Brisa e o demônio

Valeriana Officinalis


Sem dormir há dias, Bruna recorreu a chás, meditação e remédios.

Nada resolveu.

Ela vagueava pela casa a noite, ouvindo aquele sussurro sedutor.

Numa manhã, o pai, dono da única funerária na cidade, repetia as obséquias necessárias para aquele dia.

“Ele caiu morto, do nada. Disseram que não dormia há semanas e ouvia vozes...”

Bruna empalideceu. Não ficou para saber o resto da história.

Na mochila, o livro de feitiços pesava.

Em vez de ir à escola, encontrou Laura na floresta, para gravarem vídeos aproveitando a luz.

À tarde, cantou no coral da igreja, no funeral do padre.

“Brisa... Brisa”