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A Rota 1 fica a Oeste da Cidade de Hestia. Resumindo, a rota era uma estradinha de terra cercada por uma densa floresta dos dois lados, com alguns poucos morros que se sobressaiam em meio as árvores.

Andei durante cerca de quinze ou vinte minutos sem nenhum problema. Estava tudo muito calmo. Então ouvi algo bem baixinho vindo do meio da floresta, perto a um dos morros. Imaginei que fosse algum pokémon que estava ali, ou talvez até simplesmente minha imaginação pegando preças em mim.

Ouvi o barulho de novo, dessa vez mais alto e claro. Parecia um grito, de uma pessoa. Ouvi mais uma vez, logo em seguida, imaginei que podia ser alguém em perigo, então entrei na floresta para checar.

Empurrando as folhas para longe e desviando dos galhos, correndo em direção de onde eu achava que os gritos vinham. No meio do caminho, vi um clarão de luz logo a frente.

Apolo: O que será que está acontecendo ali?


Dei mais alguns passos, até que cheguei em uma clareira na floresta, perto de um morro. Ali, vi um garoto, que devia ter minha idade, encurralado pelo que pareciam ser aranhas peludas de cor amarela era de assustar! Peguei a Pokédex para ver de que pokémon se tratavam.


\"\"Pokédex: Galvantula costuma paralisar sua presa usando ataques elétricos e carregada para imobilizá-la. Depois a envolve em uma teia eletricamente carregada para evitar que tente escapar.


O garoto estava com um Pokémon perto dele, o qual usava para lutar contra as Galvantulas. Mas o pokémon era pequenininho e estava tendo problemas, principalmente porque usava golpes de raio para atacar, os quais as Galvantulas são fortes contra, e estava bastante cansado. Provavelmente já estava lutando contra elas a algum tempo.

Eu precisava ajuda-lo de alguma maneira, então fiz a única coisa em que pude pensar. Quando uma das Galvantulas usou um dos seus golpes de raio, que iria acertar o pokémon do garoto chamei Dratini para fora da da Pokébola e mandei-o entrar na frente do golpe, absorvendo o impacto.

Garoto: Uh? Quem tá aí?

Apolo: Não se preocupe, eu vim te ajudar! Você não devia usar golpes elétricos contra um pokémon do tipo raio, é pouco efetivo; assim como raio em dragão, por isso o Dratini vai aguentar alguns golpes.

Garoto: O-obrigado..!

Apolo: Dratini, use Wrap em uma das Galvantulas e depois arremesse ele nas outras.


E foi exatamente o que Dratini fez. Apesar dos golpes de raio que recebia, Dratini não parou de avançar. Agarrou a primeira Galvantula em sua frente e se enrolou nela, depois se desenrolou soltando a Galvantula em direção ao resto do bando. As Galvantulas recuaram e sumiram de vista no meio das árvores.

Apolo: Você está bem?

Garoto: Sim, obrigado.

Apolo: Não há de quê. Meu nome é Apolo Ladon, alias.

Garoto: O meu é David Boanger.

Apolo: Como você se meteu nessa encrenca, David?

David: Eu cai... de cima desse morro. Bem em cima do ninho delas. Os Voltiks se assustaram e correram, mas as Galvantulas me atacaram.

Apolo: E por que você estava em cima do morro?

David: Eu vim da Cidade de Hestia, e...

Apolo: Você veio de Hestia? Eu também!

David: É, eu lembro de vocês das aulas no laboratório da Professora Atena!

Apolo: Quando você começou sua jornada, David?

David: Comecei hoje, pela manhã. E o meu parceiro é o Pichu aqui.

Apolo: Pichu, é? O meu é o Dratini!


David colocou a mão no bolso, tirou de lá uma Pokédex, igualzinha a minha e apontou para o Dratini. Pensei em fazer o mesmo, afinal nunca havia visto um Pichu antes.

\"\"Pokédex: Pichu é a forma pré-evoluída do Pikachu. Como ainda são crianças, não tem controle total sobre a eletricidade que projetam; ensiná-los um golpe novo pode ser uma tarefa árdua.


Apolo: Enfim, você estava contando porque estava em cima do morro e eu te interrompi. Pode terminar.

David: Ah sim! Eu estava vindo da Cidade de Hestia, e fiquei sabendo que no topo desse morro fica o único Centro Pokémon no caminho até a Cidade de Zeon.

Apolo: Centro Pokémon?

David: Você não sabe o que é? Centros Pokémon são estabelecimentos que você vai encontrar na maioria das rotas e cidades pela região de Greikos.

Apolo: Mas Hestia não tem um...

David: Pois é, eu acho que é porque é uma cidade mais afastada, com pouco trafego. Enfim, em Centros Pokémon você pode curar seus pokémon caso ele esteja ferido ou doente, e também passar a noite. Esse fica no topo do morro para evitar que os pokémons selvagens cheguem até ele, mas há um caminho para subir o morro na parte de trás.

Apolo: Que massa! Acho que é uma boa ideia dar uma passada lá antes de seguir em frente.

David: Sim, ainda mais depois da luta com as Galvantulas.

Apolo: Vamos, eu vou com você.


Chamamos nossos pokémons de volta para a Pokébola e demos a volta no morro. Do outro lado, realmente havia um caminho para subir o morro. Subindo, comecei a ter visão do tal Centro Pokémon que David havia comentado, era uma casa feita de madeira com um a letra “P” nas cores da Pokébola em cima da porta frontal. Tinha mesmo um ar de pousada.

Entramos pela porta da frente e fomos recebidos por uma jovem mulher, de cabelos rosa e um sorriso amigável.

Mulher: Oh, olá, e bem-vindos ao Centro Pokémon da Rota 1! Meu nome é Enfermeira Joy, e eu estarei ao seu dispor!

David: Bom dia, Enfermeira Joy!

Apolo: B-bom dia..!

Joy: Não costumo ter muito movimento por aqui. O que os traz até hoje aqui?

David: Nós viemos da Cidade de Hestia e tivemos um probleminha com pokémons selvagens no caminho, e os nossos...

Joy: Ah, já entendi! Vocês querem que eu cure seus pokémons, certo?

Apolo: Sim, se possível...

Joy: Claro que é possível, hehe! É esse o meu trabalho, bobinho.


Entregamos nossas Pokébolas à Enfermeira Joy, ela se virou e andou até o balcão que ficava no centro do estabelecimento.

Atrás do balcão havia uma máquina que lembrava uma incubadora. Ela colocou as duas Pokébola dentro da máquina e a ligou. A impressão que passava era que Dratini e Pichu estavam quentinhos e descansando em uma cama confortável e aquecida.

Alguns segundos depois, a enfermeira desligou a máquina e tirou a pokébolas de dentro, voltou até nós e as entregou. Foi um processo bem rápido, eu não acreditava que apenas isso tinha sido o suficiente parar curar e descansar nossos pokémons.

Apolo: Mas já?

Joy: Já! Incrível, não é? Garanto que os pokémons de vocês estão perfeitamente saudáveis agora.

David: Nossa, isso é mesmo incrível.

Joy: É sim!

Apolo: Bom, Enfermeira Joy, acho que já vou indo então...

David: Eu acho que já vou também...

Joy: Tudo bem! Lembrem-se que se quiserem, podem passar a noite no Centro Pokémon também.


Ainda era cedo para ficar no Centro Pokémon pela noite, passava pouco das 13:00h, achava que desse tempo suficiente para chegar na Cidade de Zeon se eu partisse agora.

Agradeci a Enfermeira Joy, e me despedi dela e de David e continuem seguindo pela Rota 1 sozinho. Alguns minutos andando pela estrada no meio da floresta e escutou alguém chamar pelo meu nome; era o David.

David: Apolo! Ei!

Apolo: Oi, David, o que foi?

David: Sabe, eu também tô indo para Zeon e...

Apolo: “E por que não vamos juntos?”

David: É! Quer dizer, estamos indo para o mesmo lugar e viajar sozinho é chato. Eu tenho o Pichu, mas não é a mesma coisa...

Apolo: Pois é, nunca foi meu plano viajar sozinho...

David: Então vamos juntos, pelo menos até Zeon. É melhor assim!

Apolo: Mas é claro!

David: Alias, você sabe que você está indo no caminho contrário, né?

Apolo: O quê?

David: Haha, é! Você tá voltando para Hestia.

Apolo: Aff, cara. Haha, realmente é uma boa você vir comigo!


Andamos na direção contrária por algum tempo, jogando papo fora, conversando o que nos levou a escolher nossos pokémons inicais, por cerca de meia hora.

Quando, do nada, escutamos um barulho vindo da floresta, como se algo grande estivesse se movimentando no meio das árvores. O barulho veio chegando cada vez mais perto da estrada, ficando cada vez mais alto.

Estavamos em estado de alerta, e com as pokébolas na mão, quando uma cobra enorme, quase da minha altura saiu de um lado da floresta, atravessou a estrada e entrou do outro lado em uma velocidade incrível.

Fiquei em choque, eu nunca imaginei que uma cobra poderia se mover tão rápido. Mas o barulho não cessou, pois logo em seguida, um pokémon bípede, de cor branca e vermelha, e um pouco mais baixo do que eu, saiu do mesmo lugar de onde a cobra havia saído e parou no meio da estrada. Ele ficou em quatro patas e começou a farejar o local.

David: Apolo, o que é isso?

Apolo: Eu não sei, mas vou descobrir.

\"\"Pokédex: Zangoose quando em combate saca suas enormes garras para atacar e se defender. Seu inimigo natural é a Seviper, essas duas espécies de pokémon passam a vida caçando uma a outra.


Apolo: Zangoose? O que ele está fazendo aqui?

David: E o que é uma Seviper?

Apolo: Não tenho certeza, talvez seja a cobra que vimos antes.


O Zangoose parou de farejar o chão da estrada por um momento e começou a nos encarar. Ele voltou a ficar de pé, nas duas patas traseiras, e andou calmamente até nós, e sem desviar o olhar um segundo de nós, quando se aproximou falou:

Zangoose:Goose, Zanzan, Goo!

Apolo: Uh, David, eu acho que ele quer dizer alguma coisa...

David: Eu também acho, Apolo.

Apolo: Desculpa, Zangoose, mas nós não falamos Zangoosês...


Zangoose abaixou a cabeça, decepcionado e soltou um suspiro. Então ele voltou o olhar para nós mais uma vez. Dessa vez ele começou a fazer alguns movimentos com as patas da frente: primeiro fez uns movimentos ondulados, e depois um movimento circular, seguido com uma face de questionamento.

Apolo: Você... você quer saber para onde foi aquela cobra que nós vimos, Zangoose?


Zangoose confirmou com uma mexida de cabeça e um sorriso de satisfação. Eu apontei com dedo a direção que a cobra havia seguido depois de atravessar a estrada e Zangoose saiu correndo em quatro patas naquela direção, adentrando a floresta.

Apolo: Nossa, isso foi um tanto estranho...

David: Pois é, eu não sabia que pokémons selvagens faziam esse tipo de contato com humanos. Esse tal de Zangoose deve ser bem esperto.

Apolo: Ele foi atrás daquela cobra...

David: Nossa, já sei! Por que não vamos atrás do Zangoose para ver o que vai acontecer?

Apolo: Eu não sei...

David: Qual é, vai ser legal!

Apolo: Tá bom, vai.


Nós entramos na floresta, seguindo a trilha de arbustos cortados e galhos quebrados deixada pelo Zangoose, ou talvez pela Seviper. Andamos por ali alguns minutos, quando logo à frente vimos Zangoose, cercado por várias Sevipers. Nós paramos de andar e ficamos a alguns metros de onde Zangoose estava, observando a situação.

Zangoose estava caído no chão, com alguns arranhões e marcas de mordida pelo corpo. Só posso imaginar que Zangoose havia caído em uma cilada, a Seviper estava tentando atraí-lo para o resto do bando, onde todas poderiam ataca-lo. Eu fiquei preocupado e analisei as Sevipers com a Pokédex.

\"\"Pokédex: Seviper usa não apenas suas presas para injetar veneno na vítima, mas também sua cauda, que possui glândulas de veneno. Quando recebido em grande dose, seu veneno é suficiente para matar até pokémons grandes.


David: M-matar?! Então o Zangoose está correndo risco de morrer ali.

Apolo: David, nós temos que ajuda-lo!

David: Mas como? Elas são muitas para apenas nós dois.

Apolo: Nós temos que tentar. Foi por nossa causa que o Zangoose caiu na armadilha da Seviper.

David: Bom, na verdade é mais sua culpa do que minha...

Apolo: David!

David: Ah, tá bom! Vamos ajudar..!