA VIDA NÃO É UM LIVRO DE SATISFAÇÕES PARA VOCÊ!

Eu estou totalmente possessa, já não estou bem, e vem o Eucliffe dizer asneiras para mim!? Mas Cheney interfere.

— Sting... Lembra o que viemos fazer aqui?

— Ah! -a face dele se iluminou, se lembrando de algo- Verdade, vamos Rogue. Até mais tarde blondie, vou ir cumprimentar o Natsu-san e a noiva que nem sei o nome.

Foi ele entrando na guilda, acompanhado com o Cheney. Não demorou muito para que as pessoas de dentro fizessem mas barraco. Eu me sentei em um banco próximo, parei de chorar, acho que de ter chorado o dia todo, as minhas lágrimas secaram.

Mas olhava o vácuo. Escutava a gritaria de dentro e muitas risadas, eles falavam algo sobre fadas e tigres. Não demorou para Wendy aparecer, me encontrando e vindo sentar ao meu lado sorrindo, com Charles dormindo em seu colo.

— Lucy-san! Eu estive te procurando!

— Oi Wendy...

— Ha ha ha... -riu ela- O pessoal de dentro tem muito fôlego, eu não consigo acompanhá-los...

Eu não disse nada, então Wendy continuou:

— Erza-san pegou uma grande quantidade de bolo o que fez Natsu-san ficar bravo, mas logo Gray-san começa a entrar na briga... Cana-san começa a ficar bêbada e começa a cantar... Gajeel-san não entende direito e começa a cantar em dueto com ela... Mas logo a briga fica muito grande porque os magos da Saber aparecem, a Charles começa a dormir e pensei que fosse melhor eu ir embora.

Eu continuo a ver o vazio, pouco a pouco minhas lembranças com Natsu vão me travessando, o primeiro de todos, quele em que conheci ele e ele me trouxe para a guilda...

— Lucy-san... Eu... Tenho algo importante para falar.

Eu a encaro. Sinto meus olhos cansados, mas aceno a cabeça para ela continuar.

— Charles disse que teve outra visão...

Eu arregalo os olhos.

— O que é dessa vez, Wendy?

Fiquei apreensiva, Wendy parecia nervosa.

— A... A calamidade se aproxima. Eu sei só isso.

— C... Como assim Wendy?

Ela ficou mais nervosa, olhava esgueiradamente para a exceed e respondeu pesadamente:

— Charles me disse que viu alguém loira chorando, uma terra vermelha, com milhas e milhas de terras vermelhas sem fim, que ali estaria deserto... Se... Se não fossem por milhares de ossos gigantes. A loira olhava para um homem sorridente. Esse homem ergueu a mão com trevas saindo dela, então... Então uma sombra engole a moça.

Eu engulo seco. Hoje realmente é um péssimo dia.

— E... Charles disse quem eram?

Ela fez sim com a cabeça.

— A moça é você Lucy-san, e o homem que sorri... É Zeref.