Bokutachi no Happy Day

Capítulo Único — Nosso dia feliz


Bokutachi no Happy Day

Por: Archie-sama

Capítulo Único — Nosso dia feliz

O dia dos namorados estava próximo.

Hiyori não ligava para essa data. Ela nunca teve um namorado e também não pensava em ter. Sempre teve a mente ocupada com outras coisas. Para ela, aquele era um dia como qualquer outro do ano... Até, claro, conhecer aquele cara. Yato, o deus delivery. Depois de perceber que estava apaixonada por ele, aquele dia tomou um significado completamente diferente em seu coração. Sua maneira de pensar e enxergar o mundo se transformou; agora tudo que o envolvia valia ainda mais a pena. Tudo era mais bonito, colorido e brilhante... Era seu primeiro amor, afinal.

Um dia antes da tão esperada data, no final de semana, Hiyori pediu permissão aos pais para ter a cozinha só para si e suas amigas, a fim de fazer chocolates. O que não foi questionado, uma vez que, segundo a lógica dos adultos, o dia dos namorados era para ser divertido para todo mundo, principalmente para os jovens e adolescentes.

Ninguém imaginava que, em meio a tantos chocolates giri que Hiyori estava fazendo, havia um com significado especial, o honmei dedicado àquele que amava. Seus pais não desconfiavam que pudesse estar apaixonada, o que a livrou de uma série de questionamentos constrangedores. Nem mesmo suas melhores amigas, Ami e Yama, sabiam sobre sua paixão secreta — claro, ela tinha seus motivos para se manter em silêncio, mas o maior e mais óbvio era esse: Yato era um deus. Não podia sair falando dele por aí.

As garotas chegaram em sua casa por volta das 14h00 da tarde. Logo o balcão da cozinha foi preenchido pelos diversos ingredientes que iriam utilizar — já que haviam optado por fazer toda uma variedade de chocolates — e elas puseram a mão na massa sem nenhuma hesitação. Brincaram, se divertiram e ingeriram mais calorias do que o necessário num dia só, mas nada que as comprometesse, é claro.

Ao fim da tarde tudo já estava pronto e, agora, era só deixar que os chocolates endurecessem na geladeira. Havia diversos formatos: corações, ursinhos, estrelas, etc.

Akira iria entregar um honmei choco para seu namorado, Abe, e estava ansiosa para ver a reação entusiasmada dele; Aimi não tinha interesse amoroso por ninguém em especial, então apenas entregaria aqueles que fizera ao seu pai e seus irmãos mais novos, e Hiyori tinha seu pai, seu irmão e seus amigos da Margem Oposta para presentear com saquinhos de giri choco artesanais.

Mas, claro, ela também tinha alguém muito importante em mente para entregar o maior chocolate de todos... Alguém com quem desejava intensamente compartilhar o seu dia. Esperava que ele desejasse o mesmo.

Naquela noite, ela mal conseguiu dormir de tanta ansiedade. Rolou na cama por horas a fio, sempre pensando nele e na reação que ele poderia ter diante de sua futura declaração. Sentia-se muito envergonhada, mas estava decidida a seguir em frente e contar tudo o que sentia a Yato. Iria abrir o coração de uma maneira que nunca havia feito antes e esperava que seus sentimentos fossem recebidos com um sorriso.

* * *

Yatogami odiava o dia dos namorados. Mas não pelos mesmos motivos que Hiyori, que aparentemente não dava a mínima para aquela data. Havia conversado sobre isso com ela uma vez e levara um balde de água fria: ela não tinha nenhum interesse em tal evento. Ou seja, nada de chocolates, nada de andar de mãos dadas e nem mesmo de passar o dia juntos. Ela geralmente chegava do colégio e ficava em casa, fazia suas tarefas e estudava para melhorar as notas. Tudo se desenrolava como num dia normal.

Suspirou ao pensar nisso, triste. Não era como se Hiyori fosse fazer qualquer uma daquelas coisas para ele, de qualquer forma. Ela nem mesmo era sua namorada ou algo parecido... Essa constatação o deixava mais desanimado ainda, até porque entendia bem seus sentimentos por ela.

Depois que se conheceram, logo Hiyori virou uma amiga importante; sentia uma gratidão incomparável para com ela, sem contar que a admirava em tudo que fazia. Era a humana mais íntegra e doce que já conhecera ao longo de sua existência, além de possuir uma bravura invejável e ser dona de um coração do tamanho do mundo. Entretanto, conforme o tempo passava, seus pensamentos sobre ela se tornavam cada vez mais constantes e iam se transformando aos poucos. Logo a admiração se tornou um amor difícil de ser explicado em palavras. Apenas amava Hiyori, e cada pedacinho dela, com tudo que tinha.

Mas ela o confundia. Por vezes o tratava como se fosse tão precioso que se sentia envergonhado. Não queria entendê-la mal, sabia que ela não o via como mais do que um amigo, porém às vezes não conseguia evitar pensar que ela o correspondia.

Era óbvio o porquê de ele não gostar do dia dos namorados. Ele supostamente odiava a tal data porque sentia inveja de quem a desfrutava. Era incômodo sair na rua e, em todo canto para o qual olhasse, ver um monte de casais compartilhando a felicidade de estar num relacionamento amoroso; seja tirando fotografias numa purikura, andando pela praça, compartilhando um sorvete ou um café... Odiava tudo. Sempre ficava carrancudo, por isso, esse ano, pretendia passar longe das ruas e daquele clima inútil de romance.

No fim das contas, era um deus solitário que provavelmente ficaria o dia inteiro na casa de Kofuku se lamentando, enquanto a própria estaria num encontro com Daikoku, numa das raras oportunidades que ela tinha para aproveitar — já que sair por aí era um tanto complicado para ela, que sempre causava algum problema.

Até Yukine arranjara algo para fazer, embora tivesse se recusado a lhe dizer o que era. Não achava que ele pudesse ter alguma namorada por aí — até porque, se soubesse da existência de alguma, nunca permitiria —, então decidiu apenas não incomodá-lo e ficar sozinho com sua frustração.

Odiava admitir, mas até mesmo a Louca-san e seu hafuri deveriam ter alguma programação especial para aquele dia, o que o levava a crer que realmente estava fadado a permanecer sozinho. Talvez ser amado não fosse algo para ele, já que era um deus de calamidade cuja existência só servia para trazer tristeza e furor.

"Não fique assim, Yato-chan", Kofuku dissera antes de sair, fitando-o com doçura. "Nós voltaremos para ficar com você à noite." Ela abrira um sorriso, alternando o olhar para Daikoku, que também sorrira e fizera questão de mostrar o polegar, asseverando a afirmação dela. Sabia que eles não tinham intenção de debochar de si, mas foi o que pareceu.

"Ah, parem com isso", ele resmungara em resposta, fazendo bico. "Não quero um casal meloso perto de mim. Fiquem bem longe!", ordenara, expulsando-os de casa e deixando clara a sua revolta. Eles riram, mas não ousaram questionar-lhe.

Fazia um tempo que já estava sozinho. Ficou encarando o teto da sala sem nenhum propósito, até que, movido pelo tédio e pela solidão, deu-se por vencido e voltou para o quarto. Lá, deitou-se no tatami e apoiou a cabeça num travesseiro, virando o rosto para a parede e fechando os olhos. Ia tentar pegar no sono. Quanto mais rápido o dia passasse, menos angustiante seria.

* * *

Hiyori não conseguiu prestar atenção nas aulas. Sua mente sempre se voltava para o grande chocolate ao leite — em formato de coração e que possuía os dizeres "você é especial para mim" —dentro de sua bolsa. No horário do almoço, deu seu obentou para Yama porque não conseguia sentir nenhuma fome. Só desejava que o tempo passasse logo, pois queria muito sair dali e ir até a casa de Kofuku, onde sabia que Yato estaria, para entregar seu chocolate e seus sentimentos a ele. Só de pensar naquilo sentia seu coração acelerar e suas bochechas avermelharem-se.

Naquele dia, Hiyori não era ela mesma. As garotas desconfiaram, visto que ela parecia mais distraída que o normal. Claro que ela sempre dava seus cochilos estranhos e repentinos, mas havia algo a mais em seu olhar... Um brilho diferente, talvez. Ela estava com a cabeça nas nuvens. Ami e Yama se entreolharam, comunicando-se em silêncio, porém nada disseram. Hiyori falaria com elas quando estivesse pronta. A única coisa que desejavam naquele momento, intimamente, era que tudo desse certo para a amiga, e ficariam torcendo por ela.

Quando enfim a última aula se encerrou, por volta das 17h00 da tarde, a Iki não se demorou em suas despedidas; acenou para as amigas, organizou suas coisas dentro da bolsa e saiu da sala às pressas, com destino àquele por quem era apaixonada.

* * *

A jovem observou o templo de Kofuku do lado de fora e suas mãos tremeram enquanto segurava o embrulho com o chocolate. O coração dela batia descompassado, denunciando seu nervosismo e apreensão. Respirando fundo, deu a volta no local e subiu os poucos degraus, vendo a porta da casa fechada. Tudo estava em silêncio, o que a fez engolir em seco.

Mas não podia desistir agora, havia reunido toda sua coragem para ir até ali. Abrira mão de suas convicções apenas para deixar Yato contente, e sabia que já não desdenhava mais daquela data. O carinho e o amor que sentia por ele, e a constante necessidade de vê-lo feliz, fizeram com que o dia dos namorados se tornasse importante para ela também.

Pensando nisso, deslizou a porta para o lado e se deparou com a sala vazia.

— Kofuku-san...? — chamou, incerta, retirando seus calçados e deixando-os no genkan. Calçou as pantufas cor-de-rosa disponíveis ali e finalmente adentrou o lugar, procurando os amigos com o olhar. Nenhum deles estava à vista.

Deu de ombros, agachando-se em frente à kotatsu e distribuindo sobre ela os embrulhos com chocolate que retirou da bolsa. Um para Yukine e um para Daikoku. Depois iria entregar um para Kazuma e outro para Tenjin. Mas não sem antes entregar o mais significativo... O de Yato.

Após se levantar, dirigiu-se com passos silenciosos até o quarto dele, esperando também encontrá-lo vazio e pronta para sair à sua procura. No entanto, lá estava ele, deitado de costas para ela.

— Ya... to? — A Iki só percebeu que sua voz estava vacilante quando seu coração deu um salto no peito e a respiração começou a ficar dificultosa. — Yato? — sussurrou outra vez, titubeando. Ele não pareceu ouvi-la, o que lhe deu uma certa coragem para se aproximar.

Ele estava mesmo dormindo. Os cabelos escuros caíam para o lado, cobrindo uma parte dos olhos fechados. A respiração dele estava calma, regular, e enfatizava a serenidade no rosto formoso. Yato estava tendo um sono tão tranquilo... Aquilo aqueceu o peito de Hiyori de uma maneira inexplicável, e ela se viu abrindo um pequeno sorriso involuntário. Sentiu pena de acordá-lo, porque ele parecia tão bem daquela forma...

Sendo assim, sentou-se próxima a ele, deixando o embrulho no chão e decidindo que iria observá-lo um pouco mais. O aroma dele a atingiu em cheio ali de perto, fazendo-a inspirá-lo com vontade, cerrando as pálpebras e tendo a face corando de vergonha e ao mesmo tempo de satisfação. Por que ele tinha que cheirar tão bem? Era impossível resistir àquele cheiro agridoce que exalava dele. Sua pele, roupas, cabelo... Tudo cheirava maravilhosamente bem, e ela sabia que caía em uma nova armadilha toda vez que chegava perto dele.

A noite já havia sorrateiramente se arrastado pela janela, de onde era possível ver a lua e as luzes dos postes do lado de fora. Hiyori perdeu a noção de quanto tempo ficou ali, apenas olhando para Yato. Por que ele também tinha que ser tão bonito? A Iki enrubesceu novamente, cobrindo o rosto com as mãos. Desde que se apaixonara por ele — e ela não sabia quando havia sido isso —, não conseguia evitar pensar em coisas constrangedoras como essa.

Seus pensamentos logo foram dissipados, pois Yato trocou de posição, virando-se agora de frente para ela, ainda dormindo. O coração dela parecia que ia sair do peito de tão forte que palpitava. Queria ficar ainda mais próxima dele... Seria pedir demais? Era como se não conseguisse suprimir aquela ansiedade dentro do peito. Seus sentimentos eram tão fortes e verdadeiros que pareciam querer escapar de si, mesmo sem desejar.

No começo ela não entendeu como se sentia. Não queria aceitar que ele era muito mais do que um amigo. Em seu interior, sentia medo do que poderia mudar entre eles. Medo das consequências, medo do futuro... Entretanto, num certo dia, percebeu que não adiantava trancar aqueles sentimentos no coração, porque eles sempre achavam uma maneira de sair, de se mostrar. Percebeu que o queria ao seu lado, descobriu que sofria quando não o tinha por perto, entendeu que já não aguentava mais resistir a algo tão vívido e intenso. Foi aí que resolveu aceitar tudo, abraçar cada parte de si mesma que antes ignorava. E a vontade de declarar-se surgiu não muito depois. Tinha que fazê-lo saber, e o dia dos namorados era perfeito para isso.

Mirou-o outra vez, cedendo a um impulso de seus sentimentos e deitando-se ao lado dele, bem perto como desejava, sempre admirando-o. As feições dele permaneciam amenas, imperturbáveis. Os cílios eram longos, o nariz afilado e os lábios eram finos e avermelhados. Pegou-se fitando-os mais do que o necessário.

"Para onde eu estou olhando...?", questionou-se, embaraçada. Todavia, sua vergonha não diminuiu a vontade que sentia de beijá-lo. "Ele está dormindo... Eu... Eu posso fazer isso só uma vez?", engoliu em seco, desejando o que não devia. "Yato...", chamou-o em pensamentos, fechando os olhos e aproximando a face da dele lentamente.

Seus lábios encostaram-se aos dele num aperto suave. Depositou ali um beijo casto, singelo... Sincero. Não tinha dúvida alguma de que o amava, e embora não quisesse abandonar a calidez e a suavidade daqueles lábios, o selinho não demorou mais do que cinco segundos. E ela abriu os olhos apenas para deparar-se com duas safiras reluzentes encarando-a.

Hiyori se assustou, soltando uma exclamação corporal. Só não caiu para trás porque já estava deitada.

— H-Hiyori?! — O deus se sentou com pressa, desajeitado. Seus olhos estavam arregalados e dois dedos tocavam a própria boca. Estava pasmo, com o coração batendo forte contra as costelas e as maçãs do rosto mais vermelhas que um tomate. Hiyori também se sentou e não conseguiu respondê-lo, estava paralisada. — O q-que você... O que estava fazendo? — insistiu, nervoso.

— N-Não me olhe assim, idiota! — a morena bradou, escondendo o próprio rosto nas mãos, envergonhada.

— Hiyori, você... — Ele se aproximou, engolindo em seco, e segurou uma das mãos dela com suavidade, retirando-a da frente para que pudesse fitá-la. — Você realmente me beijou? — perguntou, num sussurro. A voz rouca denunciava que ele havia acabado de acordar. — Ou eu estava sonhando?

A Iki apertou os olhos e encolheu os ombros, mas não desvencilhou a mão do aperto dele.

— Não vai falar comigo? — Ele continuava calmo, porém seu coração saltava sem parar, e o rubor nunca deixava suas bochechas.

A morena, depois de resfolegar, enfim adquiriu coragem para encará-lo. Mas o que encontrou nos orbes vívidos foi um encantamento tão grande que novamente a deixou constrangida.

Yato sempre a olhava assim com tanto... amor?

— Eu trouxe um chocolate de dia dos namorados para você... — Ela fugiu da pergunta, e ele se distraiu completamente com sua mais recente informação. As íris dele brilharam ainda mais.

— É sério?! — A animação presente na voz do deus foi tão contagiante que ela riu, buscando com a outra mão o embrulho que pertencia a ele.

— Aqui. — Entregou a ele. Ele tirou o laço que amarrava o saquinho e o abriu, tirando de dentro a caixa que guardava o chocolate. A parte da frente da caixa era transparente, o que possibilitava que ele visse o grande coração enfeitado e a frase gravada nele.

— Você é especial para mim... — Yato leu em voz alta, prendendo a respiração e sentindo os olhos marejarem. Para quem estava morrendo de solidão, aquilo era como uma flecha direto no coração. — Hiyori... — Fitou-a novamente, agora sem palavras. A vontade que tinha era de berrar como fazia normalmente e lançar-se sobre ela num abraço apertado, mas, por algum motivo desconhecido, não o fez. Preferiu controlar-se.

— Acho que você gostou — ela debochou um pouco, rindo em seguida.

— Pensei que não estava nem aí para o dia dos namorados — foi direto, deixando-a desconcertada. De fato, ela era uma das poucas garotas que não se importavam com aquele dia, porque no país inteiro a data era considerada muito especial e também levada a sério.

— Isso foi antes...

— Antes de quê? — e aí estava a pergunta da noite. A moça moveu os olhos pelo quarto, embaraçada demais para respondê-lo. — Esse chocolate... quais sentimentos ele carrega? — Yato, mesmo relutante, porque ainda tinha medo de que seus sentimentos não fossem correspondidos, mudou a abordagem. E apertou a mão dela mais uma vez, querendo passar a confiança que nem ele mesmo tinha.

— Tem certeza de que não sabe? — ela murmurou, arredando os olhos cor-de-rosa para o chão.

— "Você é especial para mim" não é algo muito claro, Hiyori. — Yatogami arqueou uma sobrancelha, sorrindo largo quando a viu corar. Aquilo poderia ser tanto para um amigo quanto para uma paixão. — Vamos, me diga — pediu delicadamente, voltando a se aproximar dela até que suas respirações se misturassem.

— Eu... — a humana começou a gaguejar, completamente sem jeito. Yato encostou a testa na dela, entrelaçando seus dedos.

— Sim...?

— E-Eu amo você — finalmente se declarou, num balbucio quase inaudível.

— Você pode repetir? Eu não ouvi. — Ele conteve um sorriso.

— Eu amo você, Yato. — E eles se olharam uma vez mais, assim, bem pertinho um do outro. Sorriram. Ambas as íris cintilaram.

— De novo.

— Não! — Riu-se a garota. — Seu abusado!

— Eu te amo, Hiyori — disse de supetão, pegando-a de surpresa. — Sempre vou amar. Obrigado por não me deixar sozinho. — A doçura naquele olhar era o presente mais bonito que Hiyori já tinha recebido.

— Eu nunca vou te deixar sozinho — garantiu. — Você sabe que não é um deus de calamidade, não sabe? — Levou a outra mão ao rosto dele, acariciando-o de leve.

— Não sou? — Ele a olhou confuso.

— Não. Você é o meu deus da sorte.

E com tal declaração, a mais bonita e sincera que Yato já havia recebido, outro beijo se iniciou. Mas os dois estavam acordados dessa vez. O deus segurou os dois lados do rosto dela, enquanto os lábios se encontravam e se moviam em conjunto; as línguas se esbarrando com vagareza, ternura e um sentimento inexplicável que brotava dos corações e fluía pelos corpos. Juntos, estavam mais do que completos.

Separaram-se um tempo depois, respirando fundo; as testas coladas.

— Feliz dia dos namorados, Yato. — Sorriu-lhe Hiyori.

— Feliz dia dos namorados, Hiyori. — Selou os lábios dela novamente, abraçando-a com força em seguida. Com certeza não tinha como odiar um dia feliz como aquele. Nunca deixaria que Hiyori saísse de seus braços.

Eles se amavam... E isso era tudo que importava naquele dia feliz.

Mais ao fundo, ouviu-se um pigarro. Os dois se largaram rapidamente, corados, e se viraram para ver quem era. Daikoku chorava de soluçar, feliz com a cena que vira. Kofuku ria e tirava fotos dos dois, postando tudo no twitter. Yukine estava de braços cruzados, mas não pôde disfarçar sua felicidade e acabou deixando que um grande sorriso tomasse o lugar de sua carranca enciumada.

Yato e Hiyori se entreolharam, constrangidos.

— Há quanto tempo estão aí?!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.