Brinquedos do destino

E o destino entra em ação


Era domingo e Katherine estava deitada com a cabeça no meu colo, ela não chorava apenas dizia o quanto estava triste e vazia sem o Damon, e aquilo partia meu coração, eu chorava durante a noite toda.. e de dia consolava minha melhor amiga, aquilo definitivamente estava passando dos limites, isso estava me sufocando.

– Eu preciso ir Kath..- disse tirando ela com cuidado do meu colo e me levantado e ela me olha incredula.

– Como assim Lena onde você vai? - ela me olha e eu preciso de uma desculpa.

– To em pé de guerra com a minha mãe, tenho horario pra chegar em casa Kath.- disse calçando meu all star preto.

– Vai me deixar nesse estado sozinha? - Kath me encarou e eu arqueei as sobrancelhas, respirei fundo e contei até 50 mentalmente.

– Katherine eu preciso ir, agora!.- dei um beijo na bochecha dela e sai da casa antes que eu pudesse ouvir mais protestos.

Coloquei meus fones de ouvido, eu precisava desesperadamente pensar, eu havia feito certo não é? ter terminado com o Damon, ter deixado ele ir... isso fazia minha cabeça doer exatamente no ponto da parte da minha nuca. fechei os olhos por um instante e enxerguei seus olhos azuis exorbitantes suspirei fundo e abri os olhos me forçando volta para a realidade, nosso namoro secreto, esse sentimento que me consumia por inteira, era cansativo.

Cheguei num parque conhecido das redondezas, e comecei a correr, mal me lembro da ultima vez que eu havia corrido dessa maneira, eu corria mas eu corria dos meus problemas, corria como se estivesse deixando todos eles para trás, lembrei da voz triste de Katherine.... da voz decepcionada de Damon.. eu decepcionei as duas pessoas que eu realmente não queria decepcionar. Continuei correndo, mas uma tontura me fez parar por um instante, abaixei apoiando minhas mãos nos meus joelhos respirando ofegantemente, minha cabeça doia de forma descomunal e os fones de ouvido em ultimo volume não me ajudavam em nada, peguei meu celular preso a minha cintura e vi uma foto de Damon, a minha favorita, ele estava sem camisa e fazendo uma carinha de mal.. suspirei fundo quando vi que estava sorrindo e que algumas lagrimas já invadiam meus olhos, como o meu moreno de olhos azuis estava nesse momento?

Eu precisava encontra-lo, dei mais uma olhada para a foto na tela do meu celular, estou certa de que isso é o correto, disquei o número de Damon, e a cada "Tuuum" fazia meu coração parar, minhas mãos soavam e eu tremia um pouco.

– Elena? - seu tom de voz representava a surpresa que era eu ter ligado para ele.

– Damon.. preciso falar com você, tem como me encontra?

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Haviam se passado meia hora desde a minha ligação, e ele disse que viria, eu estava sentada em frente ao parque onde estavam algumas crianças brincando, eu não conseguia ficar quieta, minhas pernas tremiam,meu coração estava acelerado e as famosas borboletas no estomago estavam lá.

–Elena...- Damon e sentou na minha frente, sem me encarar e eu mordi os lábios nervosamente, eu sábia que ele estava chateado mas não o quanto.

– Damon...- dei um sorriso fraco e fingido.- eu te chamei porque.. eu não consigo.

– Não consegue o que Elena? - Ele disse serio me encarando, enquanto eu fitava o chão e balançava os pés incessantemente.

– Não consigo ver Kath assim Damon, desse jeito não dá.. se quiser parar de falar comigo tudo bem.. Mas por favor volta a falar com a Kath.. - praticamente implorei.

– Ahh.. claro Katherine..- ele pareceu meio decepcionado.

– Não me leve a mal.. eu amo você.. mas eu não posso fazer isso com ela Damon..- eu podia sentir as lagrimas querendo vir a tona mas eu estava me segurando.

– Tudo bem Elena.. eu volta a falar com ela, mas se eu não te posso te ter como.. minha.. minha namorada, posso te-la como minha amiga? - e eu ergui meus olhos encontrando sua imensidão azul.

– Tudo bem..- suspirei pesadamente, eu mal conseguia encara-lo depois de tudo.

– Posso leva-la pra casa? você parece cansada.- Ele perguntou e respirei fundo, e estava cansada fisica e emocionalmente.

– Se não for incomodo.- sorrio fraco e me levanto e ele me acompanha.

Automaticamente seu braço passa por cima dos meus ombros e eu suspiro, podendo mais uma vez sentir seu cheiro, um pouco de calma pro meu peito por um instante, chegamos no carro e ele abre a porta pra mim e eu entro sorrindo em agradecimento.

Ele entra no carro e sorri fraco pra mim, ele dirige serio e concentrado no que esta fazendo, e aproveito para olha-lo, ele parecia tenso, e vez ou outra torcia os lábios.. Droga! como eu queria beija-lo, mas não, eu não posso fazer isso, resolvi ligar o rádio pra descontrair o silêncio desconfortável que havia se instalado ali.

Oh! Oh! Sweet child o' mine
Oh! Oh! Sweet love of mine

Damon me encarou e eu engoli seco, definitivamente ligar o rádio não foi uma boa opção, suspirei me encolhendo no banco meio desconfortável, e eu pude ver um vislumbre de um sorriso nos lábios de Damon.

I hate to look into those eyes
And see an ounce of pain

Damon cantou essa parte e eu o encarei, mais do que vermelha, eu sábia o que ele estava tentando fazer, e era quebrar o gelo que havia se formado, eu ri e cantei a proxima parte.

Her hair reminds me of a warm safe place
Where as a child I'd hide

Ele sorriu e suspirou e assim seguiu o curto trajeto ate o meu apartamento, ele parou o carro e eu tirei o cinto e o encarei e lá estava o Salvatore que eu conheci, com um sorriso torto nos lábios observando cada gesto meu.

– Obrigada Damon..

– Sempre que precisar eu vou te levar pra casa.

– Não.. obrigada por atender.. obrigada por aceitar o meu pedido, e me desculpe se eu te magoei eu realmente não queria isso e...

– Hey, hey ei Elena, você não tem culpa de nada eu sei como você deve estar se sentindo, mas fique calma por favor, eu senti falta de você duas também.. não será um sacrifício voltar a falar com vocês duas.. meu sacrificio é outro e você sabe..

– Damon.. me desculpe é difícil pra mim também mas.. é isso..- termino de dizer em tom baixo e ele me abraça e eu sussurro.- obrigada por entender..

– Tudo bem.- ele beija o topo da minha cabeça e eu beijo seu peito.

– Eu preciso ir..- sorrio e lhe dou um beijo na bochecha

– Se cuida.- ele acena quando eu bato a porta do carro.

– Te falo o mesmo! - sorrio entrando no predio.

Céus parece que tirei mil quilos das minhas costas, tiro minha roupa rapidamente e entro de baixo da água quente, deixei que a minha tensão escorresse junto com a água e fosse ralo a baixo, me permiti respirar fundo finalmente, o único problema era.. eu ainda amava aqueles olhos azuis exorbitantes.

Depois de tomar um banho quente e demorado, enquanto me enxugava e me vestia meu celular toca e vejo no visor que é Kath atendo imediatamente .

– ELEEE ME LIGOU ELENA ME LIGOU!!!!- Ela grita assim que eu atendo, não estou vendo ela mas tenho a certeza de que ela esta pulando como uma cabrita desgovernada.

– Eu quero ter audição ainda viu Kath! - repreendi ela, e era tão bom ve-la daquele jeito feliz contente e alegre.

– Desculpa Lena, mas e com você? ele falou?.- eu pestanejei e demorei um pouco pra responder, lembrei-me do abraço dela.. do cheiro.. dos seus olhos nos meus.. suspirei alto e lembrei de Kath na linha.

– A sim, mandou uma mensagem.- menti

– Aii que bom que esta tudo se acertando né Elena

– É.. Kath que bom..- suspirei meio cabisbaixa, porque diabos eu tenha que ama-lo dessa forma?

Conversei com Kath por algumas horas e depois desligamos, minha primeira noite bem dormida em semanas.

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DOIS DIAS DEPOIS

– Bem Elena nada do que eu disse agora você entendeu bem provavelmente, mas é possivel que você esteja com Leucemia linfocítica aguda.

Meu mundo parou por um segundo, ou minutos, eu encarava o Dr. Galdini boquiaberta, senti meu pai ficando tenso ao meu lado, meu mundo definitivamente caiu.... isso não podia ser verdade.

Me levantei bruscamente da cadeira e sai do consultório medico, não chorei minha reação estava em choque, podia escutar meu pai me chamando bem atras de mim, mas eu continuava a caminhar.. eu estava perdida.

CONTINUA