Minha voz não voltou tão rápido quanto eu gostaria, antes de ir a montanha fui ao apartamento de Wade, peguei o crânio do cachorro o coloquei em uma das várias latas que tinha ali, levei até o instituto coloquei ao lado da cama de Wade, a recuperação dele ainda levaria muito tempo, sentei ao lado dele, mas era estranho estar ali e não ter bagunça, o Deadpool gosta da bagunça, mas o que eu faria sozinha? Bem, eu não estava completamente sozinha, tinha o cachorro, o peguei e comecei a brincar com o crânio.

– Ela ficou louca igual - olhei a porta, Anung me olhava e conversava com Abe.

Eu corri até ele e o abracei fortemente, ele retribuiu o abraço, eu não conseguia falar, mas acho que meus grunhidos foram suficientes para.

– Eu também me preocupei com você - ele me colocou no chão, deu um soquinho no meu queixo com a mão de rocha - E nunca mais planeja algo tão suicida e não me avise, eu quase matei o Abe para ele revelar.

O peixinho surgiu na minha visão, ele acenou eu o abracei fortemente, eu devia a ele o sucesso de minha missão, mesmo que eu tenha quase morrido e o meu objetivo tenha quase morrido, bem quase bem.

– Como está esse suicida? - Anung entrou no quarto.

Disseram que ele vai ficar bem, mas por ter perdido a consciência a recuperação é bem mais demorada.

Abe contou a Anung, eu o olhei surpresa.

– Sim, eu posso te ouvir - ele falou movimentando suas mãos - Snake já deve estar te esperando, não? - confirmei.

– Snake? - Anung me olhou - Você e ele tiveram algo?

Olhei Abe, que abriu a boca e olhou Anung contou a ele.

– Eu vou acabar com aquele ninja, quem ele pensa que é para fazer isso, está se aproveitando do Wade apagado - ele andava, eu e Abe tentavamos pará-lo.

De fora do instituto Snake me esperava encostado no carro maluco, Anung pisava firme indo até ele, eu desisti de tentar pará-lo. Meu sensei me olhou confuso até ser erguido pelo Hellboy, Anung o ameaçou, depois dele confirmar que não faria nada de errado comigo foi solto.

– "Eu não sou mais uma criança, Hellboy, posso me cuidar sozinha, sem fala que agora estou recuperada, em uma briga entre mim e me sensei sabemos quem venceria" - Abe falou afinando a voz - Por nada, Agnes - ele falou depois que eu o agradeci.

– Ainda assim é bom ele saber que tem alguém mais poderoso cuidando de você.

– Eu acho que ele já entendeu - Abe falou parecendo rir - Vamos deixá-los ir, Anung.

Entrei no carro.

"Olá novamente, Agnes"

Confirmei com a cabeça.

"Você está quieta agora, aconteceu algo?"

Snake me olhou e riu.

"Agnes..." grunhi "Você está bem?"

Ele foi reclamando durante todo o percurso, eu já aguentava mais ouvi-lo. Eu estava preparada para escalar a montanha, mas acabando com minha ideia de aventura Snake entrou no túnel e nós saímos já dentro da casa no seu abrigo subterrâneo, passamos no meio das armas e saímos na parte dos computadores.

"Olá, Agnes, Snake Eyes"

Eu me sentei em uma cadeira que Snake empurrou para mim. Fiquei de frente para o computador, ele apoiou no mesmo canto que da primeira vez que me apresentou aquele lugar.

"Sei que tudo deve estar confuso" dei de ombros "me refiro a sentimentos, quero dizer, eu sou péssimo com isso, mas Agnes eu te considero muito" calma lá, ele o quê, me considera muito, o que isso quer dizer "Mas nós temos um problema" eu já tinha as pernas cruzas sobre a cadeira tentando achar uma pose confortável "e esse problema tem nome" eu o encarei, ele tirou a máscara "Duke".

Mas que droga, qual o problema com Duke? Por que ele nos atrapalha?

Fui até o computador, apoiei minha mão, depois de muito tempo entendi como funcionava.

"Duke? Por que ele seria um problema?"

Ele me olhou parecendo não acreditar.

"Você não percebeu?" neguei "Duke é louco por você"

"Ele, o quê?"

"Agnes, " ele segurou minhas mãos "ele gosta de você a muito tempo, desde aquele jantar em que ele foi surpreendido por Anung, claro que ele ficou assustado, contou para todos nós, mas era difícil de acreditar, eu mesmo levei muito tempo para acreditar nisso, mas comecei a reparar que você era diferente e..." ele colocou a mão em meu rosto, mesmo com as várias armas as mãos eram macias imaginei que por culpa das luvas "E foi ai que me apaixonei, eu passei a te observar e vi quão magnifica você era"

"E por que não aceitou me treinar?"

"Tive medo" medo? "Medo de que você fosse mais poderosa do que eu imaginava, de que você fosse alguém perigosa, eu pesquisei tudo sobre você, descobri tudo"

Eu me afastei, era doloroso saber de tudo sobre mim.

"E ao comparar com o que você é e do que é capaz, achei você a melhor pessoa no mundo"

"Você não teve medo?" ele me olhou "Você não teve medo do que eu era, para que fui criada?"

"Claro que tive" eu o olhei com medo, agora eu sabia o que era isso "mas resolvi arriscar. Eu lutei contra seres horríveis, achava impossível que uma menina pudesse ser tão cruel quanto eu descobrira que era, mas eu me surpreendi e..."

"Para" ele me olhou "Apenas me fala o que te fez começar a me treinar?"

"Isso é simples, Agnes, você me salvou e provou o que eu queria, provou que você não era uma Assassina" eu estava meio abalada.

"E o Duke?" ele me olhou "Desculpa, Snake, eu estou meio confusa, eu não estava, mas agora é diferente, agora que fiquei sabendo dessas coisas"

"O que você quer dizer?"

"Apenas..." que eu não sei se consigo enfrentar as sombras do passado e saber que você duvidou de mim é... olhei minha mão, estava fora do computador, ele já não sabia o que eu pensava. Me afastei dele, fui para a saída que dava na casa, ele ficou me olhando de longe.

A casa estava exatamente como eu me recordava, tudo em seu devido lugar. Fui até a cozinha, os potes com comida estavam vazios, andei até a sala que nunca usamos antes, estava organizada como sempre, me deitei no sofá, e observei pregado ao teto todas as mensagens que eu tinha deixado, ele as organizara em ordem, mas aparentemente não foram encontradas em ordem, vários furos me indicavam isso. Resolvi ir para o quarto que eu usei, a porta estava no lugar, não mais caída. Abri o guarda-roupa, outras roupas estavam ali, abri o baú, mais roupas. Ele havia preparado tudo, ele esperava que eu fosse ficar, mas como eu poderia, eu não estava confusa quando entrei ali, mas agora era diferente, agora eu estava meio perdida, eu estava mais humana comparada a antes, agora o que antes eu largaria de lado e continuaria em frente estava me incomodando.

Fui para o jardim, a árvore ainda tinha marcas de meus treinos.

Andei até a ribanceira, olhei a casa, mandei uma mensagem para Snake e comecei a descer.

Quando cheguei embaixo me perguntei para onde eu iria, pensei em ver o Anung, conversar com a Liz seria bom, mas pensei melhor e fui para o Instituto Charles Xavier.

Entrei na ala do hospital, entrei no quarto de Wade, ele já estava bem melhor, mas não estava consciente. Sentei ao lado da maca, repassei mentalmente o que tinha acontecido na montanha como se ele pudesse me ouvir.

– Você reclama demais - olhei assustada para a maca, ele me olhava, movia apenas os lábios e os olhos.

Eu? Como assim eu reclamo... Ah, ele me ouvia assim como fazia com Snake. Wade, você é louco.

– Eu digo isso todos os dias - ele grunhiu tentando se mover - Mas se quer minha opinião - eu não quero - Não me importo, na minha opinião o ninja estranho é melhor do que o branquelo bundão, quero dizer, quem ficou para trás e foi tão louco quanto nós dois para se meter em nossa briga. - mas ele teve medo de mim, como posso confiar em alguém que me temeu por tanto tempo? - E você acha que o branquelo apenas te olhou e pensou 'ah é gostosinha, vou dar em cima, vai que rola', claro que não Agnes, até eu tive medo de você - que beleza, agora todos têm medo de mim - Eu disse tive, você era uma criança ensanguentada, esperava o quê que eu achasse normal? - é, afinal você é o Deadpool - Mas não sou ouco - o olhei rindo - O que, qual a graça? - nada, Wade, só que você acabou de se chamar de louco e agora isso - Quer saber, esquece. Tenho algo para te dizer - eu me aproximei - Obrigado, irmãzinha. - eu sorri - Agora se não se importa vá embora, você não fica quieta, eu preciso descansar estou meio despedaçado - literalmente - Me deixe em paz, Agnes.

Eu o deixei. Pensei em ir dormir na casa de Anung, e foi o que fiz, lá estava calmo, eu não escutava as crianças, na verdade nunca cheguei a vê-los, mas não era como se eu quisesse ser a madrinha de crianças demoniacas, se crianças humanas já são terriveis, imagine crianças de demônio, não, não quero isso.

Abe me levou até meu quarto como se fosse a primeira vez que eu estivesse ali.

– Na minha opinião - eu o olhei confusa - Snake Eyes é bem melhor - O quê? Para com isso, não entre em minha mente dessa forma - Desculpe, é que isso estava apitando dentro da sua cabeça, achei que gostaria de ouvir isso. Concordo com Wade, o único que teve coragem para se colocar entre vocês foi ele, isso tem seu valor. - O que você sabe sobre o que aconteceu? - Eu sei que os outros humanos ficaram em choque, sei que mesmo tendo ameaçado de meter Duke e Roadblock não fariam, eles são humanos sãos, não enlouqueceram. - E Snake, não é são? - Claro que é, mas ele é insano ao mesmo tempo, eu não entendo a mente dele. Acho que fora a sua e a do Wade a dele é a mais bagunçada que conheço, ele precisa de ajuda e quando está com você tudo parece se acalmar, mas... Eu não quero me meter. - ele deu de ombros.

Você não quer se meter e falou tudo isso, vem cá, Abe, volte aqui, Abe Sapiens, volte aqui e vamos conversar direito. Ele fechou a porta. Mas que beleza, até um peixe está me deixando no vácuo, essa coisa de não ter voz não é legal, isso começa a me incomodar. Me joguei na cama com o rosto enterrado no travesseiro. Eu não queria pensar nisso preciso de alguma ação...

Um uivo, isso quer dizer que é noite de lobisomem, olhei pela varanda, eu via os monstros saltando, haha era disso que eu estava falando. Saí para a rua e comecei a caçá-los, encontrei Anung que me cumprimentou enquanto aplicava um mata-leão no lobisomem, eu acertava outro na cabeça. Recebi alguns arranhões, mas graças a recuperação de meus poderes eu não me contamino. Charles me alertou mentalmente de que meus poderes estavam recuperados cem porcento e isso para mim é bom, ainda mais agora que pretendo entrar ainda mais em ação enquanto tento descobrir mais sobre a Hydra. Quando terminamos e o sol nascia, Anung me levou para um café próximo ao QG, eu via vários Joe chegando para o serviço.

Duke passou por nós, eu tentei me esconder em Anung que me olhou rindo e perguntou o que estava acontecendo, mas como eu explicaria tudo? Pedi para que ele falasse com o Abe.

Me despedi dele e fui para o trabalho no QG.