— Prue. Prue, você está bem?

— Awu... minha cabeça dói. – ela fechou os olhos, levando suas mãos à cabeça.

— Eu sei. Você bateu com força. Você está bem?

— Acho que sim. O que aconteceu?

— O que sempre acontece quando você tem um de seus ataques. Você se atirou contra a parede.

— Ataques? – Prue abriu os olhos e então reconheceu seu cunhado. – Leo, eu não me atirei... E o que você está vestindo?

— Não me envenene, sei sobre os alienígenas. – alguém gritava.

Prue sentou-se, e então olhou para todos os lados do antigo casarão das Halliwell. E só tinha pessoas agindo de forma estranha, como se fossem loucas.

— Está tudo bem, aqueles são os outros pacientes.

— Que diabos está acontecendo? – ela se levantou.

— Está tudo bem. Está em um sanatório. – Leo a olhou. – Está em casa.

***

São Francisco – Califórnia

— Leo, alguma coisa? – Piper perguntou quando seu marido apareceu no jardim de inverno.

— Não consigo encontrá-la.

— Como isso pode ter acontecido, ela não estava com vocês? – Dean andava de um lado para o outro. – Foi minha culpa, eu não deveria ter voltado a caçar com o Sam.

— A culpa não foi sua. Eles sempre a usam porque sabem que nós duas vamos ir atrás dela. – Phoebe disse.

— Ela faria o mesmo com vocês. – Dean a olhou.

— Acho que ela sempre está na mira deles, por seus poderes ativos. – Leo disse. – E é a última Halliwell.

— Se conseguirem matá-la, acabou pra gente. A irmandade estará desfeita. – Piper continuava balançando o cristal em cima de um mapa.

Phoebe se levantou.

— Vou buscar o Livro das Sombras.

Dean continuava andando de um lado para o outro, enquanto chamava o Castiel. Qual é?! Dois anjos seriam completamente capazes de trazer Prue de volta.

— Phoebe, o que aconteceu? – Leo perguntou chamando a atenção de Dean.

— Eu acabei de ver a Prue.

— E onde ela está? – Dean perguntou ansioso.

— No submundo.

***

— Leo, o que todas essas pessoas estão fazendo na nossa casa? – Prue perguntou enquanto andava.

— Nossa casa? O Hospital Halliwell não é bem a nossa casa. Todos eles moram aqui também.

— Hospital Halliwell? Está de brincadeira comigo? O que deu em você? – Prue elevou seu tom de voz.

— Por favor, se acalme.

— Não, Leo. Eu não vou me acalmar. Algo estranho está acontecendo, algo demoníaco. O demônio deve ter lançado um feitiço e mudado a casa e você. – Prue olhou em sua volta. – Dean? Piper? Phoebe? – gritou se afastando de Leo.

— Fique calma, garota. – um homem a segurou.

— Me solte. – Prue se debatia. – Leo, não fique aí parado!

— Problemas, Dr. Wyatt? – uma mulher se aproximou.

— É ela. Você é a demônio que tentou se passar por nossa irmã. – Prue gritou.

— A Drª Penélope não é um demônio. Ela é sua médica.

— Demônios de novo? – Penélope cruzou os braços. – Já conversamos milhares de vezes sobre isso. Demônios não existem. São apenas coisas da sua imaginação.

— Quer apostar? – Prue disse irônica. – Mal que se esconde da visão, uso este feitiço com todo meu poder, para impedi-la de mudar. Este feitiço selará seu destino.

— Não rima muito, não é? – o cara que ainda a segurava, riu.

— Eu não entendo. O feitiço deveria ter funcionado.

— Prue, porque insiste em achar que eu sou um demônio? – Penélope perguntou. – Eu, e todos os médicos que tentam ajudá-la?

— Me solte. – ela tentava se soltar de qualquer jeito. – Vou acabar com ele. Vou acabar com você.

— Impulsos violentos de novo. – Penélope olhou para um dos enfermeiros. – Camisa de força.

— Sim, doutora.

— Prue, por que não deixa que a Drª Penélope a ajude? – Leo a olhou.

— Não preciso da ajuda dela, e sim, da sua. – ela alterou mais uma vez seu tom de voz. – Tire esse cara de cima de mim, para eu poder usar meus poderes.

— Prue, você não tem poderes. Você não é uma bruxa. – Leo gritou. – Você não salva pessoas, nunca salvou.

Um enfermeiro se aproximou de Prue, e começou a colocar a camisa de força. Ela se debatia, gritando que a Drª Penélope era um demônio.

— Eu não vou desistir de você. Vamos curá-la dessas alucinações. – Penélope sorriu.

— Me solte. – Prue gritou ao ser carregada escada a cima. – Dean! Piper! Phoebe!

— Me deixe ajudá-la. – Penélope subiu a escada atrás dos enfermeiros. – Essa doença já consumiu três anos de sua vida.

***

Em algum lugar do submundo.

Prue estava deitada, em uma espécie de cama de concreto, cercada de velas. A fonte estava com suas mãos sobre a cabeça de Prue, enquanto dizia coisas em seu ouvido.

— Não a deixe tirar mais... Você não é uma bruxa. Apenas pensa que é.

— O que foi? O que aconteceu? – a oráculo perguntou.

— É só... é preciso de mais magia do que pensava para me projetar dentro da mente dela.

— Mais do que você tem? Eu só estou tentando alertá-lo. – a oráculo cruzou os braços. – Isto o está enfraquecendo, tornando-o vulnerável.

— Mas a recompensa que procuro; me tornará mais poderoso que nunca.

— Se conseguir obtê-la.

— Ninguém sabe mais sobre As Encantadas do que eu. Sei como domar seu espírito. – a fonte se afastou de Prue. – Conheço seu calcanhar de Aquiles. – No fundo do seu coração, hoje, ela não quer mais uma bruxa. Talvez no início, quando ela descobriu o livro. Mas agora, ela não quer ser mais uma bruxa. Ela só quer que o Dean queira a mesma vida que a dela, longe do sobrenatural. E ela sente uma obrigação de apoiá-lo, e de manter seus poderes por suas irmãs.

— Sim. Mas você disse que os poderes dela não funcionariam na ilusão.

— Não funcionam. – A fonte riu, e olhou para a oráculo. – Quando ela aprender essa dolorosa lição. Estará disposta a abrir mãos de seus poderes. E ela é a única que pode fazer isso.

***

De volta a São Francisco

Todos ainda estavam surpresos com o fato da Phoebe ter conseguido ter uma visão com a Prue. Como isso seria possível?

— No submundo? – Dean e Piper perguntaram surpresos.

— Ela não está errada. – Crowley apareceu no jardim de inverno.

— O que você está fazendo aqui? – Dean travou o maxilar.

— Fica frio, esquilo. Eu vim ajudar.

— Você ajudar encontrar uma Halliwell? Sério? – Dean cruzou os braços.

— A fonte do submundo está querendo pegar o meu inferno. E isso não vai acontecer, mesmo que pra isso precise ajudar o Winchester e as Halliwell.

— Acho que ele está falando a verdade. – Phoebe olhou para seu cunhado. – Na minha visão, vi a Prue naquele lugar terrível, mas também vi a fonte roubando o nosso livro. E nós matando com os nossos poderes.

— Com os nossos poderes? Como isso é possível? – Piper a olhou, surpresa.

— Talvez tenha encontrado uma forma de consegui-los da sua querida esposa. – Crowley olhou para Dean, e sorriu irônico. – Por isso ainda a está mantendo viva. E aposto que tem algo a ver com a sua visão.

— Mas ela não pode dá-los, sozinha. – Phoebe cruzou os braços.

— Ela pode usar o feitiço de renúncia do Livro. – Leo disse.

— Destruímos esse feitiço quatro meses antes do Dean ir para o inferno. – Piper se levantou.

— Porque vocês não me contaram? – ele a olhou.

— Isso não vem ao caso agora. O feitiço não existe mais. – Piper andava de um lado para o outro.

— Existe na mente dela. – Leo sentou-se no sofá próximo a janela. – Foi ela que ativou seus poderes. Ela é a única que tem o feitiço da renuncia gravando em sua mente. E só quem libertou os poderes, pode renunciá-los.

— Isso é loucura. Ela nunca usaria. Nunca renunciaria seus poderes. – Phoebe fechou o livro das sombras.

— Só teria uma única pessoa capaz de fazer com que ela renunciasse os poderes. – Leo olhou para o Dean.

— Eu nunca pediria isso a ela.

— Não. Mas você é o elo mais fraco na mente dela. – Crowley disse.

— Odeio ter que concordar com ele, mas somos o ponto fraco dela. Ela faria qualquer coisa por nos duas, mas ela também sabe que ninguém nos mataria sem antes ter o nosso poder. – Piper se escorou na parede. – E você...

— Não tem nada que interesse a fonte. – Crowley concluiu. – Tirando uma esposa que é uma bruxa Halliwell.

— Tenho que ir ao submundo, só assim eu conseguirei senti-la. – Leo disse.

— Eu posso te levar até lá. – Crowley disse, e então olhou para o Winchester mais velho. – Viu. Eu posso ajudar.

— Está bem, mas qualquer deslize... o menor que for, eu te mato. – Dean travou o maxilar.

— Acredite, não vai querer a fonte no meu lugar. – Crowley deu de ombros.

— Certo, nós vamos ficar e fazer o feitiço do sangue. – Phoebe disse pegando o livro das sombras.

— Eu vou trazer a Prue de volta. – Dean afirmou, e então Leo orbitou com ele e Crowley para o submundo.

***

Prue foi levada para um dos quartos, e estava amarrada em uma das camas. Ela estava tentando se soltar quando Penélope entrou no quarto.

— Eu quero falar com as minhas irmãs.

— Você não tem irmãs, Prue. É filha única. Sabe disso.

— Eu vou ficar tão feliz quando acabar com você.

— Faz isso para explicar o que não consegue aceitar. Como sua melhor amiga fazia antes de ficar curada. – Penélope sorriu. – Piper está livre e curada, assim como você poderia estar curada e livre. Só basta para de lutar e aceitar a realidade.

— Solte-me. E te mostrarei a realidade. – Prue disse entre os dentes.

— Você só se machucaria de novo. – Penélope saiu do quarto.

A porta se abriu de novo, e Phoebe usando as mesmas roupas que Prue, entrou no quarto.

— Phoebe como me achou aqui?

— O que? Àqueles caras sempre fazem isso. – Phoebe riu e soltou as amarras dos pulsos dela.

— Temos que arrumar um jeito de sair daqui. Tenho que falar com o Dean.

— Claro! – Phoebe riu. – Seu marido.

— Sim, meu marido.

— Tem certeza? – Phoebe perguntou rindo ao descer a escada. – Ele nunca veio te visitar.

— O que?! – Prue a olhou, confusa. – Ah não. Você também não.

— Desculpe. – Phoebe riu. – Vou continuar na brincadeira.

— Que seja. – Prue deu de ombros, e conseguiu sair da casa, sendo seguida por Phoebe. – Isso foi muito fácil.

— Por quê?

— Porque, eles não deixariam a porta sem tranca, ou alguém para vigiá-la. – Prue disse atravessando a rua. Eu tenho que tentar falar com a Piper.

— Ela saiu há três meses. – Phoebe disse.

— Está tudo normal? Como isso...

— Isso é o que chamamos de realidade fora daquele lugar.

— Não, está muito estranho... Está tudo normal demais... A não ser que aquele lugar não seja o casarão.

— Socorro, socorro... – uma mulher gritou.

Então, um homem correndo, segurando uma arma e uma bolsa passou por elas.

— Hey. – Prue tentou usar seus poderes, mas não conseguiu.

Ela tentou dar um dos golpes marciais que Dean tinha lhe ensinado e nada. O assaltante ficou furioso e acabou dando um tiro em seu ombro direito.

***

De volta a São Francisco

As irmãs estavam no sótão, sentadas em volta de uma mesa, com tudo preparado para fazer o feitiço do sangue.

— Poder das bruxas venha até nós, siga invisível pelos céus, venha até nós que pedimos, venha e fique conosco. Do sangue ao sangue, eu o invoco. Do sangue ao sangue, volte para mim. – Phoebe e Piper cortaram o dedo, mas nada aconteceu.

— Tem outro feitiço? – Phoebe perguntou.

— Não. Eu não sei mais o que fazer. – Piper passou as mãos pelos cabelos. – Se eles não a encontrarem... O que foi? Alguma visão?

— Não. É o que o Leo disse sobre o feitiço de renúncia estar na mente da Prue.

— Sim, mas ela nunca o usaria. – Piper se levantou.

— Eu sei. – Phoebe começou a andar de um lado para o outro. – Mas estou começando a entender como funciona a mente da Fonte.

— Como assim?

— Segundo o livro, ele gosta de brincar com a mente das pessoas. Ele colocou um camaleão aqui em casa para nos vigiar...

— Sim, continue...

— Talvez esteja tentando fazer o mesmo com a Prue. Como daquela vez que aquele maluco entrou nos sonhos delas. Só que a fonte está na mente dela, talvez mudando a realidade dela. – Phoebe parou de andar e encarou sua irmã. – Ele deve saber que o feitiço que renuncia os nossos poderes está lá.

— Então, provavelmente, é onde está procurando. E se ele pode entrar na mente dela, por que não podemos. Quando aquele maluco entrou nos sonhos da nossa irmã, mandamos o Dean para dentro dos sonhos dela. Talvez possamos fazer a mesma coisa, só que na mente dela. – Piper abriu o livro das sombras.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.