Capítulo Final

[ Hayley ]

Me levantei rapidamente, e senti uma grande tontura. Caí na cama, ainda tonta. O que é isso?

Fome. Eu acho. Estou morrendo de fome. Preciso comer.

Fui até o banheiro, escovei os dentes. Senti descer alguma coisa... Oh não! Hoje não.

Rapidamente me despi. Oh droga! Logo hoje, no dia do show? Merda.

Abri o chuveiro, e me lavei. Peguei a roupa “suja” e coloquei no cesto. Lavaria depois. Saindo de lá, fui para o quarto enrolada em uma toalha. Coloquei um absorvente e me vesti.

Escovei o cabelo e fui correndo pra cozinha. Preciso comer.

Josh estava comendo alguma coisa, acho que pão com presunto.

Revirei a geladeira, não tinha nada que eu queria comer! Que droga, hoje não é meu dia. Josh me olhava estranho, enquanto eu bagunçava tudo procurando alguma coisa.

— O que foi? Tá procurando o quê?

— Algo pra comer.

— Hayley, tá cheio de pão, biscoito, cereal, café, suco e tudo quanto é coisa aí na geladeira pra comer.

— Eu não quero nada disso Josh.

— Ok. O que você quer? — Pensei um pouco. Eu já sabia o que eu queria.

— Eu quero pastel de atum, com um suco de mamão com laranja e... Doce de amendoim. Daqueles em quadradinhos. — Ele me olhou mais estranho ainda.

— Só isso? — Riu ironicamente.

— Não. Eu não quero pouco doce. Eu quero muito doce, entende?

— Hayley, o que houve com você?

— Nada. Só quero muito comer isso.

— Tudo bem então. — Ele se levantou e pegou a chaves do carro. — Vou comprar o que você quer. O médico disse que você precisava comer bem, então... Vou lá. — Ele veio até mim e me deu um selinho. Saiu pela porta da frente.

— Não demore! — Gritei.

Comecei a pensar no pastel de atum... Hum, dá água na boca só de pensar!

Sentei na cadeira onde Josh estava, e comecei a sentir o cheiro do presunto. Tanto senti que me deu ânsia de vômito.

Corri pro banheiro, e vomitei algo verde. Eu estaria indisposta? Talvez. Mas ainda quero meu pastel e meu doce.

Não saí do banheiro, porque me deu uma GRANDE vontade de fazer xixi. Mas como? Se eu tinha feito há no máximo vinte minutos antes?

Olhei, já não tinha mais sangue. Ué? Menstruação instantânea? Oh my God.

Tirei o absorvente. Mas tudo bem, deixa pra lá. Josh chegou com o meu pastel e meu doce!

— JOSH! VOCÊ CHEGOU! — Pulei em cima dele e arranquei o saco de sua mão. Ele me olhou estranho de novo.

— É... Cheguei né? Hayley. Você não sabe o quanto eu rodei pra achar pastel de atum, caraca! Comprei as frutas pra fazer o suco, e o doce, que você pediu. Comprei logo um pote, já que você gosta de doce.

— Ah Josh! Obrigada! Você é o melhor namorado do mundo. — Fui até ele e o abracei. Ele sorriu, contente. Sentou-se de novo e voltou a comer o sanduíche. Peguei o mamão e a laranja e bati tudo no liquidificador. Coloquei no copo e comi com muita vontade o meu pastel e o suco. Tava uma delícia.

Josh me olhou comendo durante um tempo. Mas logo depois saiu.

— Amor, preciso ir à casa de Taylor ok? Vamos arrumar tudo pro show hoje. Beijo. — Ele me beijou e saiu com o carro de novo.

Ok, acabei o pastel e o suco. Agora vem o melhor, hahahaha.

— Doce de amendoim, hum...

Abri o pote. Eu vou comer só uns 5.

Comecei a comer. Comi 5, 10, 15, 20... E todo o resto.

Meu Deus! Eu comi um pote todo de doce de amendoim! Vou virar uma bola.

Ok, vamos parar de pensar nisso. Já estou sem fome, agora vou arrumar as coisas pro show.

Fui até o quarto e abri o piano. Vou começar com All I Wanted. Comecei a tocar a introdução só no piano mesmo.

Think of me, when you’re out, when you’re out there...

I’ll beg it nice from my kness...

And when the world, treat you...

Parei de cantar. Ânsia de vômito. O doce de amendoim, oh!

Parei a musica bruscamente e corri pro banheiro. Vomitei tudo. Deus? O que está acontecendo comigo?

[ Josh ]

Hayley estava estranha. Mas eu me lembro quando minha mãe fazia meu pai atravessar a cidade pra comprar pirulito de groselha, então tudo bem...

Ela também passou por muitos momentos de tensão. É.

Fui até a casa de Taylor onde os caras já nos encontravam lá. Fomos até o estádio onde tocaríamos em Nashville.

Tudo arrumado. Logo a noite seria o show.

[...]

Camarim. Instrumentos. Paramore.

Hayley estava linda. Mas quando ela não é linda?

— Animada? — Perguntei.

— Meio com sono... Mas nós vamos arrasar!

— Sono? São 8h30 da noite, Hayles!

— Eu sei... Quer dizer, tô com sono mesmo. Mas tudo bem Josh, a gente vai arrasar.

Estranho a Hayley está com sono uma hora dessas. Estranho mesmo.

Tudo bem. Entramos no palco, sem o publico ver. Já que estava escuro. Cada um em seu lugar. Seria um show básico, como antes.

A luz começou em mim, e eu comecei a tocar a introdução de Ignorance. Logo depois o palco estava todo iluminado. Hayley entrou calmamente e começou a cantar.

Ela realmente estava estranha. Não estava pulando como antes. Animada? Sim, estava. Mas às vezes parecia meio tonta. Sei lá...

Acho que é muita pressão pra ela.

Acabando Brick By Boring Brick, ela agradeceu aos fãs como sempre. Disse o lendário “We Are Paramore” e depois eu e Taylor começamos a tocar a introdução de Adore.

I don't mean to run

But every time you come around

I feel more alive than ever

And I guess it's too much

But maybe we're too young

And I don't even know what's real

But I know I've never wanted anything so bad...

I've never wanted anyone so bad...

If I let you love me, be the one adore, would you go all the way?

Be the one I’m looking for

Ela cantava calmamente. Estava estranha. Hayley estava estranha o dia inteiro. Ela estava cantando com a mão na cabeça.

Help me come back down

From high above the clouds

You know I'm suffocating

But I blame this town

Why do I deny?

The things the burn inside

Down deep, I barely breathing

But you just see a smile.

Nesse momento ela parou de cantar. Novamente levou a mão a cabeça. Olhei pra Jeremy e ele me olhou com cara de “Não sei, cara”. Então Hayley caiu no chão, desmaiada.

Entrei em pânico. Larguei a guitarra no palco mesmo. Os fãs ficaram imóveis. Peguei-a no colo e levei pra dentro. Alguns enfermeiros tentaram acordá-la, mas ela continuava desmaiada. Meu Deus!

O enfermeiro chefe decidiu levar ela pro hospital. Fui junto com o carro da ambulância, segurando as suas frágeis mãos. O que aconteceu com a minha linda?

Chegamos ao hospital mais próximo, ela abriu os olhos. Fui correndo com os enfermeiros com a maca pra dentro do hospital.

— O que houve, Josh? — Me perguntou com voz frágil, apertando mais a minha mão.

— Você desmaiou no palco, meu amor.

— Senhor Farro, não pode nos acompanhar mais. — Disse a mulher.

— Por quê?

— Essa área é restrita pra profissionais. Cuidaremos dela. — E então ela separou minha mão da Hayley. Da MINHA Hayley.

Fui até a sala de espera. Os caras estavam lá.

[...]

— Josh! Pare de andar para um lado e pro outro. Que droga! — Disse Jeremy irritado comigo. Eu estava andando em círculos. Só conseguia pensar em como Hayley estava. Não dava pra ficar parado.

— Jerm, ela estava desmaiada! D-E-S-M-A-I-A-D-A! Não dá pra ficar tranqüilo.

— Mas ela já acordou, seu bobão. E esse seu andar já ta me deixando tonto.

— Jeremy, cala a boca e deixa eu me preocupar em paz. — Sei que isso não foi normal. Mas eu não me importo. A razão da minha vida entrou desmaiada nesse hospital. Eu sem ela sou... Nada.

— Oh, seu besta. Olha ela lá. — Jeremy apontou pra onde ela estava. Ela estava andando calmamente junto com aquele médico.

Parecia ter chorado. Não, ela estava chorando. O que aconteceu, Deus?

— O que houve Hayley? O que ele te disse? — Hayley secou as lágrimas e não me respondeu. O médico estava com um sorriso idiota na cara. Alguém quer me dizer o que está acontecendo, ou eu vou ter que enlouquecer antes?

— Pelo amor de Deus, o que aconteceu? Qual é o problema, porque está chorando? — Perguntei desesperado. Ela calmamente pegou a minha mão e a colocou sobre a sua barriga.

— Josh... Você vai ser papai.

Fim.