Cafe Universe

CAFE UNIVERSE, Episode: IV


I'll search the Universe...

Kyungsoo

Eu estava naquela mesma cafeteria em que nós nos conhecemos.

Café Universe.

É engraçado como o tempo apenas voa tão rápido, não é?

Eu lembro como se fosse hoje, Dae. Todos os momentos que passamos juntos, e todos os momentos que me levaram até você.

Você sabe que eu, como amante das ciências naturais, sou bem cético com relação ao destino, sorte e essas coisas místicas que fazem nos questionar o racional; ao contrário de você, que sempre teve muita fé no que o acaso poderia lhe trazer.

Eu sempre lutei com você contra isso, sempre caçoei e achei engraçado, tirei sarro de você. Mas, hoje, olhando para trás eu penso:

O quanto da nossa história não foi uma probabilidade estatística da somatória dos acontecimentos no espaço e tempo do universo?

Desculpe-me.

Deixe me colocar no seus termos: o quanto da nossa história não foi desenhada pela sorte do destino?

E então eu estou aqui, naquela mesma mesa na qual estão nossos nomes entrelaçados, pensando: será que seria diferente se eu tivesse tomado outra rota naquele dia? Será que eu não estaria aqui, agora, tentando escrever nossos votos de casamento?

Você se lembra de quando nós nos conhecemos?

Antes de eu pegar minha bicicleta pra subir a Serra, passei na Cafe Universe pra tomar café da manhã. Eu tinha marcado com o Junmyeon para que fossemos juntos, mas acabou não dando certo.

Baekhyun ainda não trabalhava lá, então foi Minseok que me serviu aquelas panquecas nojentas cheias de polissacarídeos e gorduras saturadas, dizendo que me dariam a energia que eu precisava para uma corrida de bicicleta.

Eu acreditei.

E então, você sentou do meu lado e eu reparei que tinha pedido apenas café preto forte com creme e um biscoito de gengibre. No qual você sempre acabava mergulhando na xícara, como se o boneco estivesse em uma sauna de creme, você dizia.

Eu sai logo de lá, tentando entender porque alguém molharia um biscoito que era pra ser crocante no café, isso tiraria toda a graça; quando percebi você também estava seguindo para a Serra.

Coincidência? Destino? Acaso?

Eu não saberia dizer.

Estava fazendo uma trilha com bicicleta, e você também. No mesmo dia. Na mesma hora. No mesmo segundo. Matematicamente, contando assim.

E então, quando mais tarde naquele dia que você furou o pneu da sua bicicleta, e eu, que por felicidade do acaso, tinha uma garupa na minha; eu pude te ajudar descer a serra até a cidade. Aquilo me fez pensar muito em como o Universo funcionava. Porque não fazia sentido que tantas coincidências acontecessem no mesmo espaço de tempo.

Fazia?

Você me agradeceu pela ajuda com um sorriso tão genuíno que esquentou meu coração. Seus sorrisos sempre tiveram um calor com eles, que me fazia se sentir em casa.

E eu ainda me sinto.

Naquele dia, descobrimos que na verdade, você morava na rua de trás da minha casa, então seria prudente que eu lhe desse uma carona até lá, eu não poderia renegar isso. E também não poderia negar que tudo isso era tudo muito estranho.

Ficamos amigos depois desse dia, apesar de sempre nos falarmos pouco, e eu sempre me focar muito nos estudos, esquecendo de me relacionar com as amizades. Um problema que você me fez superar, não é?

Depois de semanas daquele dia, eu te vi na escola.

Eu nunca fui de reparar nas pessoas da escola, mas, teve aquele dia na biblioteca em que eu tive que ficar pra procurar um livro de poemas que o Sr. Kwon queria que nós decorássemos, e você estava lá.

Você estava segurando o meu livro. Aquele que eu deveria pegar para ler e decorar os poemas, se quisesse tirar alguma nota.

Eu nem sabia que você estudava na mesma escola que eu, muito menos que eu iria te encontrar assim: segurando o livro que eu queria pegar.

Coincidência? Destino? Acaso?

Novamente, eu não saberia dizer. Parecia uma conspiração do Universo para que nos encontrássemos. Parecia que qualquer lugar que eu fosse, não poderia fugir de você.

Eu tentei procurar uma resposta para isso. Perguntei para o Universo: Por que continuamos a nos encontrar? De novo, e de novo e denovo? Mas não recebi uma resposta. Acho que eu deveria encontrá-la sozinho.

E eu encontrei, Dae. Eu achei minha resposta.

E é por isso que eu te escrevo.

Porque não há um dia em que eu não pense em como nossos universos foram entrelaçados. Entrelaçados de uma maneira tão unicamente perfeita, que isso só poderia ser coisa do Destino. E não uma probabilidade estatística da somatória de uma sequência de fatos acontecidos em um espaço e tempo, como eu sempre havia pensado.

Você me disse uma vez, o quanto tinha achado estranho que o destino continuava tentando nos ajuntar. Mas eu fico feliz que ele o fez, Dae, porque eu não saberia viver nesse vasto e grande Universo sem você ao meu lado, me oferecendo a sua mão.

Eu fico feliz que ele o fez.

Because that's love.

Jongdae

Eu estava naquela mesma cafeteria em que nós nos conhecemos.

Café Universe.

Achei tão engraçado quando cheguei lá, porque você também estava. Então eu não me sentei naquele banco. O nosso banco. Você sabe qual é, porque você também estava lá; mas, mais do que isso, você sabe qual é porque é aquele que tem nossos nomes entrelaçados. Eu diria, talvez, fundidos.

Você estava escrevendo alguma coisa, e havia um café na sua mesa que eu suspeitava ser chá de cidreira, porque você era a única pessoa no Universo que iria numa cafeteria para beber chá. E eu amo isso.

Eu amo cada pedacinho do seu ser, Soo.

Sempre achei muito extraordinário a maneira como nossos caminhos sempre se cruzaram. Eu diria que isso é uma coisa antiga, como se fossemos almas gêmeas que não conseguiam ficar longe um do outro. Mas você diria que isso é ciência. E que faria total lógica de nos encontrarmos, se moramos na mesma cidade, na mesma rua e estudamos na mesma escola.

Mas, isso é um tipo de destino também, né?

Você se lembra o que eu lhe disse no nosso primeiro encontro? Aquele em que fomos nós dois no festival de inverno? Você me perguntou se eu era supersticioso, porque eu vivia falando sobre destino, sorte e coincidências.

Eu disse que não.

Você sorriu pra mim e não disse nada por um bom momento, até finalmente me perguntar o que eu mais temia: Se eu estava procurando por um amor.

Você me pegou de surpresa. Eu não sabia o que te responder, então te perguntei de volta. Você ficou calado e sorriu pra mim, depois de me dizer: “Eu acho que já encontrei.”

Eu poderia ter morrido ali mesmo. Naquele inverno rigoroso que estava fazendo entrar rajadas de vento como facas pela minha camiseta, eu ainda consegui sentir calor, por causa de suas palavras.

O amor pra mim sempre foi um assunto delicado, porque, por mais que eu fosse supersticioso (eu sei que você vai rir disso, mas eu realmente estou confessando), eu nunca tive muita fé no amor.

Não porque eu não acreditava. Eu só achava que aquilo não era pra mim, e que ninguém iria se interessar por um cara baixinho, supersticioso, e que adorava assoprar um dente-de-leão para fazer um pedido, ou colecionar folhas secas para encher seus livros.
Mas quando eu te conheci eu soube.

Que não somos o resultado de uma série de eventos no universo, como você costumava dizer, mas um destino que foi interligado a muito tempo atrás.

Você acredita naquela lenda japonesa? Akai ito?

É um lenda antiga que diz que todos nós estamos unidos por um fio vermelho ao amor de nossa vida. Não importa se o fio se enrolar, se esticar ou der mil voltas ao redor do planeta. Duas pessoas enlaçadas sempre terminarão se encontrando, mesmo que isso tenha que ocorrer no fim do mundo.
O fio vermelho tem um dono chamado destino, e por isso nunca, aconteça o que acontecer, poderá se quebrar.

Então, hoje, pensando na sua pergunta eu te respondo: isso é amor.

Quando estou sentado aqui te olhando, pensando em tudo que ainda vamos passar juntos, construir juntos e superar juntos também.

Quando penso em me casar com você, e caminhar ao seu lado até o altar, e trocar nossas alianças e votos pelo infinito que o espaço e tempo nos permitir (até porque o ‘para sempre’ é um paradoxo, certo?).

Quando tivermos nossa familia, quando precisar de mim para o que for, quando você tiver que chorar ou gritar de alegria, eu quero estar lá.

Porque eu te amo tanto e quero passar minha vida com você. E quando daqui 5 dias dissermos o grande “Sim” diante dos nossos amigos, eu acho que posso responder a sua pergunta, e finalmente dizer que eu o encontrei.

Porque isso é amor.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.