Respostas inesperadas

Assim que chegamos ao refeitório ele me encarou com um olhar de interrogação. Me senti feliz por poder contar a ele tudo o que aconteceu comigo, mas me sinti insegura por não saber qual seria sua reação.

- Jason, eu quero que saiba que minha vida nunca foi fácil, que ja passei por muitas situações imperdoáveis. - abaixei a cabeça para ele não ver meus olhos cheios d'agua. continuei. - Antes de vir para essa escola, eu fui molestada pelo meu padrasto.

Ele me olhou sério, mas percebi que ele evitou fazer muitas perguntas.

- Tem certeza que quer falar sobre isso? - ele perguntou preocupado.

- Tenho, nunca tive coragem de dizer nada a ninguém, mas confio em você. - ele passou a mão sobe meu rosto em sinal de que eu poderia continuar a falar. - Minha mãe havia terminado com meu pai e, acabou tendo se aproximando de um dos meus antigos professores, antes dele estar com ela, ele me cantava, jogava piadas mais nunca passou disso, então pensei que continuaria assim.

"Depois de uns tres meses com minha mãe, ele me segiu até o vestiário da escola e me encuralou. - olhei diretamente para ele que estava consentrado em mim como se estivesse paralisado.

- Não precisa contar o resto se não quiser, prometo não tocar nesse assunto. - disse ele com os olhos mais cheios que os meus.

- Você não entende, eu te amo, e não posso esconder minha vida de você.

Ele debruçou sobre a mesa e me beijou soavemente como nunca havia feito antes. Me senti segura para proseguir, para mim, esse beijo significou mais que tudo que ele havia feito antes.

- Jason, ele não consegiu "terminar" a tempo, uma menina que tinha esquecido o material no vestiário o viu e o denunciou à direção. Ele foi demitido e depois disso fui morar com meu pai, minha mãe nunca mais olhou na minha cara, ela pensa que eu o provoquei como ele mesmo insiste em dizer.

- Se estava morando com seu pai, porque veio morar aqui? - disse ele confuso.

- Porque meu pai acha que eu tenho que crescer na vida, encontrar um emprego bom e com o qual eu possa me sustentar. Só que ele anda meio bravo comigo porque eu disse que enquanto estou aqui não quero que ele se meta na minha vida, ele é muito "sufocador" e não deixa eu fazer nada.

- Mais ele tem razão Angel, depois de tudo que aconteceu, você tinha que entender seu pai.

- Eu sei, mais não é apenas preocupação entende? Ele tem medo da minha mãe se vingar de mim, ela nunca gostou muito do fato de eu estar sempre do lado do meu pai, ela ja fez ele sofrer de mais, só que ele pensa que ela vai vir atras de mim e sei lá.

- Entendi, mais mesmo sendo assim, não tiro a razão dele. Agora eu sei porque você não quiz que avisassem do que a minha irmã fez.

- Lógico que não. - fiz uma cara de espanto. - Meu pai surtaria, e minha mãe teria mais um motivo para me atormentar.

- Então terei que cuidar muito bem de você.

Saimos do refeitório e ele me levou até minha sala. Só de pensar que teria de ver a cara daquele "treco" novamente já surtei. Tentei levar meus pensamentos aos momentos bons, aos segundos que passei ao lado do Jason, porque se entrasse tranquila na aula, ela não me tiraria do sério.

- Olha quem voltou. - disse ela em voz alta.

Ignorei e fui para o canto da sala. Contei cada minuto para sair dali e ir para casa.