Sabe aquele sensação de ter falado algo que você não devia ter falado e uma pessoa que não devia ter ouvido, ouviu? Pois é, acontece com frequência. Mas daquele vez eu tinha pisada na bola mesmo.

Rapaz: Vai o que, garoto?

Apolo: Uhm...

Marina: Irmão!

Ainda bem que Marina correu para dar ao rapaz um abraço e começou e distraí-lo com uma conversa, porque eu estava em estado de choque. Não saberia sair daquele situação sozinho.

Marina: Que saudades, irmão! Faz tempo que você não volta pra casa...

Rapaz: Você sabe que eu volto sempre que posso. Mas eu não sabia que estávamos esperando visita.

Marina: Oh, claro! Estes são Apolo e David, eles são treinadores igual a você.

Rapaz: Prazer, eu me chamo Ícaro.

David: Prazer, David Boanger!

Apolo: A-a-a-polo Ladon...

Ícaro: Boanger, é?

David: Sim, senhor. Por que?

Ícaro: Por nada. E não me chame de senhor.

David: Ah, claro...

Marina: Irmão, sente-se e tome chá conosco.

Ícaro: Sinto muito, Marina. Mas eu só vim te ver e já preciso ir embora.

Marina: Mas já?!

Ícaro: Mas eu trouxe um presente para você!

Ele usava uma mochila de couro, daquelas transversais, e tirou de lá um... ovo de pokémon! Diferente dos ovos do Kenghaskan, esse ovo era laranja com uma única mancha amarelada, o que me levava a crer que era de um pokémon diferente.

Marina: Um ovo? De que pokémon é?

Ícaro: Se eu te falar, perde metade da graça, não é?

Marina: Hmpft! Obrigada.

Ícaro: Bom, eu já vou indo, então.

David: Tchau!

Apolo: A-a-até mais...

Ícaro deu um beijo no rosto de Marina, virou-se para a porta e saiu. Não foi até ele estar alguns metros para fora da casa quando Marina gritou por seu nome e correu atrás dele e ele parou. Claro, David e eu fomos atrás, adorávamos uma intriga.

Marina: Ícaro, eu queria perguntar...

Ícaro: Você nunca me chama pelo nome... O que foi?

Marina: Será que eu posso partir em jornada com Apolo e David?

Ícaro não respondeu de imediato. Em vez disso, ele olhou para mim e David de cima embaixo, nos examinando e fitando com o olhar. Sua expressão jovial e despreocupado tornou-se dura e ele respondeu.

Ícaro: Não.

Marina: Por que me presentear com um ovo de pokémon se não me deixa sair em jornada!?

Ícaro: Nós já falamos sobre isso, Marina! Já vi que foi uma péssima decisão ter lhe dado este ovo!

Marina: Mas...

Ícaro: Mas nada! Você está proibida de sair em uma jornada e você sabe!

Eu simplesmente não aguentava ouvir aquilo. Alguma coisa foi crescendo dentro de mim, um tipo de ódio misturado com coragem. Mas eu estava me segurando para não fazer nada estúpido.
Até que depois da últimas palavras árduas do irmão, Marina começou a chorar e correu de volta para casa. Aquilo foi a gota d’água para mim, que geralmente sou tão calmo e consistente.

Apolo: Ei, quem te deu o poder de dizer o que a Marina pode ou não fazer?!

David: Apolo, o que você tá fazendo?

Ícaro: Não, deixa ele falar, eu quero ouvir.

Aquilo só me deixou mais fulo da vida ainda. Esse babaca do irmão da Marina tinha o mesmo ar de superioridade que o Kyle tinha. Ninguém podia tentar, ou ser, melhor que ele. Eu odiava esse tipo de gente, então deixei sair tudo que eu estava segurando.

Apolo: Você acha que ela não vai se dar bem lá fora? Marina é uma garota forte e independente! Eu vi com meus olhos ela salvar esta cidade de um Kenghaskan enfurecido! E você também veria essas qualidades dela se não fosse um irmão tão ausente!

É claro que eu omiti o fato de que o Kenghaskan enfurecido tinha sido atraído até a cidade por culpa minha. O importante não era isso, mas que eu tinha visto o quão impressionante Marina podia ser, mesmo com toda sua delicadeza.

Ícaro sorriu apenas com um lado da boca, de maneira de quem aceitara um desafio. Ele se aproximou, devagar, e começou a falar.

Ícaro: Quantas insígnias você tem mesmo, garoto?

Apolo: Uma.

Ícaro: Pfft... Você não sabe de nada, garoto. Não viu o que eu vi.

Apolo: Eu...

Ícaro: Pokémons não bichinhos de estimação, eles são criaturas selvagens que nos atacariam sem pensar duas vezes. E esse mundo, esse mundo é deles, e nós vivemos de penetra.

Apolo: Mas, eu...

Ícaro: Eu não quero que esse mundo tire de mim a única coisa com que eu me importo. Esse mundo não foi feito para pessoas como minha irmã... ou você.

Apolo: Mas eu poderia protege-la!

Ícaro: Prove. Lute comigo.

Apolo: O-o quê?

Ícaro: Você ouviu. Vamos ter uma batalha pokémon, um contra um, aqui e agora.

Eu não sabia se estava preparado, eu sequer sabia qual o nível de experiência desse cara! Pelo que ele falava, ele já tinha vivido muito, ou então era só aquele ar de superioridade chato dele falando.

Enfim, eu sabia que não podia dar pra trás. Talvez se eu ganhasse essa luta, eu iria provar que posso proteger Marina e ele a deixaria sair em uma jornada comigo! (e o David)

Eu aceitei o desafio e Ícaro abriu um bom espaço entre nós, suficiente para uma batalha bem intensa. O sol estava atingindo seu ápice e talvez já fosse quase, ou passava pouco, do meio-dia. A grama era tão verdinha que dava até pena de estraga-la com uma batalha.

Eu não sabia que tipos de pokémon Ícaro usaria, então optei por usar Zangoose nessa batalha, já que ele era mais versátil. Joguei minha pokébola para o alto e Zangoose se materializou diante de mim.

Ícaro, por sua vez, tirou uma pokébola azul com detalhes vermelhos do seu cinto, eu nunca tinha visto uma igual. Arremessou-a para o alto e dela saiu um pokémon grande, alto e gordo. Ele tinha cerca de um metro e meio e era todo feito de pedra, com um chifre em forma de broca na cabeça.

Pokédex: Rhyperior é a forma evoluída do Rhydon. Rhyperior usa o buraco na palma de suas mãos para guardar pedras e atirá-las na direção de seus oponentes quando necessário. De vez em quando, um Geodude é arremessado sem querer.

David: Nossa, esse é um pokémon muito forte!

Ícaro: Você tá falando com um veterano garoto. Ora, acho que esqueci de mencionar que sou um Treinador de Elite, né?

Apolo: O quê?!

David: Não brinca! Então...

Ícaro: Não estamos aqui por causa disso, mas para uma batalha.

Não sei se eu já falei como alguém se torna um Treinador de Elite. Não basta ser bom, é precisa ser um dos melhores! Quando alguém vence a Liga Olimpo, naturalmente, se torna o Campeão de Greikos, mas este não é o auge. Uma vez tornando-se Campeão, você tem a oportunidade de enfrentar os Treinadores de Elite, que são quatro no total. Vencendo um deles, você toma o posto de Treinador de Elite para você, vencendo os quatro se torna um Mestre Pokémon, o rank mais alto de treinador que existe!

Agora, até onde eu sabia, o pai de David havia abandonado ele e a família para se tornar um Treinador de Elite, então talvez Ícaro conhecesse o pai de David, mas ele não pode comentar sobre os outros Treinadores de Elite para alguém que não é um.

David: Apolo, você precisa vencer essa luta! Talvez ele saiba algo do meu pai e só vai te contar se você vencer!

Eu não sei quais eram minhas chances reais de vencer aquela luta, mas deviam ser baixas. A menos que Ícaro estivesse pegando leve comigo, o que eu acho que não estava. Mas agora além da pressão de vencer a batalha pela Marina, eu tinha que vencer por David também. E eu não atuo bem sob pressão!

Ícaro: Okay, por que você não começa?

Apolo: Hmpft! Zangoose, use Crush Claw!

Eu sabia que o Crush Claw não seria tão efetivo contra um tipo pedra por que era um golpe do tipo Normal. Mas era o melhor golpe que Zangoose sabia, ele sempre cumpria o que prometia e mais! Mas o que aconteceu a seguir foi ridículo.

Zangoose sacou suas garras e foi correndo em direçãoo a Rhyperior raspando-as no chão e arrancando a grama conferme o arranhava, como gostava de se mostrar de costume. Chegando próximo de Rhyperior, ele desferiu um corte em forma de “X”, mas Rhyperior sequer se mexeu ou esboçou reação. Ele não havia sentido nada!

Ícaro: Rhyperior, Rock Blast.

Rhyperior deu um soco tão forte no chão, que sua mão perfurou o chão. Depois fez o mesmo com a outra mão. Mas tirou as duas com um impulso só. Ele apontou os punhos na direção de Zangoose e abriu as mãos. Do buraco em suas mãos, começaram a sair pedaços enormes de pedra, que talvez fossem do tamanho da minha cabeça!

Zangoose fez o que pode parar tentar esquivar do golpe, mas as pedras saindo em um número grande e com tamanho intensidade que foi em vão. Quando a primeira pedra o acertou, ele caiu no chão, mas ainda estava consciente. Mas em seguida veio outra, e outra pedra. Na terceira ele foi nocauteado.

Simples assim, em um único golpe, eu havia perdido uma das lutas mais importantes que havia tido durante a minha jornada. É o que acontece quando se desafia um Treinador de Elite sendo apenas um novato.

Ninguém disse uma palavra sequer. Ícaro chamou seu pokémon de volta para a pokébola azul dele e eu fiz o mesmo com Zangoose. Cai de joelhos no chão, despedaçado, enquanto Ícaro apenas deu meia volta e desapareceu no horizonte. Eu não havia percebido, mas Marina estava assistindo a batalha. A quanto tempo ela estava lá? Ela tinha visto minha humilhação diante do irmão dela? David e Marina correram para me acudir.

Marina: Sinto muito, Apolo. Eu não queria que nada disso acontecesse.

David: Nós precisamos levar Zangoose para um Centro Pokémon!

Marina: Sobre isso... não temos um Centro Pokémon aqui em Metis.

David: O quê?!

Marina: Mas está tudo bem, eu cuido dele. Até amanhã ele ficará bem. Também vou cuidar de você, Apolo.

Apesar da situação, Marina ainda falava com suavidade e só de ouvir sua voz eu já sentia as coisas melhorem, mesmo que um pouquinho. Ainda mais quando ela disse que iria cuidar de mim.

O resto do dia foi-se sem maiores problemas. Marina nos deu um quarto para ficar, que supôs que fossem de Ícaro, que ele não usava mais. Apesar de que no quarto haviam duas camas de solteiro, o que era esquisito.

Enquanto isso, na mesma sala de estar em que tomamos chá, ela dava comida na boca de Zangoose e fazia curativo em seus machucados causado por causa das lascas das pedras. David havia saído para dar uma volta e eu a acompanhei enquanto ela cuidava de Zangoose, ajudando no que podia.

Marina me contou que eles não tinham nem Centro Pokémon, nem Ginásio em Metis. Aparentemente eles priorizavam o paisagismo e a natureza na cidade e achavam que essas coisas poderiam prejudicar o ambiente ali.

David voltou da sua caminhada já fazendo perguntas.

David: E aí, como foi, pombinhos?

Marina: O quê?

Apolo: Uhm.

David: Ah... Digo, o que é aquilo?

Marina: Aquilo o quê?

David: Sabe, aquilo. A-aquele arco no meio do lago.

Marina: Oh, é um monumento em homenagem ao Celebi.

David: Celebi?

Marina: É um Pokémon Lendário, que segundo as lendas, protege a floresta e os pokémons. Aqui em Metis nos os consideramos patrono da cidade.

David: Uau! Um Pokémon Lendário!

Apolo: Você já o viu?

Marina: Não, só em livros. Mas meu irmão já viu.

Apolo: Seu irmão Ícaro?

Mariana: É. Dizem que o Celebi aparece apenas para pessoas de bem, trazendo com ele uma visão.

Apolo: E ele apareceu para o seu irmão, mas não para você. Ele não deve saber escolher bem as pessoas...

Marina: Apolo! Ele ainda é meu irmão.

Apolo: Desculpa...

David: O que será que seu irmão viu com o Celebi?

Marina: Eu não sei, ele nunca me contou. Mas foi quando ele saiu de casa para se tornar um treinador.

Apolo: Talvez ele precisa ver ele de novo...

Marina: Apolo!

Apolo: Tá, tá! Desculpa...

Então o sol se pôs e a noite chegou. A noite era fria em Metis, talvez por causa da sua natureza exorbitante, era úmida e ventava bastante. Mas também era pacata e me lembrava aos noites em Hestia. Eu peguei no sono feito um bebê.

Já se passava da uma da manhã quando uma luz começou a entrar pela janela do meu quarto e me acordou. Não podia ser sol, era muito cedo para isso,além de que a luz tinha um aspecto esverdeado.

Levantei-me e tentei ver pela janela do que se tratava, mas eu só via um clarão. Como ninguém mais via aquilo? Tentei chamar David, mas apesar dos meus esforços e empurrões ele não acordou. Desci as escadas para a sala de estar, onde vi Zangoose dormindo no sofá, provavelmente sobre o efeito de algum remédio para dor. Me aproximei da porta para abrí-la, mas lembrei-me que ela devia estar trancada. Isto é, até eu ver ela se abrir sozinha diante de mim e eu sair em direção a luz.

Foi quando, em meio a toda aquela luz, algo foi tomando forma. Uma forma familiar. Era pequena e pairava no ar, com braços que pareciam ser longos demais para o corpo e tinha cabeça na forma de cebola, com duas anteninhas. Ela me olhava com imensos olhos azuis, como se me chamasse. Era o mesmo pokémon que eu vi na Rota 1, semanas atrás. Eu já tinha quase me esquecido do ocorrido.

Ela saiu flutuando para longe, mas fiz questão de correr atrás dela. De vez em quando ela dava umas espiadas para trás, talvez para certificar de que eu a estava seguindo. Ela parou diante do arco que ficava no meio do lago, o que Marina havia me dito ser uma homenagem ao Celebi. E eu, quando percebi, estava parado sobre a água. Mas eu não caia, nem me molhava.

Eu me aproximei devagar, estava com medo de espanta-la (e também de cair para dentro do lago). Quando estava bem próximo, a criaturinha estendeu a mão em minha direção e me tocou na testa. Então a coisa mais esquisita de todas aconteceu. Como se me mandasse imagens diretamente para o meu cérebro, a criatura me mostrou três visões.

Na primeira, eu vi Zangoose e eu ao lado de uma árvore. Foi na mesma noite em que eu capturei ele. Eu estava chorando muito ao lado de Zangoose, mas eu não entendia porquê. Foi quando percebi que ele não respirava. Como isso podia ser? Zangoose esteve comigo hoje mesmo, ele não morreu aquele dia. Ainda na minha visão, a criatura se aproximou de Zangoose e colocou suas duas mãos em seus corpo já gelado. Como se fizesse força, começou a invocar uma luz clara e aconchegante, que de repente se dissipou. Ela parecia muito cansada, mas Zangoose abriu os olhos, assustados. Em seguida, a criatura se voltou para mim e apontou para a minha pokébola e eu entendi o recado.

A visão mudou, e dessa vez eu estava num campo de batalha enorme, com uma plateia gigante assistindo, mas parecia no haver céu. Nem Zangoose ou Dratini estavam comigo no campo, mas um pokémon que eu nunca havia visto. Do outro lado do campo, outro pokémon que eu nunca tinha visto e Kyle. Kyle estava com uma expressão furiosa, porém determinada. Então eu percebi que minha expressão naquele momento era exatamente a mesma. Nós dois comandamos que os pokémons atacassem, mas quando eles iam desferir o golpe um no outro, um pokémon quadrupede de pelugem branca, porém de pele negra, pulou na frente dos dois e me fitou. ME fitou, a mim, assistindo aquela visão, não o meu eu dentro dela.

Mais uma vez, a visão mudou e agora não havia sequer sinal de mim nela. Em vez disso eu vi um barco velejando no por do sol, com duas pessoas nele. Uma das pessoas parecia bastante com Marina, mas era homem e um pouco maior, a outra já era um adulto meio grisalho, com um sorriso simpático. De repente, do nada, ficou de noite e da água saíram enormes pokémons com formato de serpente, azuis de barriga amarela. Os pokémons atacaram o barco e seus passageiros em uma cena tão chocante que se eu a fosse descrever aqui, teria que mudar a classificação da história por incluir gore.

De repente as visões acabaram, e eu estava deitado logo de baixo do arco, mas nem sinal da criatura de antes, a não ser uma voz familiar, porém desprezível.

Ícaro: O que foi que você viu?

Apolo: Ícaro, o que você tá fazendo aqui?

Ícaro: O Celebi. Eu o segui até aqui e encontrei você.

Apolo: Celebi?

Ícaro: É, aquele pokémon que você seguiu até aqui. Ele te mostrou alguma coisa, o que foi?

Apolo: Eram duas pessoas num barco, uma criança e outra adulta. E eles foram atacados por um tipo de pokémon...

Por algum motivo eu sabia que aquele visão era sobre Ícaro. Resolvi omitir as duas outras visões porque achava que ele não precisava saber. Mas durante todo o momento que eu contei o que eu vi, Ícaro me olhou atento e sem dizer uma palavra. E então ele abriu o mesmo sorriso com um lado da boca de antes e me contou do que se tratava.

Ícaro: Não eram duas pessoas naquele barco, eram três: Eu, meu irmão e meu pai. Marina nem havia nascido ainda, quando meu pai nos levou para pescar na Cidade de Venza, que dá para o mar. Mas nós fomos atacados por uma horda de Gyarados selvagens e nenhum deles sobreviveu. Eu fui encontrado alguns dias depois a deriva por um rapaz chamado Artur.

Apolo: Nossa, eu não sabia.

Ícaro: Eu ainda não acabei.

Apolo: Desculpa.

Ícaro: Quando voltei para casa, descobri que minha mãe havia adoecido de preocupação com a gente e finalmente faleceu ao dar luz a minha irmã. Nós só tínhamos um ao outro a partir daquele momento e eu passei a odiar todos os pokémons pelo que fizeram comigo. Virei um pequeno marginalzinho, roubando lojas para por comida em casa para nós e parecia que essa seria minha vida desde então.

Apolo: Sinto muito por isso.

Ícaro: Não foi até o momento que Celebi apareceu para mim e me mostrou que nem todos os pokémons são criaturas mortíferas. Descobri que podia ganhar dinheiro limpo me tornando um Treinador e participando de batalhas e assim eu fiz. Me tornei um dos melhores que há e hoje posso dar a Marina uma vida boa, que eu não tive. É por isso que eu não quero que ela saia em uma jornada, eu tenho medo de perde-la.

Apolo: Eu entendo...

Ícaro: Mas sua presença aqui não faz bem à ela. Você coloca ideias na cabeça dela de que vão contra a tudo que eu batalhei. Quero que vá embora, você e o Boanger.

Eu pensei em revidar, dizendo que não sou eu que coloco estas ideias na cabeça dela, que são ideias dela! Mas eu não queria puxar mais briga com Ícaro, ele havia sofrido bastante na sua vida e recordar de tudo aquilo não devia ser fácil, então simplesmente consenti.

Apolo: Nós partimos pela manhã.

Ícaro: Ótimo.

Ícaro deu meia-volta e subiu em um bote, que ele provavelmente tinha usado para chegar até o arco, diferente de mim. Eu pedi por uma carona de volta a terra e ele concordou em me levar, mas foi embora assim que teve a chance.

Agora éramos só eu, a noite e um turbilhão de coisas que se passavam pela minha cabeça. Seria uma longa noite pela frente, mesmo que nada mais acontecesse, haviam muitos pensamentos que eu precisava por em ordem.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.