CN Beyond: Elemento X

No mar, na terra e nas estrelas.


Trilha Sonora completa

(Trilha Sonora Mr. Bad Guy - Freddie Mercury)

Caco, o primata mutante com um intelecto elevadíssimo, pegou um pacote de salgadinhos que havia guardado em um canto, em seguida, pegou um headphone com um microfone embutido que havia dentro da sua caixa de ferramentas e largou-se com empolgação em uma cadeira giratória que estava enfrenta a seus monitores de tela plana exibindo a visão de nossas queridas três meninas superpoderosas. O primata, apertou um botão e ligou uma caixa de som que havia por ali e a música “Mr. Bad Guy” de Freddie Mercury começou a ser tocada por todo o observatório.

— TARAMRAMRAMAM! — Gritou o macaco tentando imitar os sons da música e depois cantarolou. — LET'S GO CHASING RAINBOWS IN THE SKY…

“Caco, onde eu estou?” Perguntou a voz de Lindinha no headphone.

— Você está no de Estreito de Magalhães, querida. — Respondeu ele. — Está quase lá. Nessa velocidade dever chega-la em alguns minutos. Voe próxima à água, se preparando para emergir. Quando eu der o sinal, você emerge, entendeu? — Orientou enquanto comia seus salgadinhos.

“Entendi”

Voando há velocidades supersônicas saindo do Estreito de Magalhães, Lindinha diminuía a sua altura até ficar rente ao chão.

“Caco, tem certeza que eu vou ficar bem na água? E se eu me afogar ou ser esmagada pela pressão lá embaixo?” — Perguntou a loira cheia de preocupações.

— Relaxa. Sabe por quanto tempo vocês três conseguem ficar sem respirar?

“Sei lá. Uns cinco minutos?”

— Catorze meses! Sendo mais específico: três meses, duas semanas, três dias e dependendo de sua idade ou gênero, cinco a doze horas.

“Caramba!”

— Seus corpos também resistem as altas e baixas pressões assim como aguentam balas.

“Isso é muito irado!” — Exclamou a loira.

— Lindinha, agora! — Alertou o macaco. — Mergulhe na água, agora.

“Entendi” Disse ela ao imergir na água. “Tem certeza que essa coisa está aqui?”

— Passei dois dias calculando a trajetória do navio, as velocidades e o curso das correntes marítimas de mais três décadas. Aposto os meus testículos que está aí, garota. — Afirmou com convicção.

Lindinha continuou descendo e descendo até onde a luz do sol não alcançava o que despertou um forte medo na jovem loirinha de marias-chiquinhas.

“Eu to com medo. Está muito escuro aqui. E se tiver um bicho feio lá no fundão?”

— Criança, vai por mim, assim que o seu ser entrou na água, você se tornou a criatura mais perigosa dos setes mares inteiros. Se tiver algo por lá, você dá conta.

Assustada, Lindinha interrompe sua descida pela metade.

“Não consigo! Estou com muito medo.” Exclamou a menina completamente apavorada e insegura se contorcendo em meio ao oceano gelado.

Percebendo, que a lógica não iria funcionar, Caco tentou motivar a garota com outra estratégia.

— Lindinha, você conhece ou leu algo sobre Flapjack? — Perguntou o macaco à jovem.

“Eu li alguma coisa na escola e lembro do filme dele que vi uma vez. Ele era um aventureiro dos mares ou alguma coisa assim”

— Correção: UM DOS MAIORES aventureiros dos mares, minha criança. Sabe com que idade ele começou? Catorze, assim como você.

“É sério isso? Ele tinha a minha idade? Tá de zuera, né?” Duvidou.

— Não, minha querida. Ele era novo mesmo. Pensa que ele não sentia medo? Ele sentia sim. Contudo, apesar dos medos, ele os superou e desmembrou os mares entrando para a história. Agora, repita comigo: “Eu sou como Flapjack”

“Eu sou como Flapjack!”

— De novo!

“Eu sou como Flapjack!”

— Mais uma vez!

“EU SOU COMO FLAPJACK!”

Lindinha sentiu seu espirito mudar e começou sentir a coragem e confiança fluírem pelo seu corpo e limparem suas inseguranças de seu espírito. Ao recuperar-se da razão, voltou emergir a toda velocidade berrando ao comunicador.

“AVENTURA!”

— Isso mesmo, criança! HAHÁ! — Caco berrou enquanto rodopiava em sua cadeira.

Ao ir para a parte mais sombria do oceano. Lindinha percebeu algo acontecendo com sua visão. Do nada, ela conseguiu ver tudo mais claro como dia. Ela viu milhares de peixes coloridos e brilhantes. Alguns eram feios, outros eram belos, era algo magnifico de se ver.

“O que aconteceu?” Perguntou ela ao comunicador e caco explicou:

— Parece que sua visão se adapta a ambientes com pouca luz. Em outras palavras…

“Eu posso ver no escuro. Incrível!” Surpreendeu-se.

— Sim. Agora, diga-me, está vendo algo que se pareça com uma carcaça de navio?

Lindinha analisou cautelosamente aquela imensidão azul profunda. Ela viu corais, mais peixes esquisitos e fluorescentes além de pequenas montanhas submarinas que ofuscava parte de sua visão, até que, coberto de um monte de musgo, estava lá, um barco dos Estados Unidos e ao redor dela estava dezenas de caixas e caixotes espalhados pela areia do mar.

“Achei” Disse ela comunicador.

— Ótimo. Vá até lá e procure pela caixa com o código escrito “S3E4A”

“S3E4A. Entendi”

Com sua velocidade, Lindinha investiga caixa por caixa procurando por aquela que tem a numeração certa. Ela olhou, uma, duas, três e assim por diante até que na nona caixa, ela encontrou a tal numeração. A caixa estava velha e coberta de musgos e algas marinhas. Lindinha correu para agarra-la e percebeu que havia algo escondido e camuflado em cima dela.

“Eu achei, mas... tem um polvo em cima dela”

— Joga uma pedra e espanta ele. Polvos se assustam fácil. — Recomendou o macaco.

“Não quero assustar o pobrezinho”

A gentil menina loira aproximou-se cautelosamente do cefalópode que tirava uma soneca em cima do caixote. Quando ela tocou suavemente em sua pele, ele despertou, contudo, o bicho não se assustou com sua presença. De alguma forma, Lindinha conseguiu se conectar com o animal e sentiu o seu cansaço e sua solidão. Sem perceber, a menina soltou grunhidos ininteligíveis pela sua boca que fez o primata que a observava a distância estranhar pela tamanha bizarrice espetaculosa. Em seguida, o cefalópode levantou-se e foi embora por conta própria.

— Lindinha, o que foi isso? — Perguntou o macaco maravilhado.

“Eu não sei. Eu encostei nele e senti uma conexão com ele e pedi educadamente para ele sair de cima da caixa e ele saiu”

— Você não percebeu o que você disse?

“Não, eu falei algo estranho?”

— Acredito que você tem o poder da zoolinguagem. Você pode se comunicar com os animais. — Esclareceu ele.

“Isso é demais! É o melhor superpoder!”

— Concordo. Agora, pegue a caixa e retorne. — Orientou Caco.

Lindinha, pegou a caixa pelas alças velhas e emergiu d’água em alta velocidade com um torpedo. Assim que saiu do mar e sentir a brisa sobrar em sua pele ela gritou:

“EU SOU COMO FLAPJACK!”

— Isso ai! Essa é a minha garota! — Gritou macaco que rodopiou em sua cadeira pela tamanha exaltação que sentia no calor do comento. Depois cantarolou:

YOUR BIG DADDY'S GOT NO PLACE TO STAY || BAD COMMUNICATION || I FEEL LIKE THE PRESIDENT OF THE USA || MR. BAD GUY, YES I'M EVERYBODY'S MR BAD GUY || CAN'T YOU SEE I'M MR. MERCURY || OH, SPREAD YOUR WINGS AND FLY AWAY WITH ME

Voando como um jato supersônico, Docinho sobrevoava o oceano Pacifico a procura de seu destino: A Bunny Island, antigo covil de um certo supervilão aparentemente dado como morto.

— Desculpa ai, Docinho, me empolguei e esqueci de você. — Disse Caco ao microfone.

“Só diz se eu estou chegando perto.”

— Você terá contato visual em 3, 2, 1...

Estou vendo. Por que chamam de Bunny Island?” Pergunto a garota desacelerando sua velocidade ao se deparar com a misteriosa a ilha.

— Dessa sua posição não dá pra ver direito, mas, o grande rochedo da ilha lembra fortemente a silhueta de um coelho. — Explicou o macaco a jovem morena rebelde.

“Isso não parece um covil de super-vilão e sim a casa do coelho da pascoa. Por que alguém escolheria esse lugar para ser o seu covil maligno?”

— Está ai um grande mistério, minha cara.

Docinho aterrissou em meio as árvores para evitar ser vista pelos russos que agora dominavam a ilha. As cores verdes de seu uniforme caíram como uma luva para essa missão, pois a possibilitava se camuflar no mato. Ele pousou no alto de uma pequena montanha próxima, de onde podia ver de a base militar secreta escondida em meio a ilha. Havia centenas de homens armados usando trajes militares guardando o lugar que era cercado por um muro eletrificado de aço e inúmeras câmeras de vigilância. Era como se fosse uma prisão de tão bem vigiada e cercada.

— Docinho, preste atenção. Preciso que me escute antes de tudo. — Orientou Caco e depois completou — É melhor fazermos isso na surdina. Não vai querer puxar briga com os Russos. Precisa criar algum tipo de distração, algo para tirar os guardas da sua cola, tipo como um acidente ou algo assim, sem vítimas, é claro. Quando o caminho for liberado, salte o muro. No instante em que você pular, seu capacete irá liberar um pulso eletromagnético que irá embaralhar as suas câmeras por alguns instantes e permitirá que eu acesse parte do sistema de segurança deles. Vou liberar a porta 31, me entendeu? Entre na porta 31, entendeu?

“Entendi. Entendi” Afirmou a morena valente que em seguida parou para observar os arredores e percebeu que lá em baixo, havia um soldado, andando em veículo militar de teto aberto, próximo à entrada principal vigiada.

Esperta, Docinho teve uma ideia sagaz: Ela pegou uma pedra, a menor que achara, e arremessou com a menor força possível, precisamente, mirando em um dos pneus do veículo que circulava por redondezas. Foi como uma bala invisível e silenciosa. Imediatamente o pneu espeço do carro militar estourou como se fosse um balão de aniversário e o soldado que o dirigia perdeu o controle e bateu contra o muro da base. O Soldado estava bem apesar de inconsciente, e os guardas vigias saíram de seus postos para prestar socorro a seu colega.

A garota morena não perdeu tempo, imediatamente dobrou os joelhos e realizou um salto preciso. Das três, ela é que mais tinha prática com seus poderes, pois, os usava as escondidas o tempo todo. O salto foi de uns 15 metros de altura e ela aterrissou no chão como se fosse uma pena. Como o esperado, as câmeras não pegaram sua imagem, pois, o pulso eletromagnético mexeu seus sistemas. Docinho correu discretamente até a porta “31” que ficava ao lado de uma latão de lixo e, graças a estratégia de Caco, a porta estava aberta facilitando sua entrada.

“Entrei” Disse ela ao comunicador de seu capacete.

— Ótimo! Você fez tudo perfeito, querida. Vejo que já tem mais prática com seus poderes que suas irmãs. — Elogiou.

“É, eu sou a fodona mesmo” Gabou-se.

— Agora preste a atenção Utonium: Você está em um corredor que é uma espécie de porta dos fundos do lugar. Se seguir em frente uns dez metros encontrará o corredor que levará ao depósito secreto. Contudo, o lugar é cheio de sensores de movimento á lasers.

Então, é só fazer aquela parada de se contorcer igual nos filmes de espião

— Não é tão simples. Estes são muito mais modernos. Eles se descolam e mudam de posição o que dorna essa prática quase impossível, a menos que...

“Você seja uma superfodona como eu.” Gabou-se novamente.

— Sim. Os lazeres ficam em constante movimento em loop. A cada 35 segundos eles repetem os mesmos movimentos e um pequeno vácuo em forma de pentágono se forma por 5 segundos. Se você flutuar na velocidade certa pode passar por ali como se entrasse em um tobogã. Porém, tem que fazer no momento certo! Qualquer coisa fora do timing eles te pegam, entendeu?

“Entendi, macaco”

— Concentre-se! Quando eu gritar “já”, você corre. — E após 34 segundos de espera, Caco gritou: — JÁ!

Como se fosse um raio de luz, ela se disparou. Movimentando-se em uma velocidade absurda e deixando uma aura verde para atrás, ela correu vários metros em dois segundos. Para a menina morena, o mundo estava paralisado, congelado no tempo. Chegando próxima aos lasers, ela levantou os pés do chão e começou a flutuar em alta velocidade. Quando ela atravessou o corredor de lasers detectores de movimento ela notou como eles deixavam a experiência ainda mais inacreditável. Para ela, era como várias luzes dançantes em câmera lenta, uma experiência indescritível. Ao passar por eles, ela botou os pés do chão e usando o atrito gerado por suas botas especiais, ela freou parando bem em frente a entrada do cofre principal. Feliz com a conquista da menina, Caco continuou a cantarolar enquanto rodava sua cadeira giratória:

— “I'm Mr. Bad Guy, they're all afraid of meee || I can ruin people's lives YEAH YEAH || Mr. Bad Guy, they're all afraid of meeee || It's the only way to be || That's my destinyyyYYEAH|| Mr. Bad Guy, Mr. Bad Guy, Bad Guuuuuuuuuuy”

“Isso foi espetacular!” Gritou a menina que amou demais a experiência que acabara de ter. “Espera, você está ouvindo Queen?”

— Freddie Mercury, na verdade.

“OK, o que faço agora?” Perguntou Docinho que ficou parada em frente a gigante porta do cofre com “ECC- 01” gravado nela.

— Essa porta tem quase um metrô de espessura. Vou tentar hackear o sistema deles para conseguir abri-la. Contudo, pode não ser fácil pois essa parte do sistema é ainda mais bem protegida, vou levar um tempinho.

A impaciente garota sabia que tinha que esperar o macaco. Todavia, sua impulsividade adolescente falou mais alto. A rebelde, teve a ideia de usar um seus ataques mais incomuns: Ela concentrou uma dose de energia escura em suas mãos até assumir uma forma de esfera e depois lançou a tal energia bruta na porta que se explodiu em duas partes. Imediatamente os alarmes soaram alertando todos na base inteira.

— Docinho, o que caralhos que você fez? Você pode usar energia escura? — Questionou o macaco que ficou perplexo com o feito.

“Só diz o que tenho que pegar aqui”

— Caixa 35. Saia dai logo! — Orientou Caco.

Por sorte, a caixa estava bem na frente da garota. Ela a pegou com suas duas mãos e com sua poderosa visão de calor, abriu uma passagem no teto da base, onde pode decolar paras as alturas na velocidade do som.

Pronto. Estou voltando com a caixa. Como eu me sai?”

— Não foi muito ortodoxo, mas... você se saiu muito bem. Só que da próxima vez, não use esse ataque de energia escura. É muito instável.

“Mas, é muito maneiro. Admite vai...”

— Sim, é muito maneiro mesmo.

“Aqui é a Capitã Utonium para Houston. Estou saindo da termosfera e aproximando da exosfera” Anunciou Florzinha enquanto voava como foguete ruma as estrelas.

— Entendido, Utonium. Sabe que não precisa falar desse jeito, não é?

“Eu sei, não consigo evitar. É tão emocionante ir até o espaço! Quando pequena eu sonhava em ser astronauta.”

— Acho que é o sonho de toda criança. Agora você pode ir até espaço quando quiser, minha cara Florzinha. — Disse o Macaco.

“Capitã Bertha Utonium” Corrigiu ela.

— Está bem. “Capitã Bertha Utonium”. Estranho, vocês raramente usam seus nomes de verdade. Aliás, qual a razão de vocês usarem esses nomes ao invés de seus nomes verdadeiros? — Perguntou Caco querendo puxar conversa.

“Foi a nossa mãe que nos deu esses apelidos e bem… eles pegaram. Começou no jardim de infância e quando nos demos conta todo mundo nos chamava assim” Explicou. “E o nome “Caco” veio de onde?"

— Eu nasci em cativeiro em um zoológico japonês. O nome que me deram lá foi “JoJo”. Fui transferido para Zoológico de Townsville ainda bebê, lá me rebatizam de “Caco”. O resto da minha história você já sabe.

“Ah!” Gritou Florzinha ao sentir uma sensação estranha enquanto voava. Era algo bizarro e difícil de explicar. Repentinamente, a ruiva perdeu o controle de seu voo e começou a rodar em pleno voo sem conseguir se controlar.

— O que foi? — Perguntou Caco que ficou preocupado.

“Eu não sei. De repente comecei a deslizar no ar de forma estranha. É como se eu patinasse e estivesse escorrendo no gelo. Eu não sei explicar direito”

— Você está acostumada a voar enfrentando as forças terrestres, como o atrito do ar e própria gravidade. Como acabou de entrar exosfera, onde não há mais resistência e gravidade, você precisa de bem menos impulso para voar. Por isso, a sensação de se estar escorregando mesmo em pleno ar. Diminua a sua velocidade, isso vai ajudar. — Orientou à menina ruiva.

“Entendi”

— Os sensores de seu traje mostram que está se aproximando da rede de satélites da DexLabs. Está vendo algo, Capitã Utonium?

“Só tralha espacial. Pedaços de satélites por todo lado”

— Ótimo. Quer dizer que está no se aproximando do objetivo da missão.

“Por que tem tanta tralha espacial aqui?”

— Um tempinho atrás, um satélite da DexLabs foi destruído aqui. O antigo sócio da empresa, Susan Atronomanov, tentou usar a própria rede de satélites para disparar um raio de energia e destruir cidades inteiras. O outro sócio, Dexter Tartakovsky impediu destruindo o satélite principal.

“Eu lembro. Eu vi nos jornais isso.”

— Apesar da maioria dos satélites ter sido desativada, eles ainda tem o Canalizador de Energia Bruta que precisamos. Só procure por um com a logo da DexLabs, há vários por aí.

Achei

— Perfeito. O canalizador fica bem no meio entre às duas placas solares. Abra a carcaça com sua visão de calor e pegue, com cuidado é claro.

A jovem ruiva e esperta fechou os olhos e sentiu a energia e o calor fluir do interior de seu corpo até seus globos oculares. Quando liberou sua visão de calor, saiu contida e concentrada, o suficiente para fazer uma abertura em forma retângulo, na qual, ela abriu com sua força sobre-humana. Lá estava, o tal do canalizador de energia bruta. Uma grande esfera metálica, conectada a uma dúzias de fios diferentes, como se fosse um coração para a engenhoca. Com um só puxão, Florzinha desplugou o canalizador de toda aquela fiação e finalmente, ele estava em suas mãos, botando fim a sua jornada no espaço.

“Eu consegui!” Gritou ela animada e dançando para comemorar.

— Isso! — Comemorou o Macaco e depois cantarolou novamente: — “This is my destiny || OH OH spread your wings and fly away with meeeee”

Pelo menos, foi que ambos pensaram. Quando Florzinha retirou o Canalizador de Energia Bruta do satélite, ela sem querer ativou os sensores de segurança que alertaram um satélite próximo, Ele era robusto e com forma de um gigantesco prisma. Ele liberou um sensor especial que analisou a menina ruiva voada, detectando a assinatura da radiação X de seu corpo ativando assim um protocolo de seu sistema nomeado de “Plano B” O satélite soou um alerta vermelha e dentro de seu interior, três escotilhas se abriram onde três corpos metálicos foram liberados.

(Trilha Sonora Hulkbuster - Brian Tyler )

Florzinha estava distraída dançando no lugar quando por acaso olhou para atrás e viu algo que fez perder sua expressão de alegria: três robôs vindo em sua direção suando algum tipo de propulsores foguetes que os possibilitava de voar quase tão rápido quando ela e suas irmãs.

“Houston, temos um problema. Um problemão!”

— OK. Por essa eu não esperava. Porém, eu tenho uma solução para isso.

“E qual é?”

— Corra! — Gritou Caco.

Florzinha imediatamente retorna para a Terra toda velocidade como se fosse um raio caindo do céu. Entretanto, os robôs estavam preparados para seu encontro e ativaram dois propulsores-a-jato extras que lhe concediam velocidades bem próximas as das meninas. Florzinha tentou despistá-los escondendo-se entras espeças nuvens do céu esperando que embaralhassem os sensores óticos das maquinas o que acabando não funcionando, pois, eles estavam seguindo o seu rastro com maestria. Um deles transforma seu braço esquerdo em um tipo de canhão de energia e travou sua mira na adolescente voadora. Foram três disparos precisos: Florzinha conseguiu se esquivar do primeiro, depois do segundo, mas, o terceiro a acertou precisamente fazendo-a perder o controle de seu voo e caiu no chão. O Instinto protetor da menina a fez agarrar o aparato que roubara do satélite para garantir que ele não fosse danificado com a queda.

CRASH!

Ela colidiu com o chão, como um meteorito caindo na Terra. Sua queda abriu uma pequena cratera no solo árido do que parecia ser o deserto de Nevada, contudo a menina estava intacta. Zonza, suja e com uma forte dor de cabeça, mas, intacta. As pedras do solo sofreram mais do que ela ainda cair de tal altura. A ruivinha desnorteada tenta se levantar vendo pássaros e estrelas rodopiando ao seu arredor. Até que diante dela os robôs pousam no chão, caindo como trovões do céu, preparados para continuar sua missão. Florzinha esconde o dispositivo esférico na cratera e tentar se recompor para o combate. Olhando-os cara-a-cara, Florinha tem um olhar melhor sobre as máquinas que a perseguia. As três eram idênticas. Tinha o que pareciam olhos grandes redondos como lentes fotográficas, dentro de cabeças achatadas. Seus corpos era robustos, grossos, certamente blindados cada um com dois propulsores foguetes no inferior das costas. Os três tinham a logo da DexLabs pintadas em seus peitorais de aços ao lado de uma numeração aleatória. Irritada e desesperada, ela o ataca com sua visão de calor o robô que estava no meio do trio, porém, a máquina estava preparada para revidar. Ativou uma espécie de escudo de energia presente no antebraço que refletiu o raio de calor não o danificando de maneira alguma.

Florzinha muda a sua estratégia. Ela ergue o seu punho e avança seu ataque ao inimigo impulsionando-se com seu voo veloz. Para o azar dela, um dos robôs imita seu movimento de ataque também cerrando seus punhos e decolando com seus jatos foguetes. Quando seus punhos se chocaram, geraram uma onda de vento que fez os dois corpos recuaram. Nenhum sofreu dando, mas, ficou claro que os robôs era páreos para sua superforça. Sem opções, a menina pede ajuda a seu suporte.

“Caco, eles estão preparados para tudo o que tenho. O que eu faço?”

E o macaco orientou:

— Fique calma. A mente que criou esses robôs sem dúvida é quase tão brilhante quanto a minha. Quase! Eles devem ter sido construídos as pressas, pensando em suas habilidades principais. Precisa pensar em algo diferente, algo que só você faça.

Um dos robôs abriu uma escotilha em seu braço por onde uma espada emergiu e saltou para golear a jovem ruiva. Ela sorriu já pensando em seu plano e antes dele atingir o chão, Florzinha soprou um vento estupendamente forte e congelante que paralisou o robô temporiamente. Virou uma estátua gelo dura como pedra. Para finalizá-lo de vez a menina deu-lhe um poderoso pontapé que o lançou uns vinte metros de altura até cair no chão e virar pedaços. Um já foi, faltava dois.

O segundo robô veio por trás com seu braço transformado em canhão de energia mirando na cabeça da menina. Florzinha se esquiva usando sua super velocidade e libera seu sopro congelando novamente, mas, desta vez foi mais concentrado e mirando em um local específico. O vento congelante atingiu o ombro do robô o congelando quase que imediatamente e comprometendo a integridade dos circuitos de seu braço. Com um puxão não tão forte, a menina arranca o braço do robô e mira seu próprio canhão braçal em sua cabeça. Um disparo é dado e a cabeça dele é reduzida a destroços e resto corpo cai no chão. Dois já foram, faltava apena um.

O último a pegou de surpresa com golpe por trás. Florinha é lançada contra uma pedra que rachou em duas partes com a colisão. O robô transforma seus dois braços em metralhadoras de plasma e Florzinha novamente se esquiva com sua velocidade e usa novamente seu sopro congelante mirando nos grandes olhos do robô. O gelo afeta seus sensores óticos e ele fica desorientado, atirando cego para todos os lados. Espertamente, Florzinha pega o corpo danificado do outro robô abatido e usa para golpear aquele como um taco de beisebol de metal gigante. Deu certo, o robô é lançado vários metros até cair no chão, explodir e terminar em pedaços assim como outros. O confronto terminou, Florzinha se ajoelhou ofegando, suja, suada e exausta bem em cima da terra árida e quase seca do deserto de Nevada. Estava bem, não sofrerá nenhum arranhão a não ser em seu espirito.

— Florzinha, você está bem? — Perguntou Caco que estava preocupado.

“Estou. Só preciso de um momento” Disse a menina ofegante.

— Você conseguiu, querida. Você derrotou eles.

É. Eu derrotei” Ela disse calma, mas depois elevou o tom da voz. “Eu derretei eles! EU DERROTEI ELES!”

— Isso mesmo, minha cara! Agora, volte para casa. Temos muito o que comemorar.

— Quero propor um brinde — Anunciou Caco enquanto levantava uma taça de vidro com suco de uva dentro — Não há quem já fomos e também não há quem somos hoje, mas a quem poderemos nos tornar amanhã. Ao futuro!

Ao Futuro! — Disseram Florzinha, Lindinha e Docinho enquanto encostavam suas taças na taça de seu amigo.

— Fizemos um ótimo trabalho juntando as três partes de nossa máquina, meninas. Estou orgulho e impressionado com o talento vocês. — Elogiou ele.

— Obrigada. — Disseram simultaneamente as trigêmeas sorrindo agradecidas. — Nós devemos isso a você.

— Obrigado, meninas. Porém, não agradeçam a mim. Esse potencial estava dentro de vocês o tempo todo.

— Eu acho que ele tem razão. — Admitiu Florzinha. — Eu nunca me sente tão eu mesma. É como se eu tivesse vivido o tempo todo enjaulada, mas, agora eu sinto…

— Como se estivesse nas nuvens? — Completou Docinho. — Eu sei exatamente o que você tá passando, maninha.

Docinho e Florzinha trocaram sorrisos demonstrando que não tinham mais uma rixa uma com a outra. O que deixou Lindinha quase em lagrimas de tamanha emoção que sentiu.

— Eu quero abraçar vocês duas! — Gritou ela emocionada com lágrimas de alegria nos olhos.

As três se abraçaram e riram juntas, como irmãs. Como uma família.

— Bem… fico muito feliz em ver a sua animação. — Alegou o macaco falante enquanto andava e pensava sem rumo por seu observatório. — Todavia, nosso trabalho ainda não acabou. Descansem, minhas pequenas irmãzinhas, pois amanhã iremos atrás do ingrediente final para completar a nossa jornada. Para descobrir a cura teremos que ir atrás do veneno. Para achar a nossa salvação temos que ir atrás do que trouxe a nossa ruína.

— O Elemento X! — Disseram as três em simultâneo.

Enquanto estava de costas para as trigêmeas, Caco botou um sorriso malicioso e confiante, porém, discreto em seu lábios verdes de primata. Depois, virou-se para suas companheiras e disse:

— Isso mesmos, meninas. Mas, desta vez precisaremos de mais. Muito mais. Precisaremos ir até à fonte.