CN Beyond: Terrível
Bônus 1 – A Morte entra em um bar...
(Trilha Sonora: Ghost riders in the sky - Johnny Cash)
Puro-Osso caminhava sobre um vácuo cósmico. Estava em um deserto acinzentado interminável que ficava na beirada de uma quinta-dimensão. Era lugar quase vazio exceto por um bar que ficava no centro desse meio do nada, onde apenas ceifadores sinistros como ele poderiam acessar. Quando entrou, viu duas figuras conhecidas.
— Puro-Osso, meu velho! Como vai a morte? — Disse um outro ceifador de cabelo comprido e que usava roupas de motoqueiro como um agasalho moletom um capuz e calças jeans com um cinto em forma crânio e um óculos escuro cobrindo seu rosto esquelético.
Ao lado dele estava um bartender que usava roupas e chapéu de cowboy brancos. Seu rosto não era de um crânio humano e sim provavelmente de um cervo.
— Grande Puro-Osso. — Disse o sujeito. — Vai querer o de sempre?
— Olá caras. — Cumprimentou os seus iguais. — Sim, o de sempre.
O bartender pegou uma garrafa de whisky sobre a mesa enquanto Puro-Osso sentava-se ao lado do outro companheiro.
— Como vai aquela sua pirralhinha? — Perguntou o Ceifador Motoqueiro de cabelos pretos cumpridos.
— Crescendo. Está progredindo mais a cada dia, contudo ainda tem dificuldade em aceitar sua humanidade. — Respondeu ao colega.
— Esse mortais... sempre se questionando. Não sabem a sorte que tem. Puro-Osso, você é uma inspiração para nós cara! — Elogiou o amigo com um tom de embriaguez na sua voz.
Puro-Osso pegou a bebida da mesa e derramou em sua garganta esquelética. — Valeu cara. — Agradeceu arrotando. — Alguma novidade que não fiquei sabendo?
— Sim. Você lembra daquele cientista humano maluco que tentou trazer as filhas de volta a vida uns anos atrás? — Perguntou o Cowboy bartender.
— Lembro. Que idiota! — Os três gargalharam juntos por, pois, por alguma razão achavam isso muito engraçado.
— As filhas dele destruíram a cidade toda ontem à noite e agora ele tá preso! — Disse o Bartender enquanto ria.
— É sério?! — Indagou Puro-Osso. — Não acredito que perdi essa!
E os três gargalharam de novo dessa vez não conseguindo controlar sua empolgação devido a embriaguez. O Motoqueiro riu tanto que quase caiu de sua cadeira.
— Esses mortais nunca aprendem que não podem desafiar a natureza, por isso vivem se fudendo com as consequências. — Disse o motoqueiro.
— Fato. Especialmente esses mortais cientistas com complexo de deus. O mais engraçado é que ele nem sabe o que fez no laboratório dele. Ele ainda acha que aquelas meninas ainda são as filhas dele, mas as almas delas já foram levadas há muito tempo, ele só deu novas a elas sem perceber. — Zombou o bartender e os três riram de novo.
— Nem me fale. — Recordou Puro-Osso. — Lembrei de outro ceifador que ficou de levar a alma de um cientista que viaja pelo multiverso. O cara não morre nunca!
— Por que humanos tem tanto medo de encontrar a gente? — Questionou o motoqueiro. — Garanto que se estivessem no nosso lugar não iriam achar tão ruim...
— Talvez o Puro-Osso saiba responder essa. Ele anda mais com eles do que trabalha. — Disso o bartender.
— Bem... eu acho que...
“PURO-OSSO!” Ecoou no ar
— Droga! Vou ter deixar a conversa para outro dia galera. — Avisou o ceifador para os seus colegas.
— Vai na paz cara. — Disso o motoqueiro. — Cuida da sua criança humana irritante.
— Volte aqui na quinta! Vamos jogar cartas com o Coruja Cósmica, o Pai Tempo e o Titio Avô. — Convidou o Bartender
— Titio Avô? Odeio esse cara. — Afirmou Puro-Osso.
— Todos odeiam cara. Todos odeiam. — Completou o motoqueiro.
E a essência do ceifador se transformou em fumaça e ele desapareceu em plena vista.
Continua...
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