Ino não tinha certeza de quem se inclinou primeiro, mas sabia o que estavam para fazer. Temendo que a coragem desaparecesse, ela segurou o rosto de Sakura entre as mãos depressa e amassou os lábios dela com os seus. Uma comichão furiosa escalou as paredes de seu estômago, enviando arrepios por seus nervos.

Demorou uma eternidade inteira para que Ino ousasse abrir os olhos e para que sentisse que os músculos de Sakura haviam arrefecido.

— Isso foi meio surpreendente. — Sakura murmurou com um sorriso envergonhado. Seu rosto estava ligeiramente mais rosado do que o cabelo. — Eu não sabia que era recíproco.

— Recíproco? — Ino pestanejou, recolhendo as mãos.

Seu coração estava disparado e o chão do banheiro parecia estar se movendo sob seus pés. Seu corpo sucumbia pelo leve tremor da adrenalina, enquanto os olhos não conseguiam mais desgrudar de Sakura.

— É, recíproco.

Ino tentou formular uma pergunta para confirmar se aquilo tudo era mesmo real, mas não teve tempo. Num movimento impulsivo, Sakura a puxou pela nuca e a arrebatou para um beijo. O contato foi desajeitado a princípio, porém, na altura do terceiro, as mãos já sabiam onde se encaixar.

Então, a luz se apagou e tudo foi silêncio.