Brother

Minha irmãzinha


Cap. 10 – Minha irmãzinha


Naquela tarde, Riza não saiu mais do quarto. Não estava a fim de ouvir Rick e suas encheções de paciência.


- Imagina... Eu e o Roy, que coisa mais sem noção.


A loira se joga na cama e se enfia debaixo das cobertas, estava frio demais. Principalmente considerando-se que já era noite.


Toc Toc


- Riz... – Rick abre a porta e põe a cabeça dentro do quarto –


- O que foi? – ela estava de bruços com a cabeça debaixo do travesseiro –


- Será que tem um espacinho aí para mim?


- Hã? – A loira se senta na cama –


- Eu estou carente e quero um espaço par dormir com a minha irmãzinha que é muito boa em fazer cafuné na minha pessoa.


- Olha, você não está merecendo, mas pode vir.


- Por que não? Eu sou um irmãozinho tão legal.


Riza ajeita alguns travesseiros de maneira a apoiar as costas ficando semi-deitada com Rick deitado com a cabeça em seu colo.


- A coisa deve estar feia, você me pedindo colo tão abertamente... Geralmente era eu que fazia isso.


Ela brincava com os fios loiros do irmão.


- Você era pequena, precisava de colo. Agora, eu que fiz papel de idiota por três anos estou aqui.


- Não foi idiotice, você a amava.


- Grande coisa, ela não me amou de volta.


- Olha, eu sei que o que vou dizer vai soar maldade, mas... A vida é assim, você se entregou demais para quem não deveria.


- Não mesmo.


- Mas...


- Mas?


- Você vai achar alguém que mereça você e que cozinhe bem.


- Tomara que seja logo, porque está tão difícil agüentar.


- Quando você menos notar a pessoa vai entrar na sua vida e não vai sair mais.


- Como você e o Roy?


- Lá vem você com essa história de novo.


- Dois cabeças duras!


- Eu tenho um grande carinho pelo Roy, mas não é amor!!


- Nem você acredita nisso.


- Olha Rick, se você não calar a boca, eu vou te jogar pra fora da cama.


- Você sabe, eu não preciso ficar falando. É tudo uma questão de tempo.


- Pode esperar sentado.


- Eu sou paciente e já vou avisando que quero dois sobrinhos, no mínimo!


- Saiba que eu também quero.


- Que dois, Rii!! Eu vou ter é quatro filhos!


- Quatro?


- Lógico, quero uma família grande.


- Vai ter que ser bem animada a minha cunhada.


- Ela vai, e eu sei que ela vai aparecer! Mesmo que meu coração não queira acreditar nisso agora.


- Ela vai, imagine se um cara lindo, loiro, um doce e com uma bela conta bancaria não vai encontrar um amor.


- Por falar nisso, eu depositei na sua conta o lucro dos rendimentos.


- Foi bom?


- Como sempre. O papai sabia o que fazia quando comprou essas ações.


- Hum... – ela boceja – Riick.


- Outra coberta?


- Seria bom.


- Tudo bem, vai se ajeitando ai que eu pego pra você.


Riza se ajeita na cama e Rick a cobre com a coberta pegara.


- Riick...


- Fala.


- Dorme aqui.


- Você fala dormindo, maninha.


- Eu ando tendo pesadelos...


- suspira – Falando assim...


Rick se deita do lado esquerdo da cama.


- Obrigada.


- Eu sou o irmão mais velho, tenho obrigação de cuidar da minha irmãzinha...


Ele dá um beijo a testa dela.


- Agora dorme, porque amanhã vamos passar o dia no trem com o Roy.


- Como você me anima.


- Como se você estivesse achando ruim.


-


-


O dia já amanhecia e diga-se que bem frio.


Rick abara de acordar devido a irmã que falava dormindo, pelo que entendera ela estava sonhando que estava falando com alguém.


Era bem engraçado...


- Só você...


O loiro se levanta e vai para o próprio quarto tomar um banho, acordaria Riza mais tarde, ainda era cedo.


-


-


Já era quase oito horas e Riza não dava o menor sinal de que iria acordar.


- Riza... – ele puxava as cobertas delae ela puxava de volta –


- Está frio...


- Está na hora de acordar!


- Não! – ela se aninhou debaixo das cobertas –


- Não me obrigue a fazer o que eu não quero.


- Vai catar lata, vai.


- Catar lata? Onde você arrumou essa??


- Sei lá...



Riza não levantaria a menos que Rick tomasse uma atitude drástica.


E ele não pensou duas vezes em arrancar as cobertas da irmã que dormia usando um baby doll de malha rosa bebê com uma vaquinha chibi estampada na blusa fazendo um “v” de vitória e que possuía um copo de leite na outra pata.


- Ricardo Hawkeye!!!!


- Vaquinha chibi... – ela ria – Vou ter que contar essa para o Roy!


- corada – Qual o problema? Você usa uma cueca do batman.


(N/A: Tirei essa idéia da namorada do meu primo que deu uma cueca do Batman para ele!! Rsrsrsrrssrsrr)


- Er... Ok, você não conta para ninguém daquela coisa e não conto do pijama!


- Certo! Agora some do meu quarto porque vou tomar um banho e terminar de arrumar minha mala...


- Mas e eu?


- Você o que?


- Estou com fome!


- Você sempre esta com fome!


- Olha, não demora, quero comer, se não, eu desmaio de fome!


- Menos Rick! Eu vi quando você levantou de madrugada para um lanchinho das três da manhã!


- Você me pegou... Mas eu quero comida! Não demora e fica bem gata para o Roy babar e eu encher o saco dele!


- Joga o travesseiro no irmão – Some!


-


-


Riza descia as escadas terminando de amarrar o cabelo em uma trança raiz.


- Riz! Que saia é essa??? Eu não quero o Roy te secando de maneira perva! Eu disse babar te achando bonita...


- Rick...


- Hum...


- ela vara de costas para ele e mostra a mão – Fala com a minha mão!


- Olha o respeito! Eu sou seu irmão mais velho!


- Continua me irritando para você ver se tem café da manhã para você!


- Depois dessa eu calo a boca e fico quieto.


Riza apenas sorri.


Estava com uma meia preta grossa, botas pretas de cano alto, uma saia xadrez de corte reto até o meio da coxa e uma blusa gola alta roxa escura e de mangas longas.


- Panquecas?


- Com geléia de amora!!


- Certo!


Riza não demorou muito para fazer dez panquecas para o irmão e três para si. E é bom citar que o loiro ainda tomou um copo de leite com Nesquik de 500 ml.


- Aonde vai parar tanta comida?


- Sei lá...


- Rick, você já tem 29 anos, seu metabolismo vai mudar...


- Relax, maninha! Eu corro, eu treino combate...


- Que seja! Lave a louça!


- Mas...


- Mas nada! Eu cozinhei e você lava!


- Malvada!- ele faz um bico –


Din Don


- Será que é o Roy? Ainda está cedo...


- Sei lá.


- Eu vou lá. Lave direito essa louça!


- Sim senhora!


Riza caminha até a porta e quando abre se depara com uma mulher ruiva e pequena, mas de formas muito bonitas. Tinha os olhos verdes como duas jades.


- Bom dia.


- Bom dia, você é Riza, irmã do Ricardo?


- Sou... E você quem é?


- Mariane.


- Mariane...


- Olha, eu sei que você não deve gostar muito de mim por causa do que o Rick deve ter contado, mas será que você pode chamá-lo?


- Posso. Entre.


Riza abre espaço e as duas seguem para a sala.


- Bela casa.


- Obrigada, pode ficar a vontade, vou chamá-lo.


- Obrigada. – ela se senta no sofá –


- Riick...


- Fala, maninha!


- Visita para você.


- Pra mim?


- É!


- Quem é?


- Vai lá ver.


- levanta uma sobrancelha – Tá...


Ricardo caminha até a sala.


- Rick!


A pequena anda até ele lhe dá um abraço.


- Mariane...?


Ele não sabia o que fazer, não esperava.


- Por que você deixou de me atender?? Ele liguei tanto para a gente conversar.


- Eu precisava de tempo.


Ele estava sério.


- E não precisa mais, esse tempo sem você foi horrível...


- Deixe-me eu adivinhar: Você foi atrás do cara e ele não quis nada sério.


- Não...


- Está na cara. Eu te conheço bem demais para não saber. – ele tira uma mexa da franja dela que caia sobre o rosto – Ele ficou com você mais deixou bem claro que não queria nada sério...


- Er... – algumas lágrimas começam a escorrer – Desculpe, Rick, eu fui idiota. Tinha a felicidade na mão e joguei fora. Volta para mim... A gente pode ser tão feliz.


Ela passa a mão no rosto do loiro e tenta lhe dar um beijo, mas ele vira o rosto.


- Por que...?


- Não, Mariane. Depois do tempo que eu passei longe e via história do lado de fora, percebi que não vale a pena, não assim.


- Eu me arrependi, eu juro!


Ela tenta abraçá-lo, mas ele não deixa.


- Se você realmente quisesse me dar uma chance de te amar e fazer você me amar, eu não me importaria de te aceitar de volta. Mas eu não vou passar o resto da minha vida, semprecom medo de você cansar e ir embora.


- Nunca! Eu juro!


- Eu sou seu porto seguro, isso não me garante que você não vai enjoar... Não, eu mereço mais do que ser o porto seguro de alguém.


- Mas você disse que me amava!


- Eu não disse que deixei de te amar. Mas isso não significa que vou me rebaixar a ser um tapa buraco. Olha, eu não tenho magoa de você, sempre vou me lembrar dos nossos momentos felizes...


- Não... Por favor.


- Você vai achar alguém, assim como eu ainda vou achar e ser muito feliz.


- Não pode.


- Pode sim. Agora, eu não quero ser indelicado, mas vou viajar com a minha irmã e um amigo...


- Certo... Eu não vou forçar a barra. Eu errei e isso trouxe conseqüências.


- Não era para ser. Encare assim que dói um pouco menos.


- Certo. Será que você pode me dar um abraço, de despedida?


- Posso sim!


Os dois se abraçam e ele sussurra no ouvido dela:


- Não se rebaixe por causa daquele idiota, você merece coisa melhor, basta ter um pouco de paciência.


- Certo.


Ela vai embora e Rick deixa o corpo cair no sofá.


- Não vai ter volta?


- Não, Riiz. Não ia dar certo...


- Como eu queria saber o que dizer agora...


Riza se senta ao lado do irmão e lhe dá um abraço.


- algumas lagrimas escorriam – Por que dói tanto?


- Porque você a amava e é difícil deixá-la ir, mesmo sabendo que não daria certo.


- Eu queria tanto ter uma família com ela...


- Paciência, o tempo vai curar todas as feridas.


- E até isso acontecer, eu faço o que?


- Espera. E você não está sozinho, eu estou aqui para te ajudar...


- pega a mão da irmã e dá um beijo – Minha maninha. Eu não sei o que seria de mim se fosse você.


- Eu sei. Eu sou boa para cuidar dos outros, o problema é cuidar de mim.


- Se você não fosse tão cabeça dura o Roy podia fazer isso, tenho certeza de que ele não se importaria de cuidar de você.


- Eu só não te bato porque você está deprimido!


Roy vê a porta aberta e entra.


- Tem gente em casa?


- Riza levanta a cabeça – Estamos na sala.


- Entra na sala – Vamos??


- Vamos.


Rick dá um pulo do sofá.


- Sem atrasos, o que foi? Caiu da cama?


- Saudades de você!


- Riza cora – Olha o respeito com a minha irmãzinha!


Rick usava um tom de brincadeira.


- Eu tenho amor a vida, faltar o respeito com ela é pedir para levar um tiro.


- Ela não te mataria, mas eu sim.


Ricardo dá um tapinha nas costas de Roy esai primeiro. Estava muito ferido, mas não deixaria ninguém notar.


- Ela não falou sério, né?


- O Rick? Falou sim. Ela morre de ciúmes de mim, sério, ele assustava meus namorados de uma maneira que chegava a ser hilária.


- Bem, mas como não sou seu namorado não preciso ter medo... Mesmo podendo a vir a ser uma possibilidade.


Riza estava notando a aproximação de Roy e não sabia como agir. Roy não era má pessoa, mas não era do tipo para casar ou mesmo ter algo sério.


Envolver-se com ele era perigoso, poderia sair machucada. A melhor coisa a fazer era manter uma certa distancia, até ele desistir da idéia de ter algo com ela.


Sabia que não demoraria muito. Ele era charmoso, bonito, lascivo... Mas ela podia resistir.


Estavam caminhando na estação de trem.


Todos estavam com sobretudos sobre as roupas de frio.


- Roy...


- Hum.


- Quer um conselho?


- Manda.


- Não seque a minha irmã na minha frente, isso me deixa profundamente irritado. Eu acho você legal, mas se você continuar a olhá-la assim, vou achar que você não quer nada sério com ela e que assim pode vir a magoá-la e eu não vou deixar uma coisa dessas passar em branco.


- Desculpe...


Roy estava meio sem graça.


- Outro conselho. Ela adora lírios e rosas brancas.


- Está tão na cara assim?


- Muito.


- E você não quer me matar?


- Não se você estiver gostando dela do jeito que eu acho que gosta, caso contrário, você não vive o suficiente para magoar a irmã de outro.


Engole a seco a última frase de Rick.


- Moças! Eu quero pegar o trem das dez! Andem!


- Relax maninha da mala invocada.


A mala de Riza era xadrez.


- Minha mala, cala a boca.


- Quanta agressividade! Tadinho de mim.


Riza mostra a língua para Rick e continua a andar a frente dos dois.


- Vocês pareceram eu e as minhas irmãs!


- Irmãs?


- Duas mais velhas!


- Que horror, com todo respeito.


- Eu sei. Eu sofri na mão daquelas pragas, mas eu as amo muito.


- Que nem eu e a Riz, a gente vive brigando feito duas crianças, mas eu não saberia viver sem ela...


- Irmãs, ruim com elas, pior sem elas.


- Com certeza.


Continua...