Camaleão
E trancadas
Ino enrolou o vestido na cintura e sentou-se no vaso sanitário.
— É meio desconfortável... — Ela desviou os olhos para os joelhos. — Você vai me ouvir fazendo xixi.
— Todo mundo faz xixi. — Sakura riu.
Houve um longo momento de silêncio, durante o qual Ino concentrou-se em segurar a bexiga. Ficou tentada a fazer uma mortalha com o papel higiênico e descer pela descarga, tamanho era seu embaraço.
Subitamente, Sakura começou a cantarolar “Brilha, Brilha, Estrelinha”, abafando a música que vinha da sala. Ino entendeu que era uma deixa – mas isso não aliviou sua vergonha – e fez o que tinha de ser feito.
— Ok, acho que esse foi o nosso momento mais estranho — suspirou, ajeitando-se e dando descarga. — Se não fosse nessas condições, eu diria que você canta cantigas de ninar muito bem.
As duas compartilharam uma gargalhada, enquanto Ino lavava as mãos. O clima leve durou apenas alguns segundos, até que Sakura tentou abrir a porta e o trinco travou lá dentro.
— Não quer abrir.
— Deixa eu tentar. — Ino girou a trava e forçou a maçaneta, mas nada aconteceu. — Ah, não é possível que você resolveu funcionar justo agora!
Ela chutou a base da porta e a maçaneta caiu no chão.
Fale com o autor