Bruxas e Caçadores
A primeira Halliwell?!
São Francisco...
Phoebe estava em seu trabalho, quando notou que em uma das caixas tinha um medalhão antigo. Não se aguentou de curiosidade e abriu o medalhão, mas ao invés de ter uma foto, uma fumaça saiu de dentro, fechando a porta com força. Então um cara surgiu vestido com roupas do século passado.
— Graças a Deus, liberdade! – ele disse rindo. – O mundo mudou! Em que época estamos? – a olhou.
— Perdão?!
— Onde estou?
— Quem é você? – Phoebe perguntou inda surpresa.
— Matthew Tate. – ele disse. – E se você me libertou deste medalhão, é uma descendente de Melinda Warren.
Phoebe se assustou quando ele se aproximou ameaçadoramente, e orbitou para o outro lado da sala.
— Obrigada. – ele se virou rindo.
— Pelo o que?
— Enganei você, fazendo com que usasse seu poder contra mim. Agora eu o tenho.
— Como fez isso? – Phoebe perguntou se afastando.
— Compartilho de seus poderes. – ele riu. – Mas você não compartilha dos meus.
— O que você quer?
— Quero o que Melinda levou de mim. Eu quero todos os três poderes de volta.
***
Cícero – Indiana
— Lanche pra viagem. – Dean riu entrando no carro.
— Estava faminta. – Prue riu, pegando seu sanduíche.
— E temos chocolate. – Sam mostrou uma sacola cheia de doces.
— Amo você Sam! – ela se virou pro amigo rindo.
— Eu sei! – ele riu do banco de trás.
Dean revirou os olhos, aumentou o rádio e arrancou com o carro. Prue acabou adormecendo no banco da frente, enquanto os Winchesters conversavam. Cerca de duas horas depois, o celular de Prue começou a tocar. Ela despertou, abrindo os olhos com dificuldade pela claridade, e atendeu ao telefone.
— Precisamos de você!— Piper quase berrou do outro lado da linha.
— O que aconteceu?
— Phoebe foi atacada por um bruxo de 300 anos.
— 300 anos?
— Para de repetir o que eu disse e venha pra casa.— Piper disse séria, e desligou a ligação.
— Não vamos para Vegas. – Prue disse, olhando para Dean.
— Por quê? – Sam perguntou.
— Aparentemente minha irmã foi atacada por um bruxo de 300 anos.
— E lá se vai nossa folga em Vegas. – Dean bufou, virando o carro em sentido a Califórnia.
***
São Francisco
Ao entrarem na sala do antigo casarão, Prue parou de andar ao ver seu “ex” sentado no sofá, conversando com sua irmã.
— Mark?
— Quem é ele? – Dean perguntou.
— Meu ex-namorado. – ela soltou. – Mark, você pode explicar o que veio fazer aqui?
Sam segurou um risinho ao ver a cara que o irmão tinha feito. Seria ciúmes que Dean Winchester tinha sentindo?!
— Sou o novo vizinho. – ele sorriu abertamente. – Só nunca imaginei que você seria minha vizinha.
— Mundo pequeno, não?! – Prue sorriu fraco.
— Bem... – Mark se levantou. – Tenho uma mudança pra arrumar. – riu. – E obrigada pelo lanche. – sorriu para Halliwell.
— O que acabou de acontecer aqui? – a ruiva perguntou surpresa.
— Só dando boas vindas. – Phoebe riu.
— Ok! Realmente sua irmã mais velha te ligar dizendo que sua outra irmã foi atacada, e eu chegar em casa dar de cara com meu ex, não é nada estranho! É apenas mais um dia normal na vida das Halliwell. – Prue revirou os olhos.
— Então seu ex veio atrás de você? – Dean a olhou.
A ruiva o ignorou, e perguntou o que tinha acontecido realmente com Phoebe. Ela respondeu que um bruxo chamado Matthew Tate a atacou e que ela não conseguiu se defender, e que de alguma forma ele sabia que as três irmãs eram descendentes de Melinda Warren.
— Melinda Warren? – Prue perguntou surpresa. – A mesma que está no Livro das Sombras? A queimada na fogueira e que começou toda essa bagunça?
— Sim! – Phoebe mostrou um colar a sua irmã. – Ele saiu desse medalhão e tem fortes poderes, mais forte que os meus. – andava de um lado para o outro na sala. – Quero dizer, fez a coisa mais esquisita... ele pulou quatro andares do shopping e caiu em pé. – parou de andar olhando para suas irmãs. – E o mais importante de tudo, ele quer os poderes de nós três!
— Posso ver o medalhão? – Sam perguntou.
Enquanto Sam analisava o medalhão. Phoebe contou que teve uma visão com Melinda Warren trancando Matthew no medalhão.
— Mas você só vê o futuro?! Como pode ter visto o passado?! – Prue perguntou.
— Não mais.
Enquanto Sam tentava achar algo na internet, Prue e Dean pesquisaram no livro das sombras, Phoebe e Piper liam em outros livros da família.
— Ouçam isso. – Piper chamou a atenção de todos. – “E porque o feiticeiro do mal roubou seu amor foi aprisionado no coração de metal para passar a eternidade conhecendo a dor da traição.”
— Foi o que eu vi. – Phoebe suspirou. – E eu ainda o soltei. Ótimo!
— E não estão brincando. – Dean disse. – A lenda diz que esse feiticeiro nunca deve se libertado ou vai destruir a linhagem Warren.
— No caso a gente! – Prue completou. – Nós temos que saber contra o que estamos lutando. E primeiro, como esse medalhão foi chegar na sua loja?
— Precisamos de ajuda. – Sam soltou. – Mais do que a gente pode dar. – olhou pro irmão.
— Na verdade precisamos de alguém que já tenha feito isso antes. – a ruiva soltou. – Alguém como Melinda Warren.
— Certo, o que devemos fazer? – Piper perguntou. – Voltar no tempo e dizer que precisamos de ajuda?
— Sim. E eu sei exatamente como fazer isso. – Phoebe sorriu. – Desde que vocês não se importem em perder um pouco de sangue.
— E você acha que vai funcionar? – Dean perguntou.
— Acho que sim, afinal somos parentes de Melinda – Phoebe sorriu.
***
— Estamos revivendo os mortos e se ela...
— Li o Livro das Sombras cuidadosamente – Phoebe interrompeu sua irmã mais nova. – Voltará como uma pessoa viva, de carne e osso. Terá os poderes dela também. Nossos poderes.
— Pra que essa adaga? – Piper perguntou.
— Bem, o feitiço funciona por sangue chamando sangue. – Phoebe cortou seu dedo. – Vamos, meninas, será como aquele verão no lago. Fizemos um pacto de sangue de sermos amigas sempre, não apenas irmãs.
— Lembro que meu dedo infeccionou. – Piper disse.
— Sim, mas o pacto funcionou. – Prue disse cortando seu dedo, e entregando a adaga para sua irmã mais velha.
Finalmente Piper cortou seu dedo, e assim deram inicio ao ritual. Sam e Dean estavam observando tudo, pronto para ajudar se precisassem...
— Melinda Warren, sangue do nosso sangue... Nossa tátara-tátara-tátara-tátara-avó... Nós vos convocamos...
A primeira bruxa da família Halliwell apareceu no sótão, com a mesma idade que tinha quando foi queimada...
— E não é que deu certo?! – Dean a olhou impressionado.
Depois que as irmãs vestiram Melinda de acordo com nossos dias, elas foram para sala se encontrar com os Winchesters.
— Ele tem uma alma pura! – Melinda sussurrou perto de sua neta mais nova, quando percebeu os olhares entre ela e Dean.
— Porque está me dizendo isso? – Prue perguntou no mesmo tom baixo.
— Porque sinto uma energia diferente entre vocês dois.
— É vamos nos focar em nosso problema.
Então Sam perguntou a Melinda como tinha trancado o feiticeiro dentro do medalhão.
— Logo que Matthew conseguiu o que queria, contou ao conselho da cidade que eu era uma bruxa e eles me prenderam. E depois me queimaram na fogueira.
— Porque não se salvou? – Dean perguntou.
— É! Porque não usou seus poderes para escapar? – Phoebe a olhou.
— Eu tinha uma filha. Seu nome era Prudence como você. – Melinda sorriu para a neta mais nova. – Ela significava tudo pra mim. Então se eu usasse meus poderes, provaria a acusação de Matthew. E Prudence seria queimada também. Então pensei “Vou aceitar isso e rezar para que uma boa alma tenha pena da minha filha e a crie em uma casa segura. Só assim a linhagem Warren continua”. E deve ter funcionado, porque aqui estão vocês.
— Porque as bruxas Warren perdem as mães tão cedo?
— Prue, não posso mudar o passado, mas acho que posso proteger o futuro.
— Como? – Piper perguntou. – Matthew é forte.
— Eu tirei todos os poderes que ele copiou de mim. Mas quem sabe quais poderes ele ainda tem.
— Como assim, copiou de você? – Sam perguntou.
— O dom de Matthew é copiar o poder de uma bruxa boa quando usado contra ele. – Melinda disse séria.
— Então ele tem o meu. – Phoebe passou as mãos por seu cabelo.
— Uma vez que ele copiou um poder, não tem efeito nele. Se ele conseguir todos os três poderes será impossível vencê-lo.
— Ótimo! – Dean soltou.
— Então, o que fazemos? – Piper olhou para sua avó.
— Amaldiçoamos para que volte ao medalhão.
— Só uma coisa que eu não entendo. – Phoebe suspirou. – Como orbitei?
— Seus poderes devem ter aumentado. Geralmente a bruxa sensitiva desenvolve esses poderes. – Melinda sorriu.
— Veja só você. – Prue abraçou a irmã.
***
Melinda olhava assustada para o velho Livro das Sombras...
— Nossa, o Livro ficou tão grosso.
— Não foi sempre assim? – Piper perguntou.
— Não. Não... mas obviamente, cada geração das bruxas Warren adicionou mais coisas através dos anos e ficou assim. Vocês adicionaram alguma coisa?
— Nós? Está brincando? Somos novas nisto. – Phoebe respondeu. – Só podemos criar nosso próprio feitiço... Podemos?
— Tudo na sua hora. – Melinda riu. – O livro evolui com vocês, algumas vezes adicionaram coisas, outras aprenderão com ele. – voltou sua atenção para o livro. – Achei a maldição.
Prue entregou um pedaço de papel e um lápis pra sua avó, que a olhou sem saber o que deveria fazer com aquilo.
— Apenas comece a escrever. – ela sorriu.
— Sem tinta? – Melinda a olhou.
— Isso. Sem tinta.
Melinda riu ao ver que aquele pedaço de madeira realmente escrevia, então Piper se aproximou e viu que na pagina ao lado, tinha um feitiço de paciência.
— Aposto que a vovó usou muito este feitiço criando a gente. – Prue riu.
— Não éramos todas encrenqueiras. – Piper olhou sério para sua irmã.
— Eu não era uma encrenqueira. Só era...
— Um tormento. – Phoebe riu.
— Um espírito livre.
— Uma pessoa difícil. – Piper riu a olhando.
— Uma Warren. – Melinda olhou para sua neta mais nova. – É um traço de família. Somos todas esquentadas, temos belas maças do rosto, os fortes desejos e, claro, os poderes. Todas as bênçãos. Todos os sinais de onde vieram. Este livro é a sua conexão e começou comigo.
— Bem, vamos assegurar que não termine com elas. – Dean olhou para um Halliwell em especial.
***
Dean e Sam foram a uma feira de ervas, buscar um dos uns ingredientes que voltavam para a poção. Piper e Phoebe foram até o zoológico da cidade tentar conseguir pena de uma ave que estava em extinção. Enquanto Prue ficou com Melinda no casarão.
— Nos encontramos de novo. – um homem disse entrando no casão.
— Sim. E a sua visão ainda me faz mal. – Melinda disse se aproximando.
— Engraçado, o fato de que agora, eu posso destruir sua linhagem para sempre.
— Acha que não vou detê-lo?
— Como? Fez sua maldição antes e ainda foi queimada. – ele se aproximou.
— E agora estou aqui, não estou?
— Não passa de uma velha bruxa cuidando de garotas idiotas, que estão prestes a morrer!
— Hey! – Prue soltou indignada.
— Não toque nela. – Melinda se pós na frente de sua neta mais nova.
— Já tenho dois dos poderes. – ele riu. – Só preciso de mais um, e eu acho que é seu. – se aproximou de Prue.
— Ela não vai usar o poder. – Melinda disse.
— Eu deveria te matar, assim conseguiria todos os poderes. – ele empurrou Melinda contra a parede.
Prue respirou fundo, para não usar seus poderes. Mas não tinha idéia de quanto tempo conseguiria resistir, antes que algum poder se manifestasse por conta de sua raiva.
— Vá em frente. – Melinda piscou para sua neta. – Já ensinei a maldição para elas.
— Está mentindo!
— Estou? – ela o encarou.
— Vamos tirar a prova. – se aproximou novamente de Prue.
Melinda se apavorou ao ver sua neta sendo ameaçada, e fez um feitiço mandado Matthew para outro lugar da cidade. Prue estava olhando a mancha roxa em seu pescoço quando Suas irmãs e os Winchesters voltaram.
— O que aconteceu? – Sam perguntou.
Dean olhava frustrado para Prue, depois de ouvir que ela não tinha usado seus poderes. Mas no fundo estava aliviado por ela ter se controlado. Se o tal bruxo do século XVII, copiasse seus poderes estava tudo acabado.
— Piper você está bem? – Melinda perguntou.
— Estou, mas ele copiou meus poderes.
— Ele foi mais rápido que eu. Não consegui evitar. – Phoebe suspirou invocada.
— Está tudo bem eu o mandei para algum lugar na cidade. Mas temos que nos apressar antes que Matthew volte. – Melinda disse aflita. – Conseguiram todas as ervas? – todos confirmaram que sim.
As Halliwell voltaram para cozinha, e faltava apenas um ingrediente para acrescentar a poção, quando Matthew apareceu...
— Esperei muito por esse momento. – ele riu.
— É a nossa batalha, Matthew. Deixe-as em paz.
Sam e Dean escutaram a gritaria da sala, e quando chegaram à cozinha, viram que o tal bruxo tinha voltado sem que eles percebessem. Matthew os olhou rindo, e os prendeu na parede. Ele não permitiria que ninguém atrapalhasse seus planos.
— Eu vou ter o que eu quero. – ele disse levando Prue até ele. – Seus poderes e sua morte.
Dean ficou nervoso ao ver que ela estava sendo ameaçada por Matthew, tentou se soltar a todo custo da parede, mas não conseguia.
— Jogue um objeto sobre mim, bruxa.
— Vai sonhando. – Prue disse entre dentes.
— Eu disse jogue um objeto sobre mim. – apontou uma arma para ela. – Salve-se. – ela continuou quieta. – Não? Então, salve sua irmã. – apontou a arma para Piper.
Prue usou seus poderes, mas não contra Matthew. Ela pensou que se conseguisse jogar a pena no caldeirão, o feitiço acabaria com ele. Seria uma tentativa, mas ela tinha que arriscar.
— Piper agora! – ela gritou para que sua irmã congelasse o tempo.
— Fora de época, fora do ganho. – Melina jogou a pena e abriu o medalhão. – Conheça só tristeza, conheça só a dor.
Matthew voltou para o medalhão e os Winchesters conseguiram se soltar. Depois que todos os ânimos se acalmaram, Mellinda disse que precisava voltar para sua época.
— Isso significa que não vamos mais te ver. – Prue soltou triste.
— Mas, tenho que ir.
— Por quê? Por que não fica e leva a vida que deveria ter levado? – Phoebe a olhou.
— Porque esta não é minha época. É a época de vocês.
— Não nos importamos de dividir. – Piper sorriu triste.
— Vocês três me deram uma grande alegria. – Melinda sorriu. – Eu vi as Encantadas. Boas bruxas, mulheres de força e graça.
— Diga o que você vê. – Phoebe levou a mão de sua avó em seu peito.
— Vejo o futuro. – ela sorriu. – Muitas gerações das minhas lindas filhas, e vejo meus sonhos completos. Obrigada por isto.
As mulheres do clã Halliwell sentaram-se a mesa, deram as mãos e começaram a recitar o feitiço.
— Melinda Warren sangue do nosso sangue, libertamos você...
— Abençoadas sejam, minhas filhas. – Melinda sorriu. – Eu amo vocês. – e então sumiu feito o vento.
— Eu vou sentir falta dela. – Prue disse com olhos cheios de lágrimas.
— Sempre podemos trazê-la de volta. – Piper se juntou ao abraço.
***
Prue estava na cozinha, tomando um copo de leite, enquanto pensava no que sua tataravó disse sobre o Dean. As coisas entre eles eram complicadas, às vezes Prue achava que Dean realmente se sentia atraído por ela, outras ela apenas descartava essa possibilidade quando ele flertava com outras mulheres.
— Você é louca isso sim. Está vendo coisas onde não existem e...
— Falando sozinha?! – Dean entrou na cozinha.
— Pensando alto. – Prue se virou. – Pensei que estava dormindo.
— Não conseguia pregar o olho. – ele sentou-se próximo a ela. – Conhecemos mais sobre você, hoje.
— Assustador não?! – riu.
— Não. – Dean sorriu aproximando seu rosto do dela. – Mas agora, eu já sei de onde vem sua teimosia... é de família.
Eles estavam tão perto, que se Prue desse uma palavra seus lábios se encontrariam. Ela sabia que o beijo estava pra acontecer, não podia estar vendo coisas naquele momento. E quando sentiu que Dean ia beijá-la, o seu gato de estimação passou pela portinha da cozinha. Dean se levantou da cadeira, pensando ser alguém e Prue revirou os olhos frustrada com o que tinha acontecido. Serio que o seu próprio gato estava fazendo complô contra ela?
— Vou dormir. – ela sorriu fraco. – Boa noite.
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