Prue e Dean estavam vendo T.V, em um quarto de motel, em uma cidade qualquer dos EUA. Quando Sam entrou no quarto, segurando um jornal.

— Eu achei uma coisa. – ele disse entregando o jornal ao irmão.

"Arquiteto Sean Boyden despenca para a morte do telhado de um condomínio que ele projetou". — Dean leu.

— Constrói um prédio e pula do alto dele. Que classe! – Prue deu de ombros.

— Dois dias antes ele chamou o controle de animais. – Sam sentou-se na outra cama. – Ele disse ter visto um cão negro feroz e selvagem. As autoridades não o acharam e ninguém viu o tal cão. A polícia não consegue entender como um cão selvagem passa pelo porteiro, pega o elevador e começa a destruir as paredes de um apartamento de luxo.

— Acha que foi um cão negro mesmo? – Dean perguntou.

— Cão negro? Eles realmente existem? – Prue perguntou ajeitando seu cabelo.

— É tudo muito vago. Existem espectros de cães negros no mundo inteiro. – Sam respondeu. – Uns dizem que são espíritos de animais, outros dizem que são presságios de morte. Seja o que for, eles são grandes e malignos.

— É. Aposto que podem arrancar sua perna. – Dean olhou para um dos desenhos.

Prue estava colocando sua mala no Impala, quando Piper ligou pra contar uma grande novidade. — Então finalmente vocês estão namorando?!

Sim. Demorou, mas finalmente Leo me pediu em namoro. – Piper disse animada.

Fico muito feliz por vocês. E a Phoebs?

Ela está bem. Ela disse que te liga depois.

Ok! Agora vou pegar estrada, algo sobre cão do negro. – Prue deu de ombros, entrando no Impala.

Precisa de ajuda?

Se quiser olhar no Livro das Sombras.

***

Horas depois...

Greenwood – Mississippi

Dean e Sam foram conversar com o sócio de Sean. Prue preferiu ficar e fazer a pesquisa, não estava nem um pouco a fim de sair procurando informações. Algo lhe dizia que aquele caso, deixaria Dean na tênue linha que separava o Dean que ela gostava da versão da qual ela não gostava.

— E ai, o que descobriram? – Prue perguntou assim que os Winchesters passaram pela porta do quarto.

— Que o cara foi sócio do Sean por quase dez anos. – Sam respondeu.

— A vida de Sean era ótima, ele era um gênio. – Dean disse, tirando o terno. – Mas parece que o cara nem sempre foi assim. Ele virou um grande arquiteto da noite para o dia.

— E no controle de animais? – Prue perguntou, soltando seu cabelo.

— Dezenove ligações sobre tudo negro, grande e com cara de cão, e... – Dean entregou um pedaço de papel ao irmão. – Eu não sei o que é isso.

— O endereço da Carly no MySpace. – Sam começou a rir.

— MySpace? Que droga é essa? É algum tipo de site pornô?

Sam riu, e entregou o papel a Prue que rasgou e jogou no lixo.

— E você que o achou? – Dean a olhou.

— Bem, pesquisei na internet e acabei encontrando a Dra. Sylvia Pearlman. Quarenta e dois anos, cirurgiã-chefe no hospital que trabalha. Sucesso repentino há dez anos. – a ruiva se reencostou na cadeira. – Consegui o telefone e liguei pra casa dela. A empregada não sabe pra onde ela foi.

— Como chegou a ela? – Sam perguntou se sentando.

— Simples, as pessoas gostam de compartilhar fotos e a Dra. Sylvia Pearlman esteve no mesmo lugar Lloyd's bar. E segundo o que as amigas dela escreveram, faz dez anos que elas estiveram por lá, e que gostariam de relembrar os velhos tempos.

***

— Espera aí. – Dean parou de andar. – Estranho!

— O que? O bar ficar em um uma encruzilhada? – Prue perguntou.

— Não é isso. Mas isso! – apontou para uma erva daninha.

— Ervas daninhas? – Sam perguntou

— Alguém pode me explicar o porquê do espanto de ter erva daninha. – Prue perguntou confusa.

— Parece que encontramos uma encruzilhada da pesada. – Dean foi até o porta-malas do impala.

Ele cavou o centro da encruzilhada, até descobrir uma caixa de metal. Dentro da caixa tinha um vidro com pó de cemitério, ossos de gato preto e uma foto.

— Trabalho de feitiço. Isso é coisa de vodu do sul. – Dean disse fechando a caixinha. – Usada para conjurar com demônio. Essas pessoas fizeram pacto com a galerinha do mal.

— É, a coisa está ficando boa. – Sam disse. – As pessoas não estão vendo cães negros e, sim cães do inferno. E seja qual for o demônio, ele voltou para cobrar

— De uma coisa eu sei... – Dean olhou para o bar. – Seja pra onde for que a Doutora tenha fugido, não vai conseguir correr o bastante.

— Espera. – Prue o olhou. – Você está querendo dizer, que as pessoas conjuraram com demônios por que quiseram?

— Sim. E agora vamos ter que limpar a bagunça dos outros. Eles não são nada imaculados. – Dean bufou. – Ninguém pôs uma arma na cabeça deles para forçá-los a fazer pactos. Se alguém se joga do Niágara num barril você pula para salvar?!

— Temos que descobrir se mais alguém fez pacto.

— Ótimo! – Dean revirou os olhos, e entrou no bar.

No bar, ninguém soube falar da pessoa da foto. Também como poderia? Haviam se passado dez anos, a pessoa provavelmente já estaria morta. Dean saiu do bar, e parou no meio da encruzilhada, Prue não estava gostando nada daquele caso. Eles foram atrás das pessoas que poderiam ter conjurado com o demônio.

— Porque você não foi com Sam?

— Porque já percebi que você está estranho e não vou te deixar sozinho. – Prue passou pro banco da frente. – E isso não é negociável.

Sam descobriu que foi um cara chamado George Darrow que fez o primeiro pacto há dez anos, pedindo talento. Só que o demônio continuou por lá fazendo mais pactos. Dean e Prue descobriram que o próximo da lista era um homem chamado Evan Hudson.

***

— Você esteve em um bar chamado Lloyd's? Há uns dez anos, mais ou menos? – Dean perguntou quando um homem abriu a porta.

Evan se assustou e fechou a porta na cara deles. Dean deu de ombros, chutando a porta com força, quebrando a fechadura.

— Ótimo! Coloque arrombamento de casas na lista. – Prue revirou os olhos, e foi atrás de Evan.

— Por favor. Não me matem. – Evan disse ao vê-los no escritório.

— Não vamos matar você. Só viemos ajudar.

— Sabemos sobre o seu pacto genial. – Dean soltou irônico.

— O quê? Como?

— Não importa. O que importa é que vamos acabar com isso. – Sam disse o olhando.

— Como vou saber que não mentem?

— Não vai saber. Você não tem outra opção, amigo. – Dean soltou um sorriso sínico.

— Podem impedi-lo? Eu não quero morrer.

— Claro que não quer. Não agora. O que foi que você pediu? Nunca precisar de Viagra? Ganhar no boliche? O quê?

— Minha mulher. – Evan suspirou.

— Saquei. Pra ganhar a garota, vale até a viagem ao inferno.

— Eu fiz um pacto. Ninguém me obrigou. Aquela mulher, ou seja, lá o que for, estava no bar. Ela disse que eu teria qualquer coisa que quisesse. Primeiro achei que era doida... Mas eu estava desesperado.

— Desesperado? – Sam perguntou confuso.

— Julie estava morrendo.

— Fez isso pra salva-la? – Dean soltou surpreso.

— Ela estava com câncer. Eles pararam o tratamento, ia interná-la. Então eu fiz o pacto. E faria de novo, eu morreria por ela no ato.

— Nunca pensou nela em tudo isso? – Prue perguntou.

— Eu fiz por ela.

— Tem certeza? – Dean se aproximou. – Eu acho que fez por si mesmo, pra não tem que viver sem ela, mas adivinha? Ela vai ter que viver sem você agora. E se ela soubesse o quanto custou? Que custou a sua alma? O que acha que ela ia sentir?

Prue puxou Dean pelo braço, e depois que fechou a porta do escritório, se virou furiosa com ele.

— Qual é o seu problema?

— O meu problema? – Dean a encarou. – Nada! Só que agora temos que sair por aí, salvando pessoas que conjuraram com o demônio e não querem morrer. – bufou.

— Ultimamente você tem ficado com humor alterado, primeiro foi com aquele idiota do Gordon, e agora esse lance da encruzilhada. Eu te conheço Dean, e sei o que está pensando.

— Olha, eu tive uma ideia, eu vou atrás do demônio.

— Nem pensar que vou te deixar ir sozinho atrás desse demônio. – Prue bufou se aproximando dele.

— Eu não quero que vá. – a olhou.

— Sinto muito, mas se quer ir atrás do demônio. Ok! Eu vou com você. Mas se não aceitar, te jogo dentro daquele armário. – a ruiva olhou para uma porta do lado da porta do escritório. – Você quem sabe! – fez o mesmo olhar de quando pretendia usar magia.

***

— Então. O que um homem como você faz por aqui? Você me chamou?

Ao se virar, Dean deu de cara com uma mulher de cabelos longos escuros e de vestido preto.

— Chamei. – ele disse sorrindo. – Que bom que funcionou.

— É a primeira vez?

— Pode-se dizer que sim

— Ah! Para com isso. Não se venda tão barato. Sei tudo sobre você, Dean Winchester. – os olhos da mulher ficaram pretos.

— Ah! Você sabe quem eu sou, é?

— Ouço suas notícias.

— Ora, não faça suspense. – Dean se aproximou. – O que foi que você ouviu?

— Bem, eu soube que você era bonitão e até que dá pro gasto. E também sei que namora a coisa que tem poderes.

— Coisa que tem poderes? – Prue se aproximou deles. – Que coisa feia, chamar os outros assim!

— O que ela faz aqui?!

— Que isso, nós queremos um pacto. – a ruiva disse, cruzando os braços.

— É o que eu faço. – ela disse dando de ombros.

— Eu quero Evan Hudson liberado do contrato. – Dean sorriu irônico.

— Lamento querido, isso não é negociável.

— Eu faço valer à pena.

— É mesmo? E vai me oferecer o quê? – a mulher olhou para Prue.

— Eu.

O coração de Prue disparou dentro do peito “Sabia que esse idiota ia querer fazer isso!” Ela olhou com desespero para Dean, e ele apenas piscou o olho para ela.

— Nesse caso somos dois! – ela se aproximou.

— Não! – Dean a olhou.

— Sinto muito, mas a alma é minha e eu faço o que eu quiser.

— Ora, ora, ora que casal mais lindo. Os dois querem sacrificar a vida pela de outra pessoa? – a mulher riu. – Tal pai, tal filho. Você sabia do pacto do seu pai, não sabia? A vida dele pela sua e da coitadinha da Piper. E pra limpar a imagem das irmãs Halliwell?! – gargalhou. – Não fui eu que fiz aquele pacto, mas como eu queria.

— Mentira! – Prue gritou.

Dean a segurou pela cintura, quando viu que ela ia atacar a mulher.

— O que você falou? Está blefando. – ele disse seco.

— E poderia mentir. Mas... – a mulher se aproximou mais. – Seu sofrimento é o objetivo. É tão divertido te olhar sabendo como o seu pai morreu por você, e palas garotas dele. Como ele vendeu a própria alma. Isso deve doer. – entrou debaixo de uma caixa d’água. – Ele é tudo que você pensa. Você acorda e seu primeiro pensamento é: “Eu não posso continuar." Você é um poço de dor. Você o amava tanto, e foi tudo culpa sua. – riu.

— Para de falar isso! – Prue se aproximou furiosa. – A culpa não foi dele!

— Pode ser, ou talvez a culpa seja sua, e o Dean te culpe pelo resto da vida por ter te conhecido. – a mulher se virou para Dean. – Eu posso dar o que você precisa.

— E o que eu preciso?

— O seu pai. Eu podia trazer ele de volta. – ela disse dando de ombros. – Além do que, você não me chamou para negociar por Evan. Não mesmo?!

— Pode trazê-lo de volta?

— Dean não! – Prue tentou impedi-lo de se aproximar daquela mulher.

— Claro que posso. Do jeitinho que ele era. Seu pai teria uma vida longa, como deveria ser. É uma promessa.

— E quanto a mim?

— Você teria uma linda vida ao lado de seu pai. Em troca de me dar a Halliwell. – olhou para Prue.

— Não isso não é negociável. – Dean travou o maxilar.

— Olha aqui... – a mulher cruzou os braços. – Seu pai deveria estar vivo, você e a Piper deveriam estar mortos. Prue seria morta por ter exposto sua magia. E a Phoebe sozinha não seria nada. Seu pai pela sua garota! Simples.

— Acha que pode nos casar?! – Dean sorriu irônico.

— Olha... Esse seu mecanismo de defesa cafajeste... – a mulher parou de falar e quando olhou para o teto de madeira, viu um símbolo que prendia demônios. – Dean!

— Agora você caiu na armadilha.

— Dean, espera! Eu vou!

— O que?! – ele olhou surpreso para Prue. – Tá maluca?!

— Eu sei que eu disse que era loucura você fazer isso! Mas se eu posso arrumar tudo e seu pai voltar...

— Prometo que meu chefe vai cuidar muito bem da Halliwell.

— Dean, sei que sente falta de seu pai, e você vai me esquecer rápido. – Prue sorriu, evitando chorar. Mas era difícil. – Sei que logo encontra uma mais louca que eu, quem sabe até a Jo.

— Será que poderiam acabar com a novela mexicana, tenho mais coisas pra fazer.

— Não. – Dean travou o maxilar furioso. “Que loucura é essa dela de “vai me esquecer rápido”?” – Você vai ficar quietinha aqui. – fez Prue entrar no impala. – E nem pense usar magia, isso não é negociável. – bateu a porta do carro. – Agora somos eu e você! – se virou pra mulher. – E isso vai doer.

— Me deixa sair agora!

— Claro. Só vamos fazer um pequeno pacto antes. Você recolhe o cão do inferno e deixa o Evan ir. Depois, eu deixo você ir. – Dean ergueu a sobrancelha. – Um, Dois... Tudo bem. Três... – abriu o diário de seu pai.

— O que está fazendo?

— Você vai fazer uma viagenzinha. Direto pro sul

— Esqueça o Evan. Pense no seu pai.

Dean começou a ler o exorcismo...

— ESPERA! Tudo bem. Evan e a mulher, vivos até a velhice. Agora me deixa ir.

A garota puxou Dean, o beijando por alguns segundos...

— Pra que isso?

— Pra selar o pacto.

— Eu gosto de ser avisado antes de ser violado pela língua do demônio.

— Não importa. Evan Hudson está livre. Ele e a mulher terão vida longa.

— Como sei que não está mentindo?

— Minha palavra é o que vale. Vale quando eu faço um pacto. São as regras. Já tem o que quer. Agora me deixa ir. – a mulher riu sarcástica ao ver Dean abrir o diário. – Vai me trair? Engraçado como eu sou a de confiança. Olha só... Você me trai me manda pro inferno, mas cedo ou tarde eu volto. E a primeira coisa que vou fazer é provar o sangue da sua queridinha Halliwell.

Dean rompeu o símbolo que a prendia e quando ela saiu, mexeu um pouco mais com os sentimentos e a cabeça do Dean.

— Você não teria feito se soubesse onde seu pai está. Devia ter aceitado minha oferta. As pessoas falam de inferno, mas é só uma palavra. Não chega nem perto de descrever como é lá.

— Cala essa boca, vadia.

Uma fumaça preta saiu pela sua boa, e a garota caiu no chão sem saber onde estava. Depois de deixar a garota em casa, Dean parou o carro umas ruas antes da casa do Evan, e se virou pra Prue.

— Você ia mesmo fazer aquilo?

— Ia. – ela deu de ombros. – Dean, você está fechado desde a morte de John. E de verdade, eu me sinto culpada por tudo o que aconteceu... Depois do que o demônio disse, sei lá, fico pensando que nada disso teria acontecido se eu não tivesse entrado na sua vida. — Essa conversa afetou sua cabeça?! Eu nunca permitira você fazer isso. – ele a encarou. – E a minha vida era bem ferrada antes, obrigado.

— Dean não estou brincando, eu...

Ele respirou fundo e a calou com um beijo. Prue estava falando besteira demais.

— OK! Vamos aceitar o fato que os dois são malucos o suficiente para fazer besteira. – Dean sorriu.

— Eu te odeio. – Prue riu.

— Bruxinha Nerd!

— Caçador!