Boy Friend

Capítulo 15 - Assumido


[ Hayley ]

Acordei nos braços de Josh. Vesti uma camisa dele — já que estava nua — e fiquei vendo ele dormir. Nossa, ele era lindo dormindo. Se bem que ele é lindo de qualquer jeito mesmo.

— Oi meu amor... — Ele disse com voz sonolenta, assim que acordou. “Meu amor”, era tão bom ouvir isso dele... Tão bom.

— Oi. Sabia que você é lindo dormindo? — Eu ri, ele corou.

— Sabia que você fica linda com minha camisa? — Ele retrucou. Eu o beijei.

— Vou me trocar. — Selei seus lábios e saí até o banheiro.

Lá eu me lembrei que já tinha transado duas vezes com Josh e não tinha usado nenhum preservativo. Tomei a pílula do dia seguinte e fui pra mesa do café. Josh já estava lá. Diferente de mim, ele era bem rápido e quase nunca se atrasava.

— Pronto, agora o casal tá feito! — Disse Taylor.

— Vocês têm que falar pros fãs... Quando vão fazer isso? — Perguntou Jeremy.

— Breve. — Respondi antes. Eles riram.

— Não tem medo? — Jeremy.

— Não mesmo! Os fãs vão amar. E bem, a imprensa que se dane. — Josh apenas assentiu com a cabeça. Eles ficaram tranqüilos.

Decidimos passar o resto do mês no Brasil. Era um país muito agradável, e não tínhamos mais nada pra fazer mesmo.

[ /Hayley ]

10 dias depois

Liguei o computador, e a primeira notícia era:

“Jenna Rice é a nova atriz da série de sucesso da Fox”

O quê? Mas, como ela conseguiu... Meu Deus!

Estava pasmo. Jenna era uma atriz, famosa? Isso de fato me pegou de surpresa. Mas, bem. É a vida dela, então, ela que se arrume por lá.

Provavelmente eles só a queriam por que o meu término com ela ganhou grande repercução na mídia.

Logo esqueci. Iríamos dizer pro mundo que estávamos namorando hoje. Eu estava nervoso, ansioso, feliz, e mais uma grande explosão de sentimentos. Bem, digamos que eu estava Riot!

Ri de mim mesmo com esse pensamento.

Voltei a mecher no computador denovo. Eu estava no ônibus, que estava andando. Estávamos indo do Rio de Janeiro pra São Paulo.

Hayley sentou-se ao meu lado.

— E aí, acabou o filme? — Ela estava vendo Atividade Paranormal com Jeremy. Denovo.

— Acabou. E aí, o que ta fazendo?

— Você não sabe o que acabei de ler!

— O quê?

— Veja. — Mostrei a notícia da Jenna pra ela. Ela — como eu — ficou pasma.

— Meu Deus! Jenna uma atriz?

— Ela fez curso de Artes Cênicas, Hay. Bem... Também fiquei surpreso. — Ela riu.

— Bem, tomara que ela fique por lá mesmo. Sem nos atrapalhar. — Selou meus lábios. Dei um sorriso de canto da boca e disse:

— Nada pode nos atrapalhar. — Dessa vez eu a beijei, mas profundo. Terminamos com selinhos e ela se deitou no meu peito.

— Como está se sentindo? Vamos falar pras pessoas hoje...

— Estou tudo o que você possa imaginar. Meu sentimento é impossível de decifrar.

— Hum... Isso dá uma música. — Rimos.

— Eu também estou assim. Mas tenho certeza que eles vão gostar. Claro que alguns vão criticar pelos nossos recentes términos, mas... Os fãs vão curtir. E são apenas eles que importam. — Hayley sempre sabia como amenizar tudo que eu estava sentindo. Sorri e assenti com a cabeça. Ela estava mais do que certa. A beijei denovo e ela voltou a deitar no meu peito e eu fazer cafuné em sua cabeça... Eu ficaria minha vida inteira ali.

I never been happier, no one is as lucky as us...

O holofote bateu em mim. Comecei a tocar a introdução de Ignorance. Os fãs — como sempre — entraram em êxtase. Hayley veio andando. Ela estava linda de verdade. Tudo estava arrumado e esquematizado. O que não me impedia de ficar ansioso a ponto de errar rapidamente no solo. Hayley me olhou com cara de “se acalma”, e eu foquei no instrumento. Precisava fazer tudo certo né?

Hayley realmente sabia animar um público, mas isso não é nenhuma novidade. Era uma grande noite. O Morumbi estava lotado. Tinha muita gente tirando foto e gravando. Seria a manchete de todos os sites.

Acabamos de tocar Where The Lines Overlap. Rapidamente troquei a guitarra pelo violão —mas fiquei em pé mesmo — e comecei a introdução de The Only Exception.

Me lembrei da noite que toquei essa musica pensando na Hayley. Me peguei pensando nela, eu estava nervoso naquele dia. Um dia antes de conhecermos a New Found Glory. Pouquíssimos dias antes de tudo acontecer. Ou melhor, de todo o engano acontecer.

When I was younger I saw, my daddy cry, and curse at the Wind.

He broke is oun heart and I watched, as He tried to re-assemble it.

And my momma swere that she wild, never let herself forget.

And that was the Day that I promissed, I never sing of Love, If does not exist.

But darling... You are the only exception, you are the only exception, you are the only exception, you are the only exception...”

Ela cantou olhando pra mim. Ela cantava pra mim. A platéia já estava estranhando. Entre os gritos eu escutei alguns “Josh e Hayley, beijem-se”. Sim, eles já tinham idéia do que estava acontecendo.

Quando chegou à hora de eu cantar também, eu olhei nos olhos dela, e vice-versa. Todos estavam estranhando. De verdade.

“I know you’re leaving in the morning when you wake up, leave me with someking of proof is not a dream, whoa.

You are the only exception...

And I’m on my way to believing”

É agora. Eu estava suando frio. Ela mudou a letra e cantou olhando diretamente pra mim.

“Oh, well i’m believing”

E me beijou. A platéia entrou em êxtase. Só que bem maior. Beijamos-nos por uns 15 segundos. O suficiente pra platéia inteira tirar uma foto. No outro dia, teria no mínimo 30.000 fotos na internet desse beijo. Mas... Eu não ligo.

Gritaram, gritaram alto, gritaram por muito tempo. “Joshay! Joshay!”

Estavam felizes. Estavamos felizes.

Quando eles finalmente pararam um pouco Hayley tomou o microfone:

— E aí, gostaram? Haha. É, eu sei que sim. É verdade pessoal, eu e Josh estamos namorando. Estou muito feliz pela aceitação de vocês! Obrigada.

Voltamos a fazer o show. Eu estava elétrico. Caraca, eles amaram. Isso te ensina a acreditar sempre na Hayley, bobão.

Screaming... Hallelujah! We’ll make it last forever...